"Suave e agradável de assistir, Woody Allen presta sua homenagem a Paris"
Woody Allen por diversas vezes idolatrou sua cidade natal, Nova York. Desta vez, entretanto, sua apologia é para a Cidade-Luz, Paris. E me surpreendeu a maneira com que ele faz isto, já que se trata de um filme com toques de ficção científica e fantasia.
O personagem principal, protagonizado por Owen Wilson, é um escritor apaixonado pelos tempos antigos. E, em meio a crises de noivado, eis que de repente ele começa a ter "viagens no tempo", retornando à Paris dos anos 1920. Lá ele encontra e convive com uma lista enorme de artistas: Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dali, Luis Buñuel, etc.
"Suave" é uma palavra que define bem este filme. Afinal, é com muita suavidade que vemos as transições do presente para o passado (e como acontecimentos nos tempos distintos interferem um no outro), que os personagens são apresentados, e que algumas sacadas de humor muito boas aparecem.
É um filme bem agradável para se assistir (e curioso historicamente), mas ao mesmo tempo encontra em sua suavidade seu maior defeito: não possui nenhum climax, nenhuma grande emoção, nem em sua história, nem de seu personagem principal. Por outro lado, além de agradável, a história ainda tem tempo para ensinar sobre o quão equivocados estamos ao pensar que "no passado é que as coisas eram boas". Outro ponto positivo da película, portanto, de nos fazer refletir.
Owen Wilson faz o personagem que seria o próprio Woody Allen. E surpreendentemente foi uma boa escolha para o papel, já que o ator americano consegue não ser irritante, e convence fazendo o estilo "desligado" e "admirado" do personagem. Por outro lado, sua atuação está longe de ser perfeita: ele simplesmente não convence nos momentos em que o personagem estaria sofrendo, ou estaria apaixonado.
Meia-Noite em Paris foi indicado para 4 Oscars. Dentre eles, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original. Até agora assisti apenas 4 dos principais filmes do Oscar deste ano, mas já adianto que se não vejo muita força deste filme para os 2 primeiros prêmios, pelo menos da parte do roteiro, se Allen vencer, o Oscar ficaria em boas mãos.
Antes de eu dar minha nota para o filme, uma ressalva: infelizmente não conheço bem a fundo nenhum dos personagens históricos apresentados. Com certeza, se conhecesse, encontraria mais auto-referências na história e a nota aumentaria.
Nota: 7,5.
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2 comentários:
Ivan, Owen Wilson não atrapalhando já está ótimo, certamente a melhor atuação da carreira...rs Sobre a nota, é melhor que não dependa muito das referências, que devem ajudar, mas não devem ser os pilares de um bom filme.
Mas é um picardinho mesmo... falou, falou, e não sei se vc afinal assistiu este filme ou não.
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