quinta-feira, 21 de junho de 2018

Crítica - Feliz! (Netflix) - primeiras impressões da primeira temporada (2018)


Mesmo aqueles que assistem as dezenas de seriados de TV baseados em quadrinhos de super-heróis da DC e da Marvel podem não saber que Feliz! também veio das HQs: se trata da adaptação de Happy!, mini-série em 4 edições criada pelo famoso escritor Grant Morrison e o desenhista Darick Robertson.

Na história, conhecemos Nick Sax (Christopher Meloni), um ex-policial em desgraça que acabou se tornando um matador de aluguel. Após quase morrer em um de seus trabalhos, Nick começa a ver um pequeno unicórnio azul voador de nome "Happy", que constantemente lhe pede ajuda. Segundo o animalzinho, o ex-policial é a única esperança para resgatar uma garota sequestrada por alguém vestido de Papai Noel.

A primeira temporada constitui de 8 episódios de cerca de 42 min cada, e é outra das várias produções do canal SyFy compradas pela Netflix. No momento em que escrevo este texto, parei na metade da série, ou seja, assisti seus 4 primeiros episódios.

Feliz! lembra os filmes do Tarantino, principalmente por fazer humor através da ação e violência. Ainda assim, o seriado é mais violento que os filmes do Quentin (por ter cenas mais explícitas), porém ao mesmo tempo é menos sério, com uma apresentação mais próxima do mundo dos quadrinhos. Isto é feito principalmente com algumas "brincadeiras" com imagens ou som, que quebram o ritmo das cenas de ação, nos permitindo respirar e ao mesmo tempo nos passar a impressão que não estamos exatamente no mundo real, e sim em uma versão levemente mais caricata do mesmo.

Feliz! traz personagens loucos e grotescos, mas ao mesmo tempo o faz com vários atores excelentes, sendo este talvez o ponto alto da série.

Do que vi até agora, tenho gostado bastante de Feliz!. Diria que seu público são os leitores de quadrinhos que gostam também de filmes policiais com bastante sarcasmo, humor e violência.

Ainda não tenho idéia de como a temporada termina, e se ela vai cobrir toda a história da graphic novel que a inspirou. Mas sei que no começo deste ano a série já foi renovada para uma segunda temporada: Feliz! já colhe os frutos da boa aceitação de público e crítica.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Crítica - O Vazio (Netflix) - primeira temporada (2018)


O Vazio (The Hollow no original) estreou na Netflix Brasil neste dia 08 de junho, e por enquanto não tem recebido muita atenção da empresa de streaming. Como o seriado é bem bacana, o Cinema Vírgula entra em ação para corrigir esta injustiça. ;)

Sendo (este sim!) uma produção original Netflix, esta animação tem em sua primeira temporada 10 episódios com cerca de 24 minutos cada.

O Vazio lembra um pouco o seriado Lost, um pouco o filme Cubo (1997), mas provavelmente sua maior referência é a saudosa e excelente animação dos anos 80 Caverna do Dragão. Afinal, se tratam de adolescentes que vão parar em um mundo perigoso e estranho (mas que ao invés da temática medieval, aqui se misturam muitos cenários da cultura pop), que possuem habilidades especiais (mas que ao invés de serem garantidas por armas, cada um possui um super-poder), e cujo único objetivo é encontrar o caminho para casa.

Na história, os três adolescentes Adam, Mira e Kai acordam trancados em uma sala, sem lembrar de como foram parar lá, ou ainda, sem lembrar de quem são! Na história, bastante dinâmica, o trio precisa constantemente resolver enigmas para sair dos locais onde se encontram. Neste aspecto, a história de O Vazio lembra bastante os jogos de computador de gênero adventure de click-and-point dos anos 90. Também destes jogos foram herdados o humor e o non-sense.

O Vazio se mantem em ritmo alucinante e bastante instigante (ficamos o tempo todo tensos querendo saber o que está acontecendo, e o que vai acontecer) durante praticamente toda a temporada. Não é um desenho infantil, mas deve agradar especialmente o pessoal dos 10 aos 40 anos.

Talvez o único ponto fraco de O Vazio seja seu desfecho, que dividiu opiniões. Eu não achei o final ruim, porém, definitivamente faltou criatividade. De qualquer forma, o encerramento questionável não diminui a qualidade da série como um todo, e já há uma legião de fãs pedindo para que a Netflix produza uma segunda temporada. Que ela seja feita!

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Crítica - Ascension (Netflix) - primeira temporada (2014)


Com tanto seriado sci-fi atual que simplesmente são reboots ou "cópias" de seriados do passado, foi uma grata surpresa encontrar esse Ascension na Netflix, já que conta com uma história original.

Ascension é outro seriado que embora esteja na Netflix, não é uma de suas produções. Na verdade, não se trata nem de um seriado propriamente dito: em seu formato original, Ascension foi uma mini-série de 3 capítulos do canal Syfy, que agora foi dividido em 6 episódios de uma hora cada.

Na interessante história, temendo que a Guerra Fria levasse à destruição da Terra, ainda mesmo na década de 60 os EUA lançaram secretamente ao espaço a nave Ascension. Com cerca de 350 voluntários homens, mulheres e crianças (em sua maioria militares e cientistas), eles têm a missão de completar uma viagem de 100 anos até Proxima Centauri, onde pousarão em um planeta para colonização.

No ano 51 da viagem (o que nos leva aos nossos dias atuais), uma jovem é assassinada, naquele que é o primeiro homicídio desde o lançamento da nave. Este é o ponto de partida para descobertas que colocarão a missão em risco. A investigação do crime, mais a instabilidade do modo de vida dentro da nave - sejam por fatores humanos ou externos - são os principais temas da história.

Ascension possui um elenco numeroso, porém pouco famoso e digamos até de baixa qualidade técnica. As exceções são os nomes mais conhecidos da série: a bela Tricia Helfer (da versão mais recente de Battlestar Galáctica) e Gil Bellows (da série Ally McBeal).

As críticas sociais acabam sendo um ponto forte da trama. Chega a ser estranho para espectador ver uma sociedade "do futuro" ter "parado no tempo" em termos de costumes: assim como era nos anos 60, a mulher ainda não ganhara seu espaço, e há menos respeito pelos direitos humanos. E como "bônus", a cada 2 episódios (ou seja, ao término de cada capítulo original) temos revelações realmente surpreendentes.

Ascension termina sua primeira temporada fechando um arco. A história tem um fim; entretanto, são várias as "pontas soltas" que ficam. O seriado foi planejado para ser continuado, mas a audiência insatisfatória da série no SyFy não permitiu que isto acontecesse.

Quem sabe se Ascension bombar de público no Netflix este cenário mude? Ascension está longe de ser brilhante, mas é uma ficção científica diferente, bacana, e que merecia uma segunda chance.

sábado, 16 de junho de 2018

Crítica - The Good Place (Netflix) - 1a e 2a temporadas (2016-17)


The Good Place não é uma produção da Netflix (pertence à rede de TV NBC), mas está disponível no Brasil desde o final de 2016. É uma comédia bem divertida, que já teve 2 temporadas de 13 episódios. A 3a temporada - com mais 13 episódios - já está em produção e embora nenhuma data tenha sido anunciada, o provável é que a mesma faça sua estréia nos EUA em Setembro deste ano.

Na história, Eleanor Shellstrop (Kristen Bell) acaba morrendo e acorda no "Lugar Bom". Na verdade, segundo lhe explicam, ela foi para um dos muitos "condomínios" do Céu, onde as pessoas que se comportaram bem passarão a eternidade tendo tudo o que sonharam.

O local é administrado pelo arquiteto Michael (Ted Danson), e outra curiosidade do "Lugar Bom" é que lá as pessoas conhecem sua alma gêmea para viverem em casal, que no caso de Eleanor é o jovem filósofo Chidi (William Jackson Harper). Tudo parece maravilhoso, não? O problema é que demora apenas alguns minutos para Eleanor descobrir que está no "Lugar Bom" por engano: ela, que não foi nada boa em vida, foi confundida com outra Eleanor Shellstrop, uma advogada conhecida pela sua luta pelos direitos humanos.

A primeira temporada de The Good Place é excelente. Kristen Bell se sai bem como protagonista, e o seriado é bem engraçado, doido, e em ritmo bem acelerado. Mas a maior qualidade desta temporada é que quase todo episódio se encerra com uma revelação que muda algo importante do que "achávamos" que sabíamos sobre a história.

Todas estas deliciosas surpresas culminam na "grande surpresa" do episódio final da temporada. A revelação é forte o suficiente para encerrar o seriado... mas isso não acontece; então vamos à segunda temporada...

Ainda que continue engraçada e permanecendo como bom passatempo, a segunda temporada de The Good Place é consideravelmente inferior a temporada inicial. Se a constante mudança do status quo era a principal qualidade da série, agora ela inexiste. A história avança muito pouco com o passar dos episódios. Ao invés da trama avançar, ela vai para "o lado", se focando muito mais em explorar os personagens coadjuvantes e trazendo mais detalhes de como o "pós morte" funciona. Kirsten Bell se torna praticamente uma coadjuvante, o que é uma pena já que ela é sem dúvida a pessoa mais carismática do elenco.

Será que na terceira temporada o seriado se recupera? Saberemos em breve. Pelo menos o desfecho do último episódio traz novas possibilidades ao programa que são promissoras. Que The Good Place volte à boa forma.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...