O estadunidense Seth MacFarlane começou sua carreira
artística como animador e escritor de diversos títulos da Cartoon Network. Depois
de alguns anos, em 1999, Seth teve sua primeira grande oportunidade solo, a
estréia da animação “Family Guy” (no Brasil, “Uma Família da Pesada”).
Politicamente incorreto, e de humor absurdamente nonsense, este ainda é sua
criação de maior sucesso, atualmente em sua 10ª temporada nos EUA.
Com “Ted”, MacFarlane tem sua estréia em filmes live-action.
Ele é o diretor, co-escritor e dubla as vozes do personagem principal, o
ursinho de pelúcia Ted. A história não tem nada de novo. Ainda menino, o
solitário John Bennet (Mark Wahlberg) pede a uma estrela cadente que seu
ursinho ganhe vida. E voilá! Eles vivem felizes até que John se torna adulto (35
anos, na verdade) e começa um relacionamento sério com Lori Collins (a bela Mila
Kunis). É quando John precisa escolher entre seu amigo peludo ou um casamento
com a namorada.
Confesso, normalmente passaria longe de um filme “mais do
mesmo” como este. Mas, tive a curiosidade de assisti-lo por ser o filme do “criador
de Family Guy”. Gosto bastante do desenho em questão, e ele se manteve
surpreendente e engraçado por muitos anos. Somente nas duas últimas temporadas “Family
Guy” perdeu seu encanto. Suas piadas não são mais engraçadas nem surpreendentes.
Quis tirar a prova e ver se Seth MacFarlane iria voltar a me surpreender, agora
em um novo universo criado por ele.
Infelizmente não foi o que aconteceu. Após apresentados os
personagens, Lori diz a John que o que mais ama nele é que “mesmo após 4
anos de convivência, ele ainda a conseguia surpreender”. Ironicamente, não é
assistindo sua história que espectador partilhará desta sensação. Já que o filme
– mesmo não sendo cansativo - definitivamente não traz nenhuma grande emoção em
seus 106 minutos.
Entretanto, “Ted” ainda traz alguma coisa ou outra
interessante. Por exemplo, o filme faz diversas homenagens aos anos 80. Seja
nos diálogos, nos atores convidados, ou na trilha/efeitos sonoros. Seth também não se esqueceu dos dias atuais.
Piadinhas sobre as celebridades da música Pop atual também estão bastante presentes.
Dá para se dizer que o roteiro traz o caótico humor de “Family
Guy” diluído dentro da estrutura mais tradicional dos filmes de Hollywood. E
assim, seu humor perde força. Há um bom número de boas piadas espalhadas pelo
filme. Mas são todas piadas que no máximo te levarão a sorrir, jamais
gargalhar.
Seth MacFarlane vai bem em sua estréia como diretor (filme e
roteiro possuem poucas falhas), porém aparenta ter mesmo perdido sua principal
qualidade, a de surpreender. Ele parece ter mesmo atingido seu limite, embora que para
grande parte do público isto
seja suficiente. Afinal “Ted” foi bem nas bilheterias estadunidenses e animada
pelos bons resulltados Fox já acertou com MacFarlane a produção de um novo
seriado (também live-action e ainda sem nome) juntamente com os demais
roteiristas de “Ted”. Nota: 5,0.
Nenhum comentário:
Postar um comentário