sexta-feira, 13 de março de 2015

Crítica - Golpe Duplo (2015)

TítuloGolpe Duplo ("Focus", EUA, 2015)
Diretores: Glenn Ficarra, John Requa
Atores principais: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=xv7tlO-4kEg
Nota: 6,0



Pouco Santoro em um filme que começa mal... mas que engrena em seu final

Com um título pessimamente traduzido, Golpe Duplo (ou Focus, no original) é mais um filme cujo marketing tenta explorar para nós brasileiros a presença do ator Rodrigo Santoro. E também mais uma vez a propaganda soa um pouco enganosa, já que a participação do brasileiro é pequena. Não se enganem: este é um filme de Will Smith e Margot Robbie.

Na história, Nicky (Smith) é um golpista profissional de sucesso, que acaba se encontrando com Jess (Robbie), uma golpista iniciante. Ao se encontrarem, ela pede para que ele a aceite em seu bando, o que acaba acontecendo. Após alguns golpes juntos, Nicky acaba sendo contratado pelo milionário argentino Garriga (Santoro) para ajudá-lo a aplicar um golpe em seu maior rival.

De maneira bastante comum, o roteiro se utiliza da "técnica do novato" para nos introduzir a todo o universo comandado por Nicky. Igualmente comum, não demora muito para a "aluna" e "professor" se envolverem. Toda esta parte clichê só acaba quando o personagem de Santoro aparece, e isto acontece apenas na segunda metade do filme. A primeira parte, portanto, é bastante ruim. Os constantes e repetitivos flertes existentes entre o casal não empolgam em momento nenhum; pelo contrário, aborrecem.

Em sua segunda parte, o filme melhora bastante, mais especificamente em seu final. Esta é a grande qualidade de Golpe Duplo: do meio para o fim, somos apresentados a várias reviravoltas, o que surpreende e agrada bastante ao espectador. Mesmo que algumas destas "surpresas" sejam um pouco "exageradas", não comprometem o resultado.

Tecnicamente falando, a grande qualidade de Golpe Duplo é a fotografia, bem bonita - ainda mais quando o que se está sendo "fotografado" é a belíssima atriz australiana Margot Robbie, que já arrancou suspiros em O Lobo de Wall Street (2013). Outro ponto técnico digno de atenção, porém negativo, é a trilha sonora, que curiosamente é muito bonita, composta de músicas blues, folk e latina. O problema portanto não são as músicas, e sim o seu excesso. Quase toda cena tem fundo musical - e isto é mais forte no início do filme - o que apenas serve para reforçar o aborrecimento ao assistir o primeiro ato.

Will Smith e Margot Robbie atuam muito bem, tenho que reconhecer. Já Rodrigo Santoro... é difícil fazer qualquer avaliação devido seu pouco tempo na tela. De qualquer forma, não deixa de ser curioso ver ele falar em um inglês com sotaque espanhol. Certamente muita gente dos EUA, assistindo a Golpe Duplo, vai achar que ele realmente é argentino.

O resultado final de Golpe Duplo acaba sendo o "padrão" dos filmes dirigidos pela dupla de diretores Glenn Ficarra e John Requa, que também fizeram O Golpista do Ano (2009) e Amor a Toda Prova (2011), ou seja, são filmes legais, mas nada muito além disto. Talvez a principal diferença entre Golpe Duplo e os dois filmes anteriormente citados é que este tem menos humor, embora insista em algumas piadas. Algumas funcionam, outras não.

Com início clichê e um bom final, Golpe Duplo deverá agradar o público principalmente porque sua conclusão é inteligente e satisfatória o suficiente para levar as pessoas saírem do cinema com um sorriso no rosto. Nota: 6,0

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