Mostrando postagens com marcador quadrinhos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador quadrinhos. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Confira: OITO das melhores histórias do Superman nos quadrinhos! (e mais 2 bônus!)


Aproveitando a chegada do Superman nos cinemas, listo aqui algumas das que considero as melhores histórias do Azulão nos quadrinhos em todos os tempos. E como até hoje foram oito filmes, nada mais justo que trazer oito recomendações!

Para facilitar a vida de vocês, meus leitores, a lista irá trazer apenas histórias que já saíram em encadernados, minisséries, ou edições especiais. Assim fica muito mais fácil encontrar estas revistas para comprar (elas são sempre republicadas), ou mesmo as ler na internet. Vamos então à lista, que se encontra em ordem cronológica de publicação:


1) O Que Aconteceu Ao Homem de Aço? (1986)

(Superman #423 e Action Comics #583 - Roteiros:Alan Moore; Desenhos:Curt Swan)

Comecemos com uma pequena saga de duas edições que é tão especial e histórica, que já foi publicada separadamente como encadernado em diversas ocasiões.

O ano era 1986. A DC Comics iria fazer a maior reformulação de sua história: o evento Crise nas Infinitas Terras, que pela primeira vez, iria reiniciar a cronologia de todas as suas revistas. O que significava que assim como todos os outros títulos da editora, as revistas do Superman iriam "acabar" e reiniciar suas histórias do zero. John Byrne já estava contratado e pronto para assumir as histórias do Kryptoniano assim que o reboot terminasse. Então os editores do Homem de Aço tiveram uma idéia: chamar alguém "muito bom" para fazer "a última história do Superman". E eles trouxeram "apenas" o britânico Alan Moore, que pra mim é o melhor escritor de revistas comics de todos os tempos.

A história - a qual começa com o texto dizendo ser "fictícia" - mostra os últimos dias de nosso herói, onde ao mesmo tempo ele enfrenta vários de seus inimigos e se despede de seus principais amigos de tantas décadas. A história é comovente e um bocado melancólica (vários personagens morrem), e ao mesmo tempo, surpreendente. Ainda que não seja algo espetacular, foi algo de fato inovador e o fim de uma era, o ponto final dos primeiros 48 anos de quadrinhos do Homem de Aço.


2) Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche (1994)

(Superman/Doomsday: Hunter/Prey #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Claro que o arco de histórias A Morte do Superman, publicado em 1993, é muito mais conhecido e importante. Na verdade, foi um evento marcante, chocante, um fenômeno cultural. Foi a primeira aparição do vilão Apocalypse e, de certa forma, a primeira e mais duradoura "morte" do Homem de Aço até então. Mas... como roteiro a trama deixa um bocado a desejar: pouco ficamos sabendo sobre Apocalypse, tudo é muito corrido, mal acompanhamos o ponto de vista do nosso herói, e a luta entre ele e o Super-Homem também ficou longe de ser épica como deveria.

Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche corrige tudo isso. A primeira vez que eles se reencontram desde A Morte é justamente nesta minissérie, pouco comentada nos dias de hoje, mas que gosto muito. Não somente ela explica em detalhes as origens e motivações deste vilão, como principalmente, ele é elevado a tal nível que torna o sacrifício do Superman ao "derrotá-lo" algo ainda mais impressionante. Como outros pontos positivos, é também uma divertida aventura espacial, e vemos nosso herói lidar e refletir sobre responsabilidade, morte e medo. Também gosto da ousada solução encontrada aqui para derrotarem Apocalypse "definitivamente", por mais Deus ex machina que ela possa parecer. Infelizmente, entretanto, a solução não durou muito e este inimigo do Super-Homem já reapareceu em suas histórias muitas outras vezes depois desta trama. Mas isso já é outro problema...


3) Super-Homem versus Aliens (1995)

(Superman Vs Aliens #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Dan Jurgens era "o" cara responsável pelo Superman desde 1991, e aqui está ele novamente, escrevendo uma das melhores histórias do Super-Homem, e isso mesmo sendo um crossover com a franquia Alien.

A história não traz muitas surpresas, porém eu escrevo isso como elogio, pois ela é exatamente tudo que um fã de Superman e de Alien gostaria de ver, unificado, em uma mesma história. Temos então uma história característica de resgate do universo de Alien, onde uma nave interplanetária da Lexcorp (e não da Weyland Corp) pede socorro e o Super-Homem vai ao resgate. A tensão da trama é construída de maneira muito bem feita; no começo, o kryptoniano não sabe os horrores que vai testemunhar e ainda está em plenas forças. Porém, com o passar da história, ele vai enfraquecendo sem a luz do sol, e junto com os demais sobreviventes, vai sofrendo e presenciando situações cada vez mais difíceis.


4) O Reino do Amanhã (1996)

(Kingdom Come #1 a 4 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Alex Ross)

Trata-se de uma pequena trapaça nesta minha lista, já que não se trata de uma história exclusiva do Superman, e sim, de todos os heróis do Universo DC. Ainda assim, ele é um dos personagens centrais da trama, e é por isso que entendo ser muito justo que esta revista apareça por aqui.

O Reino do Amanhã é certamente uma das melhores histórias de super-heróis em mundo alternativo já criadas até hoje. Baseada em um futuro hipotético onde a maioria dos heróis que conhecemos já está aposentada, os supers da "nova geração" são egocêntricos e violentos; sim, eles fazem seu trabalho de "derrotar os bandidos", mas agem sem nenhuma empatia e defendem um modo de vida semelhante ao fascismo. É em meio a este contexto que o Super-Homem resolve reagir, voltar à ativa, e relembrar a todos os verdadeiros significados de heroísmo e justiça. Se prepare para momentos cinematográficos, marcantes e emocionantes, e com discussões bem alinhadas com o mundo real.


5) Superman: As Quatro Estações (1998)

(Superman For All Seasons #1 a 4 - Roteiro: Jeph Loeb; Desenhos: Tim Sale)

Cada um dos 4 capítulos, representado por uma estação do ano, é narrado por uma pessoa diferente: Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang, sendo que o "clima" das estações reflete os acontecimentos de cada parte.

Não é exatamente uma história de origem, mas sim a história dos primeiros anos de um inexperiente e perdido Superman. O Super-Homem de Loeb é bem um "menino do interior" aprendendo a lidar com o "baque" de ser adulto em uma metrópole (e lutar contra um invejoso Luthor, claro), sensação reforçada pelos desenhos ao estilo retrô de Tim Sale, que parecem serem pintados com giz de cor (pelo colorista Bjarne Hansen), e que com certa frequência nos traz lindas cenas de apenas um quadro em página dupla. Uma oportunidade de ler, tanto nos textos quanto nos desenhos, algo diferente e "moderno-vintage".


6) Superman - O Legado das Estrelas (2003)

(Superman: Birthright #1 a 12 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Leinil Francis Yu)

Criado originalmente para ser uma história não-canônica do Superman, no fim a DC optou por lançá-la como canônica, provavelmente devido sua ótima qualidade. O que não foi algo pequeno, pois estávamos diante da primeira versão de origem do Século XXI para o herói, reescrevendo a anterior, criada por John Byrne nos remotos anos 80!

O Legado das Estrelas traz uma história de origem bem mais moderna e dinâmica, além de fazer algumas importantes alterações da versão anterior de Byrne. Por exemplo, os habitantes de Krypton deixam de ser seres sem emoção, e Lex Luthor volta a ter passado sua infância em Smallville, onde inclusive conheceu Clark Kent. A história não apenas mostra as primeiras aventuras de Clark como herói, como também a origem de Luthor, e sua transformação para o ser de puro ódio e amargura de hoje.

Foi deste quadrinho que Zack Snyder mais se inspirou para fazer seu filme O Homem de Aço (2013), embora entre ambos há um grande diferença: no filme, há a presença de General Zod e outros kryptonianos; na HQ, o único vilão é Lex Luthor. Outra curiosidade: embora não isto não esteja descrito explicitamente em O Legado das Estrelas, é nela que o "S" do emblema do peito do herói é re-significado pela primeira vez como "Esperança" na mitologia do Superman.


7) Grandes Astros Superman (2006)

(All-Star Superman #1 a 12 - Roteiros: Grant Morrison; Desenhos: Frank Quitely)

E agora vamos para o ápice, aquela que provavelmente é a melhor história do Super-Homem de todos tempos, e certamente a melhor história escrita pelo reverenciado escocês Grant Morrison.

Na trama, Superman descobre que vai morrer em um ano, e então decide fazer uma série de 12 realizações pra deixar como legado. A minissérie é uma grande homenagem à toda a carreira do Homem de Aço, e ao longo da história, nosso herói encontra vários de seus inimigos, em alguns casos de maneira "conclusiva".

Grandes Astros Superman traz vários momentos de grande beleza e sensibilidade, também ampliados pelos belos, "limpos" e incomuns desenhos de Frank Quitely. Também é curioso e diferente a maneira com que Superman é retratado nesta obra, que se passa em um mundo a alguns anos no futuro: ele é representado como um ser quase perfeito, sendo também superinteligente.


8) Superman: Brainiac (2008)

(Action Comics #866 a 870 - Roteiros: Geoff Johns; Desenhos: Gary Frank)

Encerrando a lista, outro arco de histórias que foi publicado originalmente na revista regular do herói, mais especificamente na Action Comics, durante a fase de Geoff Johns, o roteirista principal deste título entre 2006 a 2009.

Brainiac começou sua carreira nas HQs apenas como uma entidade alienígena que controlava a mente das pessoas, mas com o passar das décadas, se transformou em um dos mais poderosos e importantes antagonistas do Superman, inclusive com ligação direta ao passado do planeta Krypton, deonde ele "roubou" e miniaturizou uma cidade inteira: Kandor. Em Superman: Brainiac não apenas a história da captura de Kandor é recontada, como também vemos Brainiac em sua mais poderosa versão até então. Outro destaque são os desenhos de Gary Frank, que além de excelentes, desenha os rostos de alguns dos personagens para serem iguais aos dos atores dos filmes do Super-Homem dos anos 70-80. Clark e Lois estão respectivamente idênticos a Christopher Reeve e Margot Kidder!

E não para por aí: nesta história também vemos de maneira bem emocionante a morte do pai de Clark Kent. Como curiosidade, não foi a primeira e nem a última vez que ele morreu nas HQs. A cada reboot do Homem de Aço, após anos de histórias, as vezes ambos os pais do personagem morrem, ou nenhum, ou apenas o pai. Aliás, um ano após deixar as revistas mensais do personagem, Geoff Johns voltou em 2010 com a minissérie Superman - Origem Secreta, que recomeça a história do herói, e... (que novidade...), acaba trazendo Jonathan Kent de volta.



Bônus 1) Superman, Campeão dos Oprimidos (1938)

(Action Comics #1 - Roteiros: Jerry Siegel; Desenhos:Joe Shuster)

Dentre as várias histórias que estavam dentro da revista Action Comics #1, lançada em Abril de 1938 (ainda que na capa aparecesse Junho de 38), a primeira e principal delas era a estréia de Superman para o mundo. Sendo Siegel e Shuster descendentes de imigrantes judeus, ambos de famílias humildes e vivendo em plena Grande Depressão, não chega então a ser surpreendente ver que o Superman original também fosse um imigrante (no caso, de outro planeta), e que estivesse mais preocupado em salvar o cidadão oprimido comum.

Em sua primeira história, com apenas 13 páginas, Superman impede que uma mulher seja erroneamente executada no corredor da morte; depois salva outra mulher que iria apanhar do violento marido; resgata Lois Lane de um grupo de mafiosos; e finalmente, flagra um senador em um ato de corrupção.

A capa da revista não é esta ao lado, e sim a parte central da imagem principal (e inicial) deste artigo. Como se pode notar pelas 2 capas ao seu redor, trata-se de uma das cenas mais homenageadas da história das HQs, inclusive pelas editoras rivais. O motivo pelo qual coloquei a imagem de Superman: Antologia aqui é porque das mais de 10 vezes que esta história foi republicada no Brasil, a ocorrência mais recente foi dentro dela, em 2020.


Bônus 2) Massacre em Metropolis! (1994)

(Superman #92 e Adventures of Superman #515 - Roteiros: Dan Jurgens e Karl Kesel; Desenhos: Dan Jurgens e Barry Kitson)

Massacre é um supervilão psicopata, caçador de recompensas alienígena, com poderes energéticos e superforça, que o Super-Homem conheceu em suas primeiras histórias pós retorno da morte de 1994. Eu gosto bastante do conceito deste personagem, da maneira inteligente que o Superman o derrota, e da maneira doente - mas plausível - que a história se encerra. Infelizmente o vilão Massacre (que curiosamente também tem exatamente este nome no inglês original) apareceu em algumas poucas revistas da década de 90 para ser (pelo menos até agora) abandonado de vez.

Aqui no Brasil esta história em duas partes denominada Massacre em Metrópolis foi publicada na revista mensal Super-Homem #141, da editora Abril, em Março de 1996. É a sua capa que vemos na imagem ao lado.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #044 - Sabia que Garfield nasceu como coadjuvante de Jon? Aprenda esta e outras curiosidades sobre o gato mais preguiçoso do mundo!


Vocês sabiam que o gato Garfield, criação máxima do cartunista Jim Davis, na verdade começou sua carreira como um mero coadjuvante de seu dono Jon Arbuckle? Pois é... Vamos conhecer melhor esta história.

Oficialmente, a primeira tirinha de Garfield é esta que vemos abaixo, publicada em 19 de junho de 1978 simultaneamente em 41 jornais dos EUA.


Porém, antes desta estréia, desde 1976 Jim Davis escrevia para alguns jornais uma tirinha de quadrinhos chamada Jon... e olhem só como foi a tira inaugural de Jon, publicada na Pendleton Times em 8 de Janeiro de 1976...

Ou seja... Garfield estava presente desde o primeiro quadrinho de Jon. E a conclusão: a primeira tirinha de Garfield foi uma modificação da primeira tirinha de Jon, assim como a série de quadrinhos de Garfield como um todo, também foi uma simples modificação / evolução dos quadrinhos de Jon!

A mudança do nome de Jon para Garfield foi uma decisão editorial, justamente quando Jim Davis conseguiu um contrato para que sua obra fosse publicada a nível nacional; Jon era publicado quase totalmente em jornais da região onde ele morava, no estado de Indiana.

E agora que você já está ciente desta grande surpresa, vamos a mais algumas curiosidades sobre nosso querido gato adorador de lasanhas:


1 - Garfield aprendeu a andar em duas patas com o Snoopy (ou quase isso)

No começo Garfield andava como um gato comum, ou seja, com as quatro patas. E o Garfield que conhecemos hoje tem um estilo bem mais antropomórfico, com ele andando "em pé", sobre as patas traseiras. Esta "transformação" ocorreu graças a ajuda de Charles Schulz, o criador de Snoopy.

Segundo Jim Davis, ele estava em Los Angeles para fazer o primeiro especial de TV de Garfield, e tinha o desejo que Garfield se levantasse e dançasse durante os créditos iniciais, o que simplesmente não estava funcionando. Porém Charles Schulz estava trabalhando em uma sala ao lado, e ao saber do ocorrido, resolveu ajudar seu amigo de profissão: "Isso é porque você deu a ele esses pezinhos de gato". Schulz explicou que foi justamente para que Snoopy pudesse ficar de pé, ele lhe deu pés grandes, iguais aos dos humanos. Foi então que Garfield ganhou as patas traseiras grandes que conhecemos hoje, e tudo mudou.


2 - A tirinha de Garfield quase não sobreviveu ao seu primeiro ano de publicação

Lembram que eu disse que Garfield estreou simultaneamente em 41 jornais estadunidenses? Pois é, acontece que em vários deles, a estréia ocorreu nos moldes de "período de testes", onde as tiras são publicadas gratuitamente por alguns meses. Após o fim deste tempo, vários jornais não quiseram continuar com o trabalho de Jim Davis, incluindo-se aí o maior destes, o Chicago Sun-Times. Felizmente os leitores se revoltaram e começaram a reclamar para estes jornais, que acabaram cedendo. Especialmente no caso do Chicago Sun-Times, quando Garfield re-estreou por lá, foi através desta tirinha exclusiva para o jornal (ver acima), referenciando o apoio dos fãs.


3 - Motivos para Garfield amar lasanha


Já nos primeiros anos da tirinha, aprendemos que antes de ser adotado por Jon, Garfield nasceu e viveu em uma cozinha de um restaurante italiano, o Mamma Leoni's. Foi lá, portanto, que ele desenvolveu seu gosto por massas em geral, especialmente pela lasanha, seu prato favorito. Jim Davis comenta que também adora lasanha e colocou isso em Garfield pois considerou engraçado ter um gato que gostasse deste prato. Porém, depois passou a ouvir das pessoas com frequência que seus gatos também adoravam lasanha.

Eu não sei o que se passa na cabeça dos estadunidenses para ficar dando lasanha para seus gatos... mas para quem estiver lendo isso aqui, não... isso não é nada recomendável.


4 - O cachorro Odie não era originalmente de Jon, e sim de Lyman (quem?)

Bem no começo da tira, Davis decidiu que queria um outro personagem para que Jon pudesse conversar, além de Garfield. Eis então que surge Lyman, amigo de Jon que passa a morar com ele após sofrer alguns contratempos. E junto com Lyman veio seu cachorro de estimação, Odie. Porém com o passar do tempo Jim percebeu que não precisava de outro humano, e então Lyman foi aos poucos aparecendo cada vez menos nas histórias. Sua primeira aparição nas tiras de 1983, em Abril, foi também sua última nas tirinhas de Garfield. Neste mesmo ano, Odie também já seria "incorporado" como mascote de Jon.

O curioso é que o "sumiço" de Lyman nunca foi comentado ou explicado nas tiras de Garfield... Jim Davis simplesmente parou de desenhá-lo e pronto. O que acabou virando uma certa piada interna entre os fãs do famoso gato: "o que poderia ter acontecido?".

Bem, para o Halloween de 2002 foi lançado no website oficial de Garfield um jogo Flash de nome Garfield's Scary Scavenger Hunt, um jogo de aventura point-and-click temático para aquela celebração, onde a casa de Garfield ficou assombrada e os jogadores controlavam o gato para encontrar nela 7 itens escondidos (doces para comer, é claro!!). De maneira bem-humorada, o jogo trazia uma mórbida surpresa: ao entrar no porão... bem, lá estava Lyman, acorrentado e mantido como refém durante este tempo todo...




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Vem aí! Nova série de animação de Asterix na Netflix + Novo álbum de Asterix que será em... Portugal, ora pois!

Notícias curtas, simples, mas empolgantes para fãs de Asterix. A começar por esta semana, já que na Quarta-feira dia 30 de Abril, estréia na Netflix a série de desenho animado Asterix e Obelix: O Combate dos Chefes.

A série, que conterá 5 episódios com cerca de 30 minutos cada, é claramente baseada no álbum O Combate dos Chefes, sétimo volume em quadrinhos produzido sobre o pequeno guerreiro gaulês. Segue abaixo o trailer da atração, que está bem engraçado.



E o álbum 41 vem aí!

Sim, mantendo a tradição, todo Outubro de ano ímpar tem novo álbum de Asterix, certo? Certo! E a data já está marcada! Será lançado em 23 de Outubro de 2025, o 41º álbum de nosso herói: Asterix na Lusitânia (o nome atribuído na Antiguidade ao atual território onde fica Portugal).

Das páginas do volume 17... será ele que vamos revê-lo?

Detalhes sobre a trama? Segundo Fabcaro, que volta para escrever Asterix pela segunda vez após seu Asterix - O Íris Branco, tudo começa quando um ex-escravo lusitano, que conheceu os gauleses nO Domínio dos Deuses (17º álbum de Asterix), vai até a aldeia de nossos amigos pedir ajuda.

Segue abaixo um trecho de uma folha promocional (em francês) sobre o novo álbum. Chega logo, Novembro!

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Os Smurfs estão voltando com tudo para o Brasil. E o melhor, de maneira inédita nos Quadrinhos!


Não estamos nos anos 80, onde os Smurfs eram uma febre entre as crianças no Brasil e no mundo, graças principalmente ao seu recém lançado desenho da TV (foram 9 temporadas entre 1981 a 1989!). Porém estamos em 2025, e hoje trago para vocês pelo menos 2 bons motivos para voltar a viver este encanto de outrora!

Primeiro, caso exista alguém que consiga não saber quem são os Smurfs: trata-se de uma série de personagens de quadrinhos criada em 1958 pelo cartunista belga Pierre Culliford, muito mais conhecido como Peyo. Os Smurfs (Les Schtroumpfs no original) são criaturinhas humanóides azuis, bondosas e simpáticas, e que vivem na floresta, escondidas dos humanos. Peyo escreveu e desenhou 16 álbuns dos Smurfs, sendo o último destes publicado em 1992, mesmo ano de seu falecimento.

Porém a obra foi continuada por seu filho Thierry Culliford, que continua escrevendo e publicando novos álbuns dos Smurfs; atualmente seu ritmo de produção é de um novo título por ano. O mais recente, Les Schtroumpfs et la Cape Magique, de 2024, é o 42º da coleção.


Os Smurfs em quadrinhos estão de volta ao Brasil!

Neste mês tivemos a grata surpresa do anúncio de que os Smurfs voltarão a ser publicados no Brasil, agora pela editora Comix Zone. E o melhor, eles prometeram trazer pela primeira vez a obra "integral" e em ordem cronológica... Por "integral", seriam todos os 16 álbuns escritos por Peyo.

E isto é muito bacana, pois apesar de todo sucesso que os Smurfs sempre desfrutaram no Brasil, ainda há uma pequena parte deste material inédita por aqui. Além disto, de tudo que já foi publicado, foi fora de ordem, sem nenhum compromisso cronológico. A Comix Zone está sendo a 4ª editora a trazer os "duendes azuis" para cá, sendo que a primeira tentativa foi feita pela editora Vecchi (nos anos 70, em formatinho), depois pela editora Abril (anos 80, também em formatinho), e finalmente pela L&PM (entre 2011 e 2013, tanto no formato original de revista quanto em formato pocket).

A publicação será dividida em 5 volumes, em capa dura, formato revista (21 x 27,5 cm), sendo que o primeiro livro, já anunciado (e em pré-venda) contém as histórias Os Smurfs Roxos, O Smurfíssimo, e Os Smurfs e a Flauta Mágica.

Johan e Peewit encontrando a Vila dos Smurfs pela primeira vez

As duas primeiras histórias são respectivamente as duas primeiras edições originais de Smurfs. Mas Os Smurfs e a Flauta Mágica não. Teria a Comix Zone mentido para nós? Não! É que esta história é um extra maravilhoso! Explico: é que os Smurfs não surgiram em revista própria, eles surgiram anteriormente em outra HQ, na revista Johan e Peewit: um quadrinho também escrito por Peyo, só que de fantasia medieval. E Os Smurfs e a Flauta Mágica é onde os Smurfs aparecem pela primeira vez (como coadjuvantes), nas histórias em quadrinhos! Os pequenos azuizinhos iriam aparecer ainda em mais 5 edições de Johan e Peewit antes de ganharem sua própria revista.

E ainda vale a pena ler e comemorar que Smurfs vai voltar a ser publicado no Brasil? A resposta é SIM!  Pois ao contrário do que se parece, Smurfs não são simples histórias infantis. Peyo é um incomum exemplo em que podemos verdadeiramente dizer que conseguiu escrever histórias para "toda a família", conseguindo agradar ao mesmo crianças e adultos. Por exemplo, nas duas primeiras histórias que aparecem no primeiro volume da Comix Zone: Os Smurfs Roxos é uma trama sobre apocalipse zumbi; já O Smurfíssimo é uma história sobre a ascensão de regimes totalitários.


Também vem aí: O primeiro Parque Temático Smurfs da América Latina

E além da volta dos Smurfs nos quadrinhos, continua sendo aguardado para o primeiro semestre deste ano, 2025, a inauguração da Vila dos Smurfs Park, em São Paulo, capital.

Trata-se de um parque indoor, nos mesmos moldes do Parque da Mônica, em uma área de mais de 5 mil metros quadrados. O parque prevê iniciar as atividades com 17 atrações, de entre elas a Toca do Cruel (montanha-russa no escuro), o Smurfly (simulação onde você sobrevoa todo parque), e Salão de beleza da Smurfette, além de shows ao vivo diários. O endereço é: Av. Miguel Estefano, 1300, no bairro da Saúde.

Como curiosidade, este será o 4º parque temático dos Smurfs no mundo, pois também temos parques na China (em Xangai), Rússia (em Moscou) e Emirados Árabes (em Dubai).




E aí, ficaram smurfizados com as novidades? Escrevam nos comentários!

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #040 - A Piada do Palhaço Pagliacci


Uma piada bem famosa dentro da Cultura Pop é a piada do Palhaço Pagliacci, contada por Alan Moore em seu clássico dos quadrinhos Watchmen (1986-87), facilmente uma das melhores HQs sobre super-heróis de todos os tempos. Em sua obra, Moore nos apresenta este texto quando o personagem Rorschach compara Pagliacci ao herói de nome Comediante (ver um trecho na imagem acima). A descrição completa deste gracejo vem a seguir:


Ouvi uma piada uma vez: Um homem vai ao médico, diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.

O médico diz: “O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.”

O homem se desfaz em lágrimas. E diz: “Mas, doutor… Eu sou o Pagliacci.”

Esta triste anedota virou até meme, e por exemplo graças ao seu desfecho melancólico, foi bastante relembrada durante a morte do ator e comediante Robin Williams, devido suicídio, em 2014. O "Paradoxo do Palhaço Triste", em que palhaços e comediantes bem sucedidos, ao mesmo tempo sofrem de ansiedade, depressão, solidão e outros distúrbios mentais, é um fenômeno existente na vida real e estudado pela psicologia. 

Mas o que poucos sabem é que a tal piada do Palhaço Pagliacci não foi inventada por Alan Moore. Aliás, ela já possui alguns séculos de idade. Também há o detalhe que em italiano, pagliacci é o plural de pagliaccio, a palavra “palhaço”. Além de que Pagliacci também é o nome de uma famosa ópera italiana do final do séc XIX, onde seu protagonista Canio é um ator infeliz e ciumento que atuava como palhaço e foi traído pela esposa com o amigo.

De todo este contexto, podemos imaginar que Moore intencionalmente optou por adaptar as versões predecessoras da piada colocando o nome de Pagliacci em sua obra para representar a classe dos atores de comédia em geral.


Como exemplos de versões anteriores da piada do Palhaço Pagilacci, por exemplo podemos encontrá-la dentro do conto The Comic ("O Cômico"), escrito e publicado pelo estadunidense Ralph Waldo Emerson  em 1875 (onde neste caso o "paciente" se chamava Carlini); e também dentro do poema Reir Llorando ("Rindo Chorando"), do escritor mexicano Juan de Dios Peza (1852-1910):

Certa vez, um homem com uma expressão sombria procurou um médico famoso: "Eu sofro", disse ele, "de uma doença tão terrível quanto essa palidez do meu rosto".

(...)

Tome este conselho como uma receita hoje: Somente vendo Garrik você poderá se curar.

(...)

Assim disse o doente, ele não me curou; Eu sou Garrik!... Mude minha receita.


Outras versões desta mesma história são menos curiosas e mais tristes, pois remetiam a pessoas reais. No poema acima, já se especulava que Garrik fosse uma referência ao ator, mímico e palhaço inglês Joseph Grimaldi (1778-1837), que embora tenha sido um grande sucesso em sua época, teve uma vida difícil e passou seus últimos anos no alcoolismo e depressão. 

O "Garrik" de Dios Peza poderia até não ser Grimaldi, mas a versão da piada que mais corria pelos anos 1910 colocava Grimaldi nominalmente como sendo o palhaço da história. Já nos anos 1930, a versão mais popular da mesma anedota colocava como protagonista o palhaço "Grock", mesmo nome artístico de Charles Adrien Wettach (1880-1959) um palhaço suíço que foi um dos maiores artistas europeus de sua geração.

Com registros escritos desde pelo menos o ano de 1814, a estrutura do conto que hoje conhecemos como a piada do Palhaço Pagliacci, graças a Alan Moore e a natureza humana, deverão se manter para a posteridade.



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

quarta-feira, 26 de março de 2025

Conheça Frieren, Anime de fantasia medieval que acaba de estrear na Netflix e é (um justo) sucesso mundial


Estreou na Netflix neste 1º de Março a primeira temporada completa do Anime Frieren e a Jornada para o Além. Trata-se da adaptação para TV do mangá Sōsō no Frieren, escrito por Kanehito Yamada e ilustrado por Tsukasa Abe, que começou a ser publicado em 2020 e continua em andamento. O Anime já está disponível há um tempo para os brasileiros via Crunchyroll, porém, espera-se que com a chegada na Netflix ele se torne bem mais conhecido... o que seria ótimo e merecido, afinal, Frieren e a Jornada para o Além CERTAMENTE se encontra entre um dos melhores Mangás / Animes surgidos nos últimos dez anos.

A história de Frieren e a Jornada para o Além começa pelo... "fim", e na primeira cena temos um quarteto de aventureiros retornando vitoriosos para uma cidade após derrotarem o Rei Demônio - o "chefão final" deste mundo - após uma difícil campanha que durou 10 anos. O grupo é formado pela Maga elfa Frieren que dá nome à série, o Herói humano Himmel, o Sacerdote Heiter e o Guerreiro anão Eisen.

Pouco tempo depois a história já dá um salto temporal de 50 anos(!), onde os 4 personagens se reencontram. Nele vemos uma Frieren um pouco perdida, sem propósito... afinal, já tinha cumprido sua grande missão. E então outra coisa acontece: dias depois do reencontro, Himmel morre, e durante o funeral Frieren tem uma reação inesperada: ela chora em desespero por não tê-lo conhecido direito.

Como a própria história explica, o que para nós humanos são longos 10 anos, para uma elfa milenar não são nada. Além de toda a parte de aventuras e batalhas típicas de uma fantasia medieval, Frieren é uma profunda análise sobre a passagem do tempo, a sobrevivência da humanidade, a finitude da vida, e as relações entre pessoas.

Os 4 "iniciais": a Maga Frieren,o Sacerdote Heiter, o Herói Himmel e o Guerreiro Eisen

Quando o segundo episódio começa, mais de 20 anos se passaram(!), e após mais alguns outros eventos, Frieren acaba aceitando uma nova missão (não vou falar qual para não dar spoilers), que lhe "obriga" a repetir a jornada que percorreu quase oito décadas atrás, quando ela e seus antigos companheiros venceram o Rei Demônio. Nesta nova aventura, a maga acaba levando mais dois acompanhantes: sua própria discípula, a jovem maga humana Fern; e Stark, um jovem humano guerreiro, aluno de Eisen. Você pode ver Frieren, Fern e Stark na imagem título deste artigo.

Ao longo de suas viagens, Frieren vai relembrando e (re)valorizando tudo o que passou com seus amigos da formação original. O Anime é bem lento, contemplativo. Não há muitas batalhas, mas elas existem. E conforme a história avança, elas ficam mais recorrentes. Já assisti metade da primeira temporada (que é formada de 28 episódios), e tenho gostado muito. As lutas que já vi, ainda que curtas, foram todas bem impressionantes, de "explodir a cabeça".

Curioso que como o "último chefão" já morreu antes da história começar, não há um desafio épico final, e então parece que temos uma sucessão de missões episódicas para cumprir e ganhar experiência, como se fossem encontros de partidas de RPG que você faz com seus amigos em uma campanha. E ainda assim, apesar de todas essas camadas de aventura e fantasia, reitero que o melhor de Frieren está nas reflexões e momentos de emoção que ela provoca.

E a emoção não ocorre somente pela trama em que todos os personagens se envolvem. Há também um encantamento especial com Frieren... delicada, diferente e fascinante: uma maga muito muito poderosa e sábia, mas que ainda assim tem um pouco de dificuldade de compreender os humanos.

Para quem gosta de animes, mangás, RPG, aventuras medievais, ou simplesmente uma boa reflexão sobre a vida, Frieren leva a minha mais alta recomendação. Te convenci a assistir Frieren? Ainda não? Vou para um último argumento: neste momento o anime se encontra com a nota máxima de 100% no Rotten Tomatoes

Para felicidade dos fãs, a segunda temporada já está sendo finalizada, e já foi anunciada para Janeiro de 2026. A primeira e única temporada que existe até agora equivale aos 60 primeiros capítulos do mangá. A expectativa é que a segunda temporada adapte os próximos 60 (e o mangá está atualmente no capítulo 137). Aí só resta saber quanto tempo levarão para lançarem aqui no Brasil...

Na falta de um trailer em português para Frieren na Netflix, segue o da Crunchyroll Brasil. Confiram!



sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Crítica - Creature Commandos (Primeira Temporada)


As atenções do mundo até podem estar na estréia do novo Superman de James Gunn, que está previsto para Julho deste ano. Porém este filme, alardeado como o primeiro passo do novo Universo DC nos cinemas não é tão primeiro passo assim...

... afinal, desde que virou a grande mente por trás dos projetos da DC, James Gunn lançou antes esta animação Creature Commandos, cujo primeiro episódio da primeira temporada estreou em 5 de Dezembro de 2024, e o sétimo e último episódio saiu na semana passada, dia 9 de Janeiro.

A série, que está sendo exibida na Max/HBO, de certa forma dá continuidade à primeira temporada de Pacificador (2022), pois aqui vemos uma Amanda Waller (Viola Davis nas vozes) proibida de atuar com qualquer equipe de agentes humanos... é então que ela dá seu "jeitinho" e resolve criar sua equipe de "monstros", de maneira similar ao que ela tinha com o Esquadrão Suicida, para realizar missões secretas, formando assim o seu "Comando das Criaturas".

Vemos aqui mais uma vez James Gunn fazendo o que ele sempre faz, e o que ele faz bem: contar a história de uma equipe de "perdedores e rejeitados". Porém desta vez, ao contrário do que vimos ele fazer em Guardiões da GaláxiaEsquadrão SuicidaPacificador, temos bem menos comédia. Sim, até há alguma piadinha ou outra - e aliás há bastante ironia e sarcasmo - porém o que mais vemos em Creature Commandos é a violência, em um tom muito parecido com a animação de Invencível, da Prime Video.

As animações de Creature Commandos são mais "adultas", com traços menos arredondados, desenhos menos coloridos e movimentos menos fluidos... novamente, em estilo que lembra Invencível da Prime Video. E a trama, com alguma ou outra "forçada de barra", em geral é bem feita, dinâmica, com várias reviravoltas e, assim como no Esquadrão Suicida (2021) de James Gunn, qualquer personagem pode morrer há qualquer momento, e portanto, a dúvida se cada um dos "heróis" vai ou não sobreviver ao final de cada episódio passa a ser mais real e interessante.

Creature Commandos encerra sua primeira temporada fechando um arco de histórias completo, mas deixa claro que pretende fazer uma segunda temporada, o que alías gostaria muito de ver, já que ao longo de seus episódios acabou desenvolvendo um personagem que achei bastante interessante (não vou contar para não dar spoiler) e quero ver seus próximos passos.

A conclusão que temos é que Creature Commandos - ainda mais para quem gosta do trabalho de James Gunn - é muito bom, ainda que com bem menos humor. Mas mesmo tempo sem inovar, já que mais uma vez o diretor/produtor/roteirista trabalhou com "mix" que conhece muito bem: violência + loucura + muitos personagens secundários.

O que nos leva a grande questão. Tudo isto não tem NADA a ver com o personagem do Superman. Então como será que ele se sairá com este futuro filme? Como se pode ver pelo primeiro Teaser divulgado (ver vídeo abaixo), o tom do filme (por enquanto) parece correto: sério e heróico. Porém o número de personagens que aparecem já parece muito além do adequado... vamos aguardar.

Ah sim. A nota para a primeira temporada de Creature Commandos? 7,5


PS: como curiosidade, a estrutura narrativa de Creature Commandos se parece um bocado com a minissérie em quadrinhos Sete Soldados Da Vitória (2006-06), de Grant Morrison, onde cada capítulo conta a origem de um personagem enquanto uma história maior é contada em paralelo. E a personagem A Noiva, que vemos aqui nesta animação, surgiu no universo DC justamente nesta obra! Já o monstro Frankenstein teve algumas versões na DC (a primeira delas apareceu em 1948); porém a sua versão atual dentro do universo DC atual também apareceu pela primeira vez em Sete Soldados Da Vitória. Ah, e nenhum dos outros personagens de Creature Commandos tem qualquer relação com Sete Soldados Da Vitória rs.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #027 - Elementar, meu caro Peter Parker. Não, mágico espelho!

Quem disse a famosa frase "Elementar, meu caro Watson!"? O famoso detetive Sherlock Holmes, correto? Errado! A resposta correta é... ninguém!

Quando estava estudando para escrever minha crítica de Hellboy e o Homem Torto (2024), descobri que a história foi inspirada em um conto de Sherlock Holmes de mesmo nome, conto esse em que temos o único momento escrito por Sir Arthur Conan Doyle em que Sherlock pronuncia a palavra "Elementar". E ele apenas exclama "Elementar!", não é um "Elementar, meu caro Watson" (ainda que a fala foi sim dirigida ao seu amigo Doutor).


E temos outros casos na Cultura Pop de frases muito famosas que nunca foram ditas.

Todo mundo tem cravado em sua memória o vilão Darth Vader dizendo a Luke Skywalker em Star Wars – O Império Contra-Ataca (1980): "Luke, eu sou seu pai!" (Luke, I'm your father!), correto? Porém não é exatamente assim que a frase foi dita. O que Vader sempre disse foi "No, I'm your father!" (Não, eu sou seu pai!). Só conferir abaixo.


E que tal a "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades", que como todos sabem, foi dita pelo Tio Ben a um jovem Peter Parker, em seus primeiros dias como Homem-Aranha. Será?

A tal frase surgiu pela primeira vez na revista Amazing Fantasy #15 (1962), a estréia do Homem-Aranha nos quadrinhos. Porém ao invés de ter sido dita por alguém, ela é simplesmente frase escrita pelo narrador, conforme vemos na imagem abaixo.

Veja o que está escrito no canto superior direito...

Ok. Mas aqui temos uma "trapaça"... é que a história foi "transformada" com o passar do tempo. Na revista Homem-Aranha vs. Wolverine #1 (1987) vemos Peter Parker afirmando que essa frase é de seu Tio. E em The Amazing Spider-Man #38 (2002), finalmente vemos Tio Ben a dizendo nos quadrinhos. No mesmo ano, no filme Homem-Aranha (2002), também vemos Tio Ben (interpretado por Cliff Robertson) proferindo a famosa frase a Peter Parker (interpretado por Tobey Maguire).


E para encerrar, um último caso, cuja confusão é meio "bobinha", mas ainda assim eu achei curiosíssima por envolver simultaneamente DOIS idiomas. Trata-se da icônica frase que a Rainha Má da história da Branca de Neve diz ao espelho. Para as pessoas, a frase dita pela Rainha é: "Espelho, espelho meu, quem é mais bela do que eu?" / "Mirror, mirror, on the wall, who is the fairest of them all?"

E o que foi realmente dito no filme Branca de Neve e os Sete Anões (1937) foi: "Mágico espelho meu, quem é mais bela do que eu?" / "Magic mirror on the wall, who is the fairest one of all?"

Ou seja, tanto em inglês quanto em português, as pessoas gravaram na memória um "Espelho, espelho" ao invés do correto "Mágico espelho". Só que novamente a história se adaptou à lembrança das pessoas, e alterou um pouco as coisas... Por exemplo em 2012 foi lançado o filme Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror no original), um live-action que reconta a história da Branca de Neve. E o filme reconta a frase do jeito "errado", como "Espelho, espelho"... aliás, o faz até em seu título!

E aí, sabiam destas frases "falsas"? Digam nos comentários!




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sábado, 19 de outubro de 2024

Enfim Asterix volta a ter lançamentos no Brasil! E em dose dupla!


Depois de longos dois anos e meio, a Editora Record - que detém os direitos de publicação do intrépido baixinho gaulês aqui no Brasil - acordou para a vida e voltará a lançar novas publicações em nosso território. E em dose dupla!

Primeiramente, previsto para o dia 18 de Novembro, vem o ainda inédito por aqui volume 39 dos quadrinhos, Asterix e o Grifo, que marca a despedida do autor Jean-Yves Ferri (o volume 40, lançado na França em Outubro de 2023 e intitulado O Lírio Branco, foi escrito por Fabcaro). Na trama, Asterix e seus companheiros novamente viajam para bem longe de casa, e vão ao território dos Sármatas, povo que vivia na região onde atualmente há a guerra entre Ucrânia e Rússia.



Já o segundo futuro lançamento não se trata de material inédito, mas é bem surpreendente. Trata-se do início da coleção Omnibus. A coleção, que promete relançar todos os livros de Asterix em formato de luxo e capa dura, vêm no mesmo formato da coleção Omnibus lançada nos EUA e outros países, ou seja, juntando 3 números originais em cada volume. Portanto, em Asterix Omnibus Vol. 1, teremos o compilado das 3 primeiras aventuras do herói: Astérix, o Gaulês (1961), A Foice de Ouro (1962) e Astérix e os Godos (1963).

A primeira edição está com o lançamento previsto para 6 de Janeiro de 2025 e por enquanto foi o único volume anunciado.


Ambas revistas já se encontram em pré-venda e podem ser compradas em sites especializados. Quem é fã, já garanta suas cópias! ;)

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #023 - As versões do Sr. Miyagi e do Karatê Kid que você NÃO CONHECE


Daqui exatamente uma semana, no dia 18 de Julho de 2024, estreará na Netflix a sexta e última temporada da série Cobra Kai. E enquanto o desfecho do spin-off de Karatê Kid não chega, que tal diminuir a ansiedade com curiosidades sobre seus dois personagens mais famosos?



Sr. Miyagi, o... comediante de Stand Up?!

Sim! Pat Morita, o ator estadunidense filho de japoneses que ficou imortalizado como o sábio mestre do Caratê, Sr. Miyagi, antes de ser ator teve algumas profissões que você jamais imaginou. Noriyuki "Pat" Morita passou boa parte da infância em hospitais, devido ao Mal de Pott. Mas após algumas cirurgias, conseguiu ter uma vida normal, e no começo da adolescência passou a ajudar no restaurante da família em Sacramento ("era um restaurante chinês gerenciado por uma família de japoneses"), e já aí começou a entreter seus clientes com piadas e posteriormente virar uma espécie de mestre de cerimônias.

Com o passar dos anos, após casar e ter seu primeiro filho, e precisando de mais dinheiro, nos anos 60 Morita acabou se tornando Analista de Dados (!), primeiro trabalhando para o "Detran" estadunidense, e depois na indústria aeroespacial. Mas sofrendo de esgotamento mental e outros problemas de saúde, ele abandonou a profissão e resolveu ser comediante, onde adotou o nome artístico de Pat Morita.

Um trecho de seu stand-up em 1977, no show de seu amigo Redd Fox (em inglês)

Embora não tenha sido muito bem sucedido como comediante, ele trabalhou contando piadas por muitos anos, e acabou encontrando no comediante Redd Foxx um amigo e mentor, que o apoiou muito em sua carreira. No final das contas, suas exibições na comédia acabaram fazendo que ele tivesse chances em filmes e TV. Nos anos 70, Pat Morita fazia parte do elenco fixo de seriados como M*A*S*H e Happy Days. Mesmo que estivesse sempre fazendo papéis de orientais estereotipados, seus personagens eram todos cômicos e alegres. Seu primeiro papel relevante "sério" (e olhe que ainda assim nem tanto) foi justamente o de Miyagi, em 1984. Aliás, o fato de ser comediante pesou contra Pat Morita na hora das audições para ser o Sr. Miyagi, e quase que ele não consegue o emprego de sua vida por isso.

Neste artigo trago dois vídeos com Pat Morita contando piadas. Infelizmente tudo em inglês e sem legendas (já foi difícil encontrar vídeos dele em inglês, que dirá em português). Faço a ressalva de que algumas das piadas hoje não são mais vistas como adequadas, mas levem em conta o contexto da época.

Pra finalizar, uma piada de tiozão (também apenas em inglês)



Karatê Kid... o escritor de quadrinhos da Marvel!

Quando eu era adolescente, e lia eventualmente alguns quadrinhos da Marvel, notava que as vezes nos créditos, aparecia um tal de "Ralph Macchio" como escritor, ou as vezes como editor. E apesar do estranhamento inicial, não tinha a menor dúvida de que se tratava do ator que fez o Daniel-San nos filmes do Karatê Kid... afinal, eu nunca mais vi ele em filme nenhum... o que mais ele poderia estar fazendo da vida? A resposta só poderia ser: quadrinhos!

Pois é, mas eu estava enganado. Foi preciso o surgimento da Internet (e muitos anos depois dela, aliás), para eu descobrir que existe mais de um Ralph Macchio no mundo. Como se pode ver pela foto da imagem deste artigo (no topo de tudo, à direita do Pat Morita), o Ralph dos quadrinhos é mais velho (mas nem tanto, apenas 9 anos mais velho que o ator), e curiosamente, embora não tenha nenhuma relação com o Daniel-San verdadeiro, ele de fato acabou sendo apelidado de "Karatê Kid" pelos seus colegas de trabalho assim que os filmes de Karatê Kid ficaram famosos.

Pra ver que não estou mentindo, notem o nome do escritor...

Entre os anos 80 e 90, o Ralph Macchio da Marvel escreveu roteiros para HQs do Capitão América, Os Vingadores, Thor, X-Men, Quarteto Fantástico, e até dos robôs Transformers, dentre outros. Já como editor, por ele também passaram dezenas de títulos, mas como maior destaque, ele foi o editor da HQ do Demolidor por mais de uma década.

Ralph Macchio, o escritor, está aposentado desde 2013. Já Ralph Macchio, o ator, continua na ativa. Será que atuar é mais saudável que escrever? Ou dá menos dinheiro e por isso ele ainda precisa trabalhar? Ficam as indagações rs.



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Conheça Hitman - a HQ precursora de The Boys - que agora está completa no Brasil e é a verdadeira obra prima de Garth Ennis


O grande criador e roteirista de quadrinhos norte-irlandês Garth Ennis é mundialmente conhecido pelos seus trabalhos com Preacher, suas marcantes passagens pelas revistas do Justiceiro (The Punisher) e Hellblazer, e mais recentemente com The Boys, que virou uma famosa série de TV.

Mas se a grande maioria das pessoas considera Preacher (que é realmente muito boa) como sua criação máxima, eu discordo. Para mim a melhor HQ de Ennis é Hitman, cujo personagem apareceu pela primeira vez num quadrinho da DC Comics em 1993, e ganhou sua revista própria mensal em Abril de 1996. Assim como The BoysHitman mistura muito humor com violência, mas que como veremos a seguir, também traz várias outras qualidades (além de ter surgido muitos anos antes de The Boys e ser muito superior a ele).

Na história de Hitman acompanhamos a vida de Tommy Monaghan, um ex-fuzileiro que mora no "Caldeirão", um bairro irlandês de Gotham City (sim, a mesma cidade do Batman). Porém um dia ele foi mordido por um parasita alienígena, e ao invés de morrer, acabou ganhando dois poderes: telepatia e visão de raios-x (sendo que este último deu o efeito colateral de deixar seus olhos completamente pretos). A partir de então Tommy, que já atuava como mercenário (por isso o nome de Hitman, que significa assassino de aluguel), passou a ser ainda melhor em sua profissão, inclusive se arriscando a matar super vilões. Ah sim: apesar de matar pessoas, Monaghan tem um curioso código de honra, e portanto ele só mata "gente ruim", ou seja, criminosos e vilões.

Na página 4 de sua primeira edição, enquanto ainda está se apresentando, Hitman mata uma equipe inteira de super-vilões, a "Shadow-Force". Quer algo mais pré-The Boys que isso?

Já no primeiro arco de histórias de sua revista mensal, Tommy é contratado para matar o Coringa, e lá vai o Batman para intervir e tentar salvar o Palhaço do Crime. Os dois heróis se estranham, claro, e na verdade o Coringa nem estava presente na jogada, tudo foi uma armação dos Arkannone, os "Lordes Infernais das Armas", que querem recrutar Tommy para seu exército o quanto antes, dado seu potencial assassino... especialmente manuseando pistolas e metralhadoras.

Enfrentar os Arkannone ou outros demônios é um tema recorrente em Hitman, porém temos outros assuntos recorrentes, como Tommy enfrentando mafiosos, histórias de guerra, histórias de assassinos profissionais; mas um tema especialmente frequente é... "bastidores". Em primeiro lugar, as histórias de Hitman mostram bastidores de Gotham City, em um segundo nível, do universo da DC Comics, e em terceiro nível, os bastidores do mundo dos quadrinhos em geral. E é por isso que este título é especialmente interessante não só para quem gosta de uma boa história de super-herói que une bastante humor, aventura e violência, mas também quem é fã do Batman e do universo das HQs. Por isso também vemos Tommy também em aventuras com personagens como Mulher-Gato, Superman, Lanterna Verde, Lobo e Etrigan, dentre outros.

E assim acompanhamos Hitman por 61 edições (e mais vários especiais), que também contam com temas bastante presentes nas melhores obras de Garth Ennis, como por exemplo, a cultura irlandesa, romance (de Tommy com a policial Deborah), amizade (com seu grande amigo Natt "Boné"), e humor nonsense. E por falar em nonsense, nada representa mais isso que os personagens Baytor e o grupo de heróis Seção 8.

Os integrantes da "temível" Seção 8 (para os vilões, claro!)

A Seção 8 é nada menos que um grupo de oito malucos, amigos de bar, que saem para lutar contra o crime. E obviamente, são os principais personagens cômicos da série. Eles não tem super poderes, mas cada um possui sua habilidade bizarra especial. Citarei três deles como exemplo: Sixpack (o gorduchinho do centro da foto acima) tem o "poder" de estar sempre bêbado, aguentar beber muito e ser bastante corajoso; o Defenestrador é um brutamontes especialista em arremessar os inimigos pela janela (daí seu nome), e o curioso é que ele sempre carrega uma "janela portátil" consigo para sempre poder dar seu golpe preferido; já o Maçaricão tem o "poder" de soldar cachorros mortos nos inimigos (sim, é essa bizarrice que você leu). Para saber detalhes dos oito personagens, você pode também clicar aqui e ver esta outra matéria).

Já Baytor é... bem, ele é o "Lorde Infernal da Insanidade", e em uma das aventuras de Monaghan, ele e alguns amigos descem ao Inferno e acabam encontrando Baytor, que por sua vez acaba seguindo o grupo de volta para a superfície da Terra quando a história acaba. Acontece que Baytor é tão insano, que nem é bom ou mau (mesmo sendo um Lorde do Inferno). Ele é um ser antropomórfico que sequer tem olhos ou nariz, e apenas fala (ou melhor, grita) o tempo todo: "Eu sou Baytor!!". E sem saber o que fazer com Baytor no nosso mundo, os amigos de Tommy acabam colocando ele para ser atendente de bar, como se vê abaixo.

Sou bem melhor que o Groot... Eu sou BAYTOR!

Mas apesar de ser divertidíssimo e da alta qualidade, Hitman também tem uns problemas... sendo escrito na década de 90, hoje ele está um pouco datado. Duplamente datado, eu diria: na obra você verá algumas críticas a cultura pop da época - especialmente a indústria das HQs - que eram específicas daquele momento temporal. O mesmo pode se dizer de algumas piadas, politicamente incorretas, que hoje já entendemos como de mal gosto.

Finalizando as apresentações, durante sua publicação, de certa forma Hitman venceu dois Eisner Awards (o "Oscar" dos quadrinhos). Pois em 1998 Garth Ennis venceu o prêmio de melhor escritor do ano pela soma de seus trabalhos (nos quais estavam sendo publicados Hitman e Preacher), e em 1999 a edição 34 de Hitman venceu o prêmio de "Melhor História em uma Edição". Nesta revista, vemos Tommy consolando o Superman após este não conseguir salvar um astronauta da morte (particularmente nem acho a história muito boa, é um bocado patriótica... enfim...).

E o melhor de tudo para quem quiser ler esta maravilha é que desde meados de 2023 a Panini lançou por aqui o 4º e último encadernado que cobre praticamente tudo o que foi publicado sobre o Hitman até hoje. São edições de luxo, capa dura, cerca de 400 páginas cada, e a coleção completa não só trazem todas as 61 edições mensais (pela primeira vez no Brasil!) como outras edições especiais, as quais incluem uma com sua origem, uma edição homenagem aos filmes faroeste de Sergio Leone, e encontros extras com Batman, Superman, Liga da Justiça e Lobo (esta história é imperdível para os fãs do Czarniano).

A foto do início deste artigo mostra a capa das duas primeiras edições encadernadas de luxo, e a foto abaixo mostra a capa das duas últimas edições, fechando a coleção. Os 4 volumes continuam sendo facilmente encontrados para compra em lojas virtuais. Fica a recomendação. ;)

Você PRECISA conhecer Supergirl: Mulher do Amanhã (e tem Brasileira envolvida!)

Tom King é um dos principais escritores de quadrinhos da DC Comics da última década. E na minha opinião, bastante irregular... já que entre...