domingo, 6 de outubro de 2019

Crítica - Rambo: Até o Fim (2019)

TítuloRambo: Até o Fim ("Rambo: Last Blood", Bulgária / Espanha / EUA, 2019)
Diretor: Adrian Grunberg
Atores principais: Sylvester Stallone, Yvette Monreal, Adriana Barraza, Sergio Peris-Mencheta, Óscar Jaenada, Paz Vega, Fenessa Pineda
Ruim, porém não a tragédia que estão anunciando

Rambo: Até o Fim, o quinto e (provavelmente) último filme da franquia Rambo, ganhou bastante repercussão da mídia mundial, em geral fortes críticas. Dentre elas, a que o filme é péssimo como história, muito violento, e finalmente, que como os vilões são mexicanos, seria um "apoio" à ideologia do presidente dos EUA Donald Trump de impedir a qualquer custo imigrações, principalmente dos latinos.

Vamos de imediato fazer justiça ao filme: em primeiro lugar Rambo: Até o Fim tem mesmo uma história rasa e é sim ruim, mas está longe desta tragédia descrita por parte da crítica. Posso garantir que para quem gosta de filmes de ação, o novo Rambo até entretém. Em segundo lugar, o "Rambo 5" é sim bastante violento; porém ele é tão violento (ou até menos) que o filme anterior, Rambo IV, de 2008. E ninguém fez escândalo sobre a violência do filme naquela época. Por que então Rambo: Até o Fim gerou tanta polêmica agora? Porque vivemos em um mundo bem mais chato e cheio de mimimi.

E, finalmente, quanto a questão dos mexicanos. Para mim Rambo: Até o Fim não fala mal deles, e em nenhum momento concorda com o de xenofobismo de Trump. É verdade que o México é retratado como um lugar selvagem, sujo e sem lei... e isto até merece algumas críticas. Porém Hollywood já mostrou a América Latina desta maneira milhares de vezes, sem maiores repercussões. E principalmente, em nenhum momento o povo mexicano é ofendido: fica bem claro, pela visão do filme, que existem pessoas boas e más, sendo que a avó e garota que moram com Rambo (elas também são mexicanas) são pessoas boas, habilidosas e corajosas... além de que Rambo as ama como se fosse sua própria família.

Na história, John Rambo (Sylvester Stallone) vive em paz (mais ou menos) em sua fazenda no Arizona, juntamente com Maria (Adriana Barraza) e a jovem Gabrielle (Yvette Monreal). Órfã de mãe, e abandonada pelo pai, Gabrielle acaba descobrindo que seu pai está no México, e parte sozinha para lá com o objetivo de confrontá-lo. Neste meio tempo, Gabrielle é capturada por um cartel mexicano para ser vendida como prostituta. É então que Rambo vai ao México para resgatá-la.

O "mais ou menos" do parágrafo acima acontece pois Rambo é mostrado como uma pessoa perturbada, que se auto condena diariamente por todos os amigos - e até mesmo estranhos - que "deixou morrer" ao longo de suas aventuras. E da-lhe flashbacks mal feitos que só prejudicam a história do filme e do personagem - até porque, em teoria, Rambo termina o filme anterior com certa paz interna.

A história de Rambo: Até o Fim é absurdamente genérica como filme de ação. Na verdade, ao invés de Rambo poderíamos ter qualquer personagem; a única coisa realmente "Rambo" do filme são as armas e armadilhas usadas por ele para matar os vilões. Nisto temos praticamente um resgate de tudo o que o ex-soldado utilizou nos quatro filmes anteriores, o que é uma agradável lembrança.

Apesar da história fraca e clichê, quem gosta de filmes de violência e vingança também não tem muito do que reclamar. Dá para assistir Rambo: Até o Fim sem sofrimento e com certo envolvimento, já que pelo menos o filme consegue fazer com que nos preocupemos genuinamente com os personagens.

Com seus 73 anos, Sylvester Stallone continua tentando manter-se na ativa com seus sucessos do passado. Após "reviver" Rambo depois dele ter se despedido 11 anos atrás, agora Stallone quer fazer mais um filme do Rocky. Para o seu bem, e de seu melhor personagem, que isto não aconteça. Já que Sly não quer se aposentar, que ele continue sua carreira em franquias novas, e não dando finais indignos para os personagens que tanto amamos no passado. Nota: 5,0

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