segunda-feira, 6 de junho de 2022

Crítica - Top Gun: Maverick (2022)

Título: Top Gun: Maverick (idem, China / EUA, 2022)
Diretor: Joseph Kosinski
Atores principaisTom Cruise, Jennifer Connelly, Miles Teller, Val Kilmer, Bashir Salahuddin, Jon Hamm, Charles Parnell, Monica Barbaro, Lewis Pullman, Glen Powell
Nota: 8,0

Tom Cruise continua sendo o maior nome do cinema de ação da atualidade

Tom Cruise sempre gostou de dispensar dublês nas cenas de ação, em especial na franquia Missão: Impossível. Mas foi a partir do Missão Impossível 4, em 2011, que o astro resolveu levar sua preferências a outro patamar, quando escalou o maior prédio do mundo, em Abu Dhabi, se pendurando do lado de fora a mais de 800m de altura. A partir daí o ator estadunidense começou, para cada novo filme, inventar uma nova peripécia diferente e transformar suas atuações de perigo na principal campanha promocional de suas produções. E - a melhor notícia para seu público - é que suas "loucuras" foram acompanhadas de filmes de ótima qualidade.

Com Top Gun: Maverick a história não foi diferente. Desta vez Tom Cruise levou vários atores junto com ele para dentro do cockpit dos jatos de guerra atuais, e todas as cenas de batalha e acrobacia áreas do filme são reais. Foram meses de treinamento, e ainda que os atores na vida real não "pilotem" os caríssimos caças, eles estão de fato lá dentro, sofrendo os devastadores efeitos de variação de direção e aceleração. Assistir Top Gun: Maverick nos cinemas dá uma sensação muito grande de realismo, e é um deleite para fãs de aviação e de filmes de guerra.

Na história desta continuação do filme de 1986 (sim, se passaram 36 anos), Maverick (Tom Cruise) continua na ativa como piloto, já que não conseguiu evoluir na carreira militar devido seu histórico de indisciplinas, e então é convocado pelo Almirante Iceman (Val Kilmer) para ser o professor de uma nova equipe de pilotos prodígio para prepará-los em um ataque quase impossível contra uma base inimiga. Dentre os alunos se encontra Rooster (Miles Teller), que odeia Maverick e é filho do falecido Goose, o antigo melhor amigo do protagonista.

Os dois primeiros atos de Top Gun: Maverick até são interessantes, possuem boas cenas de ação aérea, e se baseiam no treinamento dos pilotos. Mas ao mesmo tempo, é uma parte do filme que usa bastante (até demais) da nostalgia, flashbacks e homenagens ao filme anterior. O roteiro consegue ser bem sucedido ao nos fazer importar com a história dos personagens principais, mas ao mesmo tempo, perde pontos ao "elogiar" a atmosfera machista e arrogante dos anos 80. O mundo evoluiu, mas o pensamento dos personagens e roteiristas de Top Gun, não.

Já o ato final de Top Gun: Maverick é simplesmente espetacular. As lutas entre os caças são realmente muito emocionantes, fora outros fatos extras que não vou citar aqui para não dar spoiler. Se prepare para ficar pelo menos 20 minutos grudado na poltrona, tenso, preocupado e ao mesmo deslumbrado com tudo o que está vendo.

Top Gun: Maverick é um filmão e um dos melhores filmes do ano até agora. E, claro, é um filme que só faz sentido ser assistido nos Cinemas. Não cravo como "o" melhor filme do ano como muitos têm feito justamente pelo roteiro digamos "antiquado" dos dois primeiros atos. Ainda assim, todo o filme é melhor que o Top Gun original, do começo ao fim. Talvez a única coisa que esse novo Top Gun seja inferior ao primeiro filme é a trilha sonora, mas ainda assim ela é boa, não há nenhum demérito nela... pelo contrário.

Top Gun: Maverick já é uma das melhores bilheterias da bem sucedida carreira de Tom Cruise e ele certamente merece esse retorno. Não apenas pelo que ele continua fazendo pelos filmes de ação, e por continuar a dar motivos convincentes as pessoas para sair de casa e ir até os cinemas. Mas também pela oportunidade dada a Val Kilmer. Tom só aceitou voltar se Val tivesse um papel importante no filme, e Kilmer - que teve câncer na garganta na vida real - após tratamentos e traqueostomia, praticamente não consegue mais falar (as vozes dele no filme são feitas foram simulações por computador). Um gesto muito bonito de Cruise, que merece ser citado. Nota: 8,0

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