sábado, 20 de junho de 2015

Crítica - Divertida Mente (2015)

TítuloDivertida Mente ("Inside Out"EUA, 2015) 
Diretores: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen
Atores principais (vozes): Amy Poehler, Lewis Black, Mindy Kaling, Bill Hader, Phyllis Smith
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=SG20CoUb5wA
Nota: 8,0

Com seu roteiro mais ousado, a Pixar mais uma vez entrega um ótimo filme

Após passar por uma recente "crise de criatividade", fazendo filmes ainda muito bons mas já sem o brilho de outrora (em geral, apenas continuações de filmes anteriores), a Pixar resolveu parar, respirar fundo, para só então retomar seus trabalhos. Cancelou projetos, adiou O Bom Dinossauro (que só estreará agora, em Dezembro de 2015) e com isto passou por 2014 sem lançar nenhum novo filme (a última vez que tivemos um ano sem filme da Pixar foi em 2005).

A primeira animação entregue em sua volta é Divertida Mente, co-dirigido e co-roteirizado por Pete Docter e Ronaldo Del Carmen, sendo que o primeiro destes foi também o diretor de Monstros S.A. (2001) e Up: Altas Aventuras (2009).

Na história - bem incomum e ousada - temos a menina Riley deixando pela primeira vez sua cidade natal, localizada na gelada Minnesota, e se mudando para a bem mais quente São Francisco. A mudança não é bem aceita pela garota, e então vemos tudo o que acontece dentro da mente dela através de uma perspectiva inesperada - a personificação de suas emoções: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e... o Nojinho. O roteiro consegue duplicar as emoções em Divertida Mente ao nos mostrar dois dramas: a de Riley no mundo "externo", e a oposição entre a Alegria e Tristeza no mundo "interno".

A maior parte do filme se passa dentro da mente de Riley, e é com bastante inventividade que somos apresentados a todo um vasto universo existente dentro de nossa cabeça: há uma "torre de comando" de onde Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho controlam a garota de acordo com o que acontece a ela no mundo real; memórias são armazenadas dentro de grandes bolas de vidro e estocadas em uma gigantesca biblioteca cuja disposição das prateleiras lembram o formato do cérebro; memórias não usadas por muitos anos são "varridas" por faxineiros; memórias especiais criam grandes parques-temáticos; sonhos são nada menos do que peças ensaiadas e representadas por outras pessoinhas-atores que fazem parte da mente... e assim vai. Um brilhante trabalho de roteiro e design!

Aliás, em termos de técnica de animação, a Pixar novamente encanta em Divertida Mente. Se desta vez o destaque não são os incríveis cabelos que vimos em Merida no Valente (2012), aqui o espetáculo vêm da textura dos personagens que habitam o mundo da mente. Com cabelos de pano e corpos felpudos mostrados com precisão, dá para se distinguir cada fiapo, cada pelinho, com um realismo impressionante.

Divertida Mente é diversão para todas as idades. Para os pequeninos, todos os personagens são bastante coloridos, bonitinhos, e engraçados (fica o alerta, entretanto, que o filme vai ficando gradualmente melancólico até seu final). Para os adultos, há ótimas piadas ao longo de todo o filme. A trama também é complexa e emocionante. Há pelo menos três ou quatro cenas que é difícil segurar o choro. Tragam seus lenços!

Divertida Mente é uma ótima animação e um filme bem acima da média. Mas não é isento de problemas: o roteiro possui alguns furos, a trama do "voltar à torre de comando" é longa e não tão criativa, e dentre todos os personagens, no fundo apenas Alegria e Tristeza possuem um desenvolvimento decente.

Por trás de toda a diversão que há em Divertida Mente, ficam duas mensagens fortes para os adultos: a primeira, é a demonstração de que a depressão é algo muito sério (sim, é isto que Riley tem). E a segunda, que para superar a depressão as pessoas precisam de amor e ajuda. Que o recado da Pixar seja ouvido, e que esta sua retomada de qualidade dure novos longos anos. Nota: 8,0

PS: como de costume na Pixar, Divertida Mente é precedido de um curta-metragem. O da vez é Lava, uma história de amor entre duas ilhas vulcânicas. Totalmente cantado, para mim Lava foi o pior dentre todos os curtas da Pixar até agora. Há uma possível explicação, entretanto, para meu desgosto: a dublagem. Se dentro de Divertida Mente ela não só não compromete, como também é boa, já em Lava a achei bem problemática. Mixagem de som ruim e vocais que não encantaram.

8 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito do filme!

também falei dele aqui: http://namatrx.blogspot.com.br/

Ivan disse...

O filme é mesmo ótimo! E parabéns pelo site! Abs!

Melissa Lima disse...

Adorei o filme, de verdade. Achei bem interessante a forma lúdica como se explica as emoções para as crianças, eeeee, tive que ouvir da minha filha que quando eu morava no Brasil "o meu vermelhinho trabalhava demais....."rs.... Agora acho que todos os comandantes devem estar de sombreros e tomando umas tequilas.....kkkkkk Abraço Ivan, sempre te acompanhando!

Ivan disse...

Como sempre, sua filha surpreendendo kkk. Obrigado pelo comentário e por acompanhar o site! :)

Fibo disse...

Gostei do filme !! Recomendo !! []'s

Ivan disse...

Boa Fibo! Quem seguir sua recomendação, colherá bons frutos. E continue acompanhando o blog! Abraços!

Unknown disse...

Ahh Ivan! Você deu nota 8 pra esse filme e nem tem crítica de Como treinar seu dragão?
A mensagem do filme é bonita, mas não achei que os personagens foram bem desenvolvidos apesar de ser uma animação bem feita (Pixar né baby). Achei um filme triste pra crianças e esperava um pouco mais de criatividade no geral.
Não gostei do filme e não assistiria novamente.

Ivan disse...

Olá! O "Como Treinar Seu Dragão" eu gostei bastante... já a continuação dele... acho melhor nem falar rsrsrs. De fato este é disparadamente o filme da Pixar que é menos pra crianças. Concordo que o desenvolvimento da maioria dos personagens foi ruim; mas foi a mensagem do filme - forte e surpreendente - que realmente deu uma turbinada na nota. :)

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