quarta-feira, 6 de julho de 2016

Crítica - Procurando Dory (2016)

TítuloProcurando Dory ("Finding Dory", EUA, 2016)
Diretores: Andrew Stanton, Angus MacLane
Atores principais: Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Hayden Rolence, Ed O'Neill, Diane Keaton, Eugene Levy
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=BGNvbWeASbA
Nota: 6,0
Divertido, embora agrade mais pelo saudosismo do que pela qualidade

Continuação do excelente Procurando Nemo de 2003, como se pode perceber pelo título em Procurando Dory a protagonista passa a ser a simpática peixinha com "memória de peixe". Na história, Dory se lembra dos seus pais - os quais não vê desde a infância - e passa a buscar por eles, tentando voltar para casa. Incapaz de procurar sozinha devido seus constantes esquecimentos, ela conta então com a ajuda de seus antigos amigos Marlin e Nemo, e de um novo amigo, um polvo mal humorado de 7 pernas chamado Hank.

Quem gostou do filme anterior certamente vai gostar desta continuação. Mas não necessariamente pela qualidade - Procurando Dory é bem inferior a Procurando Nemo - e sim pelas similaridades. Afinal, trata-se basicamente da mesma história, com as mesmas piadas, mesmos personagens, e mesma estrutura de roteiro: novamente temos personagens em busca de alguém que precisa ser encontrado: agora ao invés de Nemo temos os pais de Dory.

Colocar o foco em Dory traz vantagens e desvantagens. A vantagem principal é que ela é bastante carismática devido principalmente a sua inocência e energia. Por outro lado, as piadinhas envolvendo seus esquecimentos são bem mais frequentes, e chegam a irritar.

Não há nada de significativamente novo em Procurando Dory, infelizmente. Comparando com seu antecessor aqui você ri menos e principalmente se emociona menos, já que no quesito sentimento o filme peca pelo exagero e é bastante piegas.

De qualquer forma, uma cópia bem feita de algo excepcional mantém-se como algo interessante para assistir. E não deixa de ser bacana também conhecer os poucos novos coadjuvantes, completamente pirados.

Talvez o ponto alto de Procurando Dory seja a coragem na utilização de alguns temas bem sérios. Novamente os "heróis" do filme são pessoas com limitações físicas: Nemo (barbatana), Dory (memória) e agora, a tubarão Destiny (visão). Mas principalmente, a maior surpresa é a forte crítica implícita a todos estes "aquários" (e até institutos de vida marinha) espalhados pelo mundo. A história bate várias vezes na tecla de que os peixes querem liberdade, não uma "prisão". Consciente ou não, isto é também uma resposta a enorme procura que os Peixe Palhaço (a espécie de Nemo e Marlin) tiveram para agradar as crianças que quiseram ter um "Nemo" em casa após assistirem o primeiro filme.

Longe de ser criativo, mas ainda sim divertido e como sempre um deslumbre visual, Procurando Dory é bom e interessante o suficiente para quem estava com saudades de Nemo e sua turma. Nota: 6,0


PS 1: assim com no primeiro filme, Procurando Dory tem cena pós-créditos. Alías, é uma espécie de continuação da cena do filme anterior.

PS 2: para quem assistir a versão dublada, a lamentar a participação de Antonio Tabet (Porta dos Fundos) como dublador do polvo Hank. Sua voz destoa bastante dos demais personagens, seja pelo seu timbre ou pela qualidade da interpretação. Fica cada vez mais difícil defender as versões dubladas nacionais.

PS 3: Procurando Dory arrecadou por aqui R$ 23,7 milhões em seu primeiro fim de semana e com isto bateu o recorde de melhor estréia de uma animação no Brasil (o recorde anterior era de Minions, com R$ 22,6 mi).

PS 4: como todo filme da Pixar, este também é precedido por um curta-metragem. O da vez é Piper: Descobrindo o Mundo, que mostra um filhotinho de pássaro em sua primeira tentativa de buscar o próprio alimento. Não é uma grande história, mas é fofíssimo. E mais: que espetáculo técnico! Muitas vezes não sabemos se estamos diante de pássaros e oceano reais ou de animação.

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