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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Confira: OITO das melhores histórias do Superman nos quadrinhos! (e mais 2 bônus!)


Aproveitando a chegada do Superman nos cinemas, listo aqui algumas das que considero as melhores histórias do Azulão nos quadrinhos em todos os tempos. E como até hoje foram oito filmes, nada mais justo que trazer oito recomendações!

Para facilitar a vida de vocês, meus leitores, a lista irá trazer apenas histórias que já saíram em encadernados, minisséries, ou edições especiais. Assim fica muito mais fácil encontrar estas revistas para comprar (elas são sempre republicadas), ou mesmo as ler na internet. Vamos então à lista, que se encontra em ordem cronológica de publicação:


1) O Que Aconteceu Ao Homem de Aço? (1986)

(Superman #423 e Action Comics #583 - Roteiros:Alan Moore; Desenhos:Curt Swan)

Comecemos com uma pequena saga de duas edições que é tão especial e histórica, que já foi publicada separadamente como encadernado em diversas ocasiões.

O ano era 1986. A DC Comics iria fazer a maior reformulação de sua história: o evento Crise nas Infinitas Terras, que pela primeira vez, iria reiniciar a cronologia de todas as suas revistas. O que significava que assim como todos os outros títulos da editora, as revistas do Superman iriam "acabar" e reiniciar suas histórias do zero. John Byrne já estava contratado e pronto para assumir as histórias do Kryptoniano assim que o reboot terminasse. Então os editores do Homem de Aço tiveram uma idéia: chamar alguém "muito bom" para fazer "a última história do Superman". E eles trouxeram "apenas" o britânico Alan Moore, que pra mim é o melhor escritor de revistas comics de todos os tempos.

A história - a qual começa com o texto dizendo ser "fictícia" - mostra os últimos dias de nosso herói, onde ao mesmo tempo ele enfrenta vários de seus inimigos e se despede de seus principais amigos de tantas décadas. A história é comovente e um bocado melancólica (vários personagens morrem), e ao mesmo tempo, surpreendente. Ainda que não seja algo espetacular, foi algo de fato inovador e o fim de uma era, o ponto final dos primeiros 48 anos de quadrinhos do Homem de Aço.


2) Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche (1994)

(Superman/Doomsday: Hunter/Prey #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Claro que o arco de histórias A Morte do Superman, publicado em 1993, é muito mais conhecido e importante. Na verdade, foi um evento marcante, chocante, um fenômeno cultural. Foi a primeira aparição do vilão Apocalypse e, de certa forma, a primeira e mais duradoura "morte" do Homem de Aço até então. Mas... como roteiro a trama deixa um bocado a desejar: pouco ficamos sabendo sobre Apocalypse, tudo é muito corrido, mal acompanhamos o ponto de vista do nosso herói, e a luta entre ele e o Super-Homem também ficou longe de ser épica como deveria.

Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche corrige tudo isso. A primeira vez que eles se reencontram desde A Morte é justamente nesta minissérie, pouco comentada nos dias de hoje, mas que gosto muito. Não somente ela explica em detalhes as origens e motivações deste vilão, como principalmente, ele é elevado a tal nível que torna o sacrifício do Superman ao "derrotá-lo" algo ainda mais impressionante. Como outros pontos positivos, é também uma divertida aventura espacial, e vemos nosso herói lidar e refletir sobre responsabilidade, morte e medo. Também gosto da ousada solução encontrada aqui para derrotarem Apocalypse "definitivamente", por mais Deus ex machina que ela possa parecer. Infelizmente, entretanto, a solução não durou muito e este inimigo do Super-Homem já reapareceu em suas histórias muitas outras vezes depois desta trama. Mas isso já é outro problema...


3) Super-Homem versus Aliens (1995)

(Superman Vs Aliens #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Dan Jurgens era "o" cara responsável pelo Superman desde 1991, e aqui está ele novamente, escrevendo uma das melhores histórias do Super-Homem, e isso mesmo sendo um crossover com a franquia Alien.

A história não traz muitas surpresas, porém eu escrevo isso como elogio, pois ela é exatamente tudo que um fã de Superman e de Alien gostaria de ver, unificado, em uma mesma história. Temos então uma história característica de resgate do universo de Alien, onde uma nave interplanetária da Lexcorp (e não da Weyland Corp) pede socorro e o Super-Homem vai ao resgate. A tensão da trama é construída de maneira muito bem feita; no começo, o kryptoniano não sabe os horrores que vai testemunhar e ainda está em plenas forças. Porém, com o passar da história, ele vai enfraquecendo sem a luz do sol, e junto com os demais sobreviventes, vai sofrendo e presenciando situações cada vez mais difíceis.


4) O Reino do Amanhã (1996)

(Kingdom Come #1 a 4 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Alex Ross)

Trata-se de uma pequena trapaça nesta minha lista, já que não se trata de uma história exclusiva do Superman, e sim, de todos os heróis do Universo DC. Ainda assim, ele é um dos personagens centrais da trama, e é por isso que entendo ser muito justo que esta revista apareça por aqui.

O Reino do Amanhã é certamente uma das melhores histórias de super-heróis em mundo alternativo já criadas até hoje. Baseada em um futuro hipotético onde a maioria dos heróis que conhecemos já está aposentada, os supers da "nova geração" são egocêntricos e violentos; sim, eles fazem seu trabalho de "derrotar os bandidos", mas agem sem nenhuma empatia e defendem um modo de vida semelhante ao fascismo. É em meio a este contexto que o Super-Homem resolve reagir, voltar à ativa, e relembrar a todos os verdadeiros significados de heroísmo e justiça. Se prepare para momentos cinematográficos, marcantes e emocionantes, e com discussões bem alinhadas com o mundo real.


5) Superman: As Quatro Estações (1998)

(Superman For All Seasons #1 a 4 - Roteiro: Jeph Loeb; Desenhos: Tim Sale)

Cada um dos 4 capítulos, representado por uma estação do ano, é narrado por uma pessoa diferente: Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang, sendo que o "clima" das estações reflete os acontecimentos de cada parte.

Não é exatamente uma história de origem, mas sim a história dos primeiros anos de um inexperiente e perdido Superman. O Super-Homem de Loeb é bem um "menino do interior" aprendendo a lidar com o "baque" de ser adulto em uma metrópole (e lutar contra um invejoso Luthor, claro), sensação reforçada pelos desenhos ao estilo retrô de Tim Sale, que parecem serem pintados com giz de cor (pelo colorista Bjarne Hansen), e que com certa frequência nos traz lindas cenas de apenas um quadro em página dupla. Uma oportunidade de ler, tanto nos textos quanto nos desenhos, algo diferente e "moderno-vintage".


6) Superman - O Legado das Estrelas (2003)

(Superman: Birthright #1 a 12 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Leinil Francis Yu)

Criado originalmente para ser uma história não-canônica do Superman, no fim a DC optou por lançá-la como canônica, provavelmente devido sua ótima qualidade. O que não foi algo pequeno, pois estávamos diante da primeira versão de origem do Século XXI para o herói, reescrevendo a anterior, criada por John Byrne nos remotos anos 80!

O Legado das Estrelas traz uma história de origem bem mais moderna e dinâmica, além de fazer algumas importantes alterações da versão anterior de Byrne. Por exemplo, os habitantes de Krypton deixam de ser seres sem emoção, e Lex Luthor volta a ter passado sua infância em Smallville, onde inclusive conheceu Clark Kent. A história não apenas mostra as primeiras aventuras de Clark como herói, como também a origem de Luthor, e sua transformação para o ser de puro ódio e amargura de hoje.

Foi deste quadrinho que Zack Snyder mais se inspirou para fazer seu filme O Homem de Aço (2013), embora entre ambos há um grande diferença: no filme, há a presença de General Zod e outros kryptonianos; na HQ, o único vilão é Lex Luthor. Outra curiosidade: embora não isto não esteja descrito explicitamente em O Legado das Estrelas, é nela que o "S" do emblema do peito do herói é re-significado pela primeira vez como "Esperança" na mitologia do Superman.


7) Grandes Astros Superman (2006)

(All-Star Superman #1 a 12 - Roteiros: Grant Morrison; Desenhos: Frank Quitely)

E agora vamos para o ápice, aquela que provavelmente é a melhor história do Super-Homem de todos tempos, e certamente a melhor história escrita pelo reverenciado escocês Grant Morrison.

Na trama, Superman descobre que vai morrer em um ano, e então decide fazer uma série de 12 realizações pra deixar como legado. A minissérie é uma grande homenagem à toda a carreira do Homem de Aço, e ao longo da história, nosso herói encontra vários de seus inimigos, em alguns casos de maneira "conclusiva".

Grandes Astros Superman traz vários momentos de grande beleza e sensibilidade, também ampliados pelos belos, "limpos" e incomuns desenhos de Frank Quitely. Também é curioso e diferente a maneira com que Superman é retratado nesta obra, que se passa em um mundo a alguns anos no futuro: ele é representado como um ser quase perfeito, sendo também superinteligente.


8) Superman: Brainiac (2008)

(Action Comics #866 a 870 - Roteiros: Geoff Johns; Desenhos: Gary Frank)

Encerrando a lista, outro arco de histórias que foi publicado originalmente na revista regular do herói, mais especificamente na Action Comics, durante a fase de Geoff Johns, o roteirista principal deste título entre 2006 a 2009.

Brainiac começou sua carreira nas HQs apenas como uma entidade alienígena que controlava a mente das pessoas, mas com o passar das décadas, se transformou em um dos mais poderosos e importantes antagonistas do Superman, inclusive com ligação direta ao passado do planeta Krypton, deonde ele "roubou" e miniaturizou uma cidade inteira: Kandor. Em Superman: Brainiac não apenas a história da captura de Kandor é recontada, como também vemos Brainiac em sua mais poderosa versão até então. Outro destaque são os desenhos de Gary Frank, que além de excelentes, desenha os rostos de alguns dos personagens para serem iguais aos dos atores dos filmes do Super-Homem dos anos 70-80. Clark e Lois estão respectivamente idênticos a Christopher Reeve e Margot Kidder!

E não para por aí: nesta história também vemos de maneira bem emocionante a morte do pai de Clark Kent. Como curiosidade, não foi a primeira e nem a última vez que ele morreu nas HQs. A cada reboot do Homem de Aço, após anos de histórias, as vezes ambos os pais do personagem morrem, ou nenhum, ou apenas o pai. Aliás, um ano após deixar as revistas mensais do personagem, Geoff Johns voltou em 2010 com a minissérie Superman - Origem Secreta, que recomeça a história do herói, e... (que novidade...), acaba trazendo Jonathan Kent de volta.



Bônus 1) Superman, Campeão dos Oprimidos (1938)

(Action Comics #1 - Roteiros: Jerry Siegel; Desenhos:Joe Shuster)

Dentre as várias histórias que estavam dentro da revista Action Comics #1, lançada em Abril de 1938 (ainda que na capa aparecesse Junho de 38), a primeira e principal delas era a estréia de Superman para o mundo. Sendo Siegel e Shuster descendentes de imigrantes judeus, ambos de famílias humildes e vivendo em plena Grande Depressão, não chega então a ser surpreendente ver que o Superman original também fosse um imigrante (no caso, de outro planeta), e que estivesse mais preocupado em salvar o cidadão oprimido comum.

Em sua primeira história, com apenas 13 páginas, Superman impede que uma mulher seja erroneamente executada no corredor da morte; depois salva outra mulher que iria apanhar do violento marido; resgata Lois Lane de um grupo de mafiosos; e finalmente, flagra um senador em um ato de corrupção.

A capa da revista não é esta ao lado, e sim a parte central da imagem principal (e inicial) deste artigo. Como se pode notar pelas 2 capas ao seu redor, trata-se de uma das cenas mais homenageadas da história das HQs, inclusive pelas editoras rivais. O motivo pelo qual coloquei a imagem de Superman: Antologia aqui é porque das mais de 10 vezes que esta história foi republicada no Brasil, a ocorrência mais recente foi dentro dela, em 2020.


Bônus 2) Massacre em Metropolis! (1994)

(Superman #92 e Adventures of Superman #515 - Roteiros: Dan Jurgens e Karl Kesel; Desenhos: Dan Jurgens e Barry Kitson)

Massacre é um supervilão psicopata, caçador de recompensas alienígena, com poderes energéticos e superforça, que o Super-Homem conheceu em suas primeiras histórias pós retorno da morte de 1994. Eu gosto bastante do conceito deste personagem, da maneira inteligente que o Superman o derrota, e da maneira doente - mas plausível - que a história se encerra. Infelizmente o vilão Massacre (que curiosamente também tem exatamente este nome no inglês original) apareceu em algumas poucas revistas da década de 90 para ser (pelo menos até agora) abandonado de vez.

Aqui no Brasil esta história em duas partes denominada Massacre em Metrópolis foi publicada na revista mensal Super-Homem #141, da editora Abril, em Março de 1996. É a sua capa que vemos na imagem ao lado.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #044 - Sabia que Garfield nasceu como coadjuvante de Jon? Aprenda esta e outras curiosidades sobre o gato mais preguiçoso do mundo!


Vocês sabiam que o gato Garfield, criação máxima do cartunista Jim Davis, na verdade começou sua carreira como um mero coadjuvante de seu dono Jon Arbuckle? Pois é... Vamos conhecer melhor esta história.

Oficialmente, a primeira tirinha de Garfield é esta que vemos abaixo, publicada em 19 de junho de 1978 simultaneamente em 41 jornais dos EUA.


Porém, antes desta estréia, desde 1976 Jim Davis escrevia para alguns jornais uma tirinha de quadrinhos chamada Jon... e olhem só como foi a tira inaugural de Jon, publicada na Pendleton Times em 8 de Janeiro de 1976...

Ou seja... Garfield estava presente desde o primeiro quadrinho de Jon. E a conclusão: a primeira tirinha de Garfield foi uma modificação da primeira tirinha de Jon, assim como a série de quadrinhos de Garfield como um todo, também foi uma simples modificação / evolução dos quadrinhos de Jon!

A mudança do nome de Jon para Garfield foi uma decisão editorial, justamente quando Jim Davis conseguiu um contrato para que sua obra fosse publicada a nível nacional; Jon era publicado quase totalmente em jornais da região onde ele morava, no estado de Indiana.

E agora que você já está ciente desta grande surpresa, vamos a mais algumas curiosidades sobre nosso querido gato adorador de lasanhas:


1 - Garfield aprendeu a andar em duas patas com o Snoopy (ou quase isso)

No começo Garfield andava como um gato comum, ou seja, com as quatro patas. E o Garfield que conhecemos hoje tem um estilo bem mais antropomórfico, com ele andando "em pé", sobre as patas traseiras. Esta "transformação" ocorreu graças a ajuda de Charles Schulz, o criador de Snoopy.

Segundo Jim Davis, ele estava em Los Angeles para fazer o primeiro especial de TV de Garfield, e tinha o desejo que Garfield se levantasse e dançasse durante os créditos iniciais, o que simplesmente não estava funcionando. Porém Charles Schulz estava trabalhando em uma sala ao lado, e ao saber do ocorrido, resolveu ajudar seu amigo de profissão: "Isso é porque você deu a ele esses pezinhos de gato". Schulz explicou que foi justamente para que Snoopy pudesse ficar de pé, ele lhe deu pés grandes, iguais aos dos humanos. Foi então que Garfield ganhou as patas traseiras grandes que conhecemos hoje, e tudo mudou.


2 - A tirinha de Garfield quase não sobreviveu ao seu primeiro ano de publicação

Lembram que eu disse que Garfield estreou simultaneamente em 41 jornais estadunidenses? Pois é, acontece que em vários deles, a estréia ocorreu nos moldes de "período de testes", onde as tiras são publicadas gratuitamente por alguns meses. Após o fim deste tempo, vários jornais não quiseram continuar com o trabalho de Jim Davis, incluindo-se aí o maior destes, o Chicago Sun-Times. Felizmente os leitores se revoltaram e começaram a reclamar para estes jornais, que acabaram cedendo. Especialmente no caso do Chicago Sun-Times, quando Garfield re-estreou por lá, foi através desta tirinha exclusiva para o jornal (ver acima), referenciando o apoio dos fãs.


3 - Motivos para Garfield amar lasanha


Já nos primeiros anos da tirinha, aprendemos que antes de ser adotado por Jon, Garfield nasceu e viveu em uma cozinha de um restaurante italiano, o Mamma Leoni's. Foi lá, portanto, que ele desenvolveu seu gosto por massas em geral, especialmente pela lasanha, seu prato favorito. Jim Davis comenta que também adora lasanha e colocou isso em Garfield pois considerou engraçado ter um gato que gostasse deste prato. Porém, depois passou a ouvir das pessoas com frequência que seus gatos também adoravam lasanha.

Eu não sei o que se passa na cabeça dos estadunidenses para ficar dando lasanha para seus gatos... mas para quem estiver lendo isso aqui, não... isso não é nada recomendável.


4 - O cachorro Odie não era originalmente de Jon, e sim de Lyman (quem?)

Bem no começo da tira, Davis decidiu que queria um outro personagem para que Jon pudesse conversar, além de Garfield. Eis então que surge Lyman, amigo de Jon que passa a morar com ele após sofrer alguns contratempos. E junto com Lyman veio seu cachorro de estimação, Odie. Porém com o passar do tempo Jim percebeu que não precisava de outro humano, e então Lyman foi aos poucos aparecendo cada vez menos nas histórias. Sua primeira aparição nas tiras de 1983, em Abril, foi também sua última nas tirinhas de Garfield. Neste mesmo ano, Odie também já seria "incorporado" como mascote de Jon.

O curioso é que o "sumiço" de Lyman nunca foi comentado ou explicado nas tiras de Garfield... Jim Davis simplesmente parou de desenhá-lo e pronto. O que acabou virando uma certa piada interna entre os fãs do famoso gato: "o que poderia ter acontecido?".

Bem, para o Halloween de 2002 foi lançado no website oficial de Garfield um jogo Flash de nome Garfield's Scary Scavenger Hunt, um jogo de aventura point-and-click temático para aquela celebração, onde a casa de Garfield ficou assombrada e os jogadores controlavam o gato para encontrar nela 7 itens escondidos (doces para comer, é claro!!). De maneira bem-humorada, o jogo trazia uma mórbida surpresa: ao entrar no porão... bem, lá estava Lyman, acorrentado e mantido como refém durante este tempo todo...




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sábado, 28 de junho de 2025

NOVE ótimos jogos de Carta ou Tabuleiro que conheci na Covil-Con e DOFF 2025


Tenho falado pouco sobre Jogos de Tabuleiro aqui no Cinema Vírgula... tirando o artigo que fiz este ano no Dia Internacional da Mulher, antes disto só tinha escrito algo a respeito em Fevereiro de 2024(!). Portanto, resolvi trazer aqui alguns jogos que conheci recentemente nos eventos da Covil-Con 2025 e Diversão Offline 2025 (vulgo DOFF) e apresentá-los a vocês, já que gostei muito.

Ah sim. A relação abaixo tem mais algumas particularidades: só listei jogos que já foram lançados no Brasil, e que além disto, para dar um ar maior de "novidade" à lista, que foram publicados aqui no ano passado ou neste ano de 2025. Vamos a eles!



Everdell Farshore (2 a 4 jogadores, Galápagos Jogos)


Jogo derivado do queridinho e muito bem sucedido Everdell, aqui também temos um jogo que ao mesmo tempo une alocação de trabalhadores com coleção e construção de cartas. Se em Everdell você coleciona trabalhadores e construções com tema de floresta, em Everdell Farshore o tema é marítimo. O jogo é belíssimo e requer certo espaço na mesa. É um game onde se usa bastante estratégia, não é para iniciantes mas também não é muito complexo, ou seja, um jogo médio e ao mesmo tempo muito gostoso para jogar.

Nunca joguei o Everdell original, mas quem jogou diz que o Everdell Farshore é melhor que ele, porém inferior ao Everdell quando acrescido de algumas expansões. O jogo custa cerca de R$ 370 na versão "normal" (com componentes de papelão) e cerca de R$ 750 na versão para colecionador (com componentes de plástico, como no da foto acima).


Faraway (2 a 6 jogadores, Across the Board)


Jogo de cartas quadradas bem bonitas com tema de civilizações mesoamericanas, na partida cada jogador terá que escolher e baixar 8 cartas, tentando fazer o maior número de pontos possíveis. As cartas podem dar pontos, desde que os requisitos de recursos sejam cumpridos. E aí vem onde o jogo é diferente: os recursos são válidos em ordem inversa que você baixa as cartas. Ou seja, se você quiser que um recurso seja válido para as suas 6 primeiras cartas, você deverá baixá-lo como sendo a 7ª carta. Em outras palavras, para pontuar bem, você baixa cartas que dão muitos pontos e necessita vários recursos nas primeiras rodadas, e aí sai correndo atrás destes recursos nas rodadas seguintes, sem ter a garantia de que vai consegui-los. Parece complicado, mas não é. O jogo é "diferentão" e divertidíssimo. Seu preço? Cerca de R$ 130.


Finspan (1 a 5 jogadores, Grok Games)


Outro um jogo da família do excelente e famoso Wingspan (2019), que você coleciona aves. Em 2024 foi lançado o Wyrmspan que ainda não joguei, que você coleciona dragões. Já aqui em Finspan você coleciona... peixes! Dos três jogos citados, Finspan é o mais barato, de regras mais simples e de menor duração, embora que tanto em tempo como em complexidade, a diferença entre eles não é tão grande.

Finspan é muito gostoso de jogar, e igualmente como seus irmãos, fica muito bonito na mesa. A mecânica de "mergulhador" para explorar o oceano casa bem com o tema do jogo e o "fator sorte" agora praticamente não existe, o que me agrada. Como único defeito, o tabuleiro para cada jogador ocupa um espaço considerável. Portanto, principalmente se você for jogar em 3 ou mais jogadores, vai precisar de uma mesa grande. O jogo pode ser comprado por cerca de R$ 340.


Intarsia (2 a 4 jogadores, Across the Board)


Trata-se da nova empreitada de Michael Kiesling, o designer criador do jogo de tabuleiro Azul (e de suas várias variações). Aqui continuamos a escolher e colocar peças em nosso tabuleiro, porém ao invés de montar um belo vitral, nossa missão é finalizar o chão de nossa cafeteria francesa. Como grande novidade, além da pontuação quando se colocam novas peças no tabuleiro, há uma corrida por pontos cumprindo dezenas de fichas-missões, que ficam a disposição para todos os jogadores. O jogo deverá estar disponível nas lojas a partir de Julho, por volta de R$ 350.


Mala & Cuia (2 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo nacional da lista é um party game que pode ser jogado tanto em modo cooperativo como competitivo. Em ambos os casos, o seu objetivo é o seguinte: adivinhar, dentre todos os itens que estão sorteados na mesa, 4 que seu adversário iria levar em uma situação inusitada que é lida na carta de "missão" da rodada. O jogo rende muitas risadas e surpresas, claro. Foi lançado e esgotado durante o DOFF, mas em breve chegará as lojas novamente, pelo preço de R$ 150.


Mesos (2 a 5 jogadores, Grok Games)


Apesar de ser um jogo que tem basicamente apenas cartas como componentes, é como se ele fosse um jogo de tabuleiro, da escola européia (estratégia, administração de recursos). Aqui cada jogador é o líder de uma tribo pré-histórica do mesolítico e tenta evoluí-la. O mais legal do jogo é esta trilha ao centro da imagem acima, que decide a ordem em que os jogadores poderão comprar novas cartas. Veja: como as compras ocorrem da esquerda para a direita, quem compra primeiro (pode escolher as melhores cartas) compra um número menor de cartas de quem compra por último (que ficou com as "cartas que sobraram"). O jogo possui regras e iconografia simples, mas é um pouco desafiador. Por exemplo, ele pode ser punitivo: se você não tiver recursos suficientes para alimentar toda sua população ao final de cada rodada, perderá pontos.


Seas of Strife (3 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo de vazas da lista, é um jogo de 1992, repaginado em 2015, mas que só chegou no Brasil neste mês, mesmo tendo a fama de ser um dos melhores jogos de vazas de todos os tempos. Ele possui 8 naipes distintos, sendo que o naipe vencedor pode mudar ao longo da rodada (ah, seu objetivo é perder as vazas). Porém o verdadeiro diferencial do jogo é uma regra opcional, a "regra da carta face", também conhecida como "regra da neblina". Nesta regra, quando a carta mais alta de um naipe é jogada, todas as cartas deste naipe ficam de fora, o que causa muitas reviravoltas. Quando jogado com esta regra, o jogo fica realmente muito bom. Seas of Strife chegou ao Brasil ao preço de R$ 105.


Sky Team (2 jogadores, Galápagos Jogos)


Costumo não gostar de jogos cooperativos e nem de jogos exclusivos para 2 pessoas. Sky Team é as duas coisas e ainda assim me impressionou muito positivamente. Bastante temático, "real", difícil e emocionante. No jogo um piloto e um copiloto têm a missão de pousar um avião comercial nos mais diversos aeroportos do mundo. E fazem isto através de rolagem de dados, muita estratégia e comunicação limitada com sua dupla. Joguei apenas uma partida e fiquei encantado. Mas não foi só eu: quando a Galápagos trouxe o jogo para o Brasil, ele esgotou nas lojas rapidamente graças a seu sucesso. Uma nova tiragem chegou recentemente, e atualmente pode-se encontrar o jogo por R$ 220.


Vazerneiros (3 a 5 jogadores, Grok Games)


Mais um jogo de produção nacional, e outro jogo de vaza da lista. Com tema de fantasia medieval, são acrescentadas à partida alguns modificadores que a tornam bem mais divertida e estratégica. Primeiro, que em cada rodada, são sorteados 3 "rumores", que são cartas que alteram regras da vaza e/ou da pontuação daquela jogada. Só que para decidir qual dos rumores irá entrar em vigor, os jogadores fazem um leilão, apostando (ou não) suas cartas mais fortes. Outro modificador são as poções, limitadas, que quando usadas, podem alterar o valor de uma carta jogada. Mais um jogo bem divertido que vale a pena ser conhecido. Preço: R$ 85.



PS: notem que na minha lista não apareceu nenhum dos 6 jogos que aparecem na imagem-título deste artigo rs. Porém, aqueles 6 tem algo em comum: todos são lançamentos mundiais recentes, e 3 deles já chegaram no Brasil! São eles: SETIO Senhor dos Anéis: Duelo pela Terra Média, e Fishing. Pesquise sobre eles também se tiver interesse :)

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Relembrando a IREM e seus marcantes jogos para a indústria dos Videogames

Tivemos várias produtoras de jogos para videogames que alcançaram muita fama nos anos 80 e 90, os anos dourados dos consoles. Nomes como Capcom, Data East, Electronic Arts, Konami, Namco Taito. Porém também tivemos muitas outras, que se não ficaram tão famosas, deixaram sua marca na história. Uma delas é a Irem, que faço questão de relembrar por aqui.

Fundada em 1974 como IPM, a Irem Corporation é uma antiga desenvolvedora e publicadora de jogos eletrônicos japonesa. Sua história com videogames e arcades (fliperamas) começa em 1978. E a seguir, vamos a alguns dos jogos que a fizeram ser memorável:


Moon Patrol (1982), um dos primeiros grandes sucessos da Irem, chegou a alcançar o Top 5 de arcades mais lucrativos nos meses posteriores ao seu lançamento. É considerado o primeiro jogo de rolagem lateral da história (!) a usar o efeito de parallax scrolling (quando as imagens de plano de fundo movem-se mais lentamente que as imagens em primeiro plano, criando uma ilusão de profundidade) na tela inteira.

No jogo, você controla um veículo lunar enquanto pula e se desvia de obstáculos como buracos e pedras, além de atirar em naves alienígenas. O game também foi portado para o Atari 2600, Atari 5200, Commodore 64, IBM PC e MSX dentre outros.

A versão original arcade (à esq.), e a versão do Atari 2600 (à dir.), um dos melhores jogos deste console


Kung-Fu Master (1984), é nada menos que o primeiro jogo beat 'em up (luta corpo a corpo) da história (!) O game se tornou um enorme sucesso, lançado nos fliperamas em Novembro de 84, terminou o ano seguinte como líder de vendas do Japão e em segundo lugar nos EUA.

Na trama, o jogador controla Thomas, um mestre de Kung Fu, que luta por 5 andares de um Templo para resgatar sua namorada Sylvia, sequestrada por um chefão do crime. São dezenas de adversários por andar, muitos simultâneos, porém para subir ao andar seguinte é necessário derrotar o chefão daquele nível. Kung-Fu Master também foi portado para o Atari 7800, Apple II, Commodore 64, MSX... mas o console caseiro onde mais fez sucesso foi o NES, o querido Nintendinho.

As batalhas contra chefes (foto à dir.) tinham barra de energia para o personagem do jogador e para o vilão, e o jogo virava um contra um. Isto virou base para o jogo de luta Street Fighter (1987), levado por Takashi Nishiyama da Irem para a Capcom.


R-Type (1987), jogo de tiro de nave em rolagem lateral, o primeiro jogo lançado pela Irem em sua placa arcade de 16-bits. O jogo chamou a atenção do mundo pela sua incrível beleza gráfica, e também, pela sua dificuldade. R-Type se encontra na seleta lista de melhores jogos de videogame de todos os tempos.

Como características inconfundíveis, R-Type apresenta um visual baseado nos trabalhos de H.R. Giger, a mesma mente de onde foram inspirados os visuais para os filmes da franquia Alien. Além disso, a nave que o jogador controla, a R-9 "Arrowhead", está sempre acompanhada de um módulo praticamente esférico de nome "Force", que pode ser ejetado ou também acoplado na frente ou atrás do veículo. É uma arma viva, indestrutível, que atira raios diversos e também serve como escudo. Dada a sua enorme qualidade, R-Type foi portado para dezenas de consoles, do velho e bom Master System aos modernos PlayStation 4 e Xbox 360.

R-Type virou uma franquia de grande sucesso. Somando suas continuações e spin-offs, são mais de uma dezena de títulos!


E antes de irmos para a próxima seção deste artigo, só com jogos dos anos 90, quero comentar sobre mais dois jogos oitentistas que joguei e gosto. Um nada "revolucionário" mas que ficou bem famoso, e outro um bocado obscuro. O popular destes é Vigilante (1988), um beat 'em up que por também só possuir movimentação em 2D e possuir trama parecida, foi considerado o "sucessor espiritual" do Kung-Fu Master. O jogo foi portado para o Amiga, Master System, Commodore 64, MSX e TurboGrafx-16 dentre outros.

Já o jogo menos conhecido é o belíssimo Dragon Breed (1989), um jogo de tiro horizontal onde sua "nave" na verdade é um comprido dragão voador de nome Bahamoot. O game tem um visual que mistura R-Type com outros jogos da SEGA que adoro, como Space Harrier (1985) e Altered Beast (1988). Dragon Breed não foi portado para nenhum console caseiro, apenas para alguns computadores, como por exemplo o Amiga, Atari ST e Commodore 64.

Dragon Breed (abaixo), e Vigilante (acima), com imagens de versão arcade (à esq.) e a versão do Master System (à dir.). Curiosidade: exclusivamente na versão do Master, a namorada do protagonista foi renomeada de "Madonna" para "Maria"


A Tetralogia D.A.S.

Tetralogia D.A.S. é como são conhecidos quatro jogos criados pela Irem nos anos 90 que possuem duas características em comum: terem sido feitos pelo mesmo time de desenvolvedores, e se situarem em uma Terra pós-apocalíptica onde um grupo de vilões denominado D.A.S. (Dark Anarchy Society, ou Destruction And Satsujin no original japonês) conseguiu inundar o planeta ao derreter suas calotas polares. São eles: Air Duel (1990), Undercover Cops (1992), In The Hunt (1993) e Gunforce II (1994). Todos de estilos completamente diferentes, como veremos a seguir.


O Air Duel (1990) era um jogo de tiro de naves em rolagem vertical, e nunca chegou a ser portado para nenhum console caseiro, ficando exclusivo dos arcades. No início de cada fase, você pode escolher qual tipo de veículo escolher, um avião ou um helicóptero.



Já o Undercover Cops (1992) é um jogo de beat 'em up ao estilo de clássicos como Final FightStreets of Rage. No jogo, você pode escolher entre 3 personagens para sair distribuindo "porrada" nos bandidos. Os gráficos são muito bonitos, e o tamanho dos personagens e inimigos eram bem maiores do que o comum para a época, com uma altura que ocupava quase metade da tela. O jogo chegou a ser portado para o SNES.


Curiosidade: a crítica considerou Undercover Cops um bom jogo, mas "reclamou" de sua falta de originalidade. Como resposta, no ano seguinte a Irem lançou o beat 'em up Ninja Baseball Bat Man (1993), que é o jogo cuja imagem vai no topo deste artigo. Queriam algo diferente? Então agora vocês ganharam um jogo cartunesco de jogadores de baseball ninjas em que cada personagem jogável tem golpes bem distintos um dos outros e ficam mais fortes a medida que sua barra de vida vai diminuindo.


In The Hunt (1993): pense em um jogo bonito... e difícil! Trata-se de um jogo de tiro com rolagem horizontal onde você controla um submarino. Seus inimigos estão tanto dentro quanto fora d'água... e são centenas, milhares! A união de beleza com absurda dificuldade o fez ser comparado com R-TypeEle foi portado para o Sega SaturnWindows, Nintendo Switch, PlayStation e PlayStation 4.



Gunforce II (1994), fechando a tetralogia, é um jogo que além dos fliperamas, chegou a ser portado para os computadores (Windows e Mac), mas para nenhum console de videogame caseiro. Trata-se de um jogo run and gun, onde você controla o personagem Max e sai atirando contra seus inimigos. Apesar dele ser a seqüência de Gunforce (1991), também um run and gun, o jogo mudou um bocado, abandonando níveis de plataforma e fazendo o tiroteio ser mais direto. O jogo lembra Metal Slug, que seria lançado no Neo Geo em 1996 (e em breve você saberá porque rs), mas ainda assim, em Gunforce II os personagens são maiores, e os inimigos em sua maioria, máquinas e robôs.



O "fim" e a Nazca Corporation

Em 1994, a Irem encerrou o desenvolvimento de novos jogos de videogames, passando apenas a fabricar máquinas de fliperama. Devido seu "fim", uma equipe de programadores da divisão de videogames da Irem (as mesmas pessoas que criaram os jogos da Tetralogia D.A.S.!) deixou a empresa e fundou a Nazca Corporation, que dentre vários jogos relevantes, se tornou famosa principalmente por ter criado a franquia Metal Slug, que brilharia no Neo Geo da SNK.

Takashi Nishiyama, um dos mais antigos grandes nomes da Irem, e também um dos principais nomes em Moon Patrol e Kung-Fu Master, esteve envolvido no desenvolvimento do Neo Geo de outros games que surgiram neste console, como por exemplo Art of Fighting e The King of Fighters. Como se pode concluir, é como se o Neo Geo fosse a nova casa dos antigos funcionários da Irem.

Metal Slug, genial jogo da Nazca Corporation, é de ex-funcionários da Irem

A partir de 1997 a Irem voltou para os games, agora sob o nome de Irem Software Engineeringquando começou a adaptar e (re)publicar seus antigos clássicos para vários consoles PlayStation, Nintendo e até Sega Saturn. Porém desde 2011 ela só produz máquinas de Caça-níquel (Slot machine), abandonando de vez qualquer ligação com o mercado de videogames.

Já a Nasca Corporation, após alguns anos de serviços prestados para a SNK para o Neo Geo, foi comprada pela mesma, e seus funcionários ficaram por lá até 2001, quando a SNK decretou falência.


E vocês? Jogaram algum jogo da IREM? Comentem! E para ler mais artigos sobre videogames, é só clicar aqui!

domingo, 1 de junho de 2025

Crítica - Lilo & Stitch (2025)

Título
Lilo & Stitch (idem, Austrália / Canadá / EUA, 2025)
Diretor: Dean Fleischer Camp
Atores principais: Maia Kealoha, Chris Sanders, Sydney Elizebeth Agudong, Zach Galifianakis, Billy Magnussen, Courtney B. Vance, Amy Hill, Tia Carrere, Kaipo Dudoit
Nota: 7,0

Enfim a Disney solta uma boa adaptação live-action de desenhos

Mais de duas décadas da animação original, de 2002, a Disney lança a versão live-action de Lilo & Stitch, após uma seqüência de adaptações questionáveis pela empresa do Mickey. Felizmente desta vez temos uma boa adaptação, com um filme divertido, engraçado, mas que fez mudanças para "atualizar" a história para os tempos atuais, e que como veremos a seguir, teve seus prós e contras.

Na história base, praticamente idêntica ao filme original, conhecemos Stitch, também chamado de Experimento 626, um pequenino alienígena azul criado para ser uma arma de destruição. E quando ele é apresentado pelo seu criador, o Dr. Jumba Jookiba (Zach Galifianakis) à Federação Galáctica Unida, Stitch é preso e condenado ao exílio. Porém a pequena criatura acaba fugindo e caindo no Planeta Terra, no Havaí, onde é "adotado" como um cachorro por Lilo (Maia Kealoha), uma garotinha de 6 anos órfã e solitária. Enquanto Lilo tenta "educar" Stitch, o pequeno alienígena precisa fugir dos enviados da Federação Galáctica que tentam recapturá-lo. Ao mesmo tempo, Nani (Sydney Elizebeth Agudong), a irmã mais velha de Lilo, luta para convencer a assistente social Sra. Kekoa (Tia Carrere) à não perder a guarda da irmã.

Comparando com a animação original, temos algumas alterações relevantes nos personagens. No desenho, o assistente social Cobra Bubbles, foi "dividido" neste filme em dois personagens: a inédita assistente social Sra. Kekoa e o agente da CIA Cobra Bubbles (Courtney B. Vance). E em movimento contrário, o que no desenho eram dois personagens alienígenas distintos, o cientista Dr. Jumba Jookiba e o comandante Capitão Gantu, aqui neste Lilo & Stitch, eles foram consolidados apenas no Dr. Jumba. Esta mudança já é mais forte, pois transforma o Dr., que no desenho era um personagem "bonzinho", no vilão da nova história.

Há várias cenas neste Lilo & Stitch que são cópias do desenho original, porém há outras - em destaque para cenas de ação e cenas de piadas - que são novas para o filme, e isto é muito bom. Em geral Lilo & Stitch é um filme dinâmico, engraçado e "fofo", assim como o original, e deve encantar o mesmo tipo de público que agradou quando surgiu em desenho muitos anos atrás. O personagem de Stitch é bem feito, parece bem real, mas a grande qualidade de ter transformado este filme em live-action é a relação Lilo-Nani. Encarar a possibilidade da irmã perder a guarda de Lilo e se separarem tem um peso muito maior com pessoas reais sendo vistas em tela. A presença da nova personagem Sra. Kekoa, mais empática e menos cômica, também reforça este sentimento, sendo então um acerto.

As irmãs Sydney (24 anos) e Siena (20 anos) Agudong ficaram entre as finalistas para interpretar Lilo. Melhor para Sydney, que levou o papel. Dizem as irmãs que ambas ficaram felizes e tudo terminou bem...

Por outro lado, quando eu disse anteriormente que este Lilo & Stitch é "dinâmico", ele o é até demais. Tudo é muito corrido, e temos menos atenção dada a emoção dos personagens do que se deveria. No desenho de 2002, vemos Stitch passar por várias situações que vão "amolecendo" seu coração, e gradualmente o transformando em um ser bom; já neste live-action a quantidade de cenas que fazem isto são menores e mais curtas, fazendo com que nós na verdade nos apaixonemos e torcemos pelo Stitch mais pela memória afetiva que temos dele do que pelo que vimos no filme de agora.

O outro problema é a questão da "família", a Ohana tão falada e repetida no filme original e nesse aqui. De que família sempre fica unida. Bem, a correria deste Lilo & Stitch também enfraquece a força deste recado, mas além de tudo, o desfecho do filme não é o mesmo do desenho, e o novo final escolhido pode ou não enfraquecer esta mensagem de "família" (comentarei sobre isso no meu PS 2 mais abaixo).

Ainda que com mudanças, Lilo & Stitch mantém as qualidades principais do filme original e o reapresenta para as novas gerações. Ele é menos emocionante e engraçado que a animação de 2002, mas ainda assim uma ótima diversão e, por outro lado, consegue de fato ser mais real. Talvez com isso, consiga deixar Stitch algo mais palpável para as crianças atuais. Nota: 7,0.


PS 1: curiosidade, sabiam que Tia Carrere, a atriz que faz a assistente social Sra. Kekoa neste Lilo & Stitch foi quem dublou a Nani do filme original de 2002? E Chris Sanders, que dublou Stitch originalmente, dublou o animalzinho aqui também. Só que Sanders também foi o diretor e roteirista do primeiro desenho; aqui ele só dublou mesmo.

PS 2: aqui comentarei sobre a diferença entre o final deste Lilo & Stitch em comparação ao filme de 2002, não leia se não quiser spoilers. Uma adição que foi feita para este filme de 2025 foi fazer com que Nani tivesse a possibilidade de para a universidade ser bióloga marinha, opção que largou para cuidar de Lilo. Porém no final do filme ela de fato vai para a faculdade, deixando a irmã sob os cuidados de Tūtū (Amy Hill), sua vizinha, e outra personagem nova criada para este filme. Então aí fica o questionamento... com esta atitude, por um lado, é passada a mensagem que "família" é algo além de laços de sangue. Mas por outro lado, o desfecho diminui o sacrifício de Nani. Teria ela "afrouxado" seus votos de Ohana? Fica para você tirar suas conclusões ;)

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Vem aí! Nova série de animação de Asterix na Netflix + Novo álbum de Asterix que será em... Portugal, ora pois!

Notícias curtas, simples, mas empolgantes para fãs de Asterix. A começar por esta semana, já que na Quarta-feira dia 30 de Abril, estréia na Netflix a série de desenho animado Asterix e Obelix: O Combate dos Chefes.

A série, que conterá 5 episódios com cerca de 30 minutos cada, é claramente baseada no álbum O Combate dos Chefes, sétimo volume em quadrinhos produzido sobre o pequeno guerreiro gaulês. Segue abaixo o trailer da atração, que está bem engraçado.



E o álbum 41 vem aí!

Sim, mantendo a tradição, todo Outubro de ano ímpar tem novo álbum de Asterix, certo? Certo! E a data já está marcada! Será lançado em 23 de Outubro de 2025, o 41º álbum de nosso herói: Asterix na Lusitânia (o nome atribuído na Antiguidade ao atual território onde fica Portugal).

Das páginas do volume 17... será ele que vamos revê-lo?

Detalhes sobre a trama? Segundo Fabcaro, que volta para escrever Asterix pela segunda vez após seu Asterix - O Íris Branco, tudo começa quando um ex-escravo lusitano, que conheceu os gauleses nO Domínio dos Deuses (17º álbum de Asterix), vai até a aldeia de nossos amigos pedir ajuda.

Segue abaixo um trecho de uma folha promocional (em francês) sobre o novo álbum. Chega logo, Novembro!

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Os Smurfs estão voltando com tudo para o Brasil. E o melhor, de maneira inédita nos Quadrinhos!


Não estamos nos anos 80, onde os Smurfs eram uma febre entre as crianças no Brasil e no mundo, graças principalmente ao seu recém lançado desenho da TV (foram 9 temporadas entre 1981 a 1989!). Porém estamos em 2025, e hoje trago para vocês pelo menos 2 bons motivos para voltar a viver este encanto de outrora!

Primeiro, caso exista alguém que consiga não saber quem são os Smurfs: trata-se de uma série de personagens de quadrinhos criada em 1958 pelo cartunista belga Pierre Culliford, muito mais conhecido como Peyo. Os Smurfs (Les Schtroumpfs no original) são criaturinhas humanóides azuis, bondosas e simpáticas, e que vivem na floresta, escondidas dos humanos. Peyo escreveu e desenhou 16 álbuns dos Smurfs, sendo o último destes publicado em 1992, mesmo ano de seu falecimento.

Porém a obra foi continuada por seu filho Thierry Culliford, que continua escrevendo e publicando novos álbuns dos Smurfs; atualmente seu ritmo de produção é de um novo título por ano. O mais recente, Les Schtroumpfs et la Cape Magique, de 2024, é o 42º da coleção.


Os Smurfs em quadrinhos estão de volta ao Brasil!

Neste mês tivemos a grata surpresa do anúncio de que os Smurfs voltarão a ser publicados no Brasil, agora pela editora Comix Zone. E o melhor, eles prometeram trazer pela primeira vez a obra "integral" e em ordem cronológica... Por "integral", seriam todos os 16 álbuns escritos por Peyo.

E isto é muito bacana, pois apesar de todo sucesso que os Smurfs sempre desfrutaram no Brasil, ainda há uma pequena parte deste material inédita por aqui. Além disto, de tudo que já foi publicado, foi fora de ordem, sem nenhum compromisso cronológico. A Comix Zone está sendo a 4ª editora a trazer os "duendes azuis" para cá, sendo que a primeira tentativa foi feita pela editora Vecchi (nos anos 70, em formatinho), depois pela editora Abril (anos 80, também em formatinho), e finalmente pela L&PM (entre 2011 e 2013, tanto no formato original de revista quanto em formato pocket).

A publicação será dividida em 5 volumes, em capa dura, formato revista (21 x 27,5 cm), sendo que o primeiro livro, já anunciado (e em pré-venda) contém as histórias Os Smurfs Roxos, O Smurfíssimo, e Os Smurfs e a Flauta Mágica.

Johan e Peewit encontrando a Vila dos Smurfs pela primeira vez

As duas primeiras histórias são respectivamente as duas primeiras edições originais de Smurfs. Mas Os Smurfs e a Flauta Mágica não. Teria a Comix Zone mentido para nós? Não! É que esta história é um extra maravilhoso! Explico: é que os Smurfs não surgiram em revista própria, eles surgiram anteriormente em outra HQ, na revista Johan e Peewit: um quadrinho também escrito por Peyo, só que de fantasia medieval. E Os Smurfs e a Flauta Mágica é onde os Smurfs aparecem pela primeira vez (como coadjuvantes), nas histórias em quadrinhos! Os pequenos azuizinhos iriam aparecer ainda em mais 5 edições de Johan e Peewit antes de ganharem sua própria revista.

E ainda vale a pena ler e comemorar que Smurfs vai voltar a ser publicado no Brasil? A resposta é SIM!  Pois ao contrário do que se parece, Smurfs não são simples histórias infantis. Peyo é um incomum exemplo em que podemos verdadeiramente dizer que conseguiu escrever histórias para "toda a família", conseguindo agradar ao mesmo crianças e adultos. Por exemplo, nas duas primeiras histórias que aparecem no primeiro volume da Comix Zone: Os Smurfs Roxos é uma trama sobre apocalipse zumbi; já O Smurfíssimo é uma história sobre a ascensão de regimes totalitários.


Também vem aí: O primeiro Parque Temático Smurfs da América Latina

E além da volta dos Smurfs nos quadrinhos, continua sendo aguardado para o primeiro semestre deste ano, 2025, a inauguração da Vila dos Smurfs Park, em São Paulo, capital.

Trata-se de um parque indoor, nos mesmos moldes do Parque da Mônica, em uma área de mais de 5 mil metros quadrados. O parque prevê iniciar as atividades com 17 atrações, de entre elas a Toca do Cruel (montanha-russa no escuro), o Smurfly (simulação onde você sobrevoa todo parque), e Salão de beleza da Smurfette, além de shows ao vivo diários. O endereço é: Av. Miguel Estefano, 1300, no bairro da Saúde.

Como curiosidade, este será o 4º parque temático dos Smurfs no mundo, pois também temos parques na China (em Xangai), Rússia (em Moscou) e Emirados Árabes (em Dubai).




E aí, ficaram smurfizados com as novidades? Escrevam nos comentários!

segunda-feira, 17 de março de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #037 - Goku, Super Saiyajins e os mascotes da SEGA


Os mascotes da SEGA se associam bem mais com o anime / mangá mundialmente famoso Dragon Ball, de Akira Toriyama, do que o público em geral conhece. Vamos saber mais detalhes desta história.

Quando o jogo Alex Kidd in Miracle World começou a ser desenvolvido em 1984, ele era na verdade um jogo licenciado baseado na série de mangá Dragon Ball. Porém já no começo do desenvolvimento a licença de Dragon Ball expirou, a SEGA não conseguiu renovação, e então os programadores tiveram que "recomeçar" o jogo do zero. Ou mais ou menos isso...

Alex Kidd vs Goku

Como se pode ver, agora que sabemos dessa informação, podemos desconfiar que algumas coisas foram mantidas. Por exemplo o personagem Alex Kidd: assim como Goku criança, sua roupa é um macacão laranja / vermelho com detalhes azuis. Além disso, o formato do seu corpo é bem parecido: cabeça grande, orelhas grandes...

Outros elementos parecem terem sido reaproveitados. Na imagem abaixo da versão final de Alex Kidd in Miracle World, teríamos o que originalmente seria o vilão Oolong transformado em touro. Notem também a semelhança das casas que vemos no jogo com as casas do universo de Dragon Ball (imagem em close). As disputas de jokenpô, mecanismo clássico dos jogos de Alex, também seriam uma característica herdada do mangá, já que Goku as utiliza em suas primeiras batalhas.


Alex Kidd in Miracle World foi lançado em 1986, e seu protagonista Alex Kidd acabou se tornando o mascote oficial da SEGA durante toda a Terceira Geração de Consoles de Videogames. Sua relação com Dragon Ball acabou sendo conhecida apenas décadas depois.

Porém a associação do mascote seguinte da SEGA com a obra máxima de Akira Toriyama seria mais explícita...


O Sonic Super Saiyajin!

Eram novos tempos: a SEGA entrava com tudo na Quarta Geração de Consoles com seu novo videogame, o Mega Drive, e para bater de frente com a poderosa Nintendo, quis também investir em um novo mascote para a empresa: menos infantil, mais moderno e "ousado". Nascia então em 1991, Sonic the Hedgehog.

E demoraria apenas mais um ano para que a SEGA fizesse uma grande homenagem a Dragon Ball em seus videogames. Seria em Sonic the Hedgehog 2, lançado para o Mega Drive em 1992.

Como partes essenciais da mitologia de Dragon Ball temos que uma das mais recorrentes missões dos personagens é reunir as SETE Esferas do Dragão. Além disto, os heróis principais, conforme foram evoluindo, aprenderam a evoluir para um estágio máximo de poder: os Super Saiyajins, que é quando eles ficam de cabelo loiro e espetado, e o corpo envolvido por uma luz dourada.

Pois bem: há um código secreto muito poderoso em Sonic the Hedgehog 2. Escondidas, dentro das fases da Emerald Hill Zone, existem 7 fases bônus (que podem ser vistas no vídeo acima), e ao terminar cada uma delas, você recebe uma Esmeralda do Caos. E ao reunir as SETE Esmeraldas do Caos, você consegue habilitar o poder do Super Sonic, cujo visual é idêntico ao dos Super Saiyajins (veja a imagem título deste artigo, lá em cima)! A "inspiração" da obra de Toriyama é evidente, e admitida pelos desenvolvedores da SEGA.

Uma vez que você tem este modo ativado, o primeiro pulo que você der com o Sonic após coletar 50 ou mais anéis, irá se transformar no Super Sonic. É vantajoso coletar o maior número de anéis possível antes da transformação já que ela consome um anel por segundo, até se encerrar. No modo Super Sonic, o personagem pode voar, fica invulnerável e indestrutível.


Divirta-se você também jogando com o Super Sonic

O Super Sonic foi além do Sonic the Hedgehog 2 e virou parte importante da franquia do Ouriço, sendo incorporado na maioria dos jogos posteriores do Sonic. Abaixo temos um vídeo mostrando a transformação de Super Sonic nos jogos Sonic the Hedgehog 2, Sonic the Hedgehog 3 & Knuckles (Mega Drive - 1994) e Sonic Mania (Oitava Geração de Consoles - 2017).

Se você quer jogar "hoje" com um Super Sonic é fácil... ele continua presente nos jogos atuais do Sonic, e as vezes até com um destaque maior do que tinha antigamente. Por exemplo, em Sonic Frontiers (2022), disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e 5, Xbox One, Xbox Series X e S, dá pra se sentir um verdadeiro Super Saiyajin com ele, com direito até a golpes similares a um Kamehameha. Neste jogo coletar as Esmeraldas não é "opcional", faz parte da trama principal: você precisa delas para se transformar no Super Sonic e só assim conseguir derrotar os Titãs, chefões gigantes que são os inimigos mais fortes do game.

Agora, se você quiser jogar com o Super Sonic original do Sonic the Hedgehog 2, tire seu Mega Drive da poeira (ou use algum Emulador), e ao invés de sofrer com o hercúleo trabalho de coletar as 7 Esmeraldas do Caos, ouse o código a seguir:

Na tela inicial, entre em "Options" e no Sound Select, ouça as trilhas: 19, 65, 09, 17. Depois, aperte o botão "C" e "Start", para voltar para a tela inicial. Quando Sonic e Tails começarem a aparecer na tela, aperte e segure o botão "A" e depois, aperte "Start" ainda segurando o botão "A". Se você fez tudo certo, vai cair em uma tela para Seleção de Fases. Dentro desta tela de Seleção de Fases, novamente vá para a parte de "Sound Test" e agora clique para ouvir as seguintes trilhas: 04, 01, 02, 06. Ao terminar o processo, uma música característica vai soar, indicando que o truque deu certo. Ai, basta clicar "Start" escolhendo uma das fases e seguir para o jogo normalmente.

Lutando com o Super Sonic contra um Titan do Sonic Frontiers



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? Toda segunda-feira tem uma nova! É só clicar aqui!

Você PRECISA conhecer Supergirl: Mulher do Amanhã (e tem Brasileira envolvida!)

Tom King é um dos principais escritores de quadrinhos da DC Comics da última década. E na minha opinião, bastante irregular... já que entre...