sábado, 15 de janeiro de 2022

Crítica - King Richard: Criando Campeãs (2021)

Título: King Richard: Criando Campeãs ("King Richard", EUA, 2021)
Diretor: Reinaldo Marcus Green
Atores principais: Will Smith, Aunjanue Ellis, Jon Bernthal, Saniyya Sidney, Demi Singleton, Tony Goldwyn, Mikayla Lashae Bartholomew, Daniele Lawson, Layla Crawford
Nota: 7,0

História da "família Williams" é inspiradora e real, porém maquiada

King Richard: Criando Campeãs estreou nos cinemas brasileiros em Dezembro de 2021, e cerca de um mês depois estreou em nosso país via HBO Max. Como o título do filme não esconde, trata-se da história de como Richard Williams (Will Smith) moldou as suas filhas Venus (Demi Singleton) e Serena Williams (Demi Singleton) de uma infância pobre para duas das melhores tenistas de todos os tempos.

A história mostra a vida da família Williams, dando foco em primeiro lugar em Richard, em segundo lugar em Venus, em terceiro lugar na mãe Oracene (Aunjanue Ellis), e só em quarto lugar, com pouco destaque, à Serena. Em linhas gerais, vemos um Richard que sofreu muito ao longo da vida, devido ao racismo e a pobreza, a se transformar em alguém muito obcecado em transformar suas duas filhas com Oracene na salvação financeira da família.

Muitas vezes filmes que contam histórias de personagens reais costumam ser um pouco fantasiosas... e no caso de King Richard: Criando Campeãs isso não acontece. Aqui, felizmente, a história contada é bastante real. Cada evento, em linhas gerais, aconteceram como descrito, o que apenas reforça como a história da família Williams é emocionante e inspiradora.

Há apenas duas "distorções" nos fatos que considero relevante citar... o episódio em que Richard pega uma arma para se vingar dos jovens que o surraram é exagerada (mas aconteceu), e o discurso dele de que Venus e Serena seriam inspiração para as jovens afrodescendentes do mundo. Não é verdade: Richard entrou nisso apenas pelo dinheiro.

Mas o que realmente prejudica a história de King Richard: Criando Campeãs não é o que ela conta, e sim, o que ela não conta. Se tudo o que vimos é "verdade", ao mesmo tempo só vemos o lado "bom" de Richard e de seu relacionamento com suas filhas. O pai Williams era absurdamente duro com Venus e Serena (elas não tinham direito a ter namorados, por exemplo), mas nenhum momento a vemos sofrer ou reclamar com os excessos do pai... parecem estarem felizes o tempo todo. Além disso, Richard tinha vários problemas de humor e de comportamento; possuía várias relações extraconjugais e com isso chegou a ter mais de uma dezena de filhos... sendo que só se importava com Venus e Serena. O filme não mostra nada disso... e em dado momento há um diálogo em que Oracene diz que só não abandonou Richard por causa das filhas. Oras, pelo que o filme mostrou o diálogo nem faz sentido... mas pelo que não é mostrado, tudo ganha novo significado.

Essa "passada de pano" no lado ruim de Richard tem dupla explicação... a primeira é que as irmãs Venus e Serena são produtoras do filme; e a segunda é que isto torna King Richard: Criando Campeãs uma obra bem mais agradável para assistir e para todos os públicos. Soma-se a isso o já famoso grande carisma de Will Smith e mais uma de suas grandes atuações (pela qual ele acaba de receber o Globo de Ouro), e o resultado é um filme que irá divertir uma grande variedade de público. Nota: 7,0

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