terça-feira, 1 de outubro de 2013

Crítica - Elysium (2013)

Título: Elysium ("Elysium", EUA, 2013)
Diretor: Neill Blomkamp
Atores principais: Matt Damon, Jodie Foster, Sharlto Copley, Alice Braga, Wagner Moura
Trailerhttp://www.youtube.com/watch?v=6LUwv0in5eo
Nota: 5,5

Pouca ficção científica, muita ação e muitos clichês

Estamos no ano 2154. Os humanos muito ricos vivem confortavelmente em uma enorme estação espacial chamada Elysium. Já a grande maioria das pessoas continuam no planeta superpopulado e em ruínas que é a Terra, que alias possui um visual muito parecido com o que vimos na excelente animação da Pixar, Wall-E.

Este é o cenário de Elysium, o novo filme do diretor sul-africano Neill Blomkamp de apenas 34 anos que fez sucesso recente com seu bom Distrito 9. Mesmo tendo Matt Damon e Jodie Foster como principais protagonistas, o filme é bem atrativo para nós brasileiros por dar também bastante destaque para os brasucas Alice Braga (Eu Sou a Lenda) e Wagner Moura (Tropa de Elite). Este último, em seu primeiro trabalho Hollywoodiano de expressão.

Todo este contexto acima dá a impressão de termos um filme de ficção científica, mas não é o que acontece. Mais do que qualquer outra coisa, Elysium é um filme de ação. O universo ficcional criado por Neill Blomkamp é pouco exibido. Com uma filmagem usando planos curtos, muitos closes e muitos cortes, pouco se consegue ver do cenário ao redor. Cenário aliás que quase sempre é um deserto e/ou uma favela... tornando Elysium uma espécie de Mad Max com algumas poucas naves e robôs.

Na trama, o ex-presidiário Max (Matt Damon) vive sua vida pobre e de reabilitação na Terra quando, ao sofrer um grave acidente, fica doente e com poucos dias de vida. A partir daí, com a ajuda do criminoso Spider (Wagner Moura), ele topa qualquer coisa para subir em Elysium e obter sua cura (na estação espacial a medicina é tão avançada que as pessoas não envelhecem, não ficam mais doentes).

E pelo "topa qualquer coisa" entenda-se cometer crimes de sequestro e viagens clandestinas. Tudo isto portanto, com muita ação. O filme não dá descanso e possui um ritmo frenético do começo ao fim. As cenas de ação vão do razoável ao bom, porém, infelizmente Elysium não evita uma enorme quantidade de clichês, como por exemplo a necessidade de "salvar uma mocinha" (Alice Braga) e um vilão absurdamente malvado que nunca morre (Sharlto Copley - que foi o ator principal em Distrito 9).

Tecnicamente o filme também não empolga. A fotografia não é boa, com algumas cenas tremidas e desfocadas (mas que seguem o propósito de tornar a "correria das ruas" mais real); já a trilha sonora é bacana e mais interessante, porém ela lembra muito os sons da ficção A Origem, de 2010. Originalidade não é mesmo o forte de Elysium.

Em termos de atuações, Matt Damon não convence como o "garoto problema" que deveria ser, mas fora ele os demais atores estão bem, no que se inclui os bons trabalhos de Alice Braga e Wagner Moura. Com mais cenas dramáticas a disposição, a meu ver Alice Braga está melhor que seu compatriota.

Apesar de todos os defeitos acima, Elysium não deixa de ser um filme de ação médio mas bom o suficiente para satisfazer os fãs do gênero. E ver o Brasil nas telas sempre é um atrativo a mais. Nota: 5,5.

PS: o personagem de Matt Damon se chama Max da Costa. Somado ao fato de que o idioma nativo do personagem é o espanhol, não tenham dúvida que para o estadunidense médio Max é um brasileiro. Afinal, a família "da Costa" é famosa no universo de ficção dos EUA: o alter-ego do super-herói brasileiro da Marvel Comics, o Mancha Solar, se chama "Roberto da Costa". Já o alter-ego da super-heroína Fogo, da DC Comics, é a brasileira  Beatriz Bonilla da Costa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fala Ivan, como sempre uma ótima crítica!!
Mas para os leigos como eu, o filme passa uma boa impressão com as cenas de ação e o jeito rápido que se passa. Apesar dos clichês, eu achei o filme bom, gostei dos personagens, da história do fortes (superiores) X fracos (inferiores). A cena em que a Alice Braga tenta ajudar a Jodie Foster que está morrendo e ela nem deixa ser tocada, bem estilo nazista mesmo, deixa isso bem explicito. Minha nota para o filme seria 7 :)
Grande abraço,
Alexandre Carvalho

Ivan disse...

Olá Alexandre! Obrigado por escrever e pelo elogio. Como eu tentei dizer no final da crítica, imagino que o filme agrade quem gosta e espera filme da ação. Que bom que vc gostou mais do filme que eu hehehe. Abraços!

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