sábado, 8 de fevereiro de 2025

Crítica - Anora (2024)

Título
Anora (idem, EUA, 2024)
Diretor: Sean Baker
Atores principaisMikey Madison, Mark Eydelshteyn, Yura Borisov, Karren Karagulian, Vache Tovmasyan, Aleksei Serebryakov, Darya Ekamasova, Luna Sofía Miranda, Lindsey Normington
Nota: 7,0

Filme vencedor da Palma de Ouro é incomum e comovente

Anora é um filme independente de baixo orçamento (apenas US$ 6 milhões), que está há duas semanas nos cinemas brasileiros. Foi o grande vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2024 (sendo que um filme estadunidense não ganhava este prêmio desde 2011), e recebeu 6 indicações ao Oscar, dentre elas a de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz.

Antes de qualquer coisa Anora é um filme... diferente. Afinal, suas 2h09min de projeção são de ação e tensão frenéticas, e apesar dos personagens não contarem piadas e de várias situações pesadas, em muitas cenas o filme faz rir. Não a toa Anora é vendido como uma "comédia dramática".

Na trama, Anora (Mikey Madison), ou "Ani", é uma jovem stripper que mora em Nova Iorque e sabe falar russo. Em seu trabalho, ela acaba conhecendo o jovem Ivan "Vanya" Zakharov (Mark Eydelshteyn), filho de um  milionário russo, que se interessa por ela e acaba a contratando para ser sua "namorada" por uma semana. Os dois acabam vivendo um romance e se casando em Las Vegas. Quando os pais de Ivan descobrem o que aconteceu, seus "capangas" correm em direção ao casal para forçar a anulação do casamento, o que gera muita tensão e correria.

A principal qualidade de Anora é que mesmo sendo um filme estadunidense, ele é bem diferente do padrão que estamos acostumados. Não só pela mistura de gêneros e temas que citei anteriormente, mas também pelo modo que é filmado. A câmera não para, corremos o tempo todo ao lado de Ani, por todo lugar que ela vai, e olha que ela dá um rolê bem grande. Ainda assim, não se trata de filmagem em primeira pessoa.

Anora não deixa de ser um conto de fadas da vida real, onde Ani, uma pessoa pobre, chama a atenção de um "príncipe rico" que pode mudar sua vida completamente, "salvando-a" da miséria. Mas ainda que este "conto de fadas" de Anora seja bem mais real, ou seja, você assiste todo o filme torcendo pela protagonista, mas no fundo sabe que as chances de um final feliz são baixas, para mim o roteiro toma uma certa liberdade poética ao fazer os "capangas" da família de Ivan serem tão "bonzinhos". Ok, eu entendo que os russos não estavam no país deles, e que não necessariamente por serem milionários eles saem por aí cometendo crimes... mas ainda assim, no mundo verdadeiramente real, para mim Anora teria um tratamento bem pior.

Como conclusão, não vejo Anora como um filme excepcional, a ponto de merecer vencer o Oscar de Melhor Filme, mas ainda assim, ele vale a muita a pena assistir por ser fora do padrão. Quanto a atuação de Mikey Madison, a mesma coisa... não é excepcional mas está muito bem. É muito bacana ver ela brigar com unhas e dentes (e convencer que está fazendo isso) para manter sua posição e com isso comover o espectador.

Ah, a cena final de Anora é excelente e muito impactante. Você vai se lembrar dessa minha frase quando ver o filme. Nota: 7,0

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