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Bem vindo ao Cinema Vírgula! Com foco principal em notícias e críticas de Cinema e Filmes, este blog também traz informações de Séries de TV, Quadrinhos, Livros, Jogos de Tabuleiro e Videogames. Em resumo, o melhor da Cultura Pop.
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1) O Que Aconteceu Ao Homem de Aço? (1986)
(Superman #423 e Action Comics #583 - Roteiros:Alan Moore; Desenhos:Curt Swan)
O ano era 1986. A DC Comics iria fazer a maior reformulação de sua história: o evento Crise nas Infinitas Terras, que pela primeira vez, iria reiniciar a cronologia de todas as suas revistas. O que significava que assim como todos os outros títulos da editora, as revistas do Superman iriam "acabar" e reiniciar suas histórias do zero. John Byrne já estava contratado e pronto para assumir as histórias do Kryptoniano assim que o reboot terminasse. Então os editores do Homem de Aço tiveram uma idéia: chamar alguém "muito bom" para fazer "a última história do Superman". E eles trouxeram "apenas" o britânico Alan Moore, que pra mim é o melhor escritor de revistas comics de todos os tempos.
A história - a qual começa com o texto dizendo ser "fictícia" - mostra os últimos dias de nosso herói, onde ao mesmo tempo ele enfrenta vários de seus inimigos e se despede de seus principais amigos de tantas décadas. A história é comovente e um bocado melancólica (vários personagens morrem), e ao mesmo tempo, surpreendente. Ainda que não seja algo espetacular, foi algo de fato inovador e o fim de uma era, o ponto final dos primeiros 48 anos de quadrinhos do Homem de Aço.
2) Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche (1994)
(Superman/Doomsday: Hunter/Prey #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)
Claro que o arco de histórias A Morte do Superman, publicado em 1993, é muito mais conhecido e importante. Na verdade, foi um evento marcante, chocante, um fenômeno cultural. Foi a primeira aparição do vilão Apocalypse e, de certa forma, a primeira e mais duradoura "morte" do Homem de Aço até então. Mas... como roteiro a trama deixa um bocado a desejar: pouco ficamos sabendo sobre Apocalypse, tudo é muito corrido, mal acompanhamos o ponto de vista do nosso herói, e a luta entre ele e o Super-Homem também ficou longe de ser épica como deveria.
Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche corrige tudo isso. A primeira vez que eles se reencontram desde A Morte é justamente nesta minissérie, pouco comentada nos dias de hoje, mas que gosto muito. Não somente ela explica em detalhes as origens e motivações deste vilão, como principalmente, ele é elevado a tal nível que torna o sacrifício do Superman ao "derrotá-lo" algo ainda mais impressionante. Como outros pontos positivos, é também uma divertida aventura espacial, e vemos nosso herói lidar e refletir sobre responsabilidade, morte e medo. Também gosto da ousada solução encontrada aqui para derrotarem Apocalypse "definitivamente", por mais Deus ex machina que ela possa parecer. Infelizmente, entretanto, a solução não durou muito e este inimigo do Super-Homem já reapareceu em suas histórias muitas outras vezes depois desta trama. Mas isso já é outro problema...
3) Super-Homem versus Aliens (1995)
(Superman Vs Aliens #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)
Dan Jurgens era "o" cara responsável pelo Superman desde 1991, e aqui está ele novamente, escrevendo uma das melhores histórias do Super-Homem, e isso mesmo sendo um crossover com a franquia Alien.
A história não traz muitas surpresas, porém eu escrevo isso como elogio, pois ela é exatamente tudo que um fã de Superman e de Alien gostaria de ver, unificado, em uma mesma história. Temos então uma história característica de resgate do universo de Alien, onde uma nave interplanetária da Lexcorp (e não da Weyland Corp) pede socorro e o Super-Homem vai ao resgate. A tensão da trama é construída de maneira muito bem feita; no começo, o kryptoniano não sabe os horrores que vai testemunhar e ainda está em plenas forças. Porém, com o passar da história, ele vai enfraquecendo sem a luz do sol, e junto com os demais sobreviventes, vai sofrendo e presenciando situações cada vez mais difíceis.
4) O Reino do Amanhã (1996)
(Kingdom Come #1 a 4 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Alex Ross)
Trata-se de uma pequena trapaça nesta minha lista, já que não se trata de uma história exclusiva do Superman, e sim, de todos os heróis do Universo DC. Ainda assim, ele é um dos personagens centrais da trama, e é por isso que entendo ser muito justo que esta revista apareça por aqui.
O Reino do Amanhã é certamente uma das melhores histórias de super-heróis em mundo alternativo já criadas até hoje. Baseada em um futuro hipotético onde a maioria dos heróis que conhecemos já está aposentada, os supers da "nova geração" são egocêntricos e violentos; sim, eles fazem seu trabalho de "derrotar os bandidos", mas agem sem nenhuma empatia e defendem um modo de vida semelhante ao fascismo. É em meio a este contexto que o Super-Homem resolve reagir, voltar à ativa, e relembrar a todos os verdadeiros significados de heroísmo e justiça. Se prepare para momentos cinematográficos, marcantes e emocionantes, e com discussões bem alinhadas com o mundo real.
5) Superman: As Quatro Estações (1998)
(Superman For All Seasons #1 a 4 - Roteiro: Jeph Loeb; Desenhos: Tim Sale)
Cada um dos 4 capítulos, representado por uma estação do ano, é narrado por uma pessoa diferente: Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang, sendo que o "clima" das estações reflete os acontecimentos de cada parte.
Não é exatamente uma história de origem, mas sim a história dos primeiros anos de um inexperiente e perdido Superman. O Super-Homem de Loeb é bem um "menino do interior" aprendendo a lidar com o "baque" de ser adulto em uma metrópole (e lutar contra um invejoso Luthor, claro), sensação reforçada pelos desenhos ao estilo retrô de Tim Sale, que parecem serem pintados com giz de cor (pelo colorista Bjarne Hansen), e que com certa frequência nos traz lindas cenas de apenas um quadro em página dupla. Uma oportunidade de ler, tanto nos textos quanto nos desenhos, algo diferente e "moderno-vintage".
6) Superman - O Legado das Estrelas (2003)
(Superman: Birthright #1 a 12 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Leinil Francis Yu)
Criado originalmente para ser uma história não-canônica do Superman, no fim a DC optou por lançá-la como canônica, provavelmente devido sua ótima qualidade. O que não foi algo pequeno, pois estávamos diante da primeira versão de origem do Século XXI para o herói, reescrevendo a anterior, criada por John Byrne nos remotos anos 80!
O Legado das Estrelas traz uma história de origem bem mais moderna e dinâmica, além de fazer algumas importantes alterações da versão anterior de Byrne. Por exemplo, os habitantes de Krypton deixam de ser seres sem emoção, e Lex Luthor volta a ter passado sua infância em Smallville, onde inclusive conheceu Clark Kent. A história não apenas mostra as primeiras aventuras de Clark como herói, como também a origem de Luthor, e sua transformação para o ser de puro ódio e amargura de hoje.
Foi deste quadrinho que Zack Snyder mais se inspirou para fazer seu filme O Homem de Aço (2013), embora entre ambos há um grande diferença: no filme, há a presença de General Zod e outros kryptonianos; na HQ, o único vilão é Lex Luthor. Outra curiosidade: embora não isto não esteja descrito explicitamente em O Legado das Estrelas, é nela que o "S" do emblema do peito do herói é re-significado pela primeira vez como "Esperança" na mitologia do Superman.
7) Grandes Astros Superman (2006)
(All-Star Superman #1 a 12 - Roteiros: Grant Morrison; Desenhos: Frank Quitely)
E agora vamos para o ápice, aquela que provavelmente é a melhor história do Super-Homem de todos tempos, e certamente a melhor história escrita pelo reverenciado escocês Grant Morrison.
Na trama, Superman descobre que vai morrer em um ano, e então decide fazer uma série de 12 realizações pra deixar como legado. A minissérie é uma grande homenagem à toda a carreira do Homem de Aço, e ao longo da história, nosso herói encontra vários de seus inimigos, em alguns casos de maneira "conclusiva".
Grandes Astros Superman traz vários momentos de grande beleza e sensibilidade, também ampliados pelos belos, "limpos" e incomuns desenhos de Frank Quitely. Também é curioso e diferente a maneira com que Superman é retratado nesta obra, que se passa em um mundo a alguns anos no futuro: ele é representado como um ser quase perfeito, sendo também superinteligente.
8) Superman: Brainiac (2008)
(Action Comics #866 a 870 - Roteiros: Geoff Johns; Desenhos: Gary Frank)
Encerrando a lista, outro arco de histórias que foi publicado originalmente na revista regular do herói, mais especificamente na Action Comics, durante a fase de Geoff Johns, o roteirista principal deste título entre 2006 a 2009.
Brainiac começou sua carreira nas HQs apenas como uma entidade alienígena que controlava a mente das pessoas, mas com o passar das décadas, se transformou em um dos mais poderosos e importantes antagonistas do Superman, inclusive com ligação direta ao passado do planeta Krypton, deonde ele "roubou" e miniaturizou uma cidade inteira: Kandor. Em Superman: Brainiac não apenas a história da captura de Kandor é recontada, como também vemos Brainiac em sua mais poderosa versão até então. Outro destaque são os desenhos de Gary Frank, que além de excelentes, desenha os rostos de alguns dos personagens para serem iguais aos dos atores dos filmes do Super-Homem dos anos 70-80. Clark e Lois estão respectivamente idênticos a Christopher Reeve e Margot Kidder!
E não para por aí: nesta história também vemos de maneira bem emocionante a morte do pai de Clark Kent. Como curiosidade, não foi a primeira e nem a última vez que ele morreu nas HQs. A cada reboot do Homem de Aço, após anos de histórias, as vezes ambos os pais do personagem morrem, ou nenhum, ou apenas o pai. Aliás, um ano após deixar as revistas mensais do personagem, Geoff Johns voltou em 2010 com a minissérie Superman - Origem Secreta, que recomeça a história do herói, e... (que novidade...), acaba trazendo Jonathan Kent de volta.
Bônus 1) Superman, Campeão dos Oprimidos (1938)
(Action Comics #1 - Roteiros: Jerry Siegel; Desenhos:Joe Shuster)
Dentre as várias histórias que estavam dentro da revista Action Comics #1, lançada em Abril de 1938 (ainda que na capa aparecesse Junho de 38), a primeira e principal delas era a estréia de Superman para o mundo. Sendo Siegel e Shuster descendentes de imigrantes judeus, ambos de famílias humildes e vivendo em plena Grande Depressão, não chega então a ser surpreendente ver que o Superman original também fosse um imigrante (no caso, de outro planeta), e que estivesse mais preocupado em salvar o cidadão oprimido comum.
Em sua primeira história, com apenas 13 páginas, Superman impede que uma mulher seja erroneamente executada no corredor da morte; depois salva outra mulher que iria apanhar do violento marido; resgata Lois Lane de um grupo de mafiosos; e finalmente, flagra um senador em um ato de corrupção.
A capa da revista não é esta ao lado, e sim a parte central da imagem principal (e inicial) deste artigo. Como se pode notar pelas 2 capas ao seu redor, trata-se de uma das cenas mais homenageadas da história das HQs, inclusive pelas editoras rivais. O motivo pelo qual coloquei a imagem de Superman: Antologia aqui é porque das mais de 10 vezes que esta história foi republicada no Brasil, a ocorrência mais recente foi dentro dela, em 2020.
Bônus 2) Massacre em Metropolis! (1994)
(Superman #92 e Adventures of Superman #515 - Roteiros: Dan Jurgens e Karl Kesel; Desenhos: Dan Jurgens e Barry Kitson)
Massacre é um supervilão psicopata, caçador de recompensas alienígena, com poderes energéticos e superforça, que o Super-Homem conheceu em suas primeiras histórias pós retorno da morte de 1994. Eu gosto bastante do conceito deste personagem, da maneira inteligente que o Superman o derrota, e da maneira doente - mas plausível - que a história se encerra. Infelizmente o vilão Massacre (que curiosamente também tem exatamente este nome no inglês original) apareceu em algumas poucas revistas da década de 90 para ser (pelo menos até agora) abandonado de vez.
Aqui no Brasil esta história em duas partes denominada Massacre em Metrópolis foi publicada na revista mensal Super-Homem #141, da editora Abril, em Março de 1996. É a sua capa que vemos na imagem ao lado.
Oficialmente, a primeira tirinha de Garfield é esta que vemos abaixo, publicada em 19 de junho de 1978 simultaneamente em 41 jornais dos EUA.
Ou seja... Garfield estava presente desde o primeiro quadrinho de Jon. E a conclusão: a primeira tirinha de Garfield foi uma modificação da primeira tirinha de Jon, assim como a série de quadrinhos de Garfield como um todo, também foi uma simples modificação / evolução dos quadrinhos de Jon!
A mudança do nome de Jon para Garfield foi uma decisão editorial, justamente quando Jim Davis conseguiu um contrato para que sua obra fosse publicada a nível nacional; Jon era publicado quase totalmente em jornais da região onde ele morava, no estado de Indiana.
E agora que você já está ciente desta grande surpresa, vamos a mais algumas curiosidades sobre nosso querido gato adorador de lasanhas:
1 - Garfield aprendeu a andar em duas patas com o Snoopy (ou quase isso)
No começo Garfield andava como um gato comum, ou seja, com as quatro patas. E o Garfield que conhecemos hoje tem um estilo bem mais antropomórfico, com ele andando "em pé", sobre as patas traseiras. Esta "transformação" ocorreu graças a ajuda de Charles Schulz, o criador de Snoopy.
Segundo Jim Davis, ele estava em Los Angeles para fazer o primeiro especial de TV de Garfield, e tinha o desejo que Garfield se levantasse e dançasse durante os créditos iniciais, o que simplesmente não estava funcionando. Porém Charles Schulz estava trabalhando em uma sala ao lado, e ao saber do ocorrido, resolveu ajudar seu amigo de profissão: "Isso é porque você deu a ele esses pezinhos de gato". Schulz explicou que foi justamente para que Snoopy pudesse ficar de pé, ele lhe deu pés grandes, iguais aos dos humanos. Foi então que Garfield ganhou as patas traseiras grandes que conhecemos hoje, e tudo mudou.
2 - A tirinha de Garfield quase não sobreviveu ao seu primeiro ano de publicação
Lembram que eu disse que Garfield estreou simultaneamente em 41 jornais estadunidenses? Pois é, acontece que em vários deles, a estréia ocorreu nos moldes de "período de testes", onde as tiras são publicadas gratuitamente por alguns meses. Após o fim deste tempo, vários jornais não quiseram continuar com o trabalho de Jim Davis, incluindo-se aí o maior destes, o Chicago Sun-Times. Felizmente os leitores se revoltaram e começaram a reclamar para estes jornais, que acabaram cedendo. Especialmente no caso do Chicago Sun-Times, quando Garfield re-estreou por lá, foi através desta tirinha exclusiva para o jornal (ver acima), referenciando o apoio dos fãs.
3 - Motivos para Garfield amar lasanha
Eu não sei o que se passa na cabeça dos estadunidenses para ficar dando lasanha para seus gatos... mas para quem estiver lendo isso aqui, não... isso não é nada recomendável.
4 - O cachorro Odie não era originalmente de Jon, e sim de Lyman (quem?)
Bem no começo da tira, Davis decidiu que queria um outro personagem para que Jon pudesse conversar, além de Garfield. Eis então que surge Lyman, amigo de Jon que passa a morar com ele após sofrer alguns contratempos. E junto com Lyman veio seu cachorro de estimação, Odie. Porém com o passar do tempo Jim percebeu que não precisava de outro humano, e então Lyman foi aos poucos aparecendo cada vez menos nas histórias. Sua primeira aparição nas tiras de 1983, em Abril, foi também sua última nas tirinhas de Garfield. Neste mesmo ano, Odie também já seria "incorporado" como mascote de Jon.
O curioso é que o "sumiço" de Lyman nunca foi comentado ou explicado nas tiras de Garfield... Jim Davis simplesmente parou de desenhá-lo e pronto. O que acabou virando uma certa piada interna entre os fãs do famoso gato: "o que poderia ter acontecido?".
Bem, para o Halloween de 2002 foi lançado no website oficial de Garfield um jogo Flash de nome Garfield's Scary Scavenger Hunt, um jogo de aventura point-and-click temático para aquela celebração, onde a casa de Garfield ficou assombrada e os jogadores controlavam o gato para encontrar nela 7 itens escondidos (doces para comer, é claro!!). De maneira bem-humorada, o jogo trazia uma mórbida surpresa: ao entrar no porão... bem, lá estava Lyman, acorrentado e mantido como refém durante este tempo todo...
Tivemos várias produtoras de jogos para videogames que alcançaram muita fama nos anos 80 e 90, os anos dourados dos consoles. Nomes como Capcom, Data East, Electronic Arts, Konami, Namco e Taito. Porém também tivemos muitas outras, que se não ficaram tão famosas, deixaram sua marca na história. Uma delas é a Irem, que faço questão de relembrar por aqui.
Fundada em 1974 como IPM, a Irem Corporation é uma antiga desenvolvedora e publicadora de jogos eletrônicos japonesa. Sua história com videogames e arcades (fliperamas) começa em 1978. E a seguir, vamos a alguns dos jogos que a fizeram ser memorável:
Moon Patrol (1982), um dos primeiros grandes sucessos da Irem, chegou a alcançar o Top 5 de arcades mais lucrativos nos meses posteriores ao seu lançamento. É considerado o primeiro jogo de rolagem lateral da história (!) a usar o efeito de parallax scrolling (quando as imagens de plano de fundo movem-se mais lentamente que as imagens em primeiro plano, criando uma ilusão de profundidade) na tela inteira.
No jogo, você controla um veículo lunar enquanto pula e se desvia de obstáculos como buracos e pedras, além de atirar em naves alienígenas. O game também foi portado para o Atari 2600, Atari 5200, Commodore 64, IBM PC e MSX dentre outros.
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A versão original arcade (à esq.), e a versão do Atari 2600 (à dir.), um dos melhores jogos deste console |
Kung-Fu Master (1984), é nada menos que o primeiro jogo beat 'em up (luta corpo a corpo) da história (!) O game se tornou um enorme sucesso, lançado nos fliperamas em Novembro de 84, terminou o ano seguinte como líder de vendas do Japão e em segundo lugar nos EUA.
Na trama, o jogador controla Thomas, um mestre de Kung Fu, que luta por 5 andares de um Templo para resgatar sua namorada Sylvia, sequestrada por um chefão do crime. São dezenas de adversários por andar, muitos simultâneos, porém para subir ao andar seguinte é necessário derrotar o chefão daquele nível. Kung-Fu Master também foi portado para o Atari 7800, Apple II, Commodore 64, MSX... mas o console caseiro onde mais fez sucesso foi o NES, o querido Nintendinho.
R-Type (1987), jogo de tiro de nave em rolagem lateral, o primeiro jogo lançado pela Irem em sua placa arcade de 16-bits. O jogo chamou a atenção do mundo pela sua incrível beleza gráfica, e também, pela sua dificuldade. R-Type se encontra na seleta lista de melhores jogos de videogame de todos os tempos.
Como características inconfundíveis, R-Type apresenta um visual baseado nos trabalhos de H.R. Giger, a mesma mente de onde foram inspirados os visuais para os filmes da franquia Alien. Além disso, a nave que o jogador controla, a R-9 "Arrowhead", está sempre acompanhada de um módulo praticamente esférico de nome "Force", que pode ser ejetado ou também acoplado na frente ou atrás do veículo. É uma arma viva, indestrutível, que atira raios diversos e também serve como escudo. Dada a sua enorme qualidade, R-Type foi portado para dezenas de consoles, do velho e bom Master System aos modernos PlayStation 4 e Xbox 360.
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R-Type virou uma franquia de grande sucesso. Somando suas continuações e spin-offs, são mais de uma dezena de títulos! |
E antes de irmos para a próxima seção deste artigo, só com jogos dos anos 90, quero comentar sobre mais dois jogos oitentistas que joguei e gosto. Um nada "revolucionário" mas que ficou bem famoso, e outro um bocado obscuro. O popular destes é Vigilante (1988), um beat 'em up que por também só possuir movimentação em 2D e possuir trama parecida, foi considerado o "sucessor espiritual" do Kung-Fu Master. O jogo foi portado para o Amiga, Master System, Commodore 64, MSX e TurboGrafx-16 dentre outros.
Já o jogo menos conhecido é o belíssimo Dragon Breed (1989), um jogo de tiro horizontal onde sua "nave" na verdade é um comprido dragão voador de nome Bahamoot. O game tem um visual que mistura R-Type com outros jogos da SEGA que adoro, como Space Harrier (1985) e Altered Beast (1988). Dragon Breed não foi portado para nenhum console caseiro, apenas para alguns computadores, como por exemplo o Amiga, Atari ST e Commodore 64.
A Tetralogia D.A.S.
Tetralogia D.A.S. é como são conhecidos quatro jogos criados pela Irem nos anos 90 que possuem duas características em comum: terem sido feitos pelo mesmo time de desenvolvedores, e se situarem em uma Terra pós-apocalíptica onde um grupo de vilões denominado D.A.S. (Dark Anarchy Society, ou Destruction And Satsujin no original japonês) conseguiu inundar o planeta ao derreter suas calotas polares. São eles: Air Duel (1990), Undercover Cops (1992), In The Hunt (1993) e Gunforce II (1994). Todos de estilos completamente diferentes, como veremos a seguir.
O "fim" e a Nazca Corporation
Em 1994, a Irem encerrou o desenvolvimento de novos jogos de videogames, passando apenas a fabricar máquinas de fliperama. Devido seu "fim", uma equipe de programadores da divisão de videogames da Irem (as mesmas pessoas que criaram os jogos da Tetralogia D.A.S.!) deixou a empresa e fundou a Nazca Corporation, que dentre vários jogos relevantes, se tornou famosa principalmente por ter criado a franquia Metal Slug, que brilharia no Neo Geo da SNK.
Takashi Nishiyama, um dos mais antigos grandes nomes da Irem, e também um dos principais nomes em Moon Patrol e Kung-Fu Master, esteve envolvido no desenvolvimento do Neo Geo de outros games que surgiram neste console, como por exemplo Art of Fighting e The King of Fighters. Como se pode concluir, é como se o Neo Geo fosse a nova casa dos antigos funcionários da Irem.
Metal Slug, genial jogo da Nazca Corporation, é de ex-funcionários da Irem |
A partir de 1997 a Irem voltou para os games, agora sob o nome de Irem Software Engineering, quando começou a adaptar e (re)publicar seus antigos clássicos para vários consoles PlayStation, Nintendo e até Sega Saturn. Porém desde 2011 ela só produz máquinas de Caça-níquel (Slot machine), abandonando de vez qualquer ligação com o mercado de videogames.
Já a Nasca Corporation, após alguns anos de serviços prestados para a SNK para o Neo Geo, foi comprada pela mesma, e seus funcionários ficaram por lá até 2001, quando a SNK decretou falência.
E vocês? Jogaram algum jogo da IREM? Comentem! E para ler mais artigos sobre videogames, é só clicar aqui!
Mais de duas décadas da animação original, de 2002, a Disney lança a versão live-action de Lilo & Stitch, após uma seqüência de adaptações questionáveis pela empresa do Mickey. Felizmente desta vez temos uma boa adaptação, com um filme divertido, engraçado, mas que fez mudanças para "atualizar" a história para os tempos atuais, e que como veremos a seguir, teve seus prós e contras.
Na história base, praticamente idêntica ao filme original, conhecemos Stitch, também chamado de Experimento 626, um pequenino alienígena azul criado para ser uma arma de destruição. E quando ele é apresentado pelo seu criador, o Dr. Jumba Jookiba (Zach Galifianakis) à Federação Galáctica Unida, Stitch é preso e condenado ao exílio. Porém a pequena criatura acaba fugindo e caindo no Planeta Terra, no Havaí, onde é "adotado" como um cachorro por Lilo (Maia Kealoha), uma garotinha de 6 anos órfã e solitária. Enquanto Lilo tenta "educar" Stitch, o pequeno alienígena precisa fugir dos enviados da Federação Galáctica que tentam recapturá-lo. Ao mesmo tempo, Nani (Sydney Elizebeth Agudong), a irmã mais velha de Lilo, luta para convencer a assistente social Sra. Kekoa (Tia Carrere) à não perder a guarda da irmã.
Há várias cenas neste Lilo & Stitch que são cópias do desenho original, porém há outras - em destaque para cenas de ação e cenas de piadas - que são novas para o filme, e isto é muito bom. Em geral Lilo & Stitch é um filme dinâmico, engraçado e "fofo", assim como o original, e deve encantar o mesmo tipo de público que agradou quando surgiu em desenho muitos anos atrás. O personagem de Stitch é bem feito, parece bem real, mas a grande qualidade de ter transformado este filme em live-action é a relação Lilo-Nani. Encarar a possibilidade da irmã perder a guarda de Lilo e se separarem tem um peso muito maior com pessoas reais sendo vistas em tela. A presença da nova personagem Sra. Kekoa, mais empática e menos cômica, também reforça este sentimento, sendo então um acerto.
Por outro lado, quando eu disse anteriormente que este Lilo & Stitch é "dinâmico", ele o é até demais. Tudo é muito corrido, e temos menos atenção dada a emoção dos personagens do que se deveria. No desenho de 2002, vemos Stitch passar por várias situações que vão "amolecendo" seu coração, e gradualmente o transformando em um ser bom; já neste live-action a quantidade de cenas que fazem isto são menores e mais curtas, fazendo com que nós na verdade nos apaixonemos e torcemos pelo Stitch mais pela memória afetiva que temos dele do que pelo que vimos no filme de agora.
O outro problema é a questão da "família", a Ohana tão falada e repetida no filme original e nesse aqui. De que família sempre fica unida. Bem, a correria deste Lilo & Stitch também enfraquece a força deste recado, mas além de tudo, o desfecho do filme não é o mesmo do desenho, e o novo final escolhido pode ou não enfraquecer esta mensagem de "família" (comentarei sobre isso no meu PS 2 mais abaixo).
Ainda que com mudanças, Lilo & Stitch mantém as qualidades principais do filme original e o reapresenta para as novas gerações. Ele é menos emocionante e engraçado que a animação de 2002, mas ainda assim uma ótima diversão e, por outro lado, consegue de fato ser mais real. Talvez com isso, consiga deixar Stitch algo mais palpável para as crianças atuais. Nota: 7,0.
PS 1: curiosidade, sabiam que Tia Carrere, a atriz que faz a assistente social Sra. Kekoa neste Lilo & Stitch foi quem dublou a Nani do filme original de 2002? E Chris Sanders, que dublou Stitch originalmente, dublou o animalzinho aqui também. Só que Sanders também foi o diretor e roteirista do primeiro desenho; aqui ele só dublou mesmo.
PS 2: aqui comentarei sobre a diferença entre o final deste Lilo & Stitch em comparação ao filme de 2002, não leia se não quiser spoilers. Uma adição que foi feita para este filme de 2025 foi fazer com que Nani tivesse a possibilidade de para a universidade ser bióloga marinha, opção que largou para cuidar de Lilo. Porém no final do filme ela de fato vai para a faculdade, deixando a irmã sob os cuidados de Tūtū (Amy Hill), sua vizinha, e outra personagem nova criada para este filme. Então aí fica o questionamento... com esta atitude, por um lado, é passada a mensagem que "família" é algo além de laços de sangue. Mas por outro lado, o desfecho diminui o sacrifício de Nani. Teria ela "afrouxado" seus votos de Ohana? Fica para você tirar suas conclusões ;)
O que não falta na televisão são programas de "show de talento", onde participantes (em teoria ainda desconhecidos ou de pouca fam...