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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Assisti Bombástica: A História de Hedy Lamarr (2017)


Um dos artigos deste ano que mais me impressionou quando fiz minhas pesquisas para escrevê-lo, foi o que contou um resumo da história da atriz e inventora Hedy Lamarr, que publiquei no dia 8 de Março, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

No final daquele texto, comentei que havia um documentário feito sobre ela há alguns anos atrás, mas que não ficou famoso, nem chegou aos cinemas. Trata-se de Bombástica: A História de Hedy Lamarr, de 2017 (Bombshell – The Hedy Lamarr Story no original).

Pois bem, eu acabei assistindo este documentário no Youtube dias atrás e posso dizer que ele é ótimo! Recomendo muito para todos assistirem! E, porque assisti-lo, duas coisas aconteceram. A primeira, foi a criação deste texto, onde irei contar muito rapidamente sobre o que o filme se trata. E a segunda, é que aprendi coisas novas sobre Hedy Lamarr e com isso revisei meu texto escrito em Março. Ele recebeu algumas pequenas correções, novas fotos, mas principalmente, foi ampliado em 3 parágrafos, contando novas passagens muito interessantes.

Portanto, quem já leu, convido a ler novamente meu texto Especial Dia Internacional da Mulher: Atriz e inventora, conheça a incrível (e conturbada) história de Hedy Lamarr. E quem ainda não leu, se prepare para ler e se surpreender!



Sobre o documentário Bombástica: A História de Hedy Lamarr

Apesar de ser uma produção modesta para os padrões de um filme atual (US$ 1,5 milhões), o documentário Bombástica: A História de Hedy Lamarr (veja o trailer oficial - em inglês - no vídeo acima) teve o envolvimento de alguns nomes famosos de Hollywood. Por exemplo, a atriz Susan Sarandon é uma das produtoras executivas; a atriz Diane Kruger e os cineastas Peter Bogdanovich e Mel Brooks são alguns que aparecem em vários momentos dando opiniões.

Seus filhos Anthony Loder e Denise Loder-DeLuca também aparecem bastante e dão importantes depoimentos. E enquanto as pessoas contam a história de Hedy, como em todo bom documentário, há diversas filmagens e fotos ilustrando o que está sendo falado.

Mas a provável "cereja do bolo" de Bombástica: A História de Hedy Lamarr são os áudios de uma entrevista inédita e até então "perdida", que ela deu ao repórter Fleming Meeks da Forbes Magazine, em 1990, repassando sobre toda sua vida em 4 fitas cassetes de gravação. Então, temos a oportunidade de também ouvir a própria Lamarr através de sua voz dar a sua versão em boa parte dos acontecimentos.

E ainda que Hedy tenha se despedido desta vida de um jeito um bocado triste e melancólico, me emocionei com as últimas palavras dela nesta entrevista, as quais reproduzirei aqui. Ela recita partes de um poema de nome The Paradoxical Commandments ("Os Mandamentos Paradoxais"), escrito em 1968 por Kent M. Keith, professor e escritor estadunidense.

A seguir, com tradução minha para o português, os trechos que ela recitou. Se você quiser ler o poema completo no idioma original, basta clicar neste link. Fiquem então com estes conselhos de Hedy Lamarr. ;)


As pessoas são ilógicas, irracionais e egocêntricas.
Ame-as mesmo assim.

Se você fizer o bem, as pessoas irão te acusar de segundas intenções egoístas.
Faça o bem mesmo assim.

Os maiores homens e mulheres com as maiores ideias podem ser derrubados pelos menores homens e mulheres com as menores mentes.
Pense grande mesmo assim.

O que você gasta anos construindo pode ser destruído durante uma noite.
Construa mesmo assim.

Dê ao mundo o melhor que você tem e você levará um chute nos dentes.
Dê ao mundo o melhor que você tem mesmo assim.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Breaking news! Golden Axe e Quentin Tarantino são as grandes surpresas da semana!

Semana com duas notícias bem surpreendentes, tanto que resolvi divulgá-las por aqui! Vamos para as bombas?

Golden Axe: o desenho!?

Uma das minhas franquias favoritas de videogame quando eu era criança era Golden Axe, um dos primeiros jogos de  beat 'em up de "capa e espada" da história, feita pela SEGA. Eu até já escrevi um artigo sobre ele.

Pois eis que foi anunciado no começo desta semana que o canal Comedy Central encomendou uma temporada de animação com 10 episódios de Golden Axe. A série terá produção conjunta da CBS Studios, Sony Pictures Television e Original Film. A SEGA, por sua vez, está dando seu aval ao desenho e atua na produção executiva.

A série animada de Golden Axe será uma criação de Mike McMahan (criador e roteirista de Star Trek: Lower Decks) e Joe Chandler (roteirista de American Dad!). O tom do desenho será de comédia, e ele foi apresentado como: "acompanhe os guerreiros veteranos Axe Battler, Tyris Flare e Gilius Thunderhead enquanto eles mais uma vez lutam para salvar Yuria do gigante malvado Death Adder, que aparenta nunca se manter morto. Felizmente, desta vez eles têm o inexperiente e despreparado Hampton Squib ao seu lado.".

Então, além de confirmar os três personagens mais clássicos da franquia - o anão Gilius Thunderhead, a feiticeira Tyris Flare e o bárbaro Ax Battler - durante o anúncio também foram citados os personagens Chronos Lait, a pantera antropomórfica que apareceu apenas no jogo Golden Axe III, e um inexperiente e otimista aventureiro de nome Hampton Squib criado especificamente para esta animação.

Empolgados? Eu estou... curioso.


E não teremos mais Críticas...

O cineasta Quentin Tarantino anunciou em 2022 que seu próximo filme - seu décimo como diretor - seria também seu último. O filme se chamaria The Movie Critic (O Crítico de Cinema, em tradução livre), se passaria em 1977 e teria Brad Pitt como protagonista.

A história se basearia em um crítico de cinema real, que escrevia em uma seção de uma revista adulta que Tarantino gostava de ler quando adolescente. Além da premissa curiosa, havia boatos que o diretor gostaria de ter o elenco de Pulp Fiction de volta, o que significaria a presença de John Travolta e até de Bruce Willis, que devido sua doença atual, talvez aparecesse apenas em imagens de arquivo. A produção estava prevista para começar em Agosto deste ano, para lançar o filme em 2025.

Estava... pois nesta quarta-feira o site Deadline anunciou com exclusividade que Tarantino desistiu oficialmente de The Movie Critic. Ainda insatisfeito com o roteiro, ao invés de reescrevê-lo (mais uma vez), o diretor / roteirista resolveu abandonar o projeto de vez e agora passa a procurar uma nova idéia para sua despedida nos cinemas...

quinta-feira, 28 de março de 2024

Jerry Seinfeld está de volta!! Saiba mais sobre seu novo filme, que esteará na Netflix em Maio


Sim! Jerry Seinfeld está de volta com novo material de comédia. Mas ao invés de trazer um novo show de stand-up, ele está lançando um filme, de nome Unfrosted (como acabou de ser anunciado, ele ainda não tem um nome "em Português", e nem sei se terá).

Unfrosted promete contar a história de como o Pop-Tarts foi criado pela Kellogg's, em 1964. Desconhecido para nós brasileiros, o Pop-Tarts é uma espécie de biscoito pré-cozido e recheado (geralmente seus recheios são doces e com sabores de frutas) para ser consumido como se fossem torradas, e no café da manhã.

Jerry Seinfeld já se arriscou a fazer filmes uma vez no passado, com seu Bee Movie: A História de uma Abelha (2007), onde ele foi produtor, roteirista e ator... mas não foi o diretor. Porém desta vez Seinfeld também está na direção, ou seja, estará fazendo sua estréia nesta profissão.

Além dele, o elenco conta com vários outros comediantes e/ou atores conhecidos, como por exemplo Melissa McCarthy, Jim Gaffigan, Hugh Grant, Amy Schumer, Peter Dinklage, Christian Slater e James Marsden. Unfrosted está previsto para estrear na Netflix em 3 de Maio de 2024.

Abaixo confira o trailer oficial que acabou de sair!


PS.: não sabe quem é Jerry Seinfeld? Já escrevi alguns artigos sobre ele aqui no Cinema Vírgula... o mais importante foi este aqui, onde comento que ele criou a Melhor Sitcom de todos os tempos!!

sábado, 23 de março de 2024

1670 e Poker Face - Duas séries de TV estreantes que você ainda não viu, mas deveria conhecer!


E o Cinema Vírgula segue recomendando boas séries de TV. Desta vez, são duas que estrearam em 2023 e que ficaram entre as minhas favoritas do ano passado. E felizmente, ambas já foram renovadas para uma segunda temporada. Vamos conhecer mais cada uma delas!



1670 (Netflix)

Esta série de comédia polonesa é uma produção original Netflix, e trata-se de um mocumentário que nos mostra a vida em uma pequena vila de nome Adamczycha (que por incrivel que pareça é um vilarejo que existe mesmo na Polônia), no ano de 1670.

O "documentário" existe pois o nobre que governa o local, Jan Pawel (Bartłomiej Topa), contrata pessoas para registrar sua vida, já que ele se acha merecedor de se tornar o "João Paulo" polonês mais famoso da história (em uma piada-referência ao futuro Papa João Paulo II).

A série ironiza os costumes medievais (eu sei que em 1670 já não estamos na Idade Média, mas espero que vocês tenham me entendido), religiões, a nobreza e os costumes poloneses, mas também faz piadas trazendo temas cotidianos e atuais em geral. Por exemplo os personagens tem sua versão "medieval" de um "celular", e a personagem Aniela (Martyna Byczkowska), filha de Jan Pawel, é feminista e bastante preocupada com o meio ambiente.

1670 lembra um bocado o seriado Norsemen, produção original Netflix norueguesa. Porém Norsemen, até por ter tema Viking, tem bastante cenas violentas, nudez, piadas com sexo. Já 1670 não. Seu humor é bem mais leve, menos chocante, e melhor. Sei que o humor polonês não é parecido com o humor britânico, porém, de certa forma, esta série também lembra um pouco as comédias "de história" do Monty Python, como Em Busca do Cálice Sagrado (1975) e A Vida de Brian (1979).

Para quem gosta de humor crítico e sarcástico, e também História, 1670 é uma ótima pedida. A segunda temporada está confirmada, porém só sairá em 2025. Por enquanto temos que nos contentar com seus 8 episódios de 30 minutos.



Poker Face (Universal+)

Poker Face poderia ser apenas mais um dentre os dezenas de seriados de detetive que existem por aí. Porém, dentre outras qualidades que citarei a seguir, ele possui uma característica bem diferente, que é a estrutura do seu roteiro. E talvez por isso, já na sua temporada de estréia a série recebeu muitas indicações nas principais premiações estadunidenses, como por exemplo o Emmy e o Globo de Ouro.

Na história de Poker Face, acompanhamos Charlie (Natasha Lyonne), garçonete em um cassino, e em cada episódio ela soluciona um crime diferente, geralmente um assassinato. O diferente aqui é que, com exceção do último dos 10 episódios da primeira temporada, primeiro vemos o crime acontecendo (e a protagonista Charlie sequer aparece em tela), e então, depois que o delito foi cometido, a história volta e iniciamos aquele dia sob a perspectiva de Charlie, acompanhando-a até que ela se depara com o crime e começa a resolve-lo.

Mas isto não quer dizer que não temos surpresas. Pois conforme Charlie vai entendendo o que aconteceu, o espectador pode passar pelas mais diversas reviravoltas... o que "vimos" pode não ter sido exatamente o que aconteceu... ou então o assassino não era tão mal assim... espere pelo inesperado!

Ah sim. Não podemos esquecer de Charlie / Natasha Lyonne. Na série, a personagem tem um "super poder", que é saber detectar sempre, com 100% de certeza, se uma pessoa está mentindo ou não. E isso ajuda Charlie nas mais diversas situações. E Natasha Lyonne, com seu jeito "louco / debochado", mais uma vez rouba a cena, sendo divertida mesmo estando em um programa sério. Assim como em Boneca Russa, ela é um grande atrativo em Poker Face.

Embora Poker Face tenha estreado na gringa no começo de 2023, a série só chegou no Brasil neste ano de 2024, através do streaming Universal+. E gostei muito da primeira temporada. Pela Natasha, e pelos roteiros, que não somente divertem na parte detetivesca, como também comovem na parte dramática.

Só tenho duas reclamações a fazer de Poker Face: não gostei do desfecho do episódio final, a "desculpa" para termos uma segunda temporada foi muito ruim, poderia ter sido bem melhor. E a outra reclamação - que nem é reclamação, é só um lamento - é que Poker Face foi criada (e teve inclusive alguns de seus episíodios dirigidos) por Rian Johnson, um diretor / roteirista que não gosto e que fez Star Wars: Os Últimos Jedi e a franquia Entre Facas e Segredos.

sábado, 16 de março de 2024

Você prefere explorar um calabouço (masmorra) ou um abismo (cratera)? Conheça os animes Made in Abyss e Dungeon Meshi


O ano de 2024 chegou e com ele tivemos a estréia de dois animes na Netflix com muitas semelhanças e paralelos. Tratam-se de Dungeon MeshiMade in Abyss. Ambos são baseados em mangás de mesmo nome lançados no Japão. Estou assistindo e gostando dos dois, e a seguir, baseado nos onze primeiros episódios que vi de cada um, segue um resumo do que eles se tratam, e minha opinião.




Dungeon Meshi

Dungeon Meshi (vendido nos EUA como Delicious in Dungeon) é baseado em um mangá escrito e ilustrado por Ryōko Kui e que terminou recentemente no Japão, em setembro do ano passado. Sua conversão para anime é uma produção original Netflix. Os episódios estão sendo lançados semanalmente toda quinta-feira e a previsão é que toda a saga seja contada em uma única temporada de 24 episódios.

A história se passa em um universo de fantasia, onde em uma ilha temos uma dungeon (masmorra / calabouço) bem peculiar: em seus níveis mais profundos - ainda inexplorados - ela supostamente abriga o mítico Reino Dourado, antiga e gloriosa cidade, repleta de tesouros e poder. Então toda uma comunidade é criada em torno desta masmorra, com aventureiros vivendo apenas de explorá-la.

A trama começa com... uma trágica derrota. Um grupo de seis exploradores tenta derrotar um Dragão Vermelho dentro da masmorra e, antes de ser devorada, em um último ato a feiticeira humana Falin teleporta os demais integrantes para fora. É então que três deles: Laios (um guerreiro humano e irmão de Falin), Chilchuck (um ladrão halfling) e Marcille (uma feiticeira élfica) decidem voltar a masmorra para resgatar o corpo de Falin das entranhas do Dragão, para posteriormente ressuscitá-la.

Dungeon Meshi é muito parecido com um jogo de RPG medieval, e neste sentido, morrer e voltar a vida através de encantamentos ou poções é comum. Por isso não estranhem a trama principal. Em cada episódio o grupo acaba avançando no interior do calabouço e enfrentando um tipo de monstro diferente, o que é bem interessante, pois requer bastante inventividade da equipe para derrotá-los. É bem gratificante ver que na masmorra cada personagem usa principalmente as habilidades de sua classe / profissão, ou seja, os heróis realmente triunfam como grupo, e não como indivíduos.

Agora, o que é realmente curioso e incomum em Dungeon Meshi é que após derrotar seus adversários, o grupo sempre acaba se alimentando (??!!) dos monstros que matou. Já no primeiro episódio o trio conhece Senshi, um guerreiro anão que mora dentro da masmorra e é grande conhecedor dos monstros e de culinária. Ele se une a equipe e durante a jornada e vai cozinhando praticamente tudo o que é derrotado em batalha. Nada se desperdiça, e bons minutos de cada episódio bizarramente são gastos apenas exibindo essa culinária fictícia.

Por enquanto tenho gostado de Dungeon Meshi. É divertido, e a curiosidade perante o inesperado tem me agradado bem. E para quem gosta de RPG, e/ou franquias como Dungeons & DragonsCaverna do Dragão e Senhor dos Anéis, este anime fica ainda mais interessante.




Made in Abyss

Made in Abyss é baseado em um mangá escrito e ilustrado por Akihito Tsukushi. O mangá, que começou a ser escrito em 2012, continua em andamento, mas é escrito em um ritmo bem lento, com apenas 12 volumes publicados até agora. O anime por enquanto tem duas temporadas, somando 25 episódios (e todos já disponíveis na Netflix). Os 25 primeiros episódios do anime equivalem aos 10 primeiros volumes do mangá. Ao vencer o prêmio máximo de "Anime do Ano" do Crunchyroll Anime Awards de 2017 - evento do canal de streaming especializado em animes Crunchyroll - Made in Abyss ganhou projeção internacional.

A história se passa em um universo de fantasia, onde em uma ilha temos uma enorme cratera de nome "Abismo" e bem peculiar: com quilômetros de profundidade - muitos deles ainda inexplorados - ela abriga ruínas e relíquias de antigas civilizações, além de criaturas fantásticas e perigosas variadas. Então toda uma comunidade é criada em torno desta cratera, com aventureiros vivendo apenas de explorá-la.

(Viram como a premissa entre os dois mangás / animes é bem parecida, meio que só trocando a "masmorra" pelo "abismo"? Pois é! Quase repeti o mesmo texto para ambos! Porém vocês verão que as similaridades vão começar a diminuir a partir de agora...)

Começamos Made in Abyss conhecendo Riko, uma menina de doze anos, e exploradora iniciante. Em uma de suas primeiras descidas, ela encontra Reg, um robô com aparência e mente de garoto, sofrendo de amnésia, com quem faz amizade. Após alguns eventos ela e Reg partem sozinhos - e em segredo - ao fundo do Abismo, em busca da desaparecida mãe de Riko.

Como se pode ver nas duas imagens deste anime que coloquei neste artigo, mais acima, Made in Abyss parece ser "fofinho", até para público infantil. E é totalmente o oposto, pois o roteiro parece ter sido escrito por H. P. Lovecraft. A história tem vários elementos de drama, tensão, e principalmente, o tema "morte" está sempre presente. Por exemplo, na mitologia desta série, ao descer na cratera, o corpo humano sempre sofre, passando por tonturas, sangramentos, febres e alucinações até se adaptar. São efeitos da tal "Maldição do Abismo". Mas piora: a partir de uma certa profundidade, os efeitos no corpo para "subir" de volta são tão fortes que são mortais. Ou seja, as pessoas que descem nas camadas mais fundas são obrigadas a ficar lá para sempre. E é comum no anime vermos pessoas sofrendo os efeitos da "Maldição". Nada leve e agradável.

Assim como em Dungeon Meshi, a história me prende e fico bastante interessado no que vai acontecer no episódio seguinte. E também igualmente ao Dungeon Meshi, aqui tudo é muito surpreendente e inovador, e cada episódio apresenta um monstro ou uma dificuldade diferente. Mas Made in Abyss é ainda mais elaborado, com a adição de uma misteriosa e sinistra trama de plano de fundo, além de paisagens e trilha sonora deslumbrantes.

Porém, para Made in Abyss, sou obrigado a fazer um alerta: como disse anteriormente, escrevo este texto após assistir os 11 primeiros episódios, e a cada episódio que estou assistindo, o nível de violência e terror vêm aumentado de maneira considerável, além da presença de algumas desnecessárias piadinhas que insinuam temas sexuais (ainda nada grave ou explícito, apenas insinuações). Sendo os personagens principais todos crianças, e como a violência não para de escalar, estou me perguntando se isto vai chegar a um nível que irei desaprovar. Mas por enquanto não. O que posso dizer por agora é: estamos diante de um anime para público de no mínimo 16 anos (que é a indicação que está na Netflix).

Eu imagino que a série caminhe para trazer cada vez mais cenas goreao estilo de outras obras como por exemplo Berserk. Mas até agora sigo gostando e assistindo Made in Abyss e estou bem curioso para saber os grandes mistérios deste universo, e principalmente do passado de Reg e da mãe de Riko.




Obs.: ainda há uma ligação curiosa entre esses dois animes / mangás: a atriz Emily Rudd, que é quem interpreta Nami na série live-action de One Piece da Netflix. É que ela dubla a personagem Marcille em Dungeon Meshi na versão estadunidense, e já declarou que embora ame One Piece e ser grande fã de animes em geral, seu anime favorito é Made in Abyss.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Crítica - Ficção Americana (2023)

TítuloFicção Americana ("American Fiction", EUA, 2023)
Diretor: Cord Jefferson
Atores principaisJeffrey Wright, Tracee Ellis Ross, John Ortiz, Erika Alexander, Leslie Uggams, Adam Brody, Keith David, Issa Rae, Sterling K. Brown, Myra Lucretia Taylor, Raymond Anthony Thomas
Nota: 8,0

Filme bem diferente de temática negra, mas universal e com ótimo final

Assim como Os Rejeitados, este Ficção Americana também é um drama cotidiano que está sendo vendido / apresentado como uma comédia, mas que entretanto pouco nos faz rir. Aliás, em Os Rejeitados até temos uma ou outra gracinha... mas em Ficção Americana não. É que em ambos os filmes, o tal humor não é direto, está presente apenas em seu intenso sarcasmo e ironia.

Ficção Americana é baseado no livro Erasure (2001) do escritor estadunidense Percival Everett. A história nos apresenta Thelonious "Monk" Ellison (Jeffrey Wright), um respeitável e muito inteligente professor e escritor afro-americano. Porém, seus livros não são populares pois não são "negros o suficiente", segundo seus editores. Ao mesmo tempo, um dos maiores sucessos de vendas atuais é We's Lives in Da Ghetto, livro da escritora Sintara Golden (Issa Rae), um enorme amontoado de estereótipos, onde seus afro-americanos vivem todos na violenta, sexual e pobre periferia, falando muitas gírias e palavrões. É então que Monk, em protesto, escreve sob pseudônimo um livro para ironizar obras como as de Sintara... porém seu livro vira sucesso de vendas... e inclusive de críticas(!), deixando tudo cada vez mais confuso e complexo para nosso protagonista.

Ficção Americana é um filme... diferente. Pois apesar do tema principal ser claramente criticar toda a sociedade (e não apenas a sociedade branca, mas a negra também) por consumir e realimentar os estereótipos de raça, este assunto acaba diluído ao longo da trama. Afinal, na maior parte do tempo estamos acompanhando o cotidiano de Monk, com seus problemas de relacionamentos amorosos e familiares, com ele tendo que lidar com a recente doença degenerativa da mãe devido a idade, etc.

O filme acaba passando por vários problemas da vida adulta em geral, e faz isso de modo tão natural que as vezes parece até esquecer seu propósito crítico anti-racismo inicial. Tanto que, no começo de seu desfecho, quando o filme abruptamente retoma a questão do estereótipo racial com toda a força, estranhei e até torci o nariz... mas foi por pouco tempo, já que o final é simplesmente genial, espetacular!

Ficção Americana está indicado a 5 Oscars, dentre eles ao de Melhor Filme, e outra indicação que faço questão de destacar é a de Melhor Roteiro Adaptado, já que a estrutura do livro é bem incomum e exigiu bastante trabalho de adaptação. Quanto a indicação de Melhor Ator para Jeffrey Wright, não acho que neste filme em específico sua atuação seja fora de série (mas ele está muito bem, claro); porém ele é um ator bem competente e versátil, então fico feliz com sua primeira indicação pela Academia.

Dentre todos os filmes deste Oscar com indicação para Melhor Filme, Ficção Americana foi o último a chegar no Brasil. Ele ACABA de estrear no Amazon Prime Vídeo. Quem está procurando por um filme bom e diferente, não perca a oportunidade de conferir. Nota: 8,0

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #019 - Não confunda! Muttley NÃO é o Rabugento!

Em meu artigo de curiosidades de hoje, vamos desfazer uma confusão muito comum feita por quem assistia aos antigos desenhos clássicos da Hanna-Barbera. É muito comum pensar em "Muttley, o cachorro rabugento"... porém esta associação está errada(!), ainda que ambos personagens sejam de fato bem parecidos e partilhem muitas coisas em comum.

Mugger... o começo de tudo

Em primeiro lugar, ambos partilham de uma inspiração comum. Teoricamente, eles são uma evolução de um cachorro coadjuvante de nome Mugger, dublado por Don Messick, e que apareceu pela primeira vez em 1964, no filme de animação Oi Galera, Sou o Zé Colmeia!.


Mas voltando ao Muttley vs Rabugento: Muttley foi quem surgiu primeiro, em 1968, como um dentre os vários personagens do desenho Corrida Maluca (Wacky Races, no original). Muttley era o amigo / cachorro de Dick Vigarista, e juntos, sendo os "vilões" da atração, tentavam sabotar os carros dos adversários para vencer as disputas. Claro que sempre tudo dava errado, e na maioria das vezes, Muttley acabava rindo quando seu amigo se dava mal.

No ano seguinte, 1969, Muttley e Dick Vigarista acabaram ganhando seu próprio desenho: Dick Vigarista & Muttley (Dastardly and Muttley and Their Flying Machines no original), onde agora a dupla - que continuava sendo os vilões atrapalhados da trama - com seus aviões, perseguiam o pombo-correio Yankee Doodle para tentar roubar suas mensagens secretas. Notem que aqui Muttley já tem uma leve mudança no visual, pois se em Corrida Maluca sua única vestimenta era uma pequena coleira vermelha, em Dick Vigarista & Muttley ele recebe chapéu e óculos de aviador, e uma echarpe.

É  apenas neste desenho que Muttley "exige" uma medalha em troca de salvar Dick de se acidentar, mas seu característico riso está presente novamente. Acontece que, tanto em Corrida Maluca  como em  Dick Vigarista & Muttley, às vezes vemos Muttley resmungando por ter levado uma bronca, ou ser contrariado. E esse é outro ponto que faz as pessoas acharem que ele é o tal "cachorro Rabugento". Mas quem é então, o tal Rabugento?



Rabugento, o Cão Detetive (The Mumbly Cartoon Show no original) é uma criação bem posterior, estreando na TV dos EUA em 1976, e teve apenas 16 episódios. O personagem, inspirado no detetive Columbo (uma série de TV dos anos 70), mostra Rabugento, um cachorro detetive caçando bandidos com suas aparições surpresa e "milagrosas". Já o outro personagem principal do desenho, o chefe da polícia Sargento Sinuca (Chief Schnooker no original), também é inspirado em outro detetive de outra série policial setentista: Kojak. Diferentemente de Muttley, Rabugento tem uma pelagem cinza, e está sempre vestido com um casaco que cobre totalmente seu corpo.

Rabugento possui uma risada que é exatamente igual a de Muttley, porém, além de rir, em muitas das vezes que um vilão foge de suas perseguições ele acaba resmungando... e muito.. por isso o seu nome. Outra de suas características é seu carro, uma lata-velha que mal anda e está sempre caindo aos pedaços. E se não bastasse as risadas iguais e enorme semelhança física, sabe quem dublava ambos os personagens originalmente? A mesma pessoa (que também deu voz a Mugger): Don Messick.

Apesar de seu programa solo não ter continuado, Rabugento ainda iria participar, no ano seguinte, 1977, de um outro desenho, chamado Ho-Ho-Límpicos (Laff-A-Lympics no original), que teve 24 episódios. Era uma espécie de "Jogos Olímpicos" entre os personagens da Hanna-Barbera, sendo que eles competiam divididos em 3 times... com nosso amigo Cão Rabugento sendo o líder de um deles. Abaixo segue a abertura brasileira deste raro desenho.

  

Acho que agora as coisas estão um pouco mais claras e menos confusas, certo? Não seja por isso. Existe um TERCEIRO cachorro que possui a mesma risada de Muttley e Rabugento: trata-se de Precioso, do desenho Xodó da Vovó (Precious Pupp no original), de 1965. Então, pasmem: a tão famosa risadinha asmática de Muttley não é originalmente dele! Foi usada primeira no Precioso, depois em Muttley, e finalmente, em Rabugento.

No vídeo abaixo, aos 59 segundos, vocês podem ver um trecho de Precioso rindo, em Xodó da Vovó.


Caso algum destes desenhos fez parte de sua infância, comente se você sabia destas diferenças e curiosidades!

Será que quem ri primeiro ri melhor??



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sábado, 27 de janeiro de 2024

Dupla Crítica Filmes Netflix - A Sociedade da Neve (2023) e Maestro (2023)


Hoje vamos de dois lançamentos da Netflix, que somados têm NOVE indicações ao Oscar 2024. Mas será que apesar do prestígio entre os críticos, eles são mesmo assim tão bons? Confira a seguir!


A Sociedade da Neve (2023)
Diretor: J.A. Bayona
Atores principais: Enzo Vogrincic, Matías Recalt, Agustín Pardella, Felipe González Otaño, Luciano Chatton, Valentino Alonso, Francisco Romero, Agustín Berruti, Andy Pruss

A história (real) do avião de passageiros uruguaio, que 1972 caiu na Cordilheira dos Andes e mesmo assim deixou alguns sobreviventes é inspiradora. E exatamente por isto já inspirou alguns filmes, documentários, e séries de TV. O mais famoso deles até então fora produzido por Hollywood, trata-se de Vivos, de 1993, com direção de Frank Marshall (Congo) e Ethan Hawke (Antes do Amanhecer) como principal protagonista.

Agora, via Netflix, temos pela primeira vez uma adaptação desta história com produção de apenas países de língua espanhola (no caso Espanha, Chile e Uruguai) que conseguiu alcançar fama mundial. Na direção temos a presença de J. A. Bayona, diretor espanhol que já dirigiu filmes famosos (e Hollywoodianos) como O Impossível (2012) e Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016).

A Sociedade da Neve é bem feito tecnicamente, e se não temos efeitos especiais "espetaculares" ou cenas de ação "grandiosas", ao menos todas elas são bem críveis. O roteiro é bom, e a própria história real do acidente ajuda, pois é uma história incrível de amizade, cooperação, coragem, generosidade e superação.

Porém há um ponto famoso da história deste acidente do Força Aérea Uruguaia 571 que sempre causa divisões, e aqui também ele trouxe prós e contras. É a questão de que, para sobreviver, as pessoas tiveram que se alimentar dos restos dos falecidos. E o lado positivo disso em A Sociedade da Neve é que isso é comentado de maneira bastante respeitosa, nada sensacionalista, e o impacto psicológico deste ato nos personagens não é ignorado (e nem poderia, dado sua importância). O lado negativo é que em nome desse "respeito" as consequências desse problema / dilema foram atenuadas, diminuindo sua carga dramática. Alguns debates religiosos que ocorreram durante e após o acidente, que entendo serem histórica e culturalmente relevantes, foram completamente ignorados. Em suma, o filme foi alterado para ficar mais "leve" para o público em geral.

E claro, mesmo sendo "amenizado", este A Sociedade da Neve continua sendo uma história pesada, mas ao mesmo tempo inspiradora, e certamente que o fará refletir. Para quem gosta deste tipo de filme, é uma ótima pedida. Recebeu indicações aos Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro" e de "Melhor Maquiagem e Penteados". Nota: 7,0.



Maestro
 (2023)
DiretorBradley Cooper
Atores principais: Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer, Vincenzo Amato, Greg Hildreth, Sarah Silverman, Maya Hawke

Maestro deveria contar a biografia de Leonard Bernstein (1918 – 1990), que ao assumir a direção da Filarmônica de Nova York, conseguiu se tornar o primeiro maestro estadunidense a receber reconhecimento mundial, além de também ser um prolífico e famoso compositor.

E o filme até faz isso, mas o deixa em segundo plano duplamente. Primeiro, porque aqui o que mais se mostra da vida de Leonard (Bradley Cooper), são seus relacionamentos, em especial a sua tumultuada relação com sua esposa Felicia Montealegre (Carey Mulligan). E segundo porque Maestro não foi feito realmente para contar a história de Bernstein, e sim, para que o egocêntrico Bradley Cooper pudesse se exibir imitando Leonard Bernstein.

Sendo também produtor e diretor do filme, Bradley Cooper também quis se exibir na parte técnica do filme: Maestro é exibido o tempo todo no formato 4:3, o formato mais "quadradão" que tínhamos nos cinemas até a década de 50 e nas TVs de tubo. Além disso, os 50 primeiros minutos, onde temos o Bernstein "jovem", são em branco-e-preto. Depois, há um corte, e pulamos para os anos 70, onde vemos um Leonard "cinquentão" e o filme passa a ser colorido (porém bastante carregado nas cores, também tentando imitar os filmes da respectiva época), e vamos assim até o final.

Sim, apesar das próteses no nariz e nas orelhas, a atuação de Bradley Cooper está muito boa, de fato. Ele se esforça para imitar os mesmos trejeitos e gestos, e até mesmo o timbre de voz do Leonard Bernstein real. Ainda assim, não considero uma imitação perfeita: ao imitar a voz mais grave do Bernstein "velho", Cooper acaba falando como se estivesse "com o nariz entupido" - coisa que o verdadeiro Leonard não fazia - prejudicando a dicção do personagem, e o tornando muito irritante.

Outra limitação na atuação de Cooper é que ela praticamente não varia, as emoções são sempre as mesmas, não variam. O mesmo não pode ser dito de Carey Mulligan, está sim o grande e único brilho de Maestro, ela consegue variar entre a menina fofa apaixonada e a mulher desesperada de maneira brilhante e convincente.

Com uma carreira extremamente bem sucedida, vencedor de dezenas de prêmios importantes, uma personalidade narcisista porém carismática e popular, a história de Leonard Bernstein deveria ser naturalmente interessante de se ouvir. Porém Bradley Cooper e seu ego conseguiram a enorme façanha de torná-la insuportavelmente chata. E pior, via filme não aprendi praticamente nada da obra deste artista... basicamente, o roteiro me ensinou que ele foi "um cara famoso por coisas que não vi, e que maltratou bastante a esposa com seus casos extraconjugais". Será que esse deveria ser o legado para Bernstein nesta suposta "homenagem"?

Maestro está concorrendo ao Oscar em 7 indicações, dentre elas a de Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Filme e Melhor Roteiro. Sendo que para mim estas duas últimas estão mais para uma piada. Nota: 4,0.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Bomba! Bomba! A História do Mundo - Parte I terá continuação, e estréia agora em Março!


Apresentando aos mais jovens, Mel Brooks (o moço da foto acima) já foi um dos maiores nomes do humor estadunidense entre os anos 60 e 80, seja como produtor, diretor, roteirista ou ator. É dele, por exemplo, o seriado Agente 86; e também grandes filmes da comédia nonsense, como por exemplo Banzé no Oeste (1974), O Jovem Frankenstein (1974) e S.O.S. - Tem um Louco Solto no Espaço (1987).

Mas há outro filme muito engraçado e curioso feito por Mel Brooks, tema deste artigo. Trata-se de A História do Mundo - Parte I, de 1981.

A História do Mundo - Parte I é dividida em cinco capítulos (e totalmente independentes entre eles) de eras famosas da História humana. São elas: Idade da Pedra, "Antigo Testamento", Império Romano, Inquisição Espanhola e Revolução Francesa. E o objetivo, claro, é zoar ao máximo com os envolvidos de cada época.

Pode-se verificar pelos temas que uma das características de Mel Brooks foi de nunca ter medo de fazer piadas com religiões (uma das mais famosas do filme é justamente quando Moisés recebe 3 tábuas com os "15 Mandamentos", tropeça, quebra uma delas, e então anuncia ter recebido "10 Mandamentos").

Sim! Originalmente tínhamos 3 tábuas!

Outra característica de Brooks é que ele adora musicais, e portanto, praticamente todo o segmento da Inquisição Espanhola é uma apresentação musical, o que pra mim se torna de longe a parte mais fraca e chata do filme.

Mas apesar de conter um "Parte 1" no nome, e inclusive encerrar o filme com um (falso) trailer anunciando o A História do Mundo - Parte II, Brooks já confessava nas entrevistas da época do lançamento da produção que nunca pensou em fazer uma continuação... esta história de "Parte 1 e Parte 2" era mais uma de suas piadas malucas.

Mas eu, como bom fã de suas loucuras, sempre sonhava que ele mudasse de idéia e este Parte II fosse um dia realizado...

... e eis então que este dia chegou!


A História do Mundo - Parte 2 (a Série)

E não é que 43 anos depois do filme, e agora com 97 anos de idade, o "jovem" Mel Brooks nos presenteia com A História do Mundo - Parte 2, e ainda trabalhando como ator, co-produtor e co-roteirista?

Só que não será um filme, e sim uma série de TV, sendo que a primeira temporada, composta de 8 episódios, tem estréia marcada no Brasil para 6 de Março no Star+.

A lista de atores e comediantes que aparecem em A História do Mundo - Parte 2 é gigantesca. Dentre alguns nomes, posso citar: Wanda Sykes, Nick Kroll, Will Sasso, Danny DeVito, Jack Black, Kumail Nanjiani, Florence Pugh, Taika Waititi, Zazie Beetz, David Duchovny, J. B. Smoove, Seth Rogen, Sarah Silverman, Josh Meyers, Jason Alexander e Timothy Simons.

Abaixo você pode conferir o trailer da produção (e ora, ora... nele temos piadas com religião e musicais... é mesmo um Mel Brooks!). Mesmo apresentando vários trechos um bocado específicos da história estadunidense, estou bem empolgado. E vocês, o que acharam da novidade?



PS: Lembram que na crítica de Tar, eu comentei que a espetacular Viola Davis tinha acabado de se tornar a 18ª pessoa na História a se tornar um EGOT (ou seja, vencedora de pelo menos um prêmio Emmy (TV), Grammy (Música), Oscar (Cinema) e Tony (Teatro))? Pois bem, Mel Brooks foi o 8º ser humano a atingir este feito, em 2001. ;)

domingo, 7 de janeiro de 2024

Retrospectiva Cinema Vírgula 2023: confira os Melhores e Piores filmes e séries do ano que passou!


Feliz 2024! Feche os olhos, respire fundo, e antes de encarar mais um novo ano que vem pela frente, vamos relembrar o que tivemos de melhor e pior em 2023 em termos de filmes e seriados. Lembrando que o critério para entrar neste artigo são as produções lançadas no Brasil no ano passado, e que eu assisti, é claro.


Os filmes de 2023

Melhores: acabei escrevendo a crítica de apenas um do meu "Top 5" de 2023: Guardiões da Galáxia 3. Os demais foram: Os Banshees de Inisherin, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, Assassinos da Lua das Flores e Pinóquio (do Guillermo del Toro). Preciso comentar sobre os últimos dois.

Com seu Assassinos da Lua das Flores, Martin Scorsese mostra que mesmo com seus 81 anos ele ainda faz filmes tão bons quanto dos seus clássicos dos anos 70 a 90. E seu filme é muito atual e relevante para nós brasileiros, que em pleno 2024 continuamos com notícias diárias de crimes contra indígenas. O único problema é que assistir esta produção nos cinemas não faz mais sentido. Não há quem aguente 3h30 seguidas (e sem descanso) de crueldade em tela. Assim como fez para o seu bom O Irlandês (2019), Assassinos da Lua das Flores deveria ter saído direto pra TV, e melhor ainda se fosse no formato de minissérie.

Já Pinóquio (o Guillermo del Toro, não confundir com o novo Pinóquio da Disney e Tom Hanks, que saiu no mesmo ano), conseguiu ser diferente o suficiente de versões anteriores e me emocionar. Lembrando que o Pinóquio original veio de um livro de contos de 1883 do italiano Carlo Collodi. Esta animação de Pinóquio mistura coisas da obra original, com coisas da versão Disney, e com coisas totalmente novas.

Pioresum dos principais diretores dos filmes de terror atuais, Ari Aster foi bem com seu Hereditário (2018), melhor ainda com seu Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (2019), mas esse seu Beau Tem Medo (2023) é de longe o pior filme que assisti em 2023. Por várias vezes eu pensei em parar e nem ir até o fim, mas acabei fazendo o sacrifício. Fechando o pódio de grandes porcarias do ano passado, cito Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo (para a surpresa de zero pessoas), e Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (este sim uma surpresa pra mim, a Marvel não está em boa fase há tempos, mas não esperava um filme tão ruim vindo dela).

A surpresa: acho que a maior surpresa positiva foi ver um filme de Dungeons & Dragons bom. Trata-se de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, em que me diverti muito. O que me preocupa é que até agora nada foi anunciado para continuações...

A decepção: encerro os comentários de filmes trapaceando um pouco. Pois aqui vou citar Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Ele foi uma "decepção" entre aspas. Porque é um filme legal, onde me diverti, e o principal: é certamente melhor que Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), justificando então sua existência, já que torna a "despedida" final do herói bem melhor para seus fãs. Porém, a parte "decepção" é que já que seria a despedida, o roteiro poderia (e merecia) ser um pouco mais caprichado, e a parte comercial deveria ser mais trabalhada... Indiana Jones (assim como Missão Impossível 7) foram engolidos em marketing e bilheteria pelo Barbenheimer... o que custava lançar o filme alguns meses depois?



As séries de 2023

Melhores: não assisti muitas séries no ano que passou. Dito isto, duas delas se destacam como as melhores que vi, com certa folga: a engraçadíssima O Mundo por Philomena Cunk, da Netflix, e o ótimo drama pós-apocalítico The Last of Us, da HBO.

Como destaques, ainda vou citar o bom A Queda da Casa de Usher, da Netflix, e uma surpreendente comédia polonesa (que ainda estou na metade), de nome 1670. Se esta comédia continuar me divertindo até o final da temporada, ganhará um artigo próprio daqui algumas semanas.

Piores: após uma 2ª temporada empolgante, a 3ª temporada de The Witcher foi de doer. Com uma trama confusa e repetitiva, seus 8 episódios poderiam ser contados em 3 ou 4 no máximo. Sendo esta a última temporada de Henry Cavill na produção, estou desconfiado que a 4ª temporada de The Witcher vai ser ainda pior.

A surpresa: ainda que não tenha sido excelente, a adaptação live action de One Piece pela Netflix foi uma enorme e positiva surpresa. Já nasce brigando pelo título de uma das melhores adaptações de um Mangá/Anime feita pelo Ocidente em todos os tempos.

A decepção: e a minha decepção do ano foi com o derivado de The Boys, o Gen V, da Amazon Prime Video. A série não é ruim, é ok, mas faltou originalidade... digamos que ela é exatamente igual ao The Boys (com muita violência, loucura e genitálias), porém sem a parte do humor. E como é justamente o humor a maior qualidade de The Boys, fica complicado... 



Top 5: os mais lidos do Cinema Vírgula em 2023

Ah o Barbenheimer! Eu tinha certeza que eles iriam aparecer no meu Top 5 deste ano. Porém, achava que um deles dois seria o Top 1, e errei... e essa nem foi a maior surpresa. O número 4 da lista me surpreendeu MUITO. Até agora não entendo o motivo dele ter tantos cliques rs... mas o filme é bom, então vocês fizeram uma boa escolha! Segue a lista dos 5 artigos mais acessados neste ano que passou:

Lista dos filmes que assisti em 2023

E mantendo a tradição, como sempre segue a lista de todos os filmes que assisti no ano que passou; novos ou antigos, sendo a primeira vez que os vi ou não. No total foram 88.

Abaixo segue a lista. Os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.

007 Contra Goldfinger ("Goldfinger", Reino Unido, 1964)
7 Dias no Inferno ("7 Days in Hell", EUA, 2015)
Air: A História Por Trás do Logo ("Air", EUA, 2023)
Amsterdam (idem, EUA / Japão, 2022)
Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu ("Airplane!", EUA, 1980)
Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu 2 ("Airplane II: The Sequel", EUA, 1982)
Assassinato por Morte ("Murder by Death", EUA, 1976)
O Assassino ("The Killer", EUA, 2023)
Assassinos da Lua das Flores ("Killers of the Flower Moon", EUA, 2023)   (*)
Aqua Teen Forever: Plantasm (idem, EUA, 2022)
Asterix & Obelix: O Reino do Meio ("Astérix & Obélix: L'Empire du Milieu", França, 2023)
Asteroid City (idem, EUA, 2023)
Avatar (idem, EUA, 2009)
Avatar: O Caminho da Água ("Avatar: The Way of Water", EUA, 2022)
Azul é a Cor Mais Quente ("La Vie d'Adèle", Bélgica / Espanha / França, 2013)
Babilônia ("Babylon", EUA, 2022)
A Baleia ("The Whale", EUA, 2022)
Os Banshees de Inisherin ("The Banshees of Inisherin", EUA / Irlanda / Reino Unido, 2022)   (*)
Barbie (idem, EUA / Reino Unido, 2023)
A Batalha de Natal ("Candy Cane Lane", EUA, 2023)
Batem à Porta ("Knock at the Cabin", China / EUA, 2023)
Beau Tem Medo ("Beau Is Afraid", Canadá / EUA / Finlândia / Reino Unido, 2023)
Between Two Ferns: O Filme ("Between Two Ferns: The Movie", EUA, 2019)   (*)
Camaleões (Reptile, EUA, 2023)
Certas Pessoas ("You People", EUA, 2023)
O Conde ("El Conde", Chile, 2023)
Creed III (idem, EUA, 2023)
Dark Star (idem, EUA, 1974)
O Detetive Desastrado ("The Cheap Detective", EUA, 1978)
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura ("Doctor Strange in the Multiverse of Madness", EUA, 2022)
As Duas Faces de Zorro ("Zorro: The Gay Blade", EUA / México, 1981)
Duna ("Dune: Part One", Canadá / EUA, 2021)   (*)
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes ("Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves", Austrália / Canadá / EUA / Irlanda / Islândia / Reino Unido, 2023)
Encanto (idem, EUA, 2021)
Elementos ("Elemental", EUA, 2023)
Estranha Forma de Vida ("Extraña Forma de Vida", Espanha / França, 2023)
Explorando o Desconhecido: A Pirâmide Perdida ("Unknown: The Lost Pyramid", EUA, 2023)
Fantasmas do Abismo ("Ghosts of the Abyss", EUA / França, 2003)
A Fera do Mar ("The Sea Beast", EUA, 2022)
The Flash (idem, Austrália / Canadá / EUA / Nova Zelândia, 2023)
Fuga Para a Vitória ("Victory", EUA / Itália / Reino Unido, 1981)
O Gabinete do Dr. Caligari ("Das Cabinet des Dr. Caligari", Alemanha, 1920)   (*)
Guardiões da Galáxia Vol. 3 ("Guardians of the Galaxy Vol. 3", Canadá / França / EUA / Nova Zelândia, 2023)   (*)
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso ("Spider-Man: Across the Spider-Verse", EUA, 2023)   (*)
Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023)
Isto é Spinal Tap ("This Is Spinal Tap", EUA, 1984)
Kung-Fu Futebol Clube ("Siu Lam Juk Kau", China / Hong Kong, 2001)
As Ladras ("Voleuses", França, 2023)
Leo (idem, Austrália / EUA, 2023)
Loucas em Apuros ("Joy Ride", EUA / Reino Unido, 2023)
O Mágico de Oz ("The Wizard of Oz", EUA, 1939)
A Maravilhosa História de Henry Sugar ("The Wonderful Story of Henry Sugar", EUA / Reino Unido, 2023)O Menu ("The Menu", EUA, 2022)
O Milagre ("The Wonder", EUA / Irlanda / Reino Unido, 2022)
Missão: Impossível - Acerto de Contas - Parte Um ("Mission: Impossible - Dead Reckoning Part One", EUA, 2023)
Mistério em Paris ("Murder Mystery 2", EUA, 2023)
O Mundo Depois de Nós ("Leave the World Behind", EUA, 2023)
Nada de Novo no Front ("Im Westen Nichts Neues", Alemanha / EUA / Reino Unido, 2022)   (*)
Napoleão ("Napoleon", EUA / Reino Unido, 2023)
O Natal do Pequeno Batman ("Merry Little Batman", EUA / Finlândia / Itália, 2023)
Nem Tudo é o Que Parece ("Layer Cake", Reino Unido, 2004)
A Noite das Bruxas ("A Haunting in Venice", EUA / Itália / Reino Unido, 2023)
A Noite do Jogo ("Game Night", EUA, 2018)
Noites Alienígenas (idem, Brasil, 2022)
One Piece: Aventura em Nebulândia ("One Piece: Adventure of Nebulandia", Japão, 2015)
Oppenheimer (idem, EUA / Reino Unido, 2023)
O Pálido Olho Azul ("The Pale Blue Eye", EUA, 2022)
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre ("Black Panther: Wakanda Forever", EUA, 2022)
Paprika (idem, Japão, 2006)
Para Maiores ("Movie 43", EUA, 2013)
Pinóquio ("Guillermo del Toro's Pinocchio", EUA / França / México, 2022)   (*)
Pornhub: Sexo Bilionário ("Money Shot: The Pornhub Story", EUA, 2023)
Puro-Sangue ("Thoroughbreds", EUA, 2017)
Que Horas Eu Te Pego? ("No Hard Feelings", EUA, 2023)
Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo ("Rebel Moon: A Child of Fire - Part One", Dinamarca / EUA / Hungria / Reino Unido / Suécia, 2023)
Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe ("Renfield", EUA, 2023)
Resgate 2 ("Extraction II", EUA, 2023)
Retratos Fantasmas (idem, Brasil, 2023)
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução ("RRR (Rise Roar Revolt)", Índia, 2022)
Ruído Branco ("White Noise", EUA / Reino Unido, 2022)
Sly (idem, EUA, 2023)
Super Mario Bros. - O Filme ("The Super Mario Bros. Movie", EUA / Japão, 2023)
Tár (idem, EUA, 2022)
Taylor Swift: Miss Americana ("Miss Americana", EUA, 2020)
Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan ("Les Trois Mousquetaires: D'Artagnan", Alemanha / Bélgica / Espanha / França, 2023)
Triângulo da Tristeza ("Triangle of Sadness", Alemanha / Dinamarca / França / Reino Unido / Suécia, 2022)
Vingança & Castigo ("The Harder They Fall", EUA, 2021)
Viridiana (idem, Espanha / México, 1961)
X - A Marca da Morte ("X", Canadá / EUA, 2022)

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Dupla Crítica Filmes de Natal Amazon Prime - A Batalha de Natal (2023) e O Natal do Pequeno Batman (2023)


Ho! Ho! Ho! O Natal está chegando, e para quem vai passar as festas em casa, segue a análise de duas estréias natalinas exclusivas do Amazon Prime Vídeo para vocês irem entrando no clima. Um dos filmes me surpreendeu e vale a pena. O outro, nem tanto. Leiam abaixo para saber qual é qual.

Ah, ambos os filmes receberam a classificação de "para maiores de 10 anos" no Brasil, porém, se no caso do A Batalha de Natal eu concordo devido a linguagem utilizada, no caso dO Natal do Pequeno Batman não. Em alguns outros países a classificação foi para a partir de 7 anos, e eu entendo já estar ok.



A Batalha de Natal (2023)
Diretor: Reginald Hudlin
Atores principais: Eddie Murphy, Tracee Ellis Ross, Jillian Bell, Genneya Walton, Thaddeus J. Mixson, Madison Thomas, Nick Offerman , Chris Redd, Lamplighter Gary, Robin Thede, Ken Marino

Por tudo que fez nos anos 80 e 90, ainda hoje Eddie Murphy chama muita atenção. Portanto, não é lá tão grande surpresa que este seu A Batalha de Natal foi o filme de maior estréia do ano no Prime Vídeo. É uma pena, entretanto, que seu prestígio e talento não seja mais sinônimo de qualidade há muito tempo.

A trama de A Batalha de Natal mistura um "preciso crescer como pai" e mitologia natalina, e apesar de ser uma comédia, pouco faz rir. Mesmo assim o filme tenta fazer graça, e curiosamente temos mais piadas físicas do que faladas.

Não que A Batalha de Natal seja ruim, mas uma ótima definição para ele, é que estamos diante de um filme mediano da Sessão da Tarde. Pelo menos serve sim como passatempo para se assistir junto com a família na época do Natal. Nota: 5,0.



O Natal do Pequeno Batman (2023)
Diretor: Mike Roth
Atores principais (vozes)Luke Wilson, Yonas Kibreab, James Cromwell, David Hornsby, Brian George

Animação cujo roteiro foi escrito pelo pessoal do desenho infanto-juvenil Os Jovens Titãs em Ação!, já no começo da história Batman (Luke Wilson) é obrigado a sair da Mansão Wayne para lutar contra o crime, deixando seu filho de 8 anos Damian (Yonas Kibreab) em casa junto com um já bem idoso mordomo Alfred (James Cromwell), na véspera do Natal. E, de maneira um pouco surpreendente, a trama fica bastante parecida com o filme Esqueceram de Mim (1990).

Porém, a partir do segundo ato, novos personagens aparecem e aí de fato temos uma história que mistura Natal com super-heróis. E, claro, bastante humor. O Natal do Pequeno Batman acaba sendo uma atração leve, divertida, e ainda consegue trazer o clima "família" graças a relação pai e filho entre Bruce e Damian.

Para os fanáticos de Batman, não esperem que o filme seja 100% fiel em relação aos quadrinhos (aliás, que bom que não seja, porque não suporto o Damian das HQs e aqui ele é divertidíssimo)... apenas sentem no sofá e se preparem para sorrir. Em tempos em que filmes de super-herói estão em decadência, este O Natal do Pequeno Batman é uma grata exceção. Nota: 7,0.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...