segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Crítica - Jogos Vorazes: Em Chamas (2013)

Título: Jogos Vorazes: Em Chamas ("The Hunger Games: Catching Fire", EUA, 2013)
Diretor: Francis Lawrence
Atores principais: Jennifer Lawrence, Woody Harrelson, Josh Hutcherson, Donald Sutherland, Liam Hemsworth, Philip Seymour Hoffman
Trailerhttp://www.youtube.com/watch?v=cKyrXQSsSl4
Nota: 6,0


Mais do mesmo (com menos ação)

Há pouco mais de um ano escrevi em meu blog a crítica sobre Jogos Vorazes. Um filme com altos e baixos, e que cujos tema principal é a crítica aos reality shows e aos governos autoritários.

Em sua continuação, Jogos Vorazes: Em Chamas supreende negativamente em ser absurdamente similar ao filme anterior. Basicamente a única mudança é dar mais enfoque à política do que as lutas na arena. De resto, mais do mesmo.

Na história temos a continuação direta dos eventos do livro anterior. Agora, os jovens vencedores dos últimos Jogos Vorazes: Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) e Peeta Mellark (Josh Hutcherson) são obrigados a fazer um Tour pelas 12 colônias, homenageando os outros escolhidos mortos em batalha.

Durante o Tour percebemos que o casal se tornou um símbolo de resistência ao governo (mais uma prova de que a premissa da franquia é fraca, os Jogos não pacificam ninguém), e portanto, o presidente das colônias – o cruel Snow (Donald Sutherland) – se movimenta pessoalmente nos bastidores (através de ameaças) para transformar Katniss e Peeta em falsos heróis, vendidos ao governo.

Claro que não dá certo, e então é anunciado que os próximos Jogos Vorazes – por serem o 75º (múltiplo de 25) – serão compostos apenas por ex-vencedores... ou seja, lá vão Katniss e Peeta para a mata novamente. Ao contrário do primeiro filme, onde o espaço do filme ocupado pela arena é maior aqui os bastidores ganham mais espaço e tempos pouco “Jogos Vorazes”.

Os erros de roteiro permanecem. Vamos a alguns deles: se o fato dos jogos múltiplos de 25 são tradicionalmente jogos dos ex-campeões, por que eles ficaram tão revoltados e surpresos com o comunicado? Aliás, com todos os participantes protestando contra os jogos, não querendo lutar, por que então ao serem jogados na arena eles voltam a se matar ao invés de simplesmente manter a postura de protesto?

Outro ponto que me incomodou bastante... a primeira coisa que o mentor do casal, Haymitch (Woody Harrelson) fala para os dois ao iniciar os treinamentos é para eles “é que a coisa mais importante é usar este tempo para encontrar aliados” (o que sabemos ser muito bom conselho após ver o primeiro filme). Mas... Por que ele não deu este conselho no primeiro filme? Não faz sentido nenhum!

Tecnicamente o filme é bom e não compromete. Em termos de atuações idem. Mas não gostei da atuação de Jennifer Lawrence. Ela convence como atriz de ação mas não convence como atriz romântica. Pela sua expressão (sempre a mesma, assustada), não sabemos se ela está apaixonada por Peeta, por  Gale (Liam Hemsworth), por nenhum deles, ou por ambos.

Jogos Vorazes: Em Chamas é tão parecido com seu antecessor que se você gostou do primeiro, gostará deste também. Se não gostou tanto do primeiro, não gostará tanto aqui. Não é surpresa que eu também repetirei aqui a nota do filme anterior.

Não sei o que mais me assusta, ver um roteiro / enredo com qualidade duvidosa vender tantos livros e ingressos pra cinema, ou se é o fato deles serem tão elogiados pela crítica. Nota: 6,0.

2 comentários:

Ivan disse...

Graças a uma leitora do meu blog, descobri a questão dos Jogos "múltiplos de 25". Na verdade (e esses jogos são chamados de quaternários) eles são jogos especiais, e cada vez que acontece um tem uma coisa diferente. No 50° ano, foi o dobro de tributos, por exemplo. Já no 75° ano a "novidade" (e era realmente novidade então) foram jogos dos ex-campeões.

Anônimo disse...

O conselho de "Fazer aliados" não foi dado no primeiro filme, pois ninguém queria fazer aliança com eles. O distrito 12 de onde eles viera é conhecido como o distrito dos perdedores, basicamente eles são as lebres a serem caçadas pelos lobos. Falha de roteiro não explicar isso, mas também vejo pelo lado de que, é realmente necessário explicar tudo num filme, não podemos deixar para os espectadores tirarem suas próprias conclusões de algumas coisas?

E na história, a Katnis realmente parece estar apaixonada pelo Gale e pelo Peeta e ao mesmo tempo por nenhum dos dois, é uma personagem bem insossa. Acho que neste aspecto foi mérito da atriz conseguir isso.

Defendendo o livro, esse segundo é realmente um livro de transição, o primeiro mostra 100% os jogos vorazes, vemos muito pouca política. O terceiro é um livro que mostra 100% a política, ação quase zero.
O segundo é o meio termo, ele fica na linha de transição, nem tão jogos vorazes e nem tão guerra política.

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