segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Crítica - Tár (2022)

TítuloTár (idem, EUA, 2022)
Diretor: Todd Field
Atores principaisCate Blanchett, Noémie Merlant, Nina Hoss, Sophie Kauer, Mark Strong, Mila Bogojevic
Nota: 6,0

Cate Blanchett se transforma mais uma vez para outra grande atuação

Tár é um filme de drama ficcional que nos apresenta Lydia Tár (Cate Blanchett), música e compositora estadunidense que há vários anos é a condutora da prestigiada Orquestra Filarmônica de Berlim. O filme traz Lydia retomando sua carreira "pública" interrompida pela pandemia de Covid, com ela se preparando para fazer uma apresentação e gravação ao vivo da Sinfonia No. 5 de Mahler. Acompanhamos então algumas semanas da vida de Tár a partir daí, onde ela passa por problemas profissionais e pessoais.

De longe, a melhor coisa de Tár é a atuação de Cate Blanchett. Uma das melhores e mais versáteis atrizes de seu tempo, não só Cate está incrível como sempre, mas também para este papel ela teve que reaprender a tocar piano, falar alemão, e também a conduzir orquestras; sim, as cenas em que ela conduz orquestras são reais, impressionante. Das seis indicações ao Oscar que Tár recebeu, a de Melhor Atriz para Blanchett é a mais justa.

A história em si até é interessante, e contada de um jeito incomum. Por exemplo, não temos em Tár qualquer trilha sonora incidental. Outro aspecto atípico é que mesmo estando nós, espectadores, "bem perto" de Lydia por 2 horas, a história é contada com tal distanciamento que se torna difícil fazer algum julgamento da protagonista, seja positivo ou negativo. Pelo comportamento de Tár vemos que ela não é uma boa pessoa, e portanto quase certamente culpada de todas as coisas que lhe acusam... mas ela é acusada do que exatamente? O filme não fala nem mostra. Trazer muitos termos e detalhes do universo das orquestras e maestros também é outro aspecto que afasta Tár do público, gerando até uma certa indiferença para quem assiste.

Portanto, mesmo sendo um drama, Tár acaba se tornando uma experiência bem mais intelectual e filosófica do que dramática, questionando o quanto devemos separar a pessoa de sua obra, mas sem dar nenhuma resposta, e nem se preocupar em nos fazer ter qualquer desejo ou sentimento de procurar por ela.

Tár acaba não ganhando nota muito alta minha devido sua "frieza" como história, ainda que interessante. E mais uma vez, é outro filme que vale a pena especialmente por causa de Cate Blanchett. Nota: 6,0


PS: como curiosidade, no filme (e também no trailer) é dito que Lydia Tár é a 15ª pessoa a se tornar um EGOT, ou seja, vencedora de pelo menos um prêmio Emmy (TV), Grammy (Música), Oscar (Cinema) e Tony (Teatro). No mundo real, o 15º a atingir este feito foi John Legend, em 2018. Atualmente, a lista de EGOTs do mundo é composta de 18 pessoas, sendo o mais novo membro a fantástica Viola Davis, que entrou na lista ONTEM (5 de Fev de 2023), ao levar um Grammy na categoria Melhor Gravação de Audio Book ou Storytelling por seu livro Finding Me.

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