sábado, 22 de janeiro de 2022

Especial: DEZ filmes dos últimos DEZ anos que não tiveram crítica no Cinema Vírgula


Comemorando os 10 anos do meu blog, nada melhor do que falar sobre Cinema, e de quebra trazer um assunto dos que vocês mais me pedem: recomendações de filmes.

Como assisto em média uns 60 filmes "lançamento" por ano, não tenho a menor condição de escrever a crítica de todos eles por aqui. Portanto, muita coisa boa fica de fora. Então, resolvi fazer esta lista... 10 filmes que gostei bastante (ou seja, têm minha recomendação), e que foram lançados nos cinemas de 2012 em diante, mas que acabei não escrevendo sobre eles aqui no Cinema Vírgula... até agora.

Confira, e caso você conheça algum deles comente o que achou... do filme e da lista! Ela se encontra em ordem alfabética, e não em ordem "do melhor pro pior" ou algo do tipo:


Bird Box (idem, EUA, 2018)
Bird Box é um filme de suspense / terror / ficção científica muito bom, porém acabei não dando atenção para ele aqui no bloq por um único motivo: ele é muito parecido (e levemente inferior) a Um Lugar Silencioso, que por sua vez estreou alguns meses antes. Não se engane: mesmo sendo filmes similares, ambos valem a pena serem assistidos caso você goste deste tipo de produção.


Com Amor, Van Gogh ("Loving Vincent", EUA / Polônia / Reino Unido, 2017)
Van Gogh foi um dos pintores mais geniais e mais problemáticos da História, e este filme é uma realização simplesmente fantástica, uma obra de arte memorável digna de homenageá-lo: trata-se de uma animação contando a vida do famoso pintor holandês usando apenas pinturas a óleo sobre tela, todas imitando a técnica de Van Gogh. Ou seja, cada um dos 65.000 quadros do filme é uma pintura real diferente. Simplesmente sensacional!!! Fica o alerta de que nunca se soube com 100% de certeza quem realmente atirou em Van Gogh e consequentemente causou sua morte; portanto o que Com Amor, Van Gogh conta não é o fato "real", e sim apenas uma das hipóteses.


Doutor Sono ("Doctor Sleep", EUA / Reino Unido, 2019)
Filme que sofreu bastante injustiça por ser a aguardada continuação de O Iluminado (1980) e não correspondeu ao que os fãs esperavam. Eles queriam que o filme imitasse em tudo o clássico de Stanley Kubrick; Doutor Sono se aproximou de sua fotografia mas ficou apenas nisso. Só que por mim está tudo bem, pois a história é interessante, explica muita coisa do filme anterior, e curiosamente é mais fiel ao respectivo livro original do que O Iluminado foi. Inclusive, as partes em que Doutor Sono difere bastante do livro de Stephen King foram alteradas justamente para manter coerência com o filme antecessor.


À Espera dos Bárbaros ("Waiting for the Barbarians", EUA / Itália, 2019)
Recentemente eu citei À Espera dos Bárbaros (ou Esperando os Bárbaros, dependendo em que lugar você o encontra) na lista dos melhores filmes que vi em 2021. Um filme contemplativo e lento sobre como as guerras são violentas e desprovidas de qualquer sentido. Filmes sobre guerra existem aos montes, mas achei este bem diferente. Sua ambientação lembra a Legião Estrangeira Francesa, embora em nenhum momento qualquer país ou data seja citada no filme, com o provável objetivo que ele seja universal e atemporal.


Eu, Tonya ("I, Tonya", EUA, 2017)
O primeiro filme de sucesso de Margot Robbie como protagonista, que mesmo recebendo 3 indicações ao Oscar não teve repercussão aqui no Brasil. Se trata de um filme biográfico que conta a história da patinadora artística olímpica Tonya Harding, acusada de participar de um caso de agressão física contra sua principal rival. Além de ser obviamente interessante por ser uma história real, não deixa de ser chocante acompanhar toda a carreira da Tonya, e ver como ela foi antecipadamente tratada por todos como "vilã" por não atender os padrões da sociedade... isso bem antes de cometer qualquer ato "criminoso". Ou seja... uma história meio bizarramente Minority Report que nos faz refletir.


O Impossível ("Lo imposible", Espanha, 2012)
Ok, este é mais um dentre centenas daqueles "filmes catástrofes", onde um grupo de pessoas tenta sobreviver perante uma grande tragédia. Porém o primeiro diferencial de O Impossível é que se trata de uma história real, de uma família espanhola que sobreviveu a um tsunami ocorrido em 2004 quando passavam férias na Tailândia. Ainda que o filme tenha seus exageros e melodramas, em geral ele foge desses "clichês" e há várias cenas tocantes, reforçada por grandes atuações. Não tem como não se emocionar.


Maus Momentos no Hotel Royale ("Bad Times at the El Royale", EUA, 2018)
Um de meus diretores favoritos é Quentin Tarantino, e esse Maus Momentos no Hotel Royale, dirigido e escrito por Drew Goddard, surpreendentemente é como se fosse um filme feito por ele. Tirando a trilha sonora "variada e inspirada", todo o resto está lá: dezenas de personagens bizarros, uma trama que mistura muitos diálogos, violência, humor e reviravoltas. No elenco temos, dentre outros: Jeff Bridges, Dakota Johnson, Jon Hamm, Chris Hemsworth, Nick Offerman e Cynthia Erivo. Se você curte Tarantino, não tem erro.


Moonrise Kingdom ("Moonrise Kingdom", EUA, 2012)
Um filme de outro de meus diretores favoritos: Wes Anderson. Assim como Tarantino, os filmes de Wes são bem autorais e característicos; ambos usam dezenas de personagens bizarros, trilha sonora marcante, humor, porém ao invés dos muitos diálogos e violência, Anderson deixa como marca nos seus filmes um enquadramento estático centralizado e a "redenção" de personagens marginalizados. E em Moonrise Kingdom a fórmula não é diferente: duas crianças "estranhas" que não são compreendidas por ninguém se apaixonam e fogem de casa, naquele que é um dos melhores e mais tocantes filmes deste diretor. Fazem parte do elenco estrelado: Bruce Willis, Edward Norton, Bill Murray, Frances McDormand, Tilda Swinton, Jason Schwartzman e Harvey Keitel dentre outros.


A Pele de Vênus ("La Vénus à La Fourrure", França / Polônia, 2013)
Um filme diferente, com apenas dois atores dentro de um teatro. Nele temos um diretor e uma atriz tentando ser contratada para uma peça. Porém a tal peça possui várias referências sadomasoquistas, e ao perceber que o interesse do diretor no assunto vai além do profissional, ela tenta seduzi-lo para obter o papel. O filme é basicamente composto de diálogos, e mesmo sem nenhuma cena "imprópria" ou "explícita", é impressionante como a atriz Emmanuelle Seigner consegue ser incrivelmente sedutora e dominadora. Boa pedida para quem quer ver uma grande atuação, ou gosta de filmes incomuns, ou simplesmente tem interesse pelo tema. Emmanuelle é casada na vida real com Roman Polanski, o diretor deste filme.


Sete Minutos Depois da Meia-Noite ("A Monster Calls", Espanha / EUA / Reino Unido, 2016)
Um filme bem bonito e emocionante que mistura fantasia com drama real, lembrando outros clássicos que fazem essa junção, como por exemplo Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas, ou O Labirinto do Fauno. Ele é menos complexo e menos "adulto" do que as duas obras que citei anteriormente, mas não deixa de ser um ótimo filme por isso.

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