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domingo, 11 de fevereiro de 2024

Conheça a Oink Games e seus curiosos jogos de cartas / tabuleiro


A Oink Games é uma empresa japonesa de jogos fundada em 2010, e embora ela também tenha alguns  poucos jogos de videogames em seu catálogo (celulares e Nintendo Switch), seu grande foco e especialidade, desde seu nascimento, são os jogos de tabuleiro.

Falando sobre seus jogos de cartas e de tabuleiro, a Oink Games já lançou cerca de 50 jogos até agora, e apesar de ter lançado jogos em caixas de tamanhos diversos (mas sempre em caixas pequenas), e algumas vezes simplesmente licenciando jogos de designers estrangeiros (por exemplo estão com ela os jogos Modern Art, Stamps e Twins do famoso criador de jogos alemão Reiner Knizia), ela é mais conhecida pelos seus jogos em pequenas caixinhas retangulares (com cerca de 11cm de altura por 6,5 cm de largura), com design diferenciado e minimalista, e de criadores japoneses (ver a foto acima).

Abaixo apresento a vocês 5 destes joguinhos de caixinhas da Oink Games que conheço, em ordem crescente de data de lançamento.


Maskmen (2014)

Dos designers Jun Sasaki e Taiki Shinzawa, Maskmen é um jogo de carteado de Climbing ("escalada"), ou seja, que na sua jogada você precisa "matar" as cartas do jogador anterior, geralmente jogando uma ou mais cartas de valores maiores. Com temática de lutadores da Lucha Libre mexicana, e para 2 a 6 jogadores, o principal diferencial deste jogo é que a definição do "qual valor (cor) é mais forte que o outro" acontece durante as partidas. Bem bonito visualmente, Maskmen fez bastante sucesso no Brasil em 2022, com muita gente importando o joguinho e levando nas jogatinas.


Deep Sea Adventure (2014)

Um dos maiores sucessos comerciais da Oink, ultrapassando 200 mil copias vendidas internacionalmente, Deep Sea Adventure foi criada pelos designers Jun Sasaki e Goro Sasaki, e se trata de um caça-ao-tesouro no fundo do mar. De 2 a 6 "mergulhadores", onde cada jogador rola dois dados, desce cada vez mais fundo no oceano e decide ou não pegar um peça de tesouro... tendo que que voltar para o barco antes de que o oxigênio acabe. Só há dois "probleminhas": quanto mais tesouros você pega, mais pesado você fica, consumindo mais oxigênio; e a reserva de oxigênio é compartilhada... ou seja, se alguém é muito ganancioso, pegando muito tesouros, TODOS são prejudicados correndo risco de vida. É bem comum que todos os mergulhadores acabem sem oxigênio e não voltem a tempo com seus espólios para o barco rs. O jogo é rápido, simples, tenso e divertido. Digamos que é uma versão ultra simplificada de Clank! (2016). Deep Sea Adventure fez tanto sucesso que em 2021 a Oink Games lançou Moon Adventure, uma versão maior e mais elaborada de Deep Sea, com mais componentes.


Dungeon of Mandom VIII
(2017)

Este jogo de cartas é a versão seguinte de Dungeon of Mandom (2013), e apesar do nome estranho, é um jogo familiar para os brasileiros. Pois se trata do jogo que na Europa foi vendido como Welcome to the Dungeon (2013), e teve sua continuação como Welcome Back to the Dungeon (2016). As regras são as mesmas em todos os jogos. A diferença principal entre as versões (além do design / ilustração das cartas), é o número dos personagens. Se nos "Welcome" temos 4 opções de aventureiros cada, no Dungeon of Mandom temos apenas 1, e no Dungeon of Mandom VIII temos 8 (daí o nome). No jogo, cada jogador é um aventureiro de classe distinta, repleto de equipamentos, e que pretende explorar uma masmorra (dungeon). Primeiro os jogadores se revezam desafiando um ao outro para entrar no calabouço com menos equipamentos, que também vai se enchendo de monstros. Quando resta apenas um jogador que não fugiu do desafio, ele desce para a exploração, indo para o "tudo ou nada".

Criado por Masato Uesugi, e ampliado por Antoine Bauza, o jogo chegou ao Brasil sempre na versão Welcome to the Dungeon, em parceria com a editora francesa Iello, ou seja: em uma caixa maior, branca, totalmente diferente das caixinhas da Oink.


Startups (2017)

Startups é um jogo de cartas do designer Jun Sasaki, de 3 a 7 jogadores, com temática de compra de ações de empresas na "bolsa de valores". As cartas são de 6 companhias diferentes, e no final da partida, só pontua quem tiver mais ações para cada companhia. A "sacada" do jogo é que quanto mais ações de uma empresa você tem no momento, fica mais difícil comprá-las. Isso exige dos jogadores balanceamento e estratégia nas compras das mesmas. Para quem olhar no detalhe de como o jogo funciona, irá perceber que ele é "mais ou menos" um No Thanks! (2004) ao contrário.


Scout (2021)

E, finalizando a lista com o melhor de todos eles, Scout, indicado ao Spiel des Jahres de 2022 (ou seja, foi um dos 3 jogos indicados ao equivalente ao "Oscar" de melhor jogo do ano). Um jogo de cartas de 2 a 5 pessoas, do designer Kei Kajino, Scout é o segundo jogo de escalada ("climbing") desta lista. A questão aqui, é que pra mim, ele é o melhor jogo de Climbing que joguei até hoje.

O diferente de Scout está em suas cartas... ele tem números tanto em cima quanto embaixo, e ao receber suas cartas você NÃO pode reordená-las! Pode apenas escolher em jogar com os números da parte de cima, ou os números da parte de baixo! Feito isso, em sua vez, ou você joga na mesa uma ou mais cartas maiores que a do adversário (para "matá-las" e ganhar um ponto para cada carta que matou), ou, se não for possível, se compra uma carta da mesa recém colocada pelo seu adversário, e se coloca na sua mão. Note que ao fazer isto, você aí sim pode colocar a carta pescada em qualquer lugar da sua mão. A rodada acaba quando o primeiro jogador "bater" e eliminar todas as cartas das maõs. Cada carta não jogada que sobrou com você vale um ponto negativo.

Há outras regras, mas não vou citar para não me estender muito. Scout é outro jogo que foi bastante importado pelos brasileiros, e tem feito bastante sucesso por aqui nas jogatinas dos últimos dois anos.



E como os jogos de tabuleiro também tem um pezinho no colecionismo, uma experiência diferente e bacana seria colecionar os jogos de caixinhas da Oink Games (eu mesmo tenho 2 e há mais um outro a caminho). Pena que não é uma tarefa tão fácil para nós brasileiros, afinal, pouquíssimos dos seus jogos saíram por aqui (e quando saíram, foram em caixas genéricas completamente diferente das originais). A única maneira de colecioná-los seria importá-los.

A Oink não é boba e supervaloriza seus preços. Portanto, apesar de serem bem pequenos, suas "caixinhas icônicas" tem o preço médio de 20 Euros, variando levemente para mais ou para menos, dependendo da loja que você os encontre. Só compensa mesmo se você estiver no exterior e comprar pessoalmente, porque se comprar pela internet, com o frete e imposto, o preço vai às alturas.

E aí, conhecia os jogos da Oink Games? Tem algum? Já jogou algum? Coleciona? Escreva nos comentários!



Atualização 17/02/24: hoje a Galápagos Jogos anunciou, de modo surpreendente que irá trazer o Scout para o Brasil. Não disse a data nem o valor, mas será para o primeiro semestre deste ano. E segundo eles, esperam ser apenas o primeiro jogo dentre uma maior parceria com a Oink. Tomara. Nosso dinheiro agradece.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #019 - Não confunda! Muttley NÃO é o Rabugento!

Em meu artigo de curiosidades de hoje, vamos desfazer uma confusão muito comum feita por quem assistia aos antigos desenhos clássicos da Hanna-Barbera. É muito comum pensar em "Muttley, o cachorro rabugento"... porém esta associação está errada(!), ainda que ambos personagens sejam de fato bem parecidos e partilhem muitas coisas em comum.

Mugger... o começo de tudo

Em primeiro lugar, ambos partilham de uma inspiração comum. Teoricamente, eles são uma evolução de um cachorro coadjuvante de nome Mugger, dublado por Don Messick, e que apareceu pela primeira vez em 1964, no filme de animação Oi Galera, Sou o Zé Colmeia!.


Mas voltando ao Muttley vs Rabugento: Muttley foi quem surgiu primeiro, em 1968, como um dentre os vários personagens do desenho Corrida Maluca (Wacky Races, no original). Muttley era o amigo / cachorro de Dick Vigarista, e juntos, sendo os "vilões" da atração, tentavam sabotar os carros dos adversários para vencer as disputas. Claro que sempre tudo dava errado, e na maioria das vezes, Muttley acabava rindo quando seu amigo se dava mal.

No ano seguinte, 1969, Muttley e Dick Vigarista acabaram ganhando seu próprio desenho: Dick Vigarista & Muttley (Dastardly and Muttley and Their Flying Machines no original), onde agora a dupla - que continuava sendo os vilões atrapalhados da trama - com seus aviões, perseguiam o pombo-correio Yankee Doodle para tentar roubar suas mensagens secretas. Notem que aqui Muttley já tem uma leve mudança no visual, pois se em Corrida Maluca sua única vestimenta era uma pequena coleira vermelha, em Dick Vigarista & Muttley ele recebe chapéu e óculos de aviador, e uma echarpe.

É  apenas neste desenho que Muttley "exige" uma medalha em troca de salvar Dick de se acidentar, mas seu característico riso está presente novamente. Acontece que, tanto em Corrida Maluca  como em  Dick Vigarista & Muttley, às vezes vemos Muttley resmungando por ter levado uma bronca, ou ser contrariado. E esse é outro ponto que faz as pessoas acharem que ele é o tal "cachorro Rabugento". Mas quem é então, o tal Rabugento?



Rabugento, o Cão Detetive (The Mumbly Cartoon Show no original) é uma criação bem posterior, estreando na TV dos EUA em 1976, e teve apenas 16 episódios. O personagem, inspirado no detetive Columbo (uma série de TV dos anos 70), mostra Rabugento, um cachorro detetive caçando bandidos com suas aparições surpresa e "milagrosas". Já o outro personagem principal do desenho, o chefe da polícia Sargento Sinuca (Chief Schnooker no original), também é inspirado em outro detetive de outra série policial setentista: Kojak. Diferentemente de Muttley, Rabugento tem uma pelagem cinza, e está sempre vestido com um casaco que cobre totalmente seu corpo.

Rabugento possui uma risada que é exatamente igual a de Muttley, porém, além de rir, em muitas das vezes que um vilão foge de suas perseguições ele acaba resmungando... e muito.. por isso o seu nome. Outra de suas características é seu carro, uma lata-velha que mal anda e está sempre caindo aos pedaços. E se não bastasse as risadas iguais e enorme semelhança física, sabe quem dublava ambos os personagens originalmente? A mesma pessoa (que também deu voz a Mugger): Don Messick.

Apesar de seu programa solo não ter continuado, Rabugento ainda iria participar, no ano seguinte, 1977, de um outro desenho, chamado Ho-Ho-Límpicos (Laff-A-Lympics no original), que teve 24 episódios. Era uma espécie de "Jogos Olímpicos" entre os personagens da Hanna-Barbera, sendo que eles competiam divididos em 3 times... com nosso amigo Cão Rabugento sendo o líder de um deles. Abaixo segue a abertura brasileira deste raro desenho.

  

Acho que agora as coisas estão um pouco mais claras e menos confusas, certo? Não seja por isso. Existe um TERCEIRO cachorro que possui a mesma risada de Muttley e Rabugento: trata-se de Precioso, do desenho Xodó da Vovó (Precious Pupp no original), de 1965. Então, pasmem: a tão famosa risadinha asmática de Muttley não é originalmente dele! Foi usada primeira no Precioso, depois em Muttley, e finalmente, em Rabugento.

No vídeo abaixo, aos 59 segundos, vocês podem ver um trecho de Precioso rindo, em Xodó da Vovó.


Caso algum destes desenhos fez parte de sua infância, comente se você sabia destas diferenças e curiosidades!

Será que quem ri primeiro ri melhor??



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sábado, 13 de janeiro de 2024

DOZE filmes que estou esperando para assistir em 2024


Muito bem, se no post anterior falei de 2023, agora é hora de falar do futuro! Segue a lista de 12 filmes que estou bem curioso para assistir em 2024. A ordem apresentada é a data prevista de lançamento no Brasil.

Anotem aí na sua agenda as datas e vamos a eles! (ah, e recomendo que você não perca meu PS ao final do texto)

Anatomia de Uma Queda (25 de janeiro nos Cinemas)

Filme francês bastante premiado - inclusive levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2023 - e certamente estará presente com indicações no Oscar. Mistura elementos de filme de suspense com de tribunal, e conta a história onde uma escritora tenta provar sua inocência na morte do marido.


Pobres Criaturas (1º de fevereiro nos Cinemas)

Filme de fantasia e ficção científica do diretor Yorgos Lanthimo (de O Lagosta), ele conta a história de Bella Baxter (Emma Stone), uma jovem trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Em outras palavras, uma reinvenção do clássico Frankenstein. O filme levou o prêmio máximo do Festival de Veneza, e já ganhou os Globos de Ouro tanto de "Melhor Filme - Musical ou Comédia" e "Melhor Atriz". Certamente também receberá múltiplas indicações ao Oscar.


O Menino e a Garça (22 de fevereiro nos Cinemas)

Nada menos que o primeiro Anime a vencer o Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação, este filme dos Estúdios Ghibli é outro anunciado como sendo "o último" do mestre Hayao Miyazaki (só que talvez dessa vez seja mesmo). A história mostra a jornada de um menino que encontra uma estranha garça que o leva a um mundo mágico.


Duna: Parte 2 (29 de fevereiro nos Cinemas)

Continuando a ótima Parte 1 lançada em 2021, Duna 2 tem tudo para ser ainda melhor que o primeiro, por não ter que "gastar" tanto tempo apresentando o próprio universo, e focar mais na história em si, que no caso desta franquia, trata-se do arco inicial do personagem Paul Atreides. É torcer para que o diretor Denis Villeneuve continue fazendo um ótimo trabalho, e que o filme tenha bilheteria suficiente para animar seu estúdio a lançar um futuro Duna 3 (que iniciaria outro arco de história).


Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (28 de março nos Cinemas)

Continuação direta do muito bom Ghostbusters: Mais Além (2021), ao contrário do filme anterior, o desafio agora é que a franquia abandone um pouco da nostalgia e parta para uma trama totalmente inédita. Isso será crucial para o sucesso ou fracasso desta que é uma de minhas franquias favoritas na cultura Pop. Mais uma vez "clássico" retorna ao lado do elenco "novo".


Furiosa: Uma Saga Mad Max (23 de maio nos Cinemas)

Filme derivado do espetacular Mad Max: Estrada da Fúria (2015), agora contando a história das origens da personagem Imperatriz Furiosa, estava ansiosíssimo para ver o novo capítulo da franquia Mad Max. Porém, quando seu primeiro trailer saiu, fiquei bastante decepcionado e preocupado: primeiro porque a atriz Anya Taylor-Joy, embora excelente, não pareceu lembrar a Furiosa interpretada por Charlize Theron no filme de 2015; mas principalmente, porque as imagens mostraram efeitos especiais em excesso e malfeitos. É torcer para que a má impressão não se concretize, e o diretor George Miller nos surpreenda positivamente mais uma vez.


Um Lugar Silencioso: Dia Um (27 de junho nos Cinemas)

Longe de ser uma franquia brilhante ou inovadora, ao menos os dois primeiros filmes de Um Lugar Silencioso entregaram uma mistura de ficção científica com suspense / terror de bastante respeito. Por isso, é natural que me interesse por mais filmes deste universo. Desta vez, entretanto, só os produtores dos primeiros filmes permaneceram, o resto é tudo novo: diretor, personagens e atores. Pouco se sabe da trama, apenas que se trata do "dia um" da invasão alienígena, ou seja, será um filme cronologicamente anterior aos dois primeiros.


Deadpool 3 (25 de julho nos Cinemas)


Deadpool 1 e 2 foram muito bons, engraçadíssimos, e tenho bastante esperança que a qualidade se mantenha para o filme 3. Afinal, a produção teve um tempo bem grande para desenvolvimento, além de que desta vez Ryan Reynolds terá pela primeira vez alguém para co-estrelar ao seu lado, Hugh Jackman, o eterno Wolverine, que já mostrou que também é bom em comédias.



Os Fantasmas Se Divertem 2 (5 de setembro nos Cinemas)


Besouro Suco! Besouro Suco! Está aí algo que ninguém esperava. Depois de mais de 35 anos, eis que surge uma continuação de Os Fantasmas Se Divertem (1988). O diretor Tim Burton está de volta, juntamente com dois dos atores mais importantes da franquia (Michael Keaton e Winona Ryder). A novidade foi trazer para o filme a atriz Jenna Ortega, atualmente ultra popular devido o seriado Wandinha.



Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (entre julho e setembro, na Netflix)


Aqui temos outra franquia dos anos 80 sendo ressuscitada, e não deixa de ser bacana (e um pouco surpreendente) conseguirem trazer de volta boa parte de seus principais atores depois de tanto tempo. Eddie Murphy foi genial e uma grande estrela no passado, mas há muito tempo não consegue ser engraçado. Porém encaro esse filme como a oportunidade ideal para ele mudar isso. E um "vai ou racha" pra mim, e exatamente por isto estou bem ansioso para ver qual será o resultado.



Coringa 2 (3 de outubro nos Cinemas)


Sabe-se tão pouco a respeito deste novo Coringa, que ainda nem temos seu nome oficial para o Brasil. No original o filme se chama Joker: Folie à Deux, e por aqui não sabemos como isso será traduzido. Basicamente só se sabe que teremos a volta de Joaquin Phoenix como Coringa e a estréia de Lady Gaga como Arlequina. E aí que as coisas se complicam, pois junto com o anúncio da chegada de Lady Gaga, foi dito que o filme seria um musical. Se por um lado, musicais estão longe de ser um dos meus gêneros favoritos, por outro, não deixa de ser uma escolha bastante inusitada (que desperta minha curiosidade), além de que o primeiro Coringa foi tão bom, que não dá pra deixar de ver sua continuação.



O Auto da Compadecida 2 (em dezembro, nos Cinemas)

Sim! Chicó e João Grilo estão de volta 25 anos depois de protagonizarem um dos melhores filmes de comédia nacionais já feitos. Lembrando que o primeiro filme era uma adaptação de uma peça de teatro de mesmo nome, escrita por Ariano Suassuna, e que agora temos uma história totalmente inédita. Mas O Auto da Compadecida 2 conta com o mesmo Diretor / Roteirista do primeiro filme (Guel Arraes), e também com o aval da família de Suassuna, portanto, tenho esperança de que veremos coisa boa.



PS: por essa vocês não esperavam, certo?? Se você chegou até aqui, agora viu que os 4 filmes que aparecem na foto-título deste artigo NÃO estão na minha lista do top 12 de desejados do ano! Ainda assim, trouxe a imagem deles só para vocês saberem que eles existem, transformando meu top 12 em uma lista de 16. Em ordem, na imagem lá do topo, temos da esquerda para a direita: Guerra Civil (25 de abril), Planeta dos Macacos: O Reinado (23 de maio), Divertida Mente 2 (13 de junho) e Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa (27 de junho).

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Dupla Crítica Filmes de Natal Amazon Prime - A Batalha de Natal (2023) e O Natal do Pequeno Batman (2023)


Ho! Ho! Ho! O Natal está chegando, e para quem vai passar as festas em casa, segue a análise de duas estréias natalinas exclusivas do Amazon Prime Vídeo para vocês irem entrando no clima. Um dos filmes me surpreendeu e vale a pena. O outro, nem tanto. Leiam abaixo para saber qual é qual.

Ah, ambos os filmes receberam a classificação de "para maiores de 10 anos" no Brasil, porém, se no caso do A Batalha de Natal eu concordo devido a linguagem utilizada, no caso dO Natal do Pequeno Batman não. Em alguns outros países a classificação foi para a partir de 7 anos, e eu entendo já estar ok.



A Batalha de Natal (2023)
Diretor: Reginald Hudlin
Atores principais: Eddie Murphy, Tracee Ellis Ross, Jillian Bell, Genneya Walton, Thaddeus J. Mixson, Madison Thomas, Nick Offerman , Chris Redd, Lamplighter Gary, Robin Thede, Ken Marino

Por tudo que fez nos anos 80 e 90, ainda hoje Eddie Murphy chama muita atenção. Portanto, não é lá tão grande surpresa que este seu A Batalha de Natal foi o filme de maior estréia do ano no Prime Vídeo. É uma pena, entretanto, que seu prestígio e talento não seja mais sinônimo de qualidade há muito tempo.

A trama de A Batalha de Natal mistura um "preciso crescer como pai" e mitologia natalina, e apesar de ser uma comédia, pouco faz rir. Mesmo assim o filme tenta fazer graça, e curiosamente temos mais piadas físicas do que faladas.

Não que A Batalha de Natal seja ruim, mas uma ótima definição para ele, é que estamos diante de um filme mediano da Sessão da Tarde. Pelo menos serve sim como passatempo para se assistir junto com a família na época do Natal. Nota: 5,0.



O Natal do Pequeno Batman (2023)
Diretor: Mike Roth
Atores principais (vozes)Luke Wilson, Yonas Kibreab, James Cromwell, David Hornsby, Brian George

Animação cujo roteiro foi escrito pelo pessoal do desenho infanto-juvenil Os Jovens Titãs em Ação!, já no começo da história Batman (Luke Wilson) é obrigado a sair da Mansão Wayne para lutar contra o crime, deixando seu filho de 8 anos Damian (Yonas Kibreab) em casa junto com um já bem idoso mordomo Alfred (James Cromwell), na véspera do Natal. E, de maneira um pouco surpreendente, a trama fica bastante parecida com o filme Esqueceram de Mim (1990).

Porém, a partir do segundo ato, novos personagens aparecem e aí de fato temos uma história que mistura Natal com super-heróis. E, claro, bastante humor. O Natal do Pequeno Batman acaba sendo uma atração leve, divertida, e ainda consegue trazer o clima "família" graças a relação pai e filho entre Bruce e Damian.

Para os fanáticos de Batman, não esperem que o filme seja 100% fiel em relação aos quadrinhos (aliás, que bom que não seja, porque não suporto o Damian das HQs e aqui ele é divertidíssimo)... apenas sentem no sofá e se preparem para sorrir. Em tempos em que filmes de super-herói estão em decadência, este O Natal do Pequeno Batman é uma grata exceção. Nota: 7,0.

sábado, 23 de setembro de 2023

Asterix 40 chega em 26 de Outubro, e com novo roteirista!


Mantendo o costume deste século, de lançar Asterix em anos ímpares e no mês de Outubro, teremos o lançamento mundial do novo álbum de Asterix, seu 40º, daqui a pouco mais de 30 dias, mais precisamente em 26 de Outubro de 2023. Claro que ainda não há previsão de quando a obra chegará ao Brasil, já que a Editora Record, responsável pelos direitos de publicação por aqui, sequer chegou a lançar o 39º volume até agora (Asterix e o Grifo, de 2021)...

A nova revista se chamará (como vocês já devem ter notado pela imagem acima), Asterix - O Íris Branco. A capa da esquerda foi a primeira divulgada, mas provavelmente foi abandonada e trocada pela capa da direita, pois esta já começou a ser exibida em alguns poucos sites como sendo a capa final.

A grande surpresa é que se continuamos a ter Didier Conrad nos desenhos, como roteirista sai Jean-Yves Ferri - que escreveu os últimos 5 álbuns - e assume Fabcaro. Fabcaro, de 50 anos, é o nome artístico de Fabrice Caro, um escritor francês de livros e HQs conhecido por ter um humor mais voltado para o absurdo. Não foi dado muitos detalhes sobre porque Ferri saiu, ou se ele um dia volta... Jean-Yves apenas declarou que estava concentrado em outro projeto, e então não conseguiria assumir o Asterix 40.

E sobre o que será Asterix - O Íris Branco? Bem, pelo pouco que sabemos até agora, esta mística flor está de alguma maneira relacionada com a mudança do humor das pessoas da aldeia, como se vê nas imagens da página divulgada abaixo. Além disto, a trama se passará dentro da Gália e terá o chefe Abracurcix como um dos personagens principais, já que ele foi bastante utilizado no material promocional.



Ansiosos pelo novo Asterix? Eu estou. Pena que no Brasil a Record faz atualmente um trabalho que beira o descaso, bastante indigno do material que possui direitos de publicação. Em terras brasileiras Asterix ainda está no volume 38, e Ideiafix, que continua inédito por aqui, na Europa já está no 5º álbum.

domingo, 10 de setembro de 2023

Curiosidades Cinema Vírgula #018 - Popeye e Shrek existiram na vida real!

A vida imita a Arte ou a Arte imita a vida? Bem... nestes casos foi a Arte quem imitou a vida! Claro, existe uma lista enorme de personagens da ficção cuja aparência foi baseada em algum humano real, mas quis trazer aqui Popeye e Shrek pois ambos são visualmente bastante incomuns.

Sobre Popeye, criado pelo cartunista E. C. Segar na década de 1920, o personagem foi baseado em Frank "Rocky" Fiegel, um imigrante polonês nascido em 27 de janeiro de 1868, que após trabalhar algumas décadas como marinheiro, se estabeleceu na pequena cidade de Chester, Illinois (EUA) - cidade de infância de Segar - onde o autor o conheceu.

Na época, o já aposentado marinheiro trabalhava como uma espécie de "garçom / segurança" de um bar local, ou seja, em caso de confusões, era ele quem colocava os briguentos para fora. Frank era valentão, se envolvendo com frequência em brigas e por isso acabou ficando com um olho deformado, o que o fez ganhar o apelido de Pop-eye. Note que ele tinha um rosto muito parecido com o Popeye dos desenhos, incluindo o uso do característico cachimbo.

Segundo o criador do personagem, apesar da aparência um pouco intimidadora, Frank era "amigável" e tinha uma simpatia especial por crianças. Além de defender as crianças mais fracas de "valentões", também adorava ficar contando para elas as suas aventuras do passado. Tudo isto fez que o então jovem E. C. Segar visse Frank como uma espécie de "herói", e o inspirasse para suas obras no futuro.

Uma curiosidade, a foto que temos do VERDADEIRO Frank Fiegel é a foto que aparece acima, no título deste artigo. A pessoa que aparece na foto abaixo NÃO é Frank, e embora sendo reproduzida de maneira errada em muitos sites, a foto abaixo, tirada em 1940, é de um marinheiro inglês de identidade desconhecida, mas cujo apelido era justamente Popeye.

Não se deixe enganar! Só aqui no Cinema Vírgula você aprende que esta foto NÃO é a do Popeye verdadeiro!


Já o simpático ogro Shrek teve seu visual baseado em um antigo lutador francês de nome Maurice Tillet. Ou melhor... mais ou menos, já que os criadores de Shrek, a DreamWorks Animation, nunca admitiram esta inspiração (mas também nunca negaram).

De qualquer forma, Maurice nasceu na Rússia em 1903, onde seus pais franceses moravam na época. Porém, com o estouro da Revolução Russa, a família voltou para a França, onde Maurice chegou a ser poeta e ator. Porém a partir dos 17 anos o jovem passou a sofrer de acromegalia, uma rara doença em que os ossos das mãos, pés e face passam a crescer de maneira anormal.

Shreks?

Em pouco tempo seu corpo já estava bastante deformado, e em busca de se adaptar a ele, Tillet mudou-se para os Estados Unidos em 1937, onde passou a ganhar a vida como atleta de Luta Livre, fazendo muito sucesso.

Para as lutas, as chamadas para atrair o público diziam que ele era “um monstro feroz", que "não era um ser humano", e Maurice inclusive se divertia urrando para o público (lembra do Shrek?). E por outro lado, ironicamente, seu nome de lutador era "The French Angel", ou, "O anjo Francês", apelido dado pela mãe.

Apesar da sua aparência, Maurice Tillet era considerado uma pessoa muito gentil e generosa (sabe aquilo de ser um "monstro de bom coração"? este é mais um argumento de que Tillet foi inspiração para Shrek), e de inteligência acima da média: também foi engenheiro e falava 14 idiomas.

Maurice Tillet sofreu mais com sua doença em seus últimos anos de vida, e faleceu em 1954, com 50 anos, após um ataque cardíaco, horas depois de saber do falecimento de seu grande amigo e treinador Karl Pojello. Os dois foram enterrados juntos: "Amigos que nem a morte conseguiu separar".



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

domingo, 20 de agosto de 2023

Goscinny + Uderzo = Asterix, Umpa-Pá, João Pistolão (?!) e muito mais!

Os geniais Uderzo (a esq.) e Goscinny (a dir.)

O escritor René Goscinny (1926 - 1977) e o desenhista Albert Uderzo (1927 - 2020) foram sem dúvida gênios dos quadrinhos. Esta dupla de quadrinistas franceses ganhou fama mundial graças a sua criação máxima, o intrépido gaulês Asterix, de 1959. Porém Asterix não foi seu único trabalho juntos, e sim o último. Pois desde 1951, quando eles se conheceram, foram vários outros projetos até conseguirem enfim estabelecer a sua obra de grande sucesso. Vamos então conhecer aqui algumas das outras criações que "ficaram pelo caminho"...

Por exemplo, de 1954 a 1957 eles fizeram Luc Junior, um jovem repórter que em suas investigações sempre se envolvia em grandes aventuras, junto com seu amigo Alphonse... Em 1957 eles assumiram um título de outro autor - Benjamin et Benjamine - que foi criado em 1956 por Christian Godard. As histórias eram aventuras bem humoradas de um jovem casal, e juntos a dupla de autores publicaram os 4 últimos álbuns da série.



Nos anos de 1957-1958, pela revista semanal belga Tintin (que foi criada em 1946 para popularizar as histórias do famoso personagem de mesmo nome), Goscinny e Uderzo publicariam várias histórias de Poussin et Poussif. Poussin era um bebê que estava sempre aprontando, tentando fugir, e Poussif um cachorro que sempre tentava resgatar a criança do descuido de seus pais. Claro que no final, sempre era o pobre Poussif que levava a culpa de tudo. Segue abaixo uma rara imagem de uma página de Poussin et Poussif.


E não foram só estas. Ainda houve várias outras participações conjuntas, que nem vou citar aqui para não me alongar muito. A questão é que nenhum dos títulos acima jamais teve tradução para a língua portuguesa. Porém, além de Asteríx, pelo menos duas outras obras relevantes de Goscinny e Uderzo foram adaptadas para nosso idioma! Tratam-se de Umpa-Pá e... João Pistolão. Portanto, agora este artigo irá apresentar (ou relembrar) um pouco mais do indígena Umpa-Pá e do corsário João Pistolão.


João Pistolão (Jehan Pistolet - 1952)

Sendo a primeira colaboração conjunta de Goscinny e Uderzo que conseguiu virar uma série, João Pistolão (Jehan Pistolet) começou de maneira bem modesta em 1952, como tiras do jornal diário belga La Libre Belgique. Em 1954 o título foi publicado na revista publicitária Pistolin, e para não haver confusão de nome com a própria revista, a série mudou de nome para Jehan Soupolet. Depois, nos anos 1961 e 1962, Jehan Pistolet voltaria, mas apenas como republicações, nas páginas da famosa Pilote (a revista semanal de quadrinhos onde Asterix havia nascido e já era seu grande nome).


Na história João Pistolão é um jovem garçom de uma pousada em Nantes, que sempre sonhou com aventuras de piratas, e resolve reunir seus amigos para montar um barco e se tornar um Corsário (piratas contratados por governos) a serviço da França (uma trama levemente parecida com One Piece rs).

E apesar de uma tripulação totalmente inexperiente e formada apenas por cidadãos comuns, ele acaba realizando seu sonho... para acabar enfrentando os mais atrapalhados apuros, sempre com bastante humor. Foram 5 álbuns no total, cujo nomes são: João Pistolão, Corsário Prodigioso, João Pistolão, Corsário de El-Rei, João Pistolão e o Espião, João Pistolão na América, João Pistolão e Sábio Louco.

Embora tenham sido publicadas em Português, as aventuras de João Pistolão não chegaram ao Brasil. A página da imagem acima foi extraída de uma edição portuguesa.


Umpa-pá (Oumpah-Pah - 1958 a 1962)

Já Umpa-pá possui uma característica diferente de todos os outros títulos que apresentei até agora: note pela sua data de publicação, que ele é contemporâneo à Asterix. Porém, quando o pequeno Gaulês começou a fazer bastante sucesso, a dupla resolveu encerrar esta série e focar as suas energias na sua obra mais popular.

Infelizmente há muito tempo fora das bancas e livrarias brasileiras, Umpa-pá já foi publicado inteiro por aqui duas vezes: primeiro na década de 60, pela Editorial Bruguera, e depois na década de 80, pela Editora Record. A boa notícia é que dá para encontrar todo o material de Umpa-pá para se baixar em sites de scans de gibis pela internet. Curiosidade: quando publicada pela primeira vez no Brasil, a revista (e o personagem) se chamavam Humpá-Pá.


As histórias contam as aventuras do indígena Umpa-Pá e do oficial francês Humberto Milfolhas, e a série se passa no século XVIII, durante a época da colonização francesa na América do Norte (mais especificamente no Canadá). De maneira razoavelmente similar a Asterix, Umpá-Pá possui uma força e resistência acima do normal (embora não chegue a ser "sobrenaturais", ele diz que o segredo de sua força é sua dieta baseada em pemicã). Humberto (e os demais franceses) usavam aquelas perucas brancas da época, e até por isso Umpa-Pá também chamava seu amigo de "escalpo duplo".

Foram 5 volumes: Umpa-Pá o Pele-vermelha, Umpa-Pá em Pé de Guerra, Umpa-Pá e os Piratas, Umpa-Pá - a Mensagem Secreta e Umpa-Pá Contra Bílis-Cão. Umpa-Pá na verdade foi a primeira criação conjunta de Goscinny e Uderzo, em 1951; porém na época a dupla não conseguiu encontrar nenhuma editora com interesse em publicá-la. Foi só muitos anos depois que o heróico nativo americano pode ser conhecido pelo grande público.

Imagens da primeira versão de Umpa-Pá, nunca publicada

E aí, quais destas obras vocês já conheciam? Escrevam nos comentários!

domingo, 9 de julho de 2023

Crítica - Elementos (2023)

Título: Elementos ("Elemental", EUA, 2023)
Diretor: Peter Sohn
Atores principais (vozes): Leah Lewis, Mamoudou Athie, Ronnie del Carmen, Shila Ommi, Wendi McLendon-Covey, Catherine O'Hara
Nota: 7,0

Pixar faz reciclagem, mas retoma seu encanto

Com a Pixar já há alguns vários anos fazendo filmes medianos e nada inovadores - os dois últimos que avaliei aqui tiveram notas ruins (Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica e Lightyear) e o filme anterior do diretor Peter Sohn idem (O Bom Dinossauro) - não estava muito animado para ver Elementos, que pelo título me parecia uma cópia de Divertida Mente. Afinal, se este último apresentava e antropomorfizava os sentimentos humanos, Elementos faz o mesmo com os 4 elementos base da natureza: ar, terra, água e fogo.

E de fato essa cópia de filmes acontece, mas de um modo diferente, já que a história de Elementos é bem distinta de Divertida Mente. Na trama, vemos uma família do elemento fogo acabando de se mudar para a grande Cidade Elemento. Após instalarem com sucesso uma loja de conveniência, um acidente causado pela jovem de fogo Faísca faz com que a loja seja interditada. É então que ela se une ao jovem de água Gota, e ambos correm contra o tempo que a interdição da loja não vire um fechamento definitivo.

O roteiro de Elementos é um bocado caótico, e fala de tudo um pouco. Ele aborda racismo, imigração, família, herança, crescimento, primeiro amor... e resta à protagonista Faísca lidar com tudo isto de uma vez só. Mas como leve defesa à essa bagunça que é o roteiro, assim também é a vida, não?

Portanto é neste ponto que digo que Elementos acaba reciclando filmes anteriores. Ele pega muitos dramas distintos, coloca em um só filme, e pronto: em termos de história, nada de novo. Porém, o surpreendente é que de algum jeito toda esta mistura funciona! E muito bem! Elementos consegue trazer vários momentos de emoção para a tela, e a história me emocionou e cativou como há muitos anos a Pixar não fazia.

Se em termos de roteiro o filme não inova, não se pode dizer o mesmo em som e imagem. Quanto a animação, é muito impressionante e diferente ver os personagens de água e fogo na tela. Principalmente os de fogo... é uma constante mutação de cores e formas, muito bonito, muito diferente... parece até algo meio místico... O que me leva a trilha sonora... em geral uma música instrumental "pesada", que traz muito mais um clima de meditação ou psicodélico do que comédia ou ação; algo realmente muito incomum para um filme infantil.

Aliás, Elementos tem várias piadas espalhadas ao longo da trama, mas em geral o filme trata temas sérios, como se pode constatar pelo meu terceiro parágrafo acima. Acho que é o filme da Pixar com menos humor que já assisti. Ainda assim, vi o filme com minha sobrinha de 7 anos e ela adorou. Acho que o deslumbre visual de Elementos, somado ao carisma e "fofura" de seus personagens, acaba tornando o filme universalmente bem agradável.

Elementos recebeu até agora apenas uma leve aprovação de crítica e bilheteria, mas eu gostei muito. Ainda que não seja espetacular, é uma das melhores coisas da Pixar dos últimos anos. Ah, e se for mesmo assistir, leve sua caixa de lenços. Nota: 7,0


PS: antes do filme há o curta-metragem O Encontro de Carl, continuação de Up: Altas Aventuras (2009). É a Pixar voltando a sua tradição de curtas inéditos antes de seus longas nos cinemas, coisa que não fazia desde 2018.

PS 2: não há cenas pós créditos... esta antiga tradição da Pixar ainda não voltou.

PS 3: Muito da história de Elementos é baseada em situações pelas quais passaram a família do diretor Peter Sohn (seus pais imigraram da Coréia do Sul para Nova York), e também de outros animadores e roteiristas da Pixar que também são imigrantes ou descendentes de imigrantes.

domingo, 31 de julho de 2022

Crítica - Lightyear (2022)

Título: Lightyear (idem, EUA, 2022)
Diretor: Angus MacLane
Atores principais (vozes)Chris Evans, Keke Palmer, Keira Hairston, Dale Soules, Taika Waititi, Peter Sohn, Uzo Aduba, James Brolin, Mary McDonald-Lewis, Efren Ramirez, Isiah Whitlock Jr.
Nota: 5,0

Este certamente NÃO é o Buzz Lightyear que todos conhecemos...

E mais uma vez vemos a Pixar/Disney fazendo um filme continuação que ninguém pediu, um puro caça-níqueis. A história da vez é Lightyear, uma prequela (mais ou menos) do personagem que co-estrela a franquia Toy Story, o patrulheiro espacial Buzz Lightyear.

A animação com um letreiro que contém um texto mais ou menos como este: "Em 1995 um menino chamado Andy ganhou um boneco Buzz Lightyear de aniversário. Era de seu filme favorito. Este é aquele filme.".

Quanta mentira...

Não há a menor possibilidade deste Lightyear agradar o pequeno Andy de 6 anos. Não tenha dúvida: uma criança só iria se empolgar com um filme divertido, colorido, repleto de aventuras; completamente deste desenho escuro, onde todos os personagens são adultos tentando superar seus medos ou traumas do passado. O grande "aventureiro" espacial Buzz passa o filme todo preso dentro de um planeta, seu "grande inimigo" Zurg não quer conquistar nada, e sua origem é decepcionante. Tanto que Lightyear não é um filme infantil, que ele baseia parte de seus conceitos em filmes sérios de ficção científica como principalmente Interestelar e Gravidade (e aliás, o faz de maneira ruim).

Em suma, a descaracterização do Buzz Lightyear que conhecemos de Toy Story é enorme. Pela imagem acima já vemos que estamos de algo bem deturpado, bem mais "sombrio". Mas vai além disso... o famoso lema "Ao infinito... e além!" é colocado em um contexto sem sentido, a roupa espacial de Buzz é totalmente subaproveitada (principalmente suas asas), e até o dublador original foi trocado (saiu Tim Allen e em seu lugar entrou Chris Evans, o que causou considerável revolta nos EUA).

Como um todo, é verdade, Lightyear não é uma catástrofe. Ele segue uma fórmula pra agradar públicos de amplas idades e justamente por isso traz uma história genérica de colonização espacial que já vimos centenas de vezes. Dá pra passar o tempo se você não tem nada melhor pra fazer em um dia frio chuvoso... e nada mais que isso. A única coisa que me fez sorrir no filme foi que a inteligência artificial da nave pilotada por Buzz se chama I.V.A.N., claramente uma homenagem à minha pessoa.

Se Lightyear não for "o" pior filme da Pixar/Disney que já vi até hoje, pelo menos empata como o pior junto com Carros 2 (2011). Ah, o filme possui 3 cenas pós-créditos, todas bem curtas. Nota: 5,0.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Lançamentos da franquia Asterix no Brasil e em todo o planeta!


Como é bom ver Asterix de volta! No Brasil temos neste mês de Julho, o lançamento (enfim!) do aqui inédito 38º volume das aventuras em quadrinhos do herói Gaulês, intitulado Asterix e a Filha de Vercingetorix. O livro já se encontra a venda nas livrarias.

Mas não é só o Brasil que tem motivos para comemorar neste mês. Vocês sabiam que ano passado o cachorrinho Ideiafix ganhou sua própria série de quadrinhos na França? Pois é. E agora em Julho a obra fará sua estréia em países como Argentina, Espanha, Hungria, Noruega, Polônia, Portugal e República Checa dentre outros. Na imagem acima temos a capa do volume 1 lusitano; e ao lado dela, temos a capa do volume 2 dos sortudos alemães. Sim, porque neste mês a Alemanha já vai ter o segundo volume publicado por lá, sendo que na França o inédito 3º volume será lançado no final deste ano.

Ainda sobre os quadrinhos de Ideiafix, algumas curiosidades... eles possuem algumas diferenças em relação aos quadrinhos de Asterix. Primeiro que a sua equipe criativa (roteiristas e desenhistas) não são os mesmos que fazem as novas edições de Asterix atuais... são times diferentes e desvinculados; segundo que as histórias do pequeno mascote se passam no ano 52 AC, ou seja, 2 anos antes das famosas aventuras do guerreiro Gaulês... e antes do cachorro chegar à famosa aldeia que todos conhecemos! E finalmente, o formato é diferente... se nos álbuns de Asterix geralmente temos uma única história de 48 páginas, aqui nas revistas de Ideiafix temos 3 histórias em 72 páginas.

Infelizmente, ainda não há qualquer previsão ou movimentação para as revistas de Ideiafix chegarem ao Brasil. Mas, tenho esperança que elas cheguem aqui nos próximos anos, até porque a Editora Record só bem recentemente passou a retomar as publicações de Asterix por aqui.

Lembrando: o Brasil ficou vários anos sem nenhuma editora publicando as histórias de Asterix, e com isto ficamos defasados em relação aos novos lançamentos... Ano passado a Record publicou o então inédito para nós volume 37 - Asterix e a Transitálica - e com o número 38 que chegou este mês só vão ficar faltando 3 publicações para alcançarmos tudo o que foi publicado: o volume 39 dos quadrinhos, e as 2 edições mais recentes dos "álbuns ilustrados". Na imagem abaixo vocês podem conferir a versão de Portugal destas três obras.



Gostaram das novidades? Comente aqui. E se você ainda não conhece Asterix, faça esse favor a você mesmo e toda sua família e comece a leitura!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Não se despeça de 2020 antes de saber de grandes novidades no universo de Asterix!


O genial Asterix está entre minhas franquias de quadrinhos favoritas, e certamente é uma das melhores obras escritas "para todas as idades" de todos os tempos. Se você tem criança, apresente Asterix a ela. Os intrépidos gauleses foram importantíssimos para eu adquirir o gosto na leitura que perdura até hoje.

Sem publicações no Brasil há alguns anos (a Panini obteve os direitos de publicação para o Brasil na metade de 2019 mas até hoje não publicou nada... aliás sequer fez comunicado oficial a respeito), é assustador perceber que Asterix sumiu também da mídia nacional. Cabe então ao Cinema Vírgula deixar os brasileiros atualizados sobre o tema (e não custa relembrar que eu publiquei um artigo com 3 novidades de Asterix também no ano passado. Clique aqui para rever).


E o meu "resumão" de notícias de Asterix para 2020 também conta com três itens.

O primeiro dele, muito triste, é que em Março o desenhista de quadrinhos Albert Uderzo nos deixou após um ataque cardíaco enquanto dormia, aos 92 anos, e se juntou no Céu com grande amigo, o escritor René Goscinny, falecido em 1977.

A dupla, mundialmente famosa pela criação e publicação de Asterix o Gaulês, teve seu último trabalho conjunto publicado em 2009, naquele que seria o 34º álbum da série, intitulado O Aniversário de Astérix e Obélix - O Livro de Ouro. Uma obra, aliás, bem diferente de todas as outras edições, já que mal tinha uma história em quadrinhos, era mais uma grande homenagem e resumo de todos os principais personagens das aventuras anteriores. Tudo indicava que não veríamos mais nada de novo da dupla... o que nos leva a segunda notícia:


Em Outubro de 2020 foi publicado na Europa o livro Le Menhir d' Or (O Menir de Ouro, em tradução livre). Não se trata de uma quadrinização, e sim de um livro ilustrado, assim como já aconteceu em outras obras de Asterix, como Os 12 Trabalhos de Asterix (1976) e O Segredo da Poção Mágica (2019).

Se trata da transcrição de um áudio-livro de 1967 (em disco de vinil), cuja foto se encontra lá em cima, abrindo o artigo. Na trama, o bardo Chatotorix resolve participar do concurso anual dos músicos gauleses, cujo prêmio principal se chama "Menir de Ouro" e cuja cerimônia será na Floresta dos Carnutes. Chatotorix é acompanhado por Asterix e Obelix e, após sua apresentação, é sequestrado pelos romanos, pois eles têm um general que gostaria de ouvir músicas gaulesas. Ou seja, de certa forma temos uma história que mistura elementos de HQs anteriores: Asterix e os Godos (1963) e Asterix Gladiador (1964). Mas mesmo sendo uma trama "reciclada", não importa: são textos de Goscinny e desenhos de Uderzo que ninguém tem contato há mais de 50 anos, e isso merece ser comemorado pelos os fãs!

Ah, e a experiência planejada pelos autores em 1967 pode ser revivida em 2020: no site oficial de Asterix você pode baixar e ouvir o áudio-livro (em Francês). Só clicar aqui.


A terceira e última novidade é que Ideiafix, o simpático cachorrinho de Obelix, foi um dos assuntos da revista Asterix Max! deste mês de Dezembro (revista que é publicada de maneira semestral na França desde 2016 pela editora Hachette).

A revista contém uma historia de quadrinhos inédita, com Ideiafix como protagonista! O conto é escrito por Matthieu Choquet e desenhado por Jean Bastide (este último é o atual desenhista de Bill, o cachorrinho de Boule & Bill, que já apresentei e recomendei por aqui). Ah: e a história é sobre uma epidemia de soluços(!??) que está acontecendo na Lutécia (como Paris se chamava na época dos gauleses).

E tem mais: o quadrinho surgiu para promover Idéfix et les Irréductibles, uma animação em 3D que irá estrear em 2021 em algum dos canais públicos de TV da France Télévisions. Já existem 52 episódios programados, e surpreendentemente o programa promete mostrar as aventuras de Ideiafix antes de conhecer Obelix... o desenho começará 2 anos antes do primeiro encontro da dupla!

Não sei quando (e se) os desenhos de Ideiafix serão distribuídos para o Brasil e o restante do mundo. Mas seria uma excelente maneira de fazer as pessoas de fora da Europa (re-)conhecerem Asterix, e também se divertirem com um cachorrinho bem inteligente que chora desesperadamente cada vez que vê uma árvore derrubada. Querem um símbolo melhor que esse para os tempos atuais?

 




Atualização 03/01: o atual escritor de Asterix, Jean-Yves Ferri, anunciou hoje mesmo a data para o novo álbum, que será o 39ª da coleção: 21 de Outubro de 2021. O nome da futura edição não foi revelado, mas sabemos que será uma aventura de "viagens", ou seja, não se passará na aldeia.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...