Diretor: Alfonso Gomez-Rejon
Atores principais: Thomas Mann, RJ Cyler, Olivia Cooke
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=djL-sKoC3oI
Nota: 8,0
Nota: 8,0
Belíssimo filme adolescente sobre amizade e dor
Mais uma excelente produção que não chega aos cinemas brasileiros. Filme que chegou em nosso país neste mês de fevereiro (através de streamings como Youtube ou Telecine On), em um primeiro momento, o filme Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer pode parecer ser apenas uma versão indie do sucesso A Culpa é Das Estrelas. Ambos os filmes são baseados em livros e a história é sobre uma garota adolescente com câncer.
Entretanto, Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer é bem mais complexo que A Culpa é Das Estrelas, e as diferenças entre eles são muito grandes. Para começar, aqui não temos um romance. É um filme sobre amizade. Greg (Thomas Mann) até pode ter se apaixonado em algum momento pela moribunda Rachel (Olivia Cooke), mas o sentimento dele por ela vai além disto. E a esquisita amizade de Earl (RJ Cyler) com os dois também é bastante explorada.
Outra grande diferença de Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer é seu formato não convencional, mais "descolado", mais bem humorado, e que possui algumas semelhanças com os filmes do diretor Wes Anderson. O filme é narrado por Greg, que dialoga com o expectador, divide o filme em capítulos, conta com vários personagens exóticos, e por exemplo ilustra algumas metáforas com cenas de animação stop-motion.
É bastante satisfatório perceber que embora o filme se passe no mundo adolescente dos high school (colegial) e tenha todos os personagens clichês do gênero, o roteiro fuja do lugar comum. O trio principal (Greg, Earl e Rachel) é bem menos estereotipado que os demais alunos; ou seja eles estão inseridos em um mundo clichê sem serem clichês.
Há muitas sub-tramas coexistindo de maneira natural dentro de Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer. Ao mesmo tempo que vemos o drama da doença de Rachel, vemos por exemplo os dramas da vida de Greg que vão além do relacionamento entre eles dois. O filme consegue encaixar temas como o amadurecimento; e antes mesmo de conviver com a garota Greg já era uma pessoa infeliz, com dificuldade para fazer amigos.
Greg, Rachel e Earl, todos possuem claramente problemas, mas vemos todos eles sobre o ponto de vista de Greg (o verdadeiro protagonista). Ao dar mais destaque aos "bobos" problemas de um garoto branco de classe média-alta, o filme acaba se tornando irônico e auto-crítico.
Como bônus, aprendemos que Greg e Earl refilmam em casa filmes clássicos do cinema. Do Laranja Mecânica de Kubrick vem o "Laranja Meiacânica", e assim vai. Embora sejam exibidos apenas pequenos flashes destas produções caseiras, o pouco que vemos já diverte bem qualquer cinéfilo.
Além de bons roteiro e atuações, Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer também agrada tecnicamente. A fotografia - imagens bastante coloridas - é bem bonita, e a trilha sonora é leve, e bem gostosa de ouvir.
Se todos os elogios que teci até agora não te convenceram, saibam que o final é tocante... e além de despertar bastante a emoção, ele também desperta seu raciocínio. Sabem aqueles filmes, onde no final todas as peças se encaixam e você sente aquele prazer intelectual de ver que o quebra-cabeças foi montado com perfeição? Pois é. O mesmo ocorre aqui, com a diferença que você nem sabia que havia algum quebra-cabeça nele (risos). Aliás, o encerramento do filme é consideravelmente diferente do encerramento do livro. Mas como o autor do livro (Jesse Andrews) também assina o roteiro do filme, não dá para falar que houve distorção da obra original.
Duplamente vencedor no Festival de Sundance de 2015 (Melhor Drama eleito pelo Público e pelo Grande Juri), Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer é diferente e belíssimo. Nesta enxurrada atual de filmes adolescentes que temos nos cinemas - grande parte de qualidade duvidosa - este sim deveria ser um filme que os jovens (e pessoas de todas as idades) deveriam assistir. Nota: 8,0
Entretanto, Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer é bem mais complexo que A Culpa é Das Estrelas, e as diferenças entre eles são muito grandes. Para começar, aqui não temos um romance. É um filme sobre amizade. Greg (Thomas Mann) até pode ter se apaixonado em algum momento pela moribunda Rachel (Olivia Cooke), mas o sentimento dele por ela vai além disto. E a esquisita amizade de Earl (RJ Cyler) com os dois também é bastante explorada.
Outra grande diferença de Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer é seu formato não convencional, mais "descolado", mais bem humorado, e que possui algumas semelhanças com os filmes do diretor Wes Anderson. O filme é narrado por Greg, que dialoga com o expectador, divide o filme em capítulos, conta com vários personagens exóticos, e por exemplo ilustra algumas metáforas com cenas de animação stop-motion.
É bastante satisfatório perceber que embora o filme se passe no mundo adolescente dos high school (colegial) e tenha todos os personagens clichês do gênero, o roteiro fuja do lugar comum. O trio principal (Greg, Earl e Rachel) é bem menos estereotipado que os demais alunos; ou seja eles estão inseridos em um mundo clichê sem serem clichês.
Há muitas sub-tramas coexistindo de maneira natural dentro de Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer. Ao mesmo tempo que vemos o drama da doença de Rachel, vemos por exemplo os dramas da vida de Greg que vão além do relacionamento entre eles dois. O filme consegue encaixar temas como o amadurecimento; e antes mesmo de conviver com a garota Greg já era uma pessoa infeliz, com dificuldade para fazer amigos.
Greg, Rachel e Earl, todos possuem claramente problemas, mas vemos todos eles sobre o ponto de vista de Greg (o verdadeiro protagonista). Ao dar mais destaque aos "bobos" problemas de um garoto branco de classe média-alta, o filme acaba se tornando irônico e auto-crítico.
Como bônus, aprendemos que Greg e Earl refilmam em casa filmes clássicos do cinema. Do Laranja Mecânica de Kubrick vem o "Laranja Meiacânica", e assim vai. Embora sejam exibidos apenas pequenos flashes destas produções caseiras, o pouco que vemos já diverte bem qualquer cinéfilo.
Além de bons roteiro e atuações, Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer também agrada tecnicamente. A fotografia - imagens bastante coloridas - é bem bonita, e a trilha sonora é leve, e bem gostosa de ouvir.
Se todos os elogios que teci até agora não te convenceram, saibam que o final é tocante... e além de despertar bastante a emoção, ele também desperta seu raciocínio. Sabem aqueles filmes, onde no final todas as peças se encaixam e você sente aquele prazer intelectual de ver que o quebra-cabeças foi montado com perfeição? Pois é. O mesmo ocorre aqui, com a diferença que você nem sabia que havia algum quebra-cabeça nele (risos). Aliás, o encerramento do filme é consideravelmente diferente do encerramento do livro. Mas como o autor do livro (Jesse Andrews) também assina o roteiro do filme, não dá para falar que houve distorção da obra original.
Duplamente vencedor no Festival de Sundance de 2015 (Melhor Drama eleito pelo Público e pelo Grande Juri), Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer é diferente e belíssimo. Nesta enxurrada atual de filmes adolescentes que temos nos cinemas - grande parte de qualidade duvidosa - este sim deveria ser um filme que os jovens (e pessoas de todas as idades) deveriam assistir. Nota: 8,0
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