segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Crítica - Atômica (2017)

TítuloAtômica ("Atomic Blonde", Alemanha / EUA / Suécia, 2017)
Diretor: David Leitch
Atores principais: Charlize Theron, James McAvoy, Eddie Marsan, John Goodman, Toby Jones, James Faulkner, Roland Møller, Sofia Boutella, Bill Skarsgård
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=CpF1ejZeLsE
Nota: 7,0
Bom filme de ação e espionagem com um plano-sequência exepcional

Baseado em uma Graphic Novel de 2012, Atômica mostra uma semana da agente secreta do MI6 Lorraine Broughton (Charlize Theron) em ação em Berlin, 1989, onde a cidade vive a iminência da derrubada de seu famoso Muro. Sua missão, entretanto, não é fácil. Ela precisa recuperar um microfilme que contém a identidade de todos os espiões soviéticos da atualidade, incluindo a do desconhecido Satchel, agente duplo que traiu a Coroa há alguns anos. Para ajudá-la nesta missão quase suicida, ela se une a David Percival (James McAvoy), agente inglês responsável por Berlin.

Com o grande quantidade de filmes de espionagem sendo produzida atualmente, como Atômica se diferencia? Bem, a começar que temos enfim neste gênero uma protagonista mulher. E que mulher! Lorraine/Charlize protagoniza ótimas cenas de ação que não ficam devendo para qualquer personagem masculino. A bela Charlize, aliás, dispensou dublês em suas cenas e encerrou as filmagens literalmente com dezenas de hematomas e dois dentes quebrados.

Outro diferencial em Atômica é sua trilha sonora. Com a preocupação da produção em marcar a história no tempo (ou seja, mostrar como era o mundo em 1989), o filme traz uma extensa - e excelente - trilha sonora de músicas agitadas da década de 80.

Como filme de espionagem, Atômica é completo: bastante adrenalina, boas cenas de luta (que aliás, não acontece à toa: o diretor David Leitch, aqui dirigindo seu primeiro longa metragem, também foi dublê e diretor de dublês de franquias como Bourne e The Matrix), algumas intrigas, reviravoltas e suspense. É muito bacana ver, por exemplo, que passamos o filme todo sem saber se Percival (McAvoy), afinal de contas está ou não do lado dos "mocinhos".

O ponto alto do filme é o espetacular plano-sequência de ação com cerca de 8 minutos de duração. Rodado em um prédio alemão real, dentro de pequenos apartamentos e vários lances de escadas, esta tomada se encontra facilmente entre as melhores cenas de ação realizadas nos últimos anos. Vemos sem corte de câmera lutas incessantes e nos sentimos, mais do que nunca, como se estivéssemos dentro do filme presenciando toda aquela violência. Este genial plano-sequência só tem um defeito: não é real. A cena em si tem vários cortes, unidos principalmente através de CGI. Ainda assim, o resultado final é perfeito, e os cortes, absolutamente indetectáveis.

A pesar contra o filme, o roteiro de Atômica é fraco e faz pouco sentido - mesmo sendo bem sucedido em manter o clima de suspense - e possui alguns coadjuvantes clichês e de qualidade duvidosa.

Para quem gosta de filmes de ação e espionagem, Atômica é diversão garantida. E é mais um exemplo que as mulheres merecem também seu espaço em filmes de ação. Nota: 7,0.

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