quarta-feira, 11 de março de 2015

Crítica - Para Sempre Alice (2014)

Título: Para Sempre Alice ("Still Alice"EUA / França, 2014)
Diretores: Richard Glatzer, Wash Westmoreland
Atores principais: Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart, Kate Bosworth, Hunter Parrish
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=1j_ZWDt764g
Nota: 7,0



Bonito, interessante, contido

Para Sempre Alice (ou Still Alice, no original), é baseado em um livro de mesmo nome escrito em 2007 por Lisa Genova. A história conta a vida de Alice (Julianne Moore), linguista e professora universitária com seus 50 e poucos anos. Casada com o também professor John (Alec Baldwin) e com três filhos já adultos: Anna (Kate Bosworth), Tom (Hunter Parrish) e a caçula Lydia (Kristen Stewart), ela leva uma vida feliz e bem sucedida até que começa a ter problemas de memória. O diagnóstico: Alzheimer.

É então que passamos a acompanhar Alice ao longo de sua trajetória contra a doença: desde o diagnóstico, passando pelos primeiros sintomas relevantes, e por fim, o constante agravamento do mal e o como isto afeta sua vida, sua personalidade, seus familiares.

O mais chocante em Para Sempre Alice é justamente o fato da protagonista ser uma pessoa jovem e muito inteligente, bastante entendedora do funcionamento do cérebro e dos impactos da doença. Ela é bem familiarizada com tecnologia, mas mesmo com o auxílio da mesma, não consegue progressos significativos. E pior: Alice tem plena consciência que não vai perder apenas memórias, mas que também irá perder quem ela é. Isto é o mais trágico e devastador.

A história é basicamente esta, vemos cena após cena as novas maneiras de esquecimento que Alice sofre. Em algum certo ponto no meio do filme isto fica levemente repetitivo, mas não é algo que incomode, até porque o roteiro é bom o suficiente para nos apresentar certo suspense e também, mostrar outras coisas, como por exemplo a interação dela com seus familiares mais próximos.

Por esta atuação, Julianne Moore venceu o Oscar de Melhor Atriz 2015 e ela é, de fato, muito boa intérprete. Foi portanto um prêmio merecido, apesar que suas concorrentes também estivessem no mesmo nível. Ela é a melhor coisa do filme, mas mesmo assim, não posso dizer que ela "carrega o filme nas costas", pois tanto sua atuação quanto o roteiro são de certa forma contidos. Não há grandes dramas... tanto a atriz quanto o roteiro parecem estar em constante reflexão e contemplação.

Ainda sobre atuações, Alec Baldwin e Kristen Stewart competem por quem é menos expressivo na tela. Ok, a eterna Bella até dá alguns sorrisos no final do filme. Já o senhor Baldwin realmente me intriga: a sensibilidade digna de um tronco de árvore que ele apresenta é mesmo uma atuação, ou seria pura incapacidade de se expressar? Educadamente, não vou dizer o que acho.

O final é um bocado abrupto, mas no entanto, não deixa de ser interessante ao nos dar insumos para comparar os sonhos que Alice tinha para ela e sua família no início do filme, e o que destes sonhos foram realizados ou não até o desfecho do longa.

Para Sempre Alice não é um filme tão fácil para assistir devido seu tema: doença terminal. Mas ao mesmo tempo, por ser contido, ele leva o espectador mais a reflexão do que ao sofrimento. Por isto, não deixa de ser uma história interessante e educativa. Nota: 7,0.

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