domingo, 25 de outubro de 2020

Crítica Amazon Prime - Fita de Cinema Seguinte de Borat (2020)

Título: 
Fita de Cinema Seguinte de Borat (The Trial of the Chicago 7, EUA / Índia / Reino Unido, 2020)
Diretor: Jason Woliner
Atores principais: Sacha Baron Cohen, Maria Bakalova, Dani Popescu
Nota: 5,0

Borat volta menos inspirado, mas com uma bomba para a imagem de Rudy Giuliani

Sempre considerei o filme Borat (2006) muito superestimado. Até é um bom filme, que quebrou alguns paradigmas para filmes exibidos em cinemas, mas chegar a receber indicação do Oscar de Melhor Roteiro? Absurdo. Borat é muito bom nas cenas reais, porém bem fraco nas cenas ensaiadas, e estas ocupam quase metade do filme... deveras decepcionante.

Dezesseis anos depois o fictício repórter está de volta, agora no filme Fita de Cinema Seguinte de Borat, onde as cenas reais são ainda menos frequentes e menos chocantes. O resultado é meio óbvio: em termos de humor e denúncias culturais, Borat 2 é mais fraco que o original. Ainda assim, ele tem material para surpreender e chocar.

Se no primeiro filme o objetivo era denunciar a enorme ignorância, hipocrisia e racismo dos rednecks estadunidenses, em Fita de Cinema Seguinte de Borat o mesmo assunto continua presente. Entretanto, na verdade, desta vez o foco principal dos ataques do ator / roteirista Sacha Baron Cohen vão principalmente para o machismo e o governo de Donald Trump.

Na trama desta continuação, Borat é enviado de volta para os EUA pelo governo do Cazaquistão para presentear Trump, com o objetivo de que o líder estadunidense se aproxime do Primeiro Ministro cazaque, passando a reconhecê-lo, e então futuramente respeitá-lo como um "líder fodão" (badass no original), assim como são o russo Vladimir Putin, o norte-coreano Kim Jong-Un, e o brasileiro Jair Bolsonaro. Sim, é desta maneira que o ocidente vê o atual governo do Brasil atualmente.

Desta vez a trama mostra menos Borat e mais a sua filha Tutar (Maria Bakalova). E embora a atriz mande muito bem, ela ganha menos simpatia do público do que seu pai no primeiro filme, pois seu personagem parece bem mais artificial.

O grande escândalo trazido por Borat 2 são as cenas gravadas envolvendo Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York (de 1994 a 2001), que participou ativamente na campanha de eleição de Trump, e que atualmente faz parte do time de advogados do presidente estadunidense.

Nas imagens, Tutar aparece como uma jovem repórter de TV, que entrevista Rudy em seu gabinete. Depois de flertar um pouco com ele (o que fazia parte da "missão" de seu personagem), e no que aliás o político retribui, a filha de Borat convida Giuliani para entrar em um quarto assim que a entrevista acaba, para "ajudá-lo a remover os microfones grudados ao corpo". Ele aceita, os dois vão para o quarto (onde então só temos câmeras escondidas), e um determinado momento Giuliani deita na cama e coloca as mãos dentro da calça, no que Borat invade o quarto e interrompe tudo. Os advogados de Rudy juram que ele estava apenas "ajeitando a roupa", porém não é o que o filme insinua.

Com uma continuação de qualidade inferior, Borat pelo menos consegue entreter durante todo o filme. E principalmente, chega ao público em um momento bem apropriado, às vésperas das eleições presidenciais dos EUA, e tem de tudo para voltar a ser bastante comentado pelo mundo tudo, principalmente pela imprensa dos Estados Unidos. Nota: 5,0

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