domingo, 26 de março de 2017

Crítica - Fragmentado (2016)

Título: Fragmentado ("Split", EUA, 2016)
Diretor: M. Night Shyamalan
Atores principais: James McAvoy, Anya Taylor-Joy, Haley Lu Richardson, Betty Buckley
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=vslbpge5r7M
Nota: 7,0
Bom na tensão, mas não no mistério

Pouco mais de um ano após seu "retorno" aos bons olhos do público com A Visita, o diretor / escritor M. Night Shyamalan retorna com um novo suspense. Nesta história, 3 garotas adolescentes são sequestradas e mantidas em cativeiro por Kevin (James McAvoy), uma indivíduo que sofre do Transtorno Dissociativo de Identidade, possuindo 23 personalidades.

O que mais surpreende em Fragmentado é que ao contrário dos clássicos deste diretor, aqui não temos nenhuma "grande reviravolta", nenhum "grande segredo" revelado no final. Pelo contrário, o roteiro antecipa a conclusão várias vezes, repetindo para o espectador sobre como será o desfecho.

Com isto, Fragmentado perde bastante no mistério... ainda assim, graças a um ótimo trabalho de direção e fotografia o filme é muito bom ao criar um forte clima de tensão. Ok: sabemos como o filme vai acabar... mas o que irá acontecer com as meninas até lá? As 3 sobreviverão até o ato final? Fragmentado esconde esta resposta muito bem. Shyamalan pode até ter desaprendido a escrever roteiros, mas para criar um clima de suspense, ele sempre foi ótimo.

James McAvoy chega a interpretar 8 das 23 personalidades e faz um trabalho muito bom, sem dúvida outro ponto alto do filme. Ainda assim, não vejo como uma atuação realmente espetacular, fora de série. Por exemplo, não fiquei convencido com sua personalidade "criança" nem com a personalidade "mulher". Entretanto as demais personas estão muito boas e convincentes.

Fragmentado me manteve bastante entretido e tenso durante o tempo todo, porém o final não me agradou: ele exigiu uma "suspensão de descrença" maior do que eu estava disposto a aceitar. Ainda assim, isto não prejudica a experiência de assisti-lo.

Curiosamente, a cena que mais me empolgou foi a cena pós-créditos (na verdade, ela aparece imediatamente após o cartaz de "o filme acabou") que referencia um dos maiores sucessos de Shyamalan. O diretor indiano vem aos poucos retomando sua velha forma e entregando filmes melhores. Ainda assim, se o ápice de Fragmentado é uma cena que referencia um clássico do passado, a conclusão é que seu trabalho presente ainda não é bom o suficiente para dizer que M. Night voltou a fazer um grande filme. Nota: 7,0


Atualizações em 30/04/2017
1) Entendo que exagerei nas críticas ao filme, portanto, aumentei sua nota e reescrevi o parágrafo final.
2) E quanto a tal "cena pós-créditos", quatro dias atrás tivemos o anúncio que todos esperavam. Para quem já assistiu o filme, leia aqui.

sábado, 4 de março de 2017

Crítica - Logan (2017)

Título: Logan ("Logan", EUA, 2017)
Diretor: James Mangold
Atores principais: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen, Boyd Holbrook, Stephen Merchant
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=KPND6SgkN7Q
Nota: 8,0
Velhinhos trazem algo novo para filmes de super-herói

Mesmo sem levar o nome do herói no título do filme, Logan é provavelmente o filme que mais deverá agradar os fãs do irritado Wolverine. É verdade que aqui o carismático mutante já se encontra mais controlado e amadurecido. Porém, pela primeira vez desde sua aparição nos cinemas no ano 2000, ao entrar ação o personagem enfim usa suas garras de Adamantium para rasgar e matar de maneira bem violenta inimigos de carne e osso. Ponto positivo para os produtores da Fox, que repetiram a coragem que tiveram em Deadpool (2016) de fazer filme de super-herói para público adulto (Logan tem classificação etária mínima de 18 anos nos EUA e 16 anos no Brasil).

Mas não é na violência que Logan se destaca dos demais filmes do gênero. Já vimos filmes com super-herói perdendo poderes. Ou ainda, filmes onde o herói está cinquentão e reclamando "que está ficando velho". Porém pela primeira vez vemos em um título importante de Hollywood super-heróis REALMENTE velhos. Um Wolverine (Hugh Jackman) cansado e doente, e um Charles Xavier (Patrick Stewart) com 90 anos e sofrendo com sintomas similares ao Alzheimer.

Sim. Por mais chocante que possa parecer, até os heróis sofrem com os males da velhice. Na trama de Logan, a dupla não "luta contra o crime" há muito tempo; eles não estão salvando o mundo... aliás, não querem nem conseguem mais fazer isto. Aqui a história é basicamente um road movie onde Wolverine e Charles Xavier tentam levar a misteriosa menina Laura (Dafne Keen) até o Canadá, de onde estará segura de seus captores.

Logan não prima pelas cenas de ação (mesmo assim existem várias, e elas não deixam a desejar), e muito menos pelos efeitos especiais (bem modestos desta vez). Além do roteiro, a força do filme está nos seus dois astros Hugh Jackman e Patrick Stewart, que estão ótimos como sempre. Logan é um filme que principalmente discute amizade, envelhecimento, morte, e a jornada humana pela redenção. Tudo isto de uma forma bela e convincente.

Levando em conta os 10 filmes de mutantes já feitos para os cinemas (os 3 X-Men originais, os 3 X-Men pós-reboot, os 3 Wolverine e mais Deadpool), em termos de qualidade Logan fica no pior dos casos com um 3o lugar (empatado com Deadpool), só perdendo para X-Men 2 (2003) e X-Men: Primeira Classe (2011). Uma despedida surpreendentemente digna para um personagem tão bacana. Nota: 8,0


PS: em termos de continuidade dentro do universo dos X-Men dos cinemas, Logan funciona de maneira independente, praticamente não respeitando continuidade nenhuma. Mesmo assim, para total compreensão deste filme é importante conhecer seus personagens principais previamente.

PS 2: não, não há cenas extras pós-créditos ;)

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...