terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Crítica - O Bom Dinossauro (2015)

TítuloO Bom Dinossauro ("The Good Dinosaur", EUA, 2015)
Diretor: Peter Sohn
Atores principais (vozes): Raymond Ochoa, Jack Bright, Jeffrey Wright, Frances McDormand
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=A6z79w5fdDU
Nota: 6,0
Primor gráfico com uma história apenas legal

Normalmente, quando um filme tem problemas na produção isto é um grande indício de filme ruim. E O Bom Dinossauro teve uma criação pra lá de conturbada. O filme foi adiado duas vezes, sendo que após um dos adiamentos cerca de 80 pessoas foram demitidas e a Pixar Canadá - onde O Bom Dinossauro estava sendo feito - fechou as portas.

Acontece que estamos falando da Pixar. E confesso que minha fé nesse estúdio é tão grande que eu via estes adiamentos como algo positivo... do tipo: "eles só vão lançar o filme quando ele estiver realmente muito bom". Me enganei. Claro, O Bom Dinossauro está longe de ser uma catástrofe. É um filme bom e divertido. Entretanto, não possui o "selo Pixar de qualidade", está bem abaixo da média do estúdio.

Na história, estamos nos dias atuais de uma Terra hipotética onde nenhum asteroide se chocou com nosso planeta exterminando os dinossauros. Eles continuam, portanto, sendo a raça dominante do planeta, mas "humanos das cavernas" também existem e convivem com os "lagartões". Após 65 milhões de anos os dinossauros aprenderam algumas coisas... Tem dino agricultor, dino boiadeiro, e assim vai...

O protagonista é Arlo (Raymond Ochoa - vozes), um jovem e medroso saurópode que nasceu com um tamanho bem menor que o normal. Após uma trágica tempestade, Arlo se perde de sua família e tenta então voltar para casa. Na sua jornada, ele encontra a criança humana Spot (Jack Bright - vozes), a quem o adota como "cachorro de estimação".

Um dos problemas de O Bom Dinossauro é que ele não é muito engraçado. O principal motivo disto é que o protagonista é um personagem muito frágil, e não há muita graça rir de alguém assim. Notem que no excelente Procurando Nemo (2003) o protagonista (e alvo das piadas) não é o frágil Nemo, e sim, seu pai. Também pesa contra o humor a ausência de bons coadjuvantes. Com exceção de Spot e um certo trio gigante que não vou dar mais detalhes para não estragar, nenhum outro personagem encanta.

A história como um todo possui seus altos e baixos. Há ótimas cenas; outras, burocráticas. Como todo filme da Pixar, há cenas bastante emocionantes de Arlo com sua família ou com Spot. Mesmo assim, pelo fato da relação afetiva entre todos estes personagens não terem sido bem demonstradas, falta aquele algo a mais que nos leve a tirar o lenço do bolso para enxugar lágrimas.

Com uma história legal, divertida, mas sem grandes virtudes, o grande destaque de O Bom Dinossauro é mesmo seu visual, ou melhor, mais outra evolução técnica da Pixar. Árvores, rios, pedras... a paisagem em geral: a animação destas coisas está ficando tão perfeita, mas tão perfeita, que muito em breve não saberemos distinguir animação de cenas reais. Há alguns momentos do filme que temos a impressão que só os personagens são "falsos", o resto é do mundo real. Muito impressionante!

Legal, divertido - mas sem querer fazer muito humor - O Bom Dinossauro está entre os piores filmes da Pixar, só sendo melhor que Carros 2 e do mesmo nível que Universidade Monstros. Parece mesmo que o mundo com que teremos que conviver a partir de agora é uma Pixar que só faz obras primas de vez em quando. Nota: 6,0


PS: o estreante diretor Peter Sohn serviu de inspiração para a criação do menino Russell do filme Up: Altas Aventuras (2009). Curiosamente, no filme em questão seu único envolvimento foi ajudar a desenhar os storyboards. Vejam abaixo a comparação. São iguaizinhos!


2 comentários:

Melissa Lima disse...

Concordo super! Mas é bonitinho....Inho....rs e a cena dos vagalumes é linda!

Ivan disse...

De fato, é bem bonitinho o filme. E a parte dos vagalumes é mesmo muito bonita, me lembrou Avatar :)

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