sexta-feira, 23 de julho de 2021

Curiosidades Cinema Vírgula #006 - O genial e Olímpico italiano Bud Spencer


Com a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio que tivemos hoje, podemos dizer que agora estamos oficialmente em clima de Olimpíadas! E aproveitando este tema, que tal falar de outro famoso ator que foi atleta Olímpico? Porém, essa "desculpa" que usei para escrever o artigo é até injusta com esta pessoa genial que foi Bud Spencer. Como vocês verão, ele foi muuuuuito mais que ator (e atleta).

Segundo ele mesmo: "Fiz de tudo na minha vida. Há apenas três coisas que nunca fui: bailarino, jóquei e político. Já que os primeiros dois empregos estão fora de questão, vou me jogar na política”, disse Bud Spencer em 2005, quando se candidatou a um cargo em Roma a pedido do então primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Ele acabou não sendo eleito, mas esta sua frase é emblemática e a mais pura verdade, como veremos a seguir.

Nascido em Nápoles, Itália, com o nome de Carlo Pedersoli, o famoso ator Bud Spencer (1929 - 2016) escolheu seu marcante nome artístico no final dos anos 60, quando sua carreira nos Western Spaghetti começava a decolar. Seu nome surgiu de uma junção curiosa: sua cerveja americana favorita Budweiser mais o primeiro nome do ator Spencer Tracy, de quem era fã.

Bud Spencer e Terence Hill

Sua aposta nos "Faroestes" foi certeira, pois foi justamente fazendo dupla com o também italiano Terence Hill neste tipo de filme (embora em seu caso, sempre puxando para a comédia) que Bud atingiu sucesso mundial e também ficou muito famoso no Brasil, com seus filmes sendo exibidos a todo momento na TV, principalmente nos anos 70 e 80. A dupla atuou junto em 19 filmes. Em 1984 os dois estiveram no programa Os Trapalhões, e Bud falou em Português, claro(!), como se pode ver aqui ou aqui (versão completa).

Mas antes da fama, Bud Spencer de fato fez de tudo um pouco. Na América do Sul ele morou no Brasil (no Rio de Janeiro, onde trabalhou numa fábrica na linha de produção; e em Salvador, onde trabalhou como secretário na Embaixada Italiana), e também morou na Venezuela (onde trabalhou como supervisor em construção de ferrovias). Todas estas viagens o fizeram ser fluente tanto no Português quanto no Espanhol, mas ele também falava Italiano, Inglês, Francês e Alemão.

Foi entre os períodos entre Brasil e Venezuela que Bud Spencer, de volta à Itália, se tornou um grande atleta. Iniciou uma faculdade de Química, porém acabou abandonando e se formando em Direito: segundo ele, a troca lhe dava mais tempo livre para treinar esportes. Spencer chegou a lutar Boxe, onde foi bem sucedido localmente, mas ele se destacou mesmo é na Natação.

Bud Spencer foi, em 1950, o primeiro italiano a nadar os 100m rasos abaixo de 1 minuto. Nas Olimpíadas de Helsinque, em 1952, Bud parou na semifinal nos 100m livre com o tempo de 58s9. Ele também fez parte no revezamento 4x200m, mas a Itália não avançou na fase final. Quatro anos depois, Spencer estava novamente nos Jogos Olímpicos, agora em Melbourne (1956). Mais uma vez ele caiu na semifinal dos 100m livre, agora com o tempo de 59s. Apesar de não ter ficado entre os 8 melhores do mundo, Bud Spencer dominou facilmente os 100m livre na Itália em sua época, e foi 7 anos campeão nacional.

Além da natação, em seus últimos anos como atleta Bud também participava da Seleção Italiana de Polo Aquático, onde foi Ouro com a seleção nos Jogos do Mediterrâneo de 1955. Entretanto, ele não chegou a disputar Olimpíadas como jogador deste esporte. Em 1957, resolveu encerrar a carreira nas águas. Foi aí que ele migrou para a Venezuela, para "se encontrar com sua verdadeira natureza". Em seus últimos meses por lá Spencer trabalhou em uma fábrica da Alfa Romeo e chegou a disputar corridas de carro. 

Depois de quase 1 ano em Caracas, Bud Spencer volta para seu país natal devido a saudades de sua família e de sua namorada Maria Amato. Ele se casaram em 1960 e embora o pai de Maria fosse produtor de cinema, Bud estava mais interessado em música, e chegou a assinar contrato com a gravadora RCA como compositor (e você pode ouvir algumas de suas músicas clicando aqui).

Mas a carreira musical não decolou, e seguindo a sugestão da esposa, em paralelo Bud Spencer começou a fazer suas primeiras pequenas aparições em filmes italianos. E o resto de sua carreira na telona vocês ja sabem. ;)

Décadas depois, já nos últimos anos como ator, passou a atuar também como roteirista, e descobriu no "voar" uma nova paixão, se tornando piloto de aviões e helicópteros. Nos anos 80 ele foi co-fundador de uma empresa de aviação, a Mistral Air, e também atuou como piloto comercial de sua própria companhia.

E para finalizar seus grandes feitos, em 2010 ele passou a ser escritor, lançando sua autobiografia. Anos depois ele lançaria mais dois livros: outra biografia e um outro que misturava filosofia com gastronomia. Todos os livros foram best sellers na Itália.

Viva Carlo Pedersoli! Viva Bud Spencer! E vocês achando que o Rodrigo Hilbert é um faz-tudo... tsc, tsc


Bud Spencer em seus últimos anos, relembrando seu físico de atleta




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quarta-feira, 21 de julho de 2021

Curiosidades Cinema Vírgula #005 - A Sétima Arte


Acredito que a maioria de vocês já deve ter ouvido falar que o Cinema é a Sétima Arte. E de fato, ele é considerado como a Sétima Arte porque antes dele vêm: Arquitetura, Escultura, Pintura, Literatura, Música e Dança.

A classificação destas 6 primeiras surgiu na Europa, em meados do século XVIII, como conceito de "Belas Artes". Em 1923, o italiano Ricciotto Canudo lançou seu Manifesto das Sete Artes, incluindo pela primeira vez o Cinema na lista, na sétima posição. Esta classificação é bem popular e aceita até hoje.

E já não tão universalmente aceitas, mas ainda assim populares, as listas de "numeração das Artes" dos dias atuais chegam até a ter mais 4 itens: Fotografia (8ª), Historia em Quadrinhos (9ª), Video Games (10ª) e Arte Digital (11ª), que no caso são as modelagens 3D feitas em computador.



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sábado, 17 de julho de 2021

Dupla Crítica Filmes Netflix - A Mulher na Janela (2021) e America: The Motion Picture (2021)


Olá! Tentando recuperar o atraso de semanas sem novos artigos aqui no blog, segue a crítica de dois filmes de uma única vez. Ambos lançamentos recentes na Netflix Brasil. Será que são bons? Confiram!


A Mulher na Janela (2021)
Diretor: Joe Wright
Atores principais: Amy Adams, Gary Oldman, Anthony Mackie, Fred Hechinger, Julianne Moore, Jennifer Jason Leigh, Wyatt Russell, Brian Tyree Henry

Embora a trama seja parecida com o clássico filme Janela Indiscreta (1954), a história em A Mulher na Janela é outra, baseada em um livro de mesmo nome de 2018.

Na trama, Anna (Amy Adams) é uma mulher solitária e reclusa que sofre de agorafobia, observa a vida externa através das janelas de seu apartamento, e testemunha o que acredita ser o assassinato de uma mulher no prédio do outro lado da rua.

O filme foi produzido pela Fox Pictures, porém devido ao Covid-19, seu lançamento nos cinemas foi cancelado e a produção então foi vendida para a Netflix. Olha, que bom que não precisei sair de casa para ver A Mulher na Janela. O filme não é de todo ruim, tem algumas poucas cenas de suspense bem feitas, e tem uma trama que até prende a atenção, repleta de reviravoltas... Entretanto após o mistério ser revelado, não somente ele não faz muito sentido, como é feito de maneira abrupta. Se o filme em geral é aceitável, seu ato final é muito ruim.

Nem o elenco estrelado salva a produção. Amy Adams e Julianne Moore tem seus bons momentos mas é só, nem mesmo Gary Oldman está bem. Para quem gosta de filmes de suspense policial, A Mulher na Janela é no máximo um passatempo aceitável. Nota: 5,0.



America: The Motion Picture (2021)
Diretor: Matt Thompson
Atores principais (vozes)Channing Tatum, Jason Mantzoukas, Olivia Munn, Bobby Moynihan, Judy Greer, Will Forte, Raoul Max Trujillo, Killer Mike, Simon Pegg, Andy Samberg

Quando esta animação original Netflix foi anunciada, me desepertou certo interesse. Trazia como diretor o produtor e diretor das séries de animações ArcherLaboratório Submarino 2021, e como roteirista o rapaz que escreveu  os filmes da franquia do Stallone Os Mercenários, e também Zumbilândia 2.

O filme diz contar a "verdadeira" história da fundação dos EUA, com a maioria dos Pais Fundadores mortos em uma emboscada e com Lincoln sendo assassinado por uma versão lobisomem do traidor Benedict Arnold, a mando do Império Britânico. Para vingar a morte dos companheiros e efetivamente conquistar a independência do país, foi formada uma equipe que continha, dentre outros, George Washington, a chinesa cientista Thomas Edison e o líder indígena Gerônimo.

Sendo uma animação adulta de humor negro e ficção, a produção faz boas críticas a sociedade estadunidense, mas fora isso decepciona. Para começar, ele de fato foi feito apenas para os habitantes dos EUA... você precisa conhecer bem a História deles para entender boa parte das referências. Além disso, o roteiro do filme não faz absolutamente nenhum sentido, é apenas uma sequencia de centenas (literalmente) de piadas e trocadilhos. Alguns são bons, mas a maioria simplesmente não tem graça. Resumindo: o filme entretém no começo, mas depois seu nonsense simplesmente cansa. Nota: 4,0.

domingo, 11 de julho de 2021

Jogue o recém lançado jogo brasileiro de Caverna do Dragão! (+ bônus: relembrando o final da série)


Para quem é saudoso deste clássico dos desenhos animados dos anos 80, o Caverna do Dragão, nos últimos tempos tivemos algumas boas notícias.

No ano passado tivemos o desenho do episódio final de Caverna do Dragão feito por fãs e liberado na internet (caso tenha perdido isso, leia meu PS no final deste texto), e neste mês tivemos outro lançamento bacana de fã, um jogo de videogame.

Este novo jogo, disponível gratuitamente para PC, Android e iMac, foi desenvolvido pelo brasileiro ZVitor, via OpenBOR. O jogo é um Beat'em up de gráficos anos 90, e em termos de jogabilidade e movimentos dos personagens, é claramente baseado em Streets of Rage e em The King of Dragons, jogo da Capcom de fliperama que foi portado também para o SNES. Mas apesar da "base" do clássico da Capcom, o jogo final em si é completamente diferente, com muuuuitas referências à série de TV e gráficos totalmente remodelados.

No jogo você pode a qualquer momento jogar com um dos 6 personagens principais: Hank, Bobby, Diana, Eric, Presto e Sheila, e cada um dos personagens possuem poderes específicos, iguais aos poderes da TV. O personagem que mais gosto de jogar é o Presto: seu poder permite ataques a distancia que são completamente aleatórios... podem ser úteis raios congelantes ou fortes furacões, ou então coisas inúteis como um sapo ou um pequeno porquinho. Muito engraçado! rs.

E para nós, a vantagem do desenvolvedor ser brasileiro é que o jogo está em português, trazendo trilha sonora e nomes dos personagens do jeito que conhecemos no passado. Cada personagem pode evoluir de nível ao longo da partida, e além disto, há alguns personagens secretos para desbloquear e jogar. Quer saber um deles? Lá vai... Sir John.

Ficou interessado? O link para download do jogo é esse aqui, mas se quiser ver o jogo em ação primeiro antes de sair jogando, basta ver este vídeo. Até agora não joguei muito, mas já me diverti bastante. E já alerto que o jogo é bem difícil e não tem continue!




PS: conforme já expliquei neste blog, em 2013 (leia aqui), o episódio final "Réquiem" chegou a ser escrito oficialmente, porém nunca foi produzido. Então, em 2020 um grupo de fãs resolveu recriar o episódio final com imagens iguaizinhas aos dos desenho original. O trabalho ficou muito bem feito, e pode ser visto clicando aqui. IMPORTANTE: embora este desenho seja muito fiel a Réquiem, o roteiro original termina no minuto 28 do vídeo, deixando o final em aberto. Tudo o que vemos a partir desse momento é invenção dos fãs.

PS2: o que é esse OpenBOR? Trata-se de uma engine gratuita para que fãs faça seus próprios jogos de Beat'em up. Se vocês pesquisarem, verão que tem muita gente pelo mundo fazendo muita coisa boa nessa plataforma. O OpenBOR foi criado para se fazer o jogo Beats of Rage (um "clone-homenagem" a Steets of Rage) e tempos depois seus desenvolvedores liberaram o "motor" do jogo para que outras pessoas fizessem seus próprios jogos-homenagens.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...