domingo, 14 de outubro de 2018

Crítica - Nasce uma Estrela (2018)

Título: Nasce uma Estrela ("A Star Is Born", EUA, 2018)
Diretor: Bradley Cooper
Atores principais: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott, Andrew Dice Clay, Rafi Gavron, Anthony Ramos, Dave Chappelle, Greg Grunberg
Trilha sonora e a química do casal protagonista encantam

Em Nasce uma Estrela, filme onde o ator Bradley Cooper estréia na direção, acompanhamos a história de Jack Maine (Cooper), um famoso cantor de rock já em declínio, e Ally (Lady Gaga) uma cantora-compositora desconhecida. Jack é alcoólatra, e em uma de suas idas a bares ouve Ally cantando, onde não só se apaixona pela garota, como tenta levá-la ao estrelato musical.

Este filme de 2018 já é a quarta versão da mesma história ficcional criada para o filme Nasce uma Estrela de 1937. Depois do filme original, também tivemos a versão de 1954 estrelando Judy Garland, e a de 1974 estrelando Barbra Streisand, considerada a mais fraca versão de todas. Os quatro filmes possuem enredos bem parecidos, sendo a maior diferença entre eles é que enquanto nos dois primeiros filmes o casal tenta sua sorte no mundo do cinema, nos dois mais recentes a trama se passa no mundo da música.

Ainda que este novo Nasce uma Estrela proporcione vários momentos belíssimos, realmente comoventes e emocionantes, considero seu resultado final irregular.

O melhor do filme são as cenas no palco, com a dupla cantando perante o público em grandes shows. Entretanto estas partes acontecem todas no primeiro arco da história; ou seja, seus dois últimos terços não são tão bons como o primeiro. Soma-se a isso o fato do ritmo alucinante da primeira parte contrastar com a lentidão do restante do filme; desta maneira, temos um considerável problema de ritmo no filme como um todo.

É realmente incrível, bonito e convincente a química dos dois atores principais em tela. Parece verdadeiramente que ambos estão muito encantados um com o outro. Porém, quando ambos não estão juntos em cena a atuação de ambos cai em qualidade. Ainda são boas atuações, mas Lady Gaga não vai tão bem nas cenas dramáticas, enquanto Cooper exagera nas poses e trejeitos.

Já em termos musicais, a dupla merece mais elogios. É realmente Bradley Cooper quem canta e ele não decepciona. Ainda mais impressionante é que o canto nos shows foi gravado ao vivo, sem retoques. E, finalmente, Lady Gaga canta maravilhosamente bem, assim como também é ela a compositora de parte das músicas do filme. As canções em Nasce uma Estrela são de arrepiar e não me espantará em nada se este filme re-turbinar em muito a carreira da jovem cantora estadunidense.

Até por se tratar de uma estréia na direção, Cooper faz um bom trabalho. Ele é corajoso e se arrisca em alguns momentos. Por exemplo, há um plano sequencia longo e muito bem feito, impressionante! Apesar disto houve alguns momentos que não me agradaram, em especial uma cena em que ele copia descaradamente o "surto" de seu personagem do mesmo jeito que foi feito em Birdman. O "plágio" me incomodou bastante.

Mesmo não tendo me empolgado muito, Nasce uma Estrela tem sido bastante elogiado pela crítica especializada. E mesmo que você leitor tenha opinião parecida com a minha, saiba que o filme já vale só pela trilha sonora e seus momentos de maior drama. Pegue seus lenços e vá assistir! Nota: 7,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...