Encerrando a safra 2024 de críticas de filmes do Cinema Vírgula, trago duas críticas que compartilham algumas características em comum. As duas são de filmes-continuação de grandes franquias associadas a Ridley Scott, e cujos resultados finais entretiveram, mas ainda assim ficaram abaixo do que poderiam ser. Leiam a seguir o que mais eu achei de cada uma destas produções.
Diretor: Fede Álvarez
Atores principais: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux, Isabela Merced, Spike Fearn, Aileen Wu
Sendo uma nova tentativa de reiniciar a franquia Alien, Alien: Romulus começa bem, sem premissas mirabolantes e se passando cronologicamente entre o primeiro e segundo filmes da série. Logo de início temos de maneira bem feita fortes críticas à exploração capitalista e ganância das grandes corporações (algo bem presente em Alien) e ao racismo; sendo ambos assuntos bem relevantes atualmente.
O filme é desenvolvido com um bom clima de suspense do início a seu fim, e temos um desenvolvimento dos personagens simples mas eficiente, o que é suficiente para que nos importemos com eles. Como um todo, Alien: Romulus entretém e faz o que se espera de um filme desta franquia. Porém, possui alguns problemas. Primeiro, falha em apresentar sua maior estrela... o Alien. A amedrontadora criatura xenomorfa aparece pouco em sua forma final e mete mais medo quando está em sua fase de "abraçador" ("facehugger").
Mas a pior decisão de Alien: Romulus foi resolver homenagear praticamente todos os filmes anteriores da franquia dentro dele, e em especial, há elementos de Alien: A Ressurreição (1997) e Prometheus (2012) incorporados em seu roteiro. Isso faz com que o desfecho do filme caia bastante em qualidade e em verossimilhança. Alien: Romulus acaba sendo um recomeço aceitável para a franquia e uma evolução notável se comparado aos filmes mais recentes. Mas para dar certo mesmo, precisa focar em coisas realmente novas, e ficar cada vez mais distante de Ridley Scott. Nota: 6,5.
Diretor: Ridley Scott
Atores principais: Paul Mescal, Pedro Pascal, Connie Nielsen, Denzel Washington, Derek Jacobi, Joseph Quinn, Fred Hechinger, Lior Raz, Peter Mensah, Tim McInnerny
Ridley Scott volta com a continuação de seu grande sucesso Gladiador (2000) quase 25 anos depois, sendo que agora o protagonista é o exilado ainda criança Lucius (Paul Mescal), filho de Lucilla (Connie Nielsen), irmã do tirano e vilão Imperador romano Commodus, que foi interpretado por Joaquin Phoenix no primeiro filme.
Chega a ser impressionante ver como este Gladiador II é parecido com o filme inicial... o roteiro, os figurinos, as cenas, os diálogos piegas... e agora podemos perceber com esta comparação, e com certa tristeza, que o Gladiador original não era tão bom. Ou melhor, mais ou menos... afinal, eram outros tempos, e naquela época se tratava de algo inédito, e aqui temos uma clara repetição.
A presença do personagem Macrinus, interpretado por Denzel Washington, dá alguma esperança de um roteiro mais elaborado, com mais intrigas. E de fato isso até acontece em partes do filme. Porém, tudo é jogado fora no final, com um desfecho "good vibes" cuja única reação que pude ter foi de dar risada, de tão absurdo e sem sentido.
Assim como Alien: Romulus, este Gladiador II entretém, e por ser uma experiência muito parecida com o Gladiador original, vale principalmente para quem não viu o primeiro filme nos cinemas. Sim, Gladiador II faz sentido especificamente se visto nas telonas, principalmente com suas grandes batalhas na arena, de fato uma experiência bem interessante. Já assistí-lo em sua casa não vale muito a pena. Nota: 6,0.
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