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sábado, 19 de outubro de 2024

Enfim Asterix volta a ter lançamentos no Brasil! E em dose dupla!


Depois de longos dois anos e meio, a Editora Record - que detém os direitos de publicação do intrépido baixinho gaulês aqui no Brasil - acordou para a vida e voltará a lançar novas publicações em nosso território. E em dose dupla!

Primeiramente, previsto para o dia 18 de Novembro, vem o ainda inédito por aqui volume 39 dos quadrinhos, Asterix e o Grifo, que marca a despedida do autor Jean-Yves Ferri (o volume 40, lançado na França em Outubro de 2023 e intitulado O Lírio Branco, foi escrito por Fabcaro). Na trama, Asterix e seus companheiros novamente viajam para bem longe de casa, e vão ao território dos Sármatas, povo que vivia na região onde atualmente há a guerra entre Ucrânia e Rússia.



Já o segundo futuro lançamento não se trata de material inédito, mas é bem surpreendente. Trata-se do início da coleção Omnibus. A coleção, que promete relançar todos os livros de Asterix em formato de luxo e capa dura, vêm no mesmo formato da coleção Omnibus lançada nos EUA e outros países, ou seja, juntando 3 números originais em cada volume. Portanto, em Asterix Omnibus Vol. 1, teremos o compilado das 3 primeiras aventuras do herói: Astérix, o Gaulês (1961), A Foice de Ouro (1962) e Astérix e os Godos (1963).

A primeira edição está com o lançamento previsto para 6 de Janeiro de 2025 e por enquanto foi o único volume anunciado.


Ambas revistas já se encontram em pré-venda e podem ser compradas em sites especializados. Quem é fã, já garanta suas cópias! ;)

sábado, 21 de setembro de 2024

Especial: 35 anos do Master System no Brasil (com direito a recorde Mundial!)

Neste mês de Setembro o saudoso videogame de 8-bits da SEGA, o Master System, completou 35 anos de lançamento em terras brasileiras. Para ser mais exato, ele foi lançado no Brasil no dia 04/09/1989 pela empresa Tectoy.

Globalmente, o Master System perdeu o duelo contra o rival NES / Famicom, da Nintendo, fracassando especialmente nos dois maiores mercados de games: Japão e EUA (e ainda assim, nos EUA conseguiu vender o dobro do americano Atari 7800). Porém na Europa as coisas foram diferentes... lá o Master System praticamente dividiu 50 a 50% as vendas com o Nintendinho; a Austrália e a Coréia do Sul foram outros dois locais onde este console da SEGA seria bem popular. Mas o local do planeta onde o Master System mais brilhou foi o Brasil!

Até hoje, as vendas do console do Master System estão em cerca de 18 milhões de cópias, sendo que no Brasil foram mais de 8 milhões! Agora prestem atenção no "até hoje": sim, pois o Master System continua sendo produzido e vendido por aqui! Ainda que desde a versão "Master System 3 Collection 120 jogos" de 2005, o videogame comerciado não aceite mais cartuchos e apenas rode os jogos embutidos na memória do console, Master System é um videogame que está sendo produzido ininterruptamente em um mesmo país há 35 anos, e isso é um recorde mundial, algo sem precedentes no mercado dos games!


Porque o Master System virou um sucesso nacional e os "milagres" da Tectoy

Há um nome para explicar porque o Master System virou mania por aqui e se tornar o mais brasileiro dentre todos os consoles internacionais: Tectoy. Esta empresa nacional de brinquedos eletrônicos, criada apenas dois anos antes de trazer o Master System para cá, não só investiu de maneira agressiva e acertada em marketing como também agregou vários produtos ao console que, para o contexto nacional da época, eram inimagináveis. Se levarmos em conta os desafios técnicos, e também o quanto a SEGA (e as empresas japonesas em geral) eram resistentes a qualquer modificação em seus produtos originais, as realizações da Tectoy foram praticamente "milagres".

A propaganda do Phantasy Star em Português, de duas páginas, que se espalhou por diversas revistas cotidianas do país

Sua primeira façanha técnica foi em 1991 traduzir o extenso Phantasy Star para o português. A novidade era tão grande que a Tectoy também teve que explicar para o público nacional o que era um jogo de Role Playing Game. O passo seguinte foi, além de traduzir jogos, também modificar completamente seus gráficos e história, adaptando-os para personagens nacionais. Daí sugiram por exemplo jogos como Mônica no Castelo do Dragão (1991) e Geraldinho (1994) - respectivamente modificações de Wonder Boy in Monster Land e Teddy Boy - dentre outros.

Duas fotos do Phantasy Star em Português; e em seguida, Mônica no Castelo do Dragão e Geraldinho

Para aumentar o catalogo de jogos disponíveis para o Master System, a Tectoy começou também a trazer jogos convertidos do portátil Game Gear. Foram mais de 10 jogos trazidos nesse formato, dentre eles os excelentes Dynamite Headdy (1995) e Legend of Illusion starring Mickey Mouse (1998).

Mas a Tectoy não parava! Ela também começou a fazer jogos originais, com desenvolvedores nacionais, e baseados principalmente em programas infantis. Por exemplo, tivemos o lançamento de Férias Frustradas do Pica-Pau (1996) e Castelo Rá-Tim-Bum (1997) dentre outros.

Dynamite Headdy, Legend of Illusion, Férias Frustradas do Pica-Pau e Castelo Rá-Tim-Bum

E para finalizar os "milagres" da Tectoy, encerro com dois jogos de franquias internacionais que acabaram virando exclusividades do Master System nacional e eram também uma resposta direta ao Nintendinho:

Battlemaniacs (1994) é um jogo que foi inicialmente desenvolvido pela Virgin para ser lançado na Europa como conversão do jogo Battletoads in Battlemaniacs do SNES, mas que foi cancelado, e mesmo não estando 100% finalizado, como era jogável a Tectoy comprou seus direitos e lançou o jogo mesmo assim; o mega surpreendente Street Fighter II’ (1997), outro jogo feito pelos brasileiros da Tectoy, resultado de 7 meses de desenvolvimento. Ainda que sua jogabilidade deixe um bocado a desejar, Street Fighter II’ foi uma verdadeira façanha técnica para um console de 8-Bits, e o jogo se tornou o único do Master System a ter 8 Megabits de tamanho (todos os demais tinham no máximo até 4 Mb).

Acima: Battlemaniacs; embaixo: Street Fighter II’ 


Curiosidade: entenda porque este videogame se chama Master System

No Japão, o console foi lançado em 1985 como Sega Mark III, sendo ele a 2ª evolução do SG-1000, de 1983. Quando a SEGA resolveu lançar seu videogame para o mercado estadunidense, a idéia foi promover uma mudança completa: para melhor conquistar o mercado americano, os japoneses estavam dispostos a mudar tanto o nome quanto o visual de seu produto.

O SEGA Mark III, de 1985

Em termos de visual, o videogame ganhou um aspecto "futurista", e o nome escolhido, dentre algumas opções, foi "Master System". Os motivos apresentados foram: soava parecido com a alteração que sua rival Nintendo fez para seu videogame (que mudou o nome de Famicom para Nintendo Entertainment System - NES); além disso, "Master" ("Mestre"), era uma referência à natureza competitiva tanto da indústria de videogames quanto das artes marciais, onde só pode haver um "Mestre".

O plano inicial era fazer jus a alcunha de "Sistema Mestre" e vender um produto completo, único, superior. Portanto, ao comprar o SEGA Master System nos EUA em seu lançamento (1986) você comprava um conjunto inicial que continha o console denominado "Power Base" + 2 controles + a pistola "Light gun" e mais um cartucho com dois jogos: Hang-On e Safari Hunt.

Só que no final das contas, eles também acabaram lançando lá a versão "Base System", que deixou tudo um pouco confuso e o nome escolhido perdeu um pouco de sentido rs.

A versão "Base System", mais barata, não vinha com a pistola, nem com jogos inclusos

De qualquer forma, anos depois, o Master System (com esse visual que conhecemos) também passou a ser vendido no Japão, com o mesmo hardware do Mark III, porém com o chip de som YM2413 FM embutido (antes este chip só poderia ser colocado à parte no Mark III, como acessório).

O chip de som FM do Master System melhora em muito a qualidade sonora do console, e cerca de 60 de seus jogos tiveram trilha sonora desenvolvida especialmente para tirar proveito deste chip. Porém, infelizmente, o YM2413 FM ficou restrito a consoles do Master System japonês e coreano. Nem no Brasil ele chegou. Se tem uma única coisa que a Tectoy não nos presenteou, foi essa.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Especial Michael Jackson 15 anos - Do Moonwalk ao Moonwalker


E vamos a minha segunda homenagem a Michael Jackson neste ano em que se completou 15 anos de sua partida, e novamente, em outra data especial. Hoje 29 de agosto, seria o dia em que ele completaria 66 anos de idade.

Uma das imagens mais icônicas de Michael Jackson é o passo de dança conhecido como Moonwalk (em que o dançarino se move para trás enquanto parece caminhar para frente). Embora não seja exatamente correto dizer que o movimento foi inventado por ele (já que outros artistas, como por exemplo Marcel Marceau e James Brown já haviam feito movimentos parecidos no passado), foi certamente Michael Jackson que o popularizou e imortalizou.

O passo foi apresentado publicamente pela primeira vez por Michael Jackson durante sua apresentação da música Billie Jean no especial de TV Motown 25: Yesterday, Today, Forever, que aconteceu ao vivo para mais de 3000 pessoas no Pasadena Civic Auditorium, em 25 de março de 1983, e transmitido nacionalmente para as TVs dos EUA em 16 de maio de 1983.

Curiosidade: apesar de ter chocado e impressionado o mundo todo com esta sua apresentação, o perfeccionismo de Michael Jackson era tamanho que, anos depois, ele revelou ter chorado nos bastidores após sua apresentação. O motivo? Ter errado um passo: notem que após ao Moonwalk, ele gira em torno de si várias vezes e finaliza agachado na ponta dos pés, porém se desequilibra e termina o movimento rapidamente... este teria sido seu "erro", seu objetivo era ter ficado na ponta dos pés por muito mais tempo.

Aos 3min37, o primeiro Moonwalk da história

Após o Moonwalk inicial, Michael Jackson continuou a fazer o famoso passo nas coreografias de Billie Jean, algo que ele não mudou até o final de sua carreira. Entretanto, ele teve a grande sacada comercial de perceber que o Moonwalk poderia ser algo maior, e então, após terminar sua fase do álbum Thriller, seu passo de dança seria um dos pilares de promoção para o seu próximo álbum, Bad.


Moonwalker: o Filme

Estava na hora do Moonwalk aparecer mais, e então, nascia o filme Moonwalker, de 1988. Moonwalker, estranhamente, era principalmente uma coletânea de clipes (Speed Demon e Leave Me Alone) e apresentações ao vivo do cantor (Man in the Mirror e Come Together), e ainda que tinham o apelo de serem todos inéditos, não tinha nenhuma ligação entre eles. Porém, a partir de sua metade, o filme trazia o que podemos considerar de fato uma história...

E nesta história, temos um Michael Jackson que em passagens de uma estrela cadente (?!), adquire poderes e consegue se transformar em um carro, uma nave, e em um robô repleto de armas, tudo isso para defender um trio de crianças das "maldades" de Mr. Big (interpretado por Joe Pesci) - um  ganancioso traficante de drogas - e seu exército.

O Trailer original do filme Moowalker (em inglês, sem legendas)

O mais importante é que dentro deste segmento, vemos Michael de terno e chapéu branco, entrar em um boate dos anos 1930, e desempenhar o que se tornaria o clipe de Smooth Criminal. E ainda que por um tempo pequeno, o Moonwalk também estava lá. Pronto: agora MJ já tinha uma segunda música para performar seu famoso passo. E mais ainda, seu visual "gângster", com paletó e chapéu brancos se imortalizou na Cultura Pop. Agora, o Moonwalk passava a estar personalizado: Michael Jackson, o Mookwalker.

Como curiosidade, o filme foi lançado apenas nos cinemas da Europa, América do Sul e alguns poucos países da Ásia e Oceania. E o mais importante/estranho: não foi lançado na América do Norte, em algo até hoje não muito bem explicado. De qualquer forma, nos EUA Moonwalker foi lançado direto para vídeo caseiro em VHS, e em apenas 3 meses já havia superado a espantosa marca de 800 mil cópias vendidas.


Moonwalker: os (três) Videogames

Após o filme, a promoção de Moonwalker ainda não havia acabado. Sendo a primeira das colaborações de Michael Jackson com a japonesa SEGA, em 1990 tivemos o lançamento de três versões completamente distintas de Moonwalker em termos de jogos eletrônicos. Sim, pois a versão dos Arcades / Fliperamas (Julho/90) era um jogo bem diferente da versão para os computadores caseiros (PC's, Amiga, MSX, etc), e que por sua vez, também bem diferente da versão para o Master System e Mega Drive (Agosto/90). Todas elas obviamente vinham com trilha sonora de músicas do cantor.


A versão dos fliperamas trazia uma visão 3D isométrica, como se vê nas imagens acima, e na época de seu lançamento, trazia uma qualidade gráfica muito surpreendente para este tipo de perspectiva em jogos, quase revolucionária. O jogo ainda permitia até 3 jogadores simultâneos, e com certa frequência você conseguia jogar com Michael transformado em um robô, o que era muito legal e permitia que você atirasse à distância. O jogo foi sucesso de crítica, e eu mesmo nas poucas oportunidades que tive para jogar essa maravilha quando adolescente, gostei bastante.

A versão para computadores era a mais fraca das três, e na verdade não teve envolvimento da SEGA, foi feita por duas empresas de jogos pequenas (Emerald Software e Keypunch Software) e publicada pela U.S. Gold. Por outro lado, era o jogo que trazia a história mais fiel ao enredo do filme. Conforme a seqüência de fotos abaixo, o game tinha quatro fases: uma em que Michael fugia a pé de seus "fãs", outra que fugia de moto e transformado em um coelho, a terceira já dentro do clipe de Smooth Criminal, atirando contra gangsteres, e finalmente, a última, já transformado em robô, atirando contra o exército de Mr. Big.


Finalmente, a versão que saiu para os consoles caseiros da SEGA era um jogo de ação em plataforma 2D, e que de certa forma lembrava um pouco do jogo Shinobi (1987), já que também tinha como característica seu protagonista resgatar crianças espalhadas pelo cenário. Bem gostosa para se jogar, esta era a mais longa dentre as três versões de Moonwalker, com 6 fases. Curiosidade: a fase de "Thriller" com direito a Michael lutando contra zumbis (e que também existe na versão de Arcade) não contava com a música Thriller em nenhuma das duas versões devido direitos autorais de Rod Temperton, e então no seu lugar a trilha sonora era de Another Part of Me.

Abaixo temos imagens da versão 8-bits do Master System (as 2 do topo) e da versão 16-bits do Genesis / Mega Drive (as duas debaixo).


Fliperama original de Moonwalker, esta máquina se encontra na Casa Do VideoGame, no Brooklin, em São Paulo



E aí, sabiam de todas estas curiosidades? O que mais te surpreendeu?? Escreva nos comentários!

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #025 - Bicudo o Lobisomem, Tutubarão e mais NOVE "clones" de Scooby-Doo


Scooby-Doo, Cadê Você?
 (Scooby-Doo, Where Are You! no original), foi um desenho lançado em Setembro de 1969 nos EUA, criado e produzido pela Hanna-Barbera, para o canal de TV CBS. Curiosidade: ele foi criado para ser um programa infantil alternativo aos desenhos animados de super-heróis, que segundo parte dos pais da época (em pleno e delicado momento da Guerra do Vietnã), "eram desenhos inapropriados que estimulavam a violência".

A fórmula de Scooby-Doo, Cadê Você? era a seguinte: um grupo de jovens aventureiros (Fred, Daphne, Velma e Salsicha), mais um animal de estimação falante (Scooby) - e principal responsável pelas partes cômicas - que em cada episódio resolviam um mistério, quase sempre "sobrenatural". Sendo que na verdade, no desfecho de cada história, descobríamos que o "mistério" nada mais era que uma farsa ou trapaça de criminosos.

Acreditem, a série original teve apenas 25 episódios em 3 anos (ou melhor, 41 episódios se também somarmos os desenhos deste período que foram exibidos sob o nome de The Scooby-Doo Show). Porém, ela fez um sucesso absurdo, e então após os desenhos iniciais a franquia Scooby-Doo se tornou gigantesca, com direito a novas diversas outras séries de desenhos (e até alguns filmes), que continuam a ser lançados até hoje.

E mais ainda. O sucesso de Scooby-Doo foi TÃO grande que a Hanna-Barbera (e outras produtoras de desenho animado) ao longo dos anos lançaram vários outros títulos que eram cópias descaradas de Scooby-Doo. E de todos estes "clones", meus dois preferidos foram "Bicudo, o Lobisomem" e "Tutubarão", que faço questão de relembrar aqui para vocês.


Bicudo, o Lobisomem (Fangface)


Bicudo, o Lobisomem
, foi um desenho que estreou em 1978, e foi lançado pela Ruby-Spears Productions. Foram 2 temporadas e 32 episódios no total. E vejam que curioso... sabe esse "Ruby-Spears" da empresa que fez o desenho? Ele vem de Joe Ruby e Ken Spears, que um ano antes, 1977, deixaram a Hanna-Barbera e fundaram seu próprio estúdio. E mais ainda, foram justamente estes dois que criaram Scooby-Doo, Cadê Você? e que agora repetiam a dose com Bicudo, o Lobisomem.

Sendo bem parecido com Scooby-Doo, aqui tínhamos quatro adolescentes investigando mistérios de assombrações: Kim, Bill, Gordinho e o medroso Bicudo. Porém toda vez que este último vê a lua (ou uma simples foto dela), ele se transforma em um lobisomem. A principal piada do desenho era justamente a da equipe, ao ser atacada por um "monstro", transformar Bicudo propositalmente no lobisomem para se defender; porém, sempre que isso acontecia, ao invés de atacar o inimigo, a primeira coisa que Bicudo fazia era atacar o Gordinho (sendo esta a graça).


No vídeo acima, bem curtinho, temos a abertura dublada do programa, e nos segundos finais, Bicudo atacando o Gordinho e depois entregando-o de bandeja para o monstro rs.


Tutubarão (Jabberjaw)


Tutubarão
foi um desenho animado criado adivinha por quem? Também pela dupla Joe Ruby e Ken Spears, mas ainda pela Hanna-Barbera, em 1976. Para minha surpresa, foram apenas 16 episódios, em uma única temporada. Mais uma vez, as semelhanças com Scooby-Doo eram gigantes. Os personagens eram um grupo de adolescentes: Bife, Leila, Bolha e Linguiça (que era a cara do Salsicha), que tinham como companheiro o Tutubarão, um tubarão branco de 4,5m de altura. Então entravam algumas diferenças... o desenho se passava no futuro, onde as cidades eram subaquáticas; o grupo era uma banda musical, "Os Netunos", e na verdade não eram eles que perseguiam criminosos e vilões, estes últimos eram quem acabavam "se esbarrando" neles; e Tutubarão, ao contrário do cachorro Scooby, não era medroso, aliás, era forte e corajoso, embora bastante atrapalhado, infantil e ingênuo.

Os principais pontos cômicos, claro, vinham de Tutubarão: suas trapalhadas físicas, de seus bordões como por exemplo "que falta de respeito!" e expressões como "nhac-nhac-nhac!". Outras piadas vinham dele ser apaixonado por Leila, que por sua vez, sempre o maltratava. Linguiça e Bolha também eram bem atrapalhados, sendo que a última também era um bocado "burrinha", e piadas eram feitas sobre isso. Duas curiosidades: o desenho surgiu para aproveitar o gigantesco sucesso do filme Tubarão (1975) de Steven Spielberg; isto do grupo fazer parte de uma banda era um dos conceitos iniciais previstos para a turma de Scooby-Doo mas foi descartado. E como você verá daqui a pouco, esta mesma idéia foi reaproveitada várias vezes ainda antes de Tutubarão...


O vídeo acima que eu trouxe do Tutubarão traz a (desafinada) abertura nacional do desenho e mais um pequeno trecho de um episódio pra vocês conhecerem (ou relembrarem) a série.


Mais clones! Mais clones!

E vamos de mais clones de Scooby-Doo! Finalizando este artigo de Curiosidades, segue uma lista com mais nove imitações do melhor amigo do Salsicha, em ordem cronológica:

Josie e as Gatinhas (Josie and the Pussycats - Hanna Barbera - 1970 a 72 - 2 Temporadas - 32 Episódios): a idéia de fazer uma jovem banda musical resolver crimes demorou pouco para sair do papel, porém Josie e as Gatinhas não eram personagens inéditos, e sim personagens de quadrinhos da franquia Archie. A principal diferença entre a HQ e o desenho é que nos quadrinhos Josie e sua banda tinham aventuras diversas e cotidianas, não eram "detetives". Ah, o gato de estimação Sebastian não era "falante", era um gato comum.

Fantasminha Legal (The Funky Phantom - Hanna Barbera - 1971 a 72 - 1 Temporada - 17 Episódios): três jovens (Hugo, Silvio e Alice), um cachorro (Elmo), e mais dois fantasmas: Jonathan Wellington "Mudsy" Muddlemore e seu gato, Boo, sendo que "Mudsy" está trajado com a roupa (e peruca) dos patriotas revolucionários que lutaram pela independência dos EUA.

Butch Cassidy e os Sundance Kids (Butch Cassidy and the Sundance Kids - Hanna Barbera - 1973 - 1 Temporada - 13 Episódios): aqui temos quatro adolescentes (Butch Cassidy, Merilee, Stephanie e Wally), que formam uma banda de Rock, e que atuam secretamente como espiões, lutando contra todo tipo de crime. Claro que eles também tem um animal de estimação, o cachorro Elvis. O grupo é comandado por um supercomputador, o Senhor Sócrates, e que curiosamente tem alergia à Elvis.

Goober e os Caçadores de Fantasmas (Goober and The Ghost Chasers - Hanna Barbera - 1973 - 1 Temporada - 16 Episódios): talvez o mais parecido dentre todos os clones de Scooby-Doo, pois o grupo também tinha um veículo grande, e seu mascote também era um cachorro. Aqui o grupo de jovens eram repórteres que investigavam mistérios sobrenaturais, com a adição de um grupo de crianças que eram fãs / assistentes que também apareciam nos episódios. Medroso, o cachorro Goober tinha um superpoder: ele ficava invisível quando assustado.

Speed Buggy (Speed Buggy - Hanna-Barbera - 1973 - 1 Temporada - 16 Episódios): desta vez não tínhamos um animal de estimação falante, mas sim, um carro! Debbie, Tinker e Mark disputavam corridas junto com Speed Buggy e ao mesmo tempo resolvem mistérios "de monstro". Speed Buggy não apenas falava, como se comportava como humano, as vezes até usando as rodas como "pernas" e "braços".

Clue Club (Clue Club - Hanna-Barbera - 1976 - 1 Temporada - 16 Episódios): quatro jovens (Larry, Didi, Dedé e Dorinha) e dois cachorros sabujos (Sherlocão e Bob) que atuam como uma agência de detetives, investigando mistérios. Claro que assim Scooby-Doo os cachorros eram medrosos e falantes, porém, uma diferença é que os dois cachorros só falavam entre si.

Capitão Caverna e as Panterinhas (Captain Caveman and the Teen Angels - Hanna Barbera - 1977 a 80 - 3 Temporadas - 40 Episódios): sim, foi graças a um clone de Scooby-Doo que tivemos a criação do Capitão Caverna (!), em um dos últimos trabalhos da dupla Joe Ruby e Ken Spears pela Hanna-Barbera. Aqui, em uma evidente paródia da série televisiva As Panteras, o nosso amigo pré-histórico é encontrado congelado pelas "Panterinhas" Sabrina, Neli e Gilda, e então passa a ajudá-las a combater todo tipo de crime. Famoso por gritar desafinadamente seu próprio nome, Capitão Caverna também tem um conjunto de superpoderes: vôo, força sobre-humana, guardar qualquer objeto dentro dos pêlos do corpo, e ainda, portar um porrete que é uma verdadeira caixa de ferramentas.

Arquivo Cãofidencial (The Buford Files - Hanna Barbera - 1978 - 1 Temporada - 13 Episódios): desenho sobre dois jovens irmãos, Rosinha e Zé Quati, e um cachorro sabujo velho de nome Kojeka (piada com o nome do detetive Kojak, série de TV dos anos 70). O nariz de Kojeka disparava como alarme em caso de alguma pista, além de que ele uivava sem controle quando via a Lua cheia. Junto com o trio, também havia o Xerife Pé de Mula e seu jovem e atrapalhado ajudante, Janjão. O grupo (a esquerda na imagem acima) resolvia mistérios da região pantanosa em que viviam. Seus desenhos eram mais curtos (15 min) e sempre vinham juntos, em pares, com o desenho do Fantasmino, o Fantasma Galopante (a direita).

Shmoo, a Foca Fofa (The New Shmoo - Hanna Barbera - 1979 - 1 Temporada - 13 Episódios): Shmoo, que NÃO é uma foca, na verdade é um personagem de tira de jornais, criado por Al Capp em 1948. Em 1979 a Hanna-Barbera ressuscitou o personagem, agora para seus desenhos animados, e por isso o nome The New Shmoo, no original. Shmoo é um ser fofo e inocente que ajuda seus três amigos adolescentes a adivinhem o quê? Resolverem crimes!



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui! 

domingo, 28 de julho de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #024 - Esqueceram da Minha Irmã nas Olimpíadas!


Agora sim, já estamos em pleno Jogos Olímpicos de Paris! E então, que tal uma breve curiosidade Olímpica?

Provavelmente você só vai reconhecer o ator do meio da foto acima, trata-se de Macaulay Culkin, interpretando o garoto Kevin no clássico filme Esqueceram de Mim, de 1990. Porém o assunto deste artigo é a garota que interpreta sua irmã Megan, a atriz Hillary Wolf, à esquerda da foto.

Na grandíssima maioria das vezes, presenciamos casos de atletas profissionais que após se aposentarem do esporte, por chamarem atenção devido suas conquistas e/ou atributos físicos, se tornam atores de cinema ou TV. Porém Hillary Wolf é um raro caso contrário.

Nascida em 1977, Hillary começou cedo na TV, fazendo ponta em uma série de TV com apenas 7 anos de idade. No mesmo ano ela fez a versão criança da protagonista do filme Primeiros Passos (1985). Depois foram alguns poucos trabalhos, em filmes de TV ou seriados. E com 14 anos, ainda que em um pequeno papel, ela enfim pôde aparecer em um filme realmente relevante, em Esqueceram de Mim. Dois anos depois ela voltaria a interpretar Megan, em Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York (1992).

Apesar da boa visibilidade por ser "a irmã de Kevin", sua carreira não decolou. Mas havia outro "problema": Hillary estava ficando muito boa no Judô! Literalmente com seus mesmos 14 anos em que ela aparecia nas telonas em Esqueceram de Mim, ela se tornava a mais jovem campeã nacional de Judô na idade sênior (até 29 anos) da história!


O resultado é que Hillary Wolf acabou desistindo de ser atriz e decidiu se dedicar ao esporte. Para ela, a possiblidade de ser uma atleta Olímpica valia mais do que qualquer papel em filmes. Ela representou o Judô dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) na categoria de até 48 kg; e 4 anos mais tarde, agora nos Jogos de Sydney (2000), ela disputou as competições pela categoria até 52 kg.

Hillary não chegou a ganhar nenhuma medalha Olímpica, porém conseguiu alguns resultados bem expressivos no Judô: aos 17 anos se tornou Campeã Mundial Junior; e também foi 7 vezes campeã sênior nacional, recorde inalcançado até hoje entre homens e mulheres.

Atualmente aposentada como judoca e como atriz, Hillary Wolf é casada com Chris Saba, outro atleta que competiu em Olimpíadas duas vezes, mas pelo time estadunidense de Luta Greco-Romana.




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domingo, 21 de julho de 2024

Crítica - Meu Malvado Favorito 4 (2024)

Título: Meu Malvado Favorito 4 ("Despicable Me 4", EUA, 2024)
Diretor: Chris Renaud
Atores principais (vozes): Steve Carell, Kristen Wiig, Will Ferrell, Joey King, Sofía Vergara, Stephen Colbert, Chloe Fineman, Steve Coogan, Pierre Coffin, Chris Renaud
Nota: 7,0

Ainda vale a pena envelhecermos junto com Gru

Começando com o Meu Malvado Favorito (2010), a franquia do "vilão bonzinho" Gru e seus Minions já era composta por uma trilogia de filmes e mais dois spin-offs, fora uma lista considerável de curtas. Havia alguma dúvida se teríamos um novo filme, mas ele enfim chegou. E, acreditem, mesmo sem seu quarto filme, Meu Malvado Favorito já era a franquia de animação que mais arrecadou dinheiro na história dos Cinemas, bem a frente de Shrek e Toy Story (respectivamente o 2º e 3º lugares).

Na nova história, Gru tem um novo integrante na sua família, Gru Jr., o bebê que é o primeiro filho biológico de Gru e Lucy. Porém, para azar do casal, o supervilão Maxime Le Mal, que estava preso há anos com Gru sendo responsável pela sua apreensão, acaba de fugir da prisão, e agora busca vingança contra toda sua família.

Um dos principais elogios que posso fazer para a franquia de Meu Malvado Favorito é já que seus donos não param de produzir novos filmes para continuar faturando, pelo menos a história de seus personagens - especialmente de Gru - continua avançando. Em cada filme algo o status quo da vida de Gru muda, e a alteração da vez é a chegada de um novo filho, de certa forma o primeiro. Então, é como também fizéssemos parte da família do Malvado Favorito, estando ao seu lado há tanto tempo, e continuando a viver novas experiências junto com ele.

Depois de um ótimo primeiro filme, um bom segundo, e um terceiro filme onde Gru e sua trupe já começava a perder seu encanto (e isso inclui até os Minions), este Meu Malvado Favorito 4 se recupera e temos aqui um filme bem melhor e mais engraçado que o anterior. Pior que o primeiro, mas no mínimo igual ou mais engraçado que o segundo. O roteiro foca bastante em Gru e Gru Jr., dando pouco espaço para os demais personagens antigos, porém com um pouco mais espaço para os personagens novos. Talvez isto tenha sido boa notícia para os Minions, entretanto, já que as participações dos mesmos, em geral, são certeiras e hilárias.

Apesar de ser uma aventura bastante divertida e engraçada, há um alerta a se fazer para Meu Malvado Favorito 4: ele é bem parecido com o filme Os Incríveis (2004), da Pixar. Sim, é verdade que neste último temos uma família de super-heróis e aqui não, mas ainda assim, as semelhanças são bem grandes... a estrutura do roteiro, a aparência e os trejeitos de Gru Jr. em comparação com o bebê Zezé, as motivações do vilão... Isto certamente aumenta a sensação de que "já vi esse filme antes", mas ainda assim, não diminui as risadas e diversão. Nota: 7,0.

domingo, 23 de junho de 2024

Crítica - Divertida Mente 2 (2024)

Título: Divertida Mente 2 ("Inside Out 2", EUA / Japão, 2024)
Diretor: Kelsey Mann
Atores principais (vozes): Amy Poehler, Maya Hawke, Kensington Tallman, Liza Lapira, Tony Hale, Lewis Black, Phyllis Smith, Ayo Edebiri
Nota: 6,5

Nove anos depois, Divertida Mente se atualiza e se repete

Nove anos depois, a garota Riley e suas cinco emoções - capitaneadas pela Alegria - estão de volta. Neste meio tempo, a Riley do desenho não envelheceu todos estes anos... ficou mais velha apenas alguns deles, apenas o suficiente para acabar de se tornar adolescente.

E é este o enredo de Divertida Mente 2, com a chegada desta fase da vida, chegam novas emoções, mais complexas: a Inveja, o Tédio, a Vergonha, e a Ansiedade, que acaba sendo uma das principais personagens do filme, e atuando praticamente como vilã. Assim como no filme anterior, ele tenta explicar o comportamento "real" dos humanos com as aventuras dos personagens-emoções. Por isso, temos aqui uma tentativa de explicar porque uma pessoa pode mudar tanto de personalidade em sua fase adolescente, e assim como o "inimigo" de Riley no filme anterior era a depressão, agora o "inimigo" é a ansiedade, uma atualização para o tempo de hoje.

E assim como Divertida Mente, esta continuação diverte, emociona, e agrada todo tipo de público, das crianças aos adultos. Porém, "copia" o filme anterior até demais. Por exemplo, com cinco minutos de filme, descobrimos que Alegria já desaprendeu a importante lição do filme anterior (tsc, tsc), e então, vamos ter que reaprender com ela tudo de novo... As metáforas do mundo "de dentro da cabeça" funcionam menos nesta continuação (ainda que não comprometam), e fazem menos sentido que no primeiro filme. Aliás, nem mesmo as novas emoções fazem tanto sentido, sendo o pior caso o da Inveja, que só demonstra a sua própria emoção uma vez no filme todo, e fora isto, só está lá para atuar como capanga da Ansiedade.

Se o roteiro é uma "cópia piorada" do primeiro filme, por outro lado ele é mais "infantil" e com mais piadas. Então, acredito que os pequenos irão gostar um pouco mais deste filme aqui que do anterior.

Feito com menos cuidado nos detalhes e em sua própria mitologia do que o primeiro filme, Divertida Mente 2 não ousa, mas transporta seu mundo com bastante realismo (e competência) para o universo de inseguranças e mudanças dos adolescentes, entregando um filme bom o suficiente para agradar a todos que gostaram do primeiro Divertida Mente. Os fatos, inclusive, corroboram com minha afirmação, já que o filme já é a produção de maior bilheteria de 2024. E isso que ele mal acabou de chegar nos cinemas... Nota: 6,5.


PS: Divertida Mente 2 possui duas cenas pós-créditos, uma bem em seu começo, e outra quase no seu final, sobre o "Grande Segredo". Ambas são engraçadinhas, porém, descartáveis.

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Conheça a Oink Games e seus curiosos jogos de cartas / tabuleiro


A Oink Games é uma empresa japonesa de jogos fundada em 2010, e embora ela também tenha alguns  poucos jogos de videogames em seu catálogo (celulares e Nintendo Switch), seu grande foco e especialidade, desde seu nascimento, são os jogos de tabuleiro.

Falando sobre seus jogos de cartas e de tabuleiro, a Oink Games já lançou cerca de 50 jogos até agora, e apesar de ter lançado jogos em caixas de tamanhos diversos (mas sempre em caixas pequenas), e algumas vezes simplesmente licenciando jogos de designers estrangeiros (por exemplo estão com ela os jogos Modern Art, Stamps e Twins do famoso criador de jogos alemão Reiner Knizia), ela é mais conhecida pelos seus jogos em pequenas caixinhas retangulares (com cerca de 11cm de altura por 6,5 cm de largura), com design diferenciado e minimalista, e de criadores japoneses (ver a foto acima).

Abaixo apresento a vocês 5 destes joguinhos de caixinhas da Oink Games que conheço, em ordem crescente de data de lançamento.


Maskmen (2014)

Dos designers Jun Sasaki e Taiki Shinzawa, Maskmen é um jogo de carteado de Climbing ("escalada"), ou seja, que na sua jogada você precisa "matar" as cartas do jogador anterior, geralmente jogando uma ou mais cartas de valores maiores. Com temática de lutadores da Lucha Libre mexicana, e para 2 a 6 jogadores, o principal diferencial deste jogo é que a definição do "qual valor (cor) é mais forte que o outro" acontece durante as partidas. Bem bonito visualmente, Maskmen fez bastante sucesso no Brasil em 2022, com muita gente importando o joguinho e levando nas jogatinas.


Deep Sea Adventure (2014)

Um dos maiores sucessos comerciais da Oink, ultrapassando 200 mil copias vendidas internacionalmente, Deep Sea Adventure foi criada pelos designers Jun Sasaki e Goro Sasaki, e se trata de um caça-ao-tesouro no fundo do mar. De 2 a 6 "mergulhadores", onde cada jogador rola dois dados, desce cada vez mais fundo no oceano e decide ou não pegar um peça de tesouro... tendo que que voltar para o barco antes de que o oxigênio acabe. Só há dois "probleminhas": quanto mais tesouros você pega, mais pesado você fica, consumindo mais oxigênio; e a reserva de oxigênio é compartilhada... ou seja, se alguém é muito ganancioso, pegando muito tesouros, TODOS são prejudicados correndo risco de vida. É bem comum que todos os mergulhadores acabem sem oxigênio e não voltem a tempo com seus espólios para o barco rs. O jogo é rápido, simples, tenso e divertido. Digamos que é uma versão ultra simplificada de Clank! (2016). Deep Sea Adventure fez tanto sucesso que em 2021 a Oink Games lançou Moon Adventure, uma versão maior e mais elaborada de Deep Sea, com mais componentes.


Dungeon of Mandom VIII
(2017)

Este jogo de cartas é a versão seguinte de Dungeon of Mandom (2013), e apesar do nome estranho, é um jogo familiar para os brasileiros. Pois se trata do jogo que na Europa foi vendido como Welcome to the Dungeon (2013), e teve sua continuação como Welcome Back to the Dungeon (2016). As regras são as mesmas em todos os jogos. A diferença principal entre as versões (além do design / ilustração das cartas), é o número dos personagens. Se nos "Welcome" temos 4 opções de aventureiros cada, no Dungeon of Mandom temos apenas 1, e no Dungeon of Mandom VIII temos 8 (daí o nome). No jogo, cada jogador é um aventureiro de classe distinta, repleto de equipamentos, e que pretende explorar uma masmorra (dungeon). Primeiro os jogadores se revezam desafiando um ao outro para entrar no calabouço com menos equipamentos, que também vai se enchendo de monstros. Quando resta apenas um jogador que não fugiu do desafio, ele desce para a exploração, indo para o "tudo ou nada".

Criado por Masato Uesugi, e ampliado por Antoine Bauza, o jogo chegou ao Brasil sempre na versão Welcome to the Dungeon, em parceria com a editora francesa Iello, ou seja: em uma caixa maior, branca, totalmente diferente das caixinhas da Oink.


Startups (2017)

Startups é um jogo de cartas do designer Jun Sasaki, de 3 a 7 jogadores, com temática de compra de ações de empresas na "bolsa de valores". As cartas são de 6 companhias diferentes, e no final da partida, só pontua quem tiver mais ações para cada companhia. A "sacada" do jogo é que quanto mais ações de uma empresa você tem no momento, fica mais difícil comprá-las. Isso exige dos jogadores balanceamento e estratégia nas compras das mesmas. Para quem olhar no detalhe de como o jogo funciona, irá perceber que ele é "mais ou menos" um No Thanks! (2004) ao contrário.


Scout (2021)

E, finalizando a lista com o melhor de todos eles, Scout, indicado ao Spiel des Jahres de 2022 (ou seja, foi um dos 3 jogos indicados ao equivalente ao "Oscar" de melhor jogo do ano). Um jogo de cartas de 2 a 5 pessoas, do designer Kei Kajino, Scout é o segundo jogo de escalada ("climbing") desta lista. A questão aqui, é que pra mim, ele é o melhor jogo de Climbing que joguei até hoje.

O diferente de Scout está em suas cartas... ele tem números tanto em cima quanto embaixo, e ao receber suas cartas você NÃO pode reordená-las! Pode apenas escolher em jogar com os números da parte de cima, ou os números da parte de baixo! Feito isso, em sua vez, ou você joga na mesa uma ou mais cartas maiores que a do adversário (para "matá-las" e ganhar um ponto para cada carta que matou), ou, se não for possível, se compra uma carta da mesa recém colocada pelo seu adversário, e se coloca na sua mão. Note que ao fazer isto, você aí sim pode colocar a carta pescada em qualquer lugar da sua mão. A rodada acaba quando o primeiro jogador "bater" e eliminar todas as cartas das maõs. Cada carta não jogada que sobrou com você vale um ponto negativo.

Há outras regras, mas não vou citar para não me estender muito. Scout é outro jogo que foi bastante importado pelos brasileiros, e tem feito bastante sucesso por aqui nas jogatinas dos últimos dois anos.



E como os jogos de tabuleiro também tem um pezinho no colecionismo, uma experiência diferente e bacana seria colecionar os jogos de caixinhas da Oink Games (eu mesmo tenho 2 e há mais um outro a caminho). Pena que não é uma tarefa tão fácil para nós brasileiros, afinal, pouquíssimos dos seus jogos saíram por aqui (e quando saíram, foram em caixas genéricas completamente diferente das originais). A única maneira de colecioná-los seria importá-los.

A Oink não é boba e supervaloriza seus preços. Portanto, apesar de serem bem pequenos, suas "caixinhas icônicas" tem o preço médio de 20 Euros, variando levemente para mais ou para menos, dependendo da loja que você os encontre. Só compensa mesmo se você estiver no exterior e comprar pessoalmente, porque se comprar pela internet, com o frete e imposto, o preço vai às alturas.

E aí, conhecia os jogos da Oink Games? Tem algum? Já jogou algum? Coleciona? Escreva nos comentários!



Atualização 17/02/24: hoje a Galápagos Jogos anunciou, de modo surpreendente que irá trazer o Scout para o Brasil. Não disse a data nem o valor, mas será para o primeiro semestre deste ano. E segundo eles, esperam ser apenas o primeiro jogo dentre uma maior parceria com a Oink. Tomara. Nosso dinheiro agradece.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #019 - Não confunda! Muttley NÃO é o Rabugento!

Em meu artigo de curiosidades de hoje, vamos desfazer uma confusão muito comum feita por quem assistia aos antigos desenhos clássicos da Hanna-Barbera. É muito comum pensar em "Muttley, o cachorro rabugento"... porém esta associação está errada(!), ainda que ambos personagens sejam de fato bem parecidos e partilhem muitas coisas em comum.

Mugger... o começo de tudo

Em primeiro lugar, ambos partilham de uma inspiração comum. Teoricamente, eles são uma evolução de um cachorro coadjuvante de nome Mugger, dublado por Don Messick, e que apareceu pela primeira vez em 1964, no filme de animação Oi Galera, Sou o Zé Colmeia!.


Mas voltando ao Muttley vs Rabugento: Muttley foi quem surgiu primeiro, em 1968, como um dentre os vários personagens do desenho Corrida Maluca (Wacky Races, no original). Muttley era o amigo / cachorro de Dick Vigarista, e juntos, sendo os "vilões" da atração, tentavam sabotar os carros dos adversários para vencer as disputas. Claro que sempre tudo dava errado, e na maioria das vezes, Muttley acabava rindo quando seu amigo se dava mal.

No ano seguinte, 1969, Muttley e Dick Vigarista acabaram ganhando seu próprio desenho: Dick Vigarista & Muttley (Dastardly and Muttley and Their Flying Machines no original), onde agora a dupla - que continuava sendo os vilões atrapalhados da trama - com seus aviões, perseguiam o pombo-correio Yankee Doodle para tentar roubar suas mensagens secretas. Notem que aqui Muttley já tem uma leve mudança no visual, pois se em Corrida Maluca sua única vestimenta era uma pequena coleira vermelha, em Dick Vigarista & Muttley ele recebe chapéu e óculos de aviador, e uma echarpe.

É  apenas neste desenho que Muttley "exige" uma medalha em troca de salvar Dick de se acidentar, mas seu característico riso está presente novamente. Acontece que, tanto em Corrida Maluca  como em  Dick Vigarista & Muttley, às vezes vemos Muttley resmungando por ter levado uma bronca, ou ser contrariado. E esse é outro ponto que faz as pessoas acharem que ele é o tal "cachorro Rabugento". Mas quem é então, o tal Rabugento?



Rabugento, o Cão Detetive (The Mumbly Cartoon Show no original) é uma criação bem posterior, estreando na TV dos EUA em 1976, e teve apenas 16 episódios. O personagem, inspirado no detetive Columbo (uma série de TV dos anos 70), mostra Rabugento, um cachorro detetive caçando bandidos com suas aparições surpresa e "milagrosas". Já o outro personagem principal do desenho, o chefe da polícia Sargento Sinuca (Chief Schnooker no original), também é inspirado em outro detetive de outra série policial setentista: Kojak. Diferentemente de Muttley, Rabugento tem uma pelagem cinza, e está sempre vestido com um casaco que cobre totalmente seu corpo.

Rabugento possui uma risada que é exatamente igual a de Muttley, porém, além de rir, em muitas das vezes que um vilão foge de suas perseguições ele acaba resmungando... e muito.. por isso o seu nome. Outra de suas características é seu carro, uma lata-velha que mal anda e está sempre caindo aos pedaços. E se não bastasse as risadas iguais e enorme semelhança física, sabe quem dublava ambos os personagens originalmente? A mesma pessoa (que também deu voz a Mugger): Don Messick.

Apesar de seu programa solo não ter continuado, Rabugento ainda iria participar, no ano seguinte, 1977, de um outro desenho, chamado Ho-Ho-Límpicos (Laff-A-Lympics no original), que teve 24 episódios. Era uma espécie de "Jogos Olímpicos" entre os personagens da Hanna-Barbera, sendo que eles competiam divididos em 3 times... com nosso amigo Cão Rabugento sendo o líder de um deles. Abaixo segue a abertura brasileira deste raro desenho.

  

Acho que agora as coisas estão um pouco mais claras e menos confusas, certo? Não seja por isso. Existe um TERCEIRO cachorro que possui a mesma risada de Muttley e Rabugento: trata-se de Precioso, do desenho Xodó da Vovó (Precious Pupp no original), de 1965. Então, pasmem: a tão famosa risadinha asmática de Muttley não é originalmente dele! Foi usada primeira no Precioso, depois em Muttley, e finalmente, em Rabugento.

No vídeo abaixo, aos 59 segundos, vocês podem ver um trecho de Precioso rindo, em Xodó da Vovó.


Caso algum destes desenhos fez parte de sua infância, comente se você sabia destas diferenças e curiosidades!

Será que quem ri primeiro ri melhor??



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sábado, 13 de janeiro de 2024

DOZE filmes que estou esperando para assistir em 2024


Muito bem, se no post anterior falei de 2023, agora é hora de falar do futuro! Segue a lista de 12 filmes que estou bem curioso para assistir em 2024. A ordem apresentada é a data prevista de lançamento no Brasil.

Anotem aí na sua agenda as datas e vamos a eles! (ah, e recomendo que você não perca meu PS ao final do texto)

Anatomia de Uma Queda (25 de janeiro nos Cinemas)

Filme francês bastante premiado - inclusive levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2023 - e certamente estará presente com indicações no Oscar. Mistura elementos de filme de suspense com de tribunal, e conta a história onde uma escritora tenta provar sua inocência na morte do marido.


Pobres Criaturas (1º de fevereiro nos Cinemas)

Filme de fantasia e ficção científica do diretor Yorgos Lanthimo (de O Lagosta), ele conta a história de Bella Baxter (Emma Stone), uma jovem trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Em outras palavras, uma reinvenção do clássico Frankenstein. O filme levou o prêmio máximo do Festival de Veneza, e já ganhou os Globos de Ouro tanto de "Melhor Filme - Musical ou Comédia" e "Melhor Atriz". Certamente também receberá múltiplas indicações ao Oscar.


O Menino e a Garça (22 de fevereiro nos Cinemas)

Nada menos que o primeiro Anime a vencer o Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação, este filme dos Estúdios Ghibli é outro anunciado como sendo "o último" do mestre Hayao Miyazaki (só que talvez dessa vez seja mesmo). A história mostra a jornada de um menino que encontra uma estranha garça que o leva a um mundo mágico.


Duna: Parte 2 (29 de fevereiro nos Cinemas)

Continuando a ótima Parte 1 lançada em 2021, Duna 2 tem tudo para ser ainda melhor que o primeiro, por não ter que "gastar" tanto tempo apresentando o próprio universo, e focar mais na história em si, que no caso desta franquia, trata-se do arco inicial do personagem Paul Atreides. É torcer para que o diretor Denis Villeneuve continue fazendo um ótimo trabalho, e que o filme tenha bilheteria suficiente para animar seu estúdio a lançar um futuro Duna 3 (que iniciaria outro arco de história).


Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (28 de março nos Cinemas)

Continuação direta do muito bom Ghostbusters: Mais Além (2021), ao contrário do filme anterior, o desafio agora é que a franquia abandone um pouco da nostalgia e parta para uma trama totalmente inédita. Isso será crucial para o sucesso ou fracasso desta que é uma de minhas franquias favoritas na cultura Pop. Mais uma vez "clássico" retorna ao lado do elenco "novo".


Furiosa: Uma Saga Mad Max (23 de maio nos Cinemas)

Filme derivado do espetacular Mad Max: Estrada da Fúria (2015), agora contando a história das origens da personagem Imperatriz Furiosa, estava ansiosíssimo para ver o novo capítulo da franquia Mad Max. Porém, quando seu primeiro trailer saiu, fiquei bastante decepcionado e preocupado: primeiro porque a atriz Anya Taylor-Joy, embora excelente, não pareceu lembrar a Furiosa interpretada por Charlize Theron no filme de 2015; mas principalmente, porque as imagens mostraram efeitos especiais em excesso e malfeitos. É torcer para que a má impressão não se concretize, e o diretor George Miller nos surpreenda positivamente mais uma vez.


Um Lugar Silencioso: Dia Um (27 de junho nos Cinemas)

Longe de ser uma franquia brilhante ou inovadora, ao menos os dois primeiros filmes de Um Lugar Silencioso entregaram uma mistura de ficção científica com suspense / terror de bastante respeito. Por isso, é natural que me interesse por mais filmes deste universo. Desta vez, entretanto, só os produtores dos primeiros filmes permaneceram, o resto é tudo novo: diretor, personagens e atores. Pouco se sabe da trama, apenas que se trata do "dia um" da invasão alienígena, ou seja, será um filme cronologicamente anterior aos dois primeiros.


Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (3 de julho na Netflix)


Aqui temos outra franquia dos anos 80 sendo ressuscitada, e não deixa de ser bacana (e um pouco surpreendente) conseguirem trazer de volta boa parte de seus principais atores depois de tanto tempo. Eddie Murphy foi genial e uma grande estrela no passado, mas há muito tempo não consegue ser engraçado. Porém encaro esse filme como a oportunidade ideal para ele mudar isso. E um "vai ou racha" pra mim, e exatamente por isto estou bem ansioso para ver qual será o resultado.


Deadpool 3 (25 de julho nos Cinemas)


Deadpool 1 e 2 foram muito bons, engraçadíssimos, e tenho bastante esperança que a qualidade se mantenha para o filme 3. Afinal, a produção teve um tempo bem grande para desenvolvimento, além de que desta vez Ryan Reynolds terá pela primeira vez alguém para co-estrelar ao seu lado, Hugh Jackman, o eterno Wolverine, que já mostrou que também é bom em comédias.


Os Fantasmas Se Divertem 2 (5 de setembro nos Cinemas)


Besouro Suco! Besouro Suco! Está aí algo que ninguém esperava. Depois de mais de 35 anos, eis que surge uma continuação de Os Fantasmas Se Divertem (1988). O diretor Tim Burton está de volta, juntamente com dois dos atores mais importantes da franquia (Michael Keaton e Winona Ryder). A novidade foi trazer para o filme a atriz Jenna Ortega, atualmente ultra popular devido o seriado Wandinha.


Coringa 2 (3 de outubro nos Cinemas)


Sabe-se tão pouco a respeito deste novo Coringa, que ainda nem temos seu nome oficial para o Brasil. No original o filme se chama Joker: Folie à Deux, e por aqui não sabemos como isso será traduzido. Basicamente só se sabe que teremos a volta de Joaquin Phoenix como Coringa e a estréia de Lady Gaga como Arlequina. E aí que as coisas se complicam, pois junto com o anúncio da chegada de Lady Gaga, foi dito que o filme seria um musical. Se por um lado, musicais estão longe de ser um dos meus gêneros favoritos, por outro, não deixa de ser uma escolha bastante inusitada (que desperta minha curiosidade), além de que o primeiro Coringa foi tão bom, que não dá pra deixar de ver sua continuação.


O Auto da Compadecida 2 (em dezembro, nos Cinemas)

Sim! Chicó e João Grilo estão de volta 25 anos depois de protagonizarem um dos melhores filmes de comédia nacionais já feitos. Lembrando que o primeiro filme era uma adaptação de uma peça de teatro de mesmo nome, escrita por Ariano Suassuna, e que agora temos uma história totalmente inédita. Mas O Auto da Compadecida 2 conta com o mesmo Diretor / Roteirista do primeiro filme (Guel Arraes), e também com o aval da família de Suassuna, portanto, tenho esperança de que veremos coisa boa.



PS: por essa vocês não esperavam, certo?? Se você chegou até aqui, agora viu que os 4 filmes que aparecem na foto-título deste artigo NÃO estão na minha lista do top 12 de desejados do ano! Ainda assim, trouxe a imagem deles só para vocês saberem que eles existem, transformando meu top 12 em uma lista de 16. Em ordem, na imagem lá do topo, temos da esquerda para a direita: Guerra Civil (25 de abril), Planeta dos Macacos: O Reinado (23 de maio), Divertida Mente 2 (13 de junho) e Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa (27 de junho).

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...