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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #027 - Elementar, meu caro Peter Parker. Não, mágico espelho!

Quem disse a famosa frase "Elementar, meu caro Watson!"? O famoso detetive Sherlock Holmes, correto? Errado! A resposta correta é... ninguém!

Quando estava estudando para escrever minha crítica de Hellboy e o Homem Torto (2024), descobri que a história foi inspirada em um conto de Sherlock Holmes de mesmo nome, conto esse em que temos o único momento escrito por Sir Arthur Conan Doyle em que Sherlock pronuncia a palavra "Elementar". E ele apenas exclama "Elementar!", não é um "Elementar, meu caro Watson" (ainda que a fala foi sim dirigida ao seu amigo Doutor).


E temos outros casos na Cultura Pop de frases muito famosas que nunca foram ditas.

Todo mundo tem cravado em sua memória o vilão Darth Vader dizendo a Luke Skywalker em Star Wars – O Império Contra-Ataca (1980): "Luke, eu sou seu pai!" (Luke, I'm your father!), correto? Porém não é exatamente assim que a frase foi dita. O que Vader sempre disse foi "No, I'm your father!" (Não, eu sou seu pai!). Só conferir abaixo.


E que tal a "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades", que como todos sabem, foi dita pelo Tio Ben a um jovem Peter Parker, em seus primeiros dias como Homem-Aranha. Será?

A tal frase surgiu pela primeira vez na revista Amazing Fantasy #15 (1962), a estréia do Homem-Aranha nos quadrinhos. Porém ao invés de ter sido dita por alguém, ela é simplesmente frase escrita pelo narrador, conforme vemos na imagem abaixo.

Veja o que está escrito no canto superior direito...

Ok. Mas aqui temos uma "trapaça"... é que a história foi "transformada" com o passar do tempo. Na revista Homem-Aranha vs. Wolverine #1 (1987) vemos Peter Parker afirmando que essa frase é de seu Tio. E em The Amazing Spider-Man #38 (2002), finalmente vemos Tio Ben a dizendo nos quadrinhos. No mesmo ano, no filme Homem-Aranha (2002), também vemos Tio Ben (interpretado por Cliff Robertson) proferindo a famosa frase a Peter Parker (interpretado por Tobey Maguire).


E para encerrar, um último caso, cuja confusão é meio "bobinha", mas ainda assim eu achei curiosíssima por envolver simultaneamente DOIS idiomas. Trata-se da icônica frase que a Rainha Má da história da Branca de Neve diz ao espelho. Para as pessoas, a frase dita pela Rainha é: "Espelho, espelho meu, quem é mais bela do que eu?" / "Mirror, mirror, on the wall, who is the fairest of them all?"

E o que foi realmente dito no filme Branca de Neve e os Sete Anões (1937) foi: "Mágico espelho meu, quem é mais bela do que eu?" / "Magic mirror on the wall, who is the fairest one of all?"

Ou seja, tanto em inglês quanto em português, as pessoas gravaram na memória um "Espelho, espelho" ao invés do correto "Mágico espelho". Só que novamente a história se adaptou à lembrança das pessoas, e alterou um pouco as coisas... Por exemplo em 2012 foi lançado o filme Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror no original), um live-action que reconta a história da Branca de Neve. E o filme reconta a frase do jeito "errado", como "Espelho, espelho"... aliás, o faz até em seu título!

E aí, sabiam destas frases "falsas"? Digam nos comentários!




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Conheça a série de livros A Sétima Torre, a (hoje desconhecida) franquia bancada por George Lucas e que poderia ter sido o novo Star Wars

Um gênio dos cinemas, George Lucas foi muito mais genial para fazer dinheiro, montando sua fortuna principalmente com os mais variados produtos licenciados de suas franquias. Tamanha era a importância dos lucros com brinquedos, roupas, etc, que elas exigiram algum acompanhamento e controle do famoso diretor por toda sua vida. Não à toa que até mesmo para distribuir livros e quadrinhos relativos as suas propriedades intelectuais ele criou uma empresa própria, a Lucas Books (hoje Disney–Lucasfilm Press).

Desde sua fundação, por décadas a Lucas Books somente publicou ou licenciou obras dos mundos de George Lucas, mais notadamente Star Wars e Indiana Jones. Eis então que no final dos anos 90 algo inédito e surpreendente iria acontecer...


O novo Star Wars?

Impressionado pelo livro de fantasia Sabriel, publicado em 1995 pelo autor australiano Garth Nix (que futuramente se tornaria o primeiro livro da franquia The Old Kingdom, série que até hoje continua em andamento), George Lucas resolve contatá-lo para criar uma nova série de fantasia... "uma série de livros que poderia virar uma série de TV ou filmes".

Garth Nix

Então a LucasFilm lhe envia uma lista com cerca de 40 itens que eles gostariam de ver na história, os quais Nix recusa, dizendo ser impossível conciliar aqueles temas. Em retorno, ele envia um esboço para a história da série como um todo, e uma breve descrição do mundo em que ela aconteceria. E, como resultado, a companhia acabou gostando do que viu, prometendo liberdade criativa a Garth Nix e fechando contrato. Nascia então A Sétima Torre.

Quando o primeiro livro da série A Sétima Torre - A Queda - saiu em 2000 pela Lucas Books, ele foi anunciado nos EUA como sendo o primeiro livro de uma nova série infanto-juvenil. A saga completa é composta por 6 livros no total: A Queda (2000), O Castelo (2000), Aenir (2001), Acima do Véu (2001), Em Guerra (2001) e A Grande Pedra Violeta (2001).

Embora a série de livros não tenha sido um fracasso de vendas nos EUA, ela ficou bem longe do sucesso esperado, e talvez por isso nunca ouvi falar de qualquer plano para transportá-la para os cinemas. Mas isto não impediu a editora Nova Fronteira, ao iniciar o lançamento da série de livros aqui no Brasil, a partir de 2002, propagandear os livros como sendo "a série planejada por George Lucas para suceder Star Wars". Na imagem título deste artigo temos duas versões do Vol 1. de A Sétima Torre: à esquerda a versão inicial de 2002, e à direita uma edição mais recente, vários anos depois.


A Sétima Torre - Do que se trata?

Na série conhecemos Tal, um garoto de 11 anos que mora dentro de um gigante castelo de 7 torres. Porém este não é um castelo comum, na verdade, se trata de um mini-mundo fechado que abriga toda uma sociedade dividida em castas, sendo que Tal pertence a uma das classes (torres) mais humildes. Além disto, o castelo está em mundo envolto por um espesso véu, para proteger do seu Sol, o qual supostamente sua luz e calor seriam fortes demais para a vida. Portanto, um dos bens mais valiosos daquele mundo são as Pedras do Sol, pedras mágicas utilizadas para várias utilidades, dentre elas a de aquecer e iluminar.

Outra característica curiosa deste mundo é que ao nascerem, os habitantes do castelo são avaliados e, caso passem por alguns testes, são "escolhidos" e ligados a um ser de sombra, seres estes que são vivos, independentes, e tornam seus companheiros. E Tal foi um destes escolhidos. Quando criança, os habitantes "escolhidos" recebem uma sombra "pequena", que os acompanham até eles chegarem a adolescência. É então que, nesta idade, eles precisam entrar no mundo dos espíritos de nome Aenir, para capturar uma sombra maior, definitiva, que os acompanhará durante toda a vida, até sua morte.

Depois de alguns conflitos, e ainda no primeiro livro, Tal acaba caindo fora do castelo, e é resgatado daquele ambiente escuro e frio por Milla, uma menina pertencente à sociedade dos Homens-do-gelo, universo completamente alheio ao mundo-de-dentro-do-castelo. É então que a jovem dupla se torna os protagonistas desta série de seis livros que é A Sétima Torre.


O Veredito

Já faz mais de 10 anos que li os seis livros de A Sétima Torre, então não consigo lembrar em detalhes o quão bom ele é ou não. Porém, em linhas gerais, lembro que me diverti bastante lendo os livros desta saga, só não gostei tanto do desfecho, que achei um pouco maniqueísta e Deus ex machina, o que aliás, não é incomum nem estranho para se encontrar em livros infanto-juvenil (vide por exemplo a saga Harry Potter). Então, fica o convite para você mesmo ler esta curiosa, interessante e esquecida saga e tirar suas próprias conclusões. Atualmente é possível ler os livros comprando-os usados em sebos e lojas virtuais, ou então, procurando por scans dos mesmos em sites da internet.

Verso do Vol. 1 nacional, com direito a "carteirada" de George Lucas

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Crítica Netflix - A Maravilhosa História de Henry Sugar (2023) e outros curtas de Roald Dahl

Título: A Maravilhosa História de Henry Sugar ("The Wonderful Story of Henry Sugar", EUA / Reino Unido, 2023)
DiretorWes Anderson
Atores principaisBenedict Cumberbatch, Ralph Fiennes, Ben Kingsley, Richard Ayoade, Dev Patel, Rupert Friend
Nota: 7,0

Agora via Netflix, Wes Anderson multiplica sua visão através de Roald Dahl

Conforme eu havia antecipado em minha crítica de Asteroid City, este A Maravilhosa História de Henry Sugar é um curta-metragem (37 minutos), e o primeiro trabalho exclusivo de Wes Anderson para a Netflix. Mas o que eu não esperava, e fui muito surpreendido, era que este filme seria apenas o primeiro (e maior) de quatro curtas lançados diariamente pelo diretor na Netflix. Após ele, vieram O Cisne, O Caçador de Ratos, e Veneno, estes três com 17 minutos de duração cada.

E as quatro histórias têm algo muito importante em comum: todas são adaptações de contos do autor britânico Roald Dahl (1916–1990). Dahl já teve várias de suas obras adaptadas para os cinemas, e principalmente, suas obras infantis, como por exemplo: A Fantástica Fábrica de Chocolate, Matilda e O Bom Gigante Amigo, dentre outros. Mas Roald não foi famoso apenas pelas suas histórias infanto-juvenis, mas também, por contos para adultos, sendo que estes em geral eram mais sinistros, geralmente contendo humor ácido e finais surpreendentes. Características aliás que não podem ser muito atribuídas ao A Maravilhosa História de Henry Sugar, mas que certamente devem ser atribuídas aos outros três contos que saíram na Netflix. Quanto a estes 3 últimos, eles não são nada recomendado para crianças.

Para todos os quatro curtas, Wes Anderson preservou sua maneira bem incomum e característica de filmar, e também usou o mesmo grupo de atores em todos eles, além da mesma maneira narrativa: nos 4 filmes os personagens principais narram em voz alta muitas das ações que vemos em tela, e também tudo o que todos os personagens falam e pensam. O resultado final é quase um meio termo entre um livro filmado e um teatro.

Todos os curtas de Roald Dahl adaptados nesta leva por Anderson são no mínimo bons e interessantes, mas os três mais curtos são mais mórbidos e menos elaborados, com o A Maravilhosa História de Henry Sugar, portanto, acabando sendo o melhor. Com bastante dinamismo e sarcasmo, ela conta a história de Henry Sugar (Benedict Cumberbatch), um trapaceiro que após ler um livro sobre Imdad Khan (Ben Kingsley), que dizia enxergar sem usar os olhos, resolveu então tentar fazer o mesmo.

Como curiosidade, estas não foram as primeiras vezes de Wes Anderson com os contos de Roald Dahl, já que ele já havia adaptado um de seus contos antes, em seu filme de animação O Fantástico Sr. Raposo (2009). Anderson, aliás, é bisneto de Edgar Rice Burroughs, criador de Tarzan e John Carter. Já que ele gosta tanto de adaptar livros, me pergunto por que ainda não fez nada com o material de seu parente mais famoso...

A Maravilhosa História de Henry Sugar (principalmente) e os outros curtas (O CisneO Caçador de Ratos, e Veneno) são rápidas e excelentes maneiras de conhecer melhor Wes Anderson e Roald Dahl. Aproveitem, é uma ótima oportunidade e desta vez, pelo tamanho das produções, nem se pode usar a desculpa do "não tenho tempo". Nota: 7,0

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Crítica - A Noite das Bruxas (2023)

TítuloA Noite das Bruxas ("A Haunting in Venice", EUA / Itália / Reino Unido, 2023)
Diretor: Kenneth Branagh
Atores principaisKenneth Branagh, Tina Fey, Michelle Yeoh, Kyle Allen, Camille Cottin, Jamie Dornan, Jude Hill, Ali Khan, Emma Laird, Kelly Reilly, Riccardo Scamarcio
Nota: 5,0

Alguém precisa resgatar Agatha Christie...

Devido a uma vasta e interessante obra literária, sempre temos pessoas adaptando os trabalhos de Agatha Christie, seja para a TV, ou para os Cinemas. E a pessoa que resolveu retomar as histórias da "Rainha do Crime" em Hollywood mais recentemente foi o britânico Kenneth Branagh. Como produtor, diretor, roteirista e ator principal (fazendo o papel do detetive Hercule Poirot), Kenneth lançou em 2017 seu Assassinato no Expresso do Oriente, e ano passado, 2022, seu Morte no Nilo.

Como disse em minha crítica, Branagh foi bem conservador em Assassinato no Expresso do Oriente, sendo bem fiel ao livro, e ao mesmo tempo, parecendo mais estar adaptando o livro original para teatro do que cinema. Já para Morte no Nilo, Kenneth arriscou mais, enfim mudando mais coisas... mas para pior. Se agora ele corrigiu seus erros fazendo o novo trabalho ser "mais filme" e "mais aventuresco", errou absurdamente em centralizar estas mudanças em seu personagem, Poirot. Seu roteiro deturpa duplamente a mitologia do famoso detetive. Não vou citar aqui o que foi inventado, para não dar spoilers, mas considerei as escolhas feitas abomináveis. Em suma, Morte no Nilo foi pior que seu Assassinato no Expresso do Oriente.

E o que esperar então deste A Noite das Bruxas, que já pelo título original e trailer, sabemos antecipadamente ter ainda mais alterações em relação ao material original? Sim, pois embora na tradução para o português o filme e livro ficaram com o mesmo nome, em inglês o romance em que esta produção se baseia se chama Hallowe'en Party ("Festa da Noite das Bruxas"), mas o filme se chama A Haunting in Venice (algo como "Uma assombração em Veneza").

Se no romance escrito por Agatha Christie a história se passa em uma vila na Inglaterra, e a primeira morte é de uma criança, neste A Noite das Bruxas ele se passa em Veneza, e a primeira morte é de uma adulta. Na verdade, temos muitas alterações entre a trama do livro e filme. Muitas mesmo. Alguns personagens e algumas de suas motivações se preservaram, mas é só. E várias das alterações foram para pior.

E as alterações ruins não ficaram apenas no roteiro. Kenneth Branagh surpreendeu ao incorporar para dentro do filme muitos elementos dos gêneros de suspense e terror, indo portanto bem além do tradicional gênero policial. O problema é que ele o fez de maneira bem simplória, para não dizer outra coisa... Abusando de barulhos altos e repentinos para assustar o espectador, câmeras filmando com ângulos tortos o tempo todo, e com todo o filme mais escuro que deveria, ainda assim são poucos os momentos em que o diretor consegue, de fato, trazer alguma tensão ou medo; na maior parte o que sentimos é a frustração de presenciar alguém simular um filme de terror e não conseguir.

Ainda que não seja muito ruim, A Noite das Bruxas consegue ser pior que Morte no Nilo e o pior dos três filmes mais recentes de Agatha Christie nos cinemas. Alguém precisa tirar as adaptações das obras dela das mãos do fraco Kenneth Branagh antes que seja tarde demais. Nota: 5,0

sábado, 24 de junho de 2023

Especial Indiana Jones - Os Livros do Universo Expandido


Falta muito pouco!!! Apenas 5 dias para a estréia no Brasil do 5º e último filme de Indiana Jones nos cinemas, Indiana Jones e a Relíquia do Destino, que estreará em 29 de Junho.

E para que todos entrem ainda mais no clima, vamos com um novo artigo sobre o mais famoso arqueólogo de todos!

Os livros de Indiana Jones

Com o enorme sucesso mundial feito pelos filmes de Indiana Jones nos anos 80, obviamente que George Lucas - ainda mais ele - iria querer explorar a franquia em outras mídias. Desde então já vimos nosso aventureiro em todos os lugares: Brinquedos, Videogames, RPGs, Quadrinhos (pela Marvel Comics nos anos 80, e pela Dark Horse dos anos 90 em diante), Série de TV (de nome O Jovem Indiana Jones, de 1992, e que durou apenas duas temporadas)...

Mas o mais próximo que se pode chegar das histórias dos filmes de Indy - tanto em sensação quanto em qualidade - estão nos livros. Não me refiro aos livros-jogos, nem a alguns livros infanto-juvenil publicados, e sim aos cerca de 20 "romances" (ou seja, livros normais para adultos, que não são infantis), que foram lançados até hoje. Por enquanto (até que eu saiba) apenas UM deles foi traduzido para a língua portuguesa.

Os livros da Bantam Books

Após ter escrito e publicado a adaptação em livro do filme Indiana Jones e a Última Cruzada (1989), o escritor estadunidense Rob MacGregor recebeu o convite de George Lucas para escrever histórias inéditas do herói. Então, através da editora Bantam Books, ele escreveu 6 títulos:

Indiana Jones and the Peril at Delphi (1991)
Indiana Jones and the Dance of the Giants (1991)
Indiana Jones and the Seven Veils (1991)
Indiana Jones and the Genesis Deluge (1992)
Indiana Jones and the Unicorn's Legacy (1992)
Indiana Jones and the Interior World (1992)

MacGregor foi trocado por Martin Caidin, que depois de escrever os dois livros seguintes, teve que ser substituído por motivo de doença; entrou Max McCoy, que escreveu os quatro últimos livros da série:

Indiana Jones and the Sky Pirates (1993)
Indiana Jones and the White Witch (1994)
Indiana Jones and the Philosopher's Stone (1995)
Indiana Jones and the Dinosaur Eggs (1996)
Indiana Jones and the Hollow Earth (1997)
Indiana Jones and the Secret of the Sphinx (1999)

Os 12 livros da série publicada pela Bantam Books possuem algumas características: eles são todos prequelas dos filmes, ou seja, se passam cronologicamente antes de 1935. Outro detalhe é que os livros passavam por certas proibições de George Lucas... por exemplo, os livros não podiam ter cenas de sexo ou palavrões porque deveriam ser para "todas as idades". Dentre outras restrições, Lucas não permitiu viagens no tempo e nem o uso de alguns personagens dos filmes, especialmente de Marion Ravenwood, para a qual ele tinha "planos futuros". Marcus Brody e Sallah, entretanto, aparecem em algumas histórias.

A série de livros da Bantam Books em geral tem boa aceitação pelos fãs de Indiana Jones. Eu já li dois deles: Indiana Jones and the Genesis Deluge e Indiana Jones and the Unicorn's Legacy, e é por isso que ambos aparecem no início deste artigo. Não são tão bons quanto os filmes, mas são legais, bom entretenimento. E o terceiro livro que escolhi para mostrar na imagem principal, trata-se de Indiana Jones and the Seven Veils, que costuma ser apontado entre um dos melhores da série, além de se passar boa parte no Brasil. E provavelmente por isso, é justamente ele que foi traduzido para cá, trazido em 1993 como Indiana Jones e os Sete Véus pela editora Salamandra. Repararam que a capa deste livro na imagem está em português?

E tem mais livros!

Além dos livros da Bantam Books, há uma série cuja publicação é bem mais obscura: trata de um conjunto de 8 livros do escritor alemão Wolfgang Hohlbein, publicados pela editora Goldmann Verlag. A série existe apenas em alemão e em holandês (exatamente, sequer foi traduzida para o inglês), e ao contrário dos livros da Bantam, suas histórias se passam todas cronologicamente DEPOIS dos filmes clássicos, ou seja, acontecem a partir da década de 1940. São eles (e entre aspas, ao lado, segue a tradução livre em português, do título original em alemão):


Indiana Jones und das Schiff der Götter (1990) – "Indiana Jones e o Navio dos Deuses"
Indiana Jones und die Gefiederte Schlange (1990) – "Indiana Jones e a Serpente Emplumada"
Indiana Jones und das Gold von El Dorado (1991) – "Indiana Jones e o Ouro de El Dorado"
Indiana Jones und das verschwundene Volk (1991) – "Indiana Jones e os Desaparecidos"
Indiana Jones und das Schwert des Dschingis Khan (1991) – "Indiana Jones e a Espada de Genghis Khan"
Indiana Jones und das Geheimnis der Osterinseln (1992) – "Indiana Jones e o Segredo da Ilha de Páscoa"
Indiana Jones und das Labyrinth des Horus (1993) – "Indiana Jones e o Labirinto de Hórus"
Indiana Jones und das Erbe von Avalon (1994) – "Indiana Jones e o Legado de Avalon"


E... em 2009, tivemos o surgimento de uma nova série(?) de livros, pela editora Del Rey Books. Tentando surfar na onda do então novo filme Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008) depois de quase 3 décadas tivemos um novo livro de Indy em inglês lançado, que foi: "Indiana Jones and the Army of the Dead" (2009), escrito pelo estadunidense Steve Perry, conhecido por livros das franquias de Tom Clancy, Star Wars e Aliens dentre outros.

Mas como o livro não foi muito bem de vendas, a obra foi um lançamento isolado.





Já conheciam os livros de Indiana Jones? Já leu algum deles? Se animou a ler algum deles a partir de agora? Escreva nos comentários!

sábado, 10 de setembro de 2022

Aos fãs de Agatha Christie: teremos novo livro de Miss Marple na próxima semana


Depois de Hercule Poirot, que desde 2014 já teve quatro novos livros escritos por Sophie Hannah (Os Crimes do Monograma, Caixão Fechado, O Mistério dos Três Pedaços e The Killings at Kingfisher Hill - este último ainda inédito no Brasil), chegou enfim a vez da personagem feminina mais famosa da já falecida Agatha Christie receber autorização para ter novas histórias publicadas. Neste dia 13 de Setembro teremos o lançamento simultâneo em vários países do mundo (o Brasil ainda não é um deles, infelizmente) do livro cujo nome, no original, é Marple: Twelve New Mysteries, com a simpática detetive Jane Marple voltando em ação em histórias inéditas.

Se trata de um livro com 12 novos contos, cada um escrito por uma escritora consagrada diferente (todas britânicas ou estadunidenses), que são: Naomi Alderman, Leigh Bardugo, Alyssa Cole, Lucy Foley, Elly Griffiths, Natalie Haynes, Jean Kwok, Val McDermid, Karen M. McManus, Dreda Say Mitchell, Kate Mosse e Ruth Ware.

Particularmente, achei bem interessante esta idéia de 12 escritoras distintas, e a maioria de fato já publicou obras de romances policiais... porém também há dentre elas escritoras de outros tipos de gênero, como ficção científica... algumas sequer publicaram obras policiais; e uma delas até já escreveu livros de não-ficção(!). Fico bem curioso para ver qual visão e qual "enigma" cada uma vai trazer para a personagem.

De resto é ver quando o livro chega traduzido para o Brasil. Pra mim, será compra certa!


PS: explicando a imagem desta publicação, no canto esquerdo temos a capa do livro na sua versão original inglesa, e no canto direito, três dentre as muitas atrizes (já foram mais de 10) que já interpretaram Miss Marple na TV ou Cinema. Na esquerda temos Helen Hayes (1983-85), à direita Joan Hickson (1984-92) e abaixo, Geraldine McEwan (2004-08).

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Curiosidades Cinema Vírgula #012 - Tudo o que você aprendeu sobre Frankenstein nos filmes, TV e quadrinhos está errado!!!

Acabo de ler o clássico da literatura mundial Frankenstein ou o Prometeu Moderno, escrito pela escritora inglesa Mary Shelley em 1818 (e cuja "versão revisada e definitva" que conhecemos hoje foi publicada pela primeira vez em 1831).

Fiquei bastante surpreso com o quanto o livro é diferente do que eu imaginava... a imagem já "consolidada" de Frankenstein que temos hoje dentro da cultura pop (vejam três exemplos na foto acima) é tão distinta do original que vim aqui correndo compartilhar minhas descobertas para vocês!

Vamos começar pela parte mais óbvia e conhecida... Frankenstein não é o nome do monstro, e sim de seu criador. E Frankenstein, cujo primeiro nome era Victor, não era um "Doutor" nem vivia isolado em um castelo onde era servido pelo seu ajudante "Igor" (que não existe no livro). Victor era um simples estudante universitário, e sua criatura foi "feita" dentro de seu apartamento estudantil em Ingolstadt, Alemanha.

O monstro não tem nenhum nome no livro (é sempre chamado de "monstro", "criatura", ou algo similar) e ao contrário do que vemos na cultura pop atual, para minha grande surpresa na obra original ele é um ser muito inteligente e eloquente. Fisicamente o monstro possuía 2,50m de altura, força e resistência bem acima da humana, e seus braços e pernas são citados como "desproporcionais", embora sem o livro dar mais detalhes sobre isto.

E ao contrário da forma como reconhecemos a criatura de Frankenstein hoje em dia, a pele dele não era da cor verde e sim amarela, como a própria autora o descreve no capítulo 5 da obra: "(...) Sua pele amarela mal encobria os músculos e artérias da superfície inferior. Os cabelos eram de um negro luzidio e como que empastados. Seus dentes eram de um branco imaculado. E, em contraste com esses detalhes, completavam a expressão horrenda dois olhos aquosos, parecendo diluídos nas grandes órbitas em que se engastavam, a pele apergaminhada e os lábios retos e de um roxo enegrecido. (...)".

Pelo trecho acima, a criatura tinha uma aparência assustadora, não? Em outras passagens há insinuações de que os cabelos eram longos, e que seu sorriso era perverso. Seu rosto é dito como tão horrendo que ninguém tem coragem de olhar para ele, nem mesmo o próprio monstro. Por isso mesmo, ciente e ressentido de sua aparência, a criatura está sempre muito vestida, tentando se esconder, cobrindo principalmente sua face.

E então vamos ao momento culminante deste texto. Abaixo a imagem do que seria a "real" aparência do ser criado por Victor Frankenstein (que no caso, por estar em branco-e-preto, a parte da pele amarelada/transparente ainda terá que ficar sua imaginação, leitor).

A imagem acima foi retirada do livro Bernie Wrightson's Frankenstein, publicada em 1983 pela Marvel Comics, que nada mais é que o livro original de Mary Shelley acrescido de dezenas de ilustrações desenhadas por Bernie Wrightson, então importante ilustrador da DC e Marvel, co-criador do Monstro do Pântano.


Outra curiosidade. Sabia que o livro Frankenstein só foi escrito, porque em 1816 o Sol desapareceu?
Ou quase isso rs. Mas o fato é que 1816 foi um dos anos mais problemáticos registrados pela história humana. Neste ano o Hemisfério Norte não teve Verão, com a ano todo registrando temperaturas muito abaixo do normal, muitas geadas, e uma "neblina" encobrindo o Sol por muitos e muitos meses. Boa parte das colheitas foram perdidas e muita fome se espalhou pelo mundo todo. Acredita-se hoje que a causa deste fenômeno foi uma enorme erupção vulcânica no Monte Tambora (Indonésia) no ano anterior, a maior da era humana.

Pois então. Em julho de 1816, passando as férias em uma casa de lago, e cansados do atípico tempo frio e chuvoso que forçava o grupo de amigos escritores Lord Byron, John William Polidori, Percy Shelley e sua esposa Mary Shelley a ficarem trancados dentro do imóvel, eles resolveram, como passatempo, criar uma competição para escrever o conto de terror "mais assustador". Dos quatro, Mary Shelley foi a única que finalizou a história que começou a escrever... e adivinhem: é o livro de Frankenstein que conhecemos. Entretanto, este não foi o único escrito deste encontro que rendeu algum fruto: a história incompleta escrita por Lord Byron (de nome A Fragment) seria reaproveitada anos depois como inspiração para um conto de nome The Vampyre, escrita justamente por Polidori.


Já sabia das informações que contei neste artigo? Ou ficou tão surpreso como eu fiquei enquanto eu lia a obra máxima de Mary Shelley? Escreva nos comentários!




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Duna está chegando no Brasil. Fique por dentro de tudo e entenda porque ele é o Senhor dos Anéis da Ficção Científica!

Se me perguntassem que filme eu aguardava mais ansiosamente para 2021, Duna sempre esteve no mínimo em meu Top 3. Pra começar devido seu diretor, o canadense Denis Villeneuve, que está entre meus favoritos da atualidade e tenho elogiado constantemente seus filmes por aqui (Os Suspeitos, O Homem Duplicado, Sicario: Terra de Ninguém, A Chegada, Blade Runner 2049). Mas principalmente... por se tratar de Duna!

E para quem não sabe o que é Duna, farei um paralelo desta obra com o hoje amplamente conhecido O Senhor dos Anéis.


A saga de O Senhor dos Anéis é uma série de livros de fantasia escrita pelo britânico J. R. R. Tolkien e publicada na década de 50. Fez grande sucesso entre leitores da língua inglesa, teve boas vendas mundialmente, mas não foi tão popular aqui no Brasil. Elogiadíssima por publico e crítica, a obra definiu e influenciou seu gênero a partir de então.

Por ser uma obra longa e densa, misturando muitos personagens e um universo próprio de rica mitologia, o livro sempre foi considerado inadaptável para o Cinema. Isso não impediu as pessoas tentarem, claro... a primeira tentativa foi em 1978, com a animação de nome O Senhor dos Anéis, e que teve retorno apenas mediano de crítica e público (ver imagem ao lado).

Mas em 2001, e com centenas de milhares de dólares investidos, Hollywood se une a Peter Jackson e muda tudo ao lançar O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel. A partir de então, com esta verdadeira obra prima, a saga de J. R. R. Tolkien passa a ser verdadeiramente conhecida pelo mundo todo (literalmente), indo além do nicho de leitores de fantasia, e também fazendo parte do conhecimento popular de nós, brasileiros.


Já a saga de Duna é uma série de livros de ficção científica do escritor americano Frank Herbert e publicada na década de 60. Fez grande sucesso entre leitores da língua inglesa, teve boas vendas mundialmente, mas não foi tão popular aqui no Brasil. Elogiadíssima por publico e crítica, a obra definiu e influenciou seu gênero a partir de então.

Por ser uma obra longa e densa, misturando muitos personagens e um universo próprio de rica mitologia, o livro sempre foi considerado inadaptável para o Cinema. Isso não impediu as pessoas tentarem, claro... a primeira tentativa foi em 1984, filme de David Lynch de nome Duna, e que teve retorno apenas mediano de crítica e público (ver imagem ao lado).

Mas em 2021, com centenas de milhares de dólares investidos, Hollywood se une a Denis Villeneuve e lança o filme Duna. Será que eles também irão mudar tudo? E transformar Duna no novo Senhor dos Anéis? É o que veremos nos próximos meses.


Sobre a série de livros

Duna teve 6 livros escritos por Frank Herbert, sendo o primeiro destes publicado em 1965, e o último em 1985. Mas desde 1999, Brian Herbert (filho de Frank) e em parceria com Kevin J. Anderson, vêm escrevendo e publicando novos livros da série, quase um livro novo por ano. A qualidade dos livros, e se eles seguem ou não a tradição iniciada por Frank são alvo de constante debate entre os fãs.


Sobre o filme Duna que será lançado no Brasil em 21 de Outubro

O filme já estreou na Europa neste mês de Setembro e têm recebido boas críticas, embora mais pela parte técnica do que pela história em si. Este Duna pega o primeiro livro e o divide em duas partes, ou seja, ao assisti-lo você vai ter sim que esperar pela continuação...

... que já está sendo planejada, e com filmagens previstas para começar em 2022. Ainda assim, a produção vai depender de boa bilheteria para de fato acontecer. Entretanto, se tudo der certo, o diretor Dennis Villeneuve faria também um terceiro filme, que contemplaria o segundo livro (de nome O Messias de Duna) e fecharia sua "trilogia" inicial.

A produção traz vários atores bastante conhecidos, como por exemplo: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Dave Bautista, Zendaya, Jason Momoa e Javier Bardem.

Como dito acima, Duna chega nos cinemas Brasileiros no dia 21 de Outubro, um dia antes da estreia nos EUA. Porém, nos EUA o filme estreará simultaneamente no HBO Max. No Brasil, teremos que esperar por mais 35 dias para isto acontecer. Quer ver o trailer de Duna? Clique aqui!


E vêm série prequel por aí!

Se o segundo filme ainda não está 100% garantido, uma série derivada está. Com o nome Dune: The Sisterhood, esta misteriosa série exclusiva da HBO Max já foi confirmada e contará eventos ocorridos antes do primeiro filme.

domingo, 24 de maio de 2020

Feliz 25 de Maio, Dia da Toalha!! Conheça esta importante data e a obra de Douglas Adams


Hoje é 25 de Maio! O Dia da Toalha! E é ESTE o verdadeiro motivo por hoje ser feriado no estado de São Paulo! E vocês achando que era por causa da pandemia... tsc, tsc. O Dia da Toalha é a data mundialmente adotada para homenagear o falecido e genial escritor britânico de comédia ficção científica, Douglas Adams.

A nome da data em questão vem de uma referência de sua obra mais famosa, O Guia do Mochileiro das Galáxias, apresentado pela primeira vez em 1978 como um programa de rádio pela BBC, e que seria adaptada no ano seguinte em livro. Nesta comédia, aprendemos que existem seres de todas as raças planetárias que viajam pelo tempo/espaço do universo em busca de aventuras, e que para eles, o objeto mais essencial de todos é uma toalha(!). A importância deste objeto têm várias justificativas, algumas como estas abaixo:

"(...) a toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa mini-jangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você - estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa. (...)"

Douglas Adams, o simpático senhor de boné da foto ao lado, faleceu aos 49 anos no dia 11 de Maio de 2001, devido a um ataque cardíaco. Rapidamente seus fãs se organizaram via internet para lhe prestar uma homenagem exatamente 2 semanas depois (25 de Maio de 2001), onde cada pessoa deveria carregar uma toalha durante o dia todo.

Devido o sucesso inicial, a celebração virou um evento anual. Os fãs chegaram a debater se a homenagem deveria ser em outro dia, como por exemplo 11 de Março (dia do nascimento de Douglas),  ou ainda 11 de Fevereiro, por ser o 42º dia do ano (em homenagem à famosa resposta para a vida, o universo e tudo mais), mas no final a data original do dia 25 de Maio foi mantida.

A data do dia 25 de Maio também é mundialmente celebrada como o Dia do Orgulho Nerde comemorada ainda mais pelos os fãs de Star Wars, pois o primeiro filme desta franquia foi lançado em 25 de Maio de 1977. Porém esta comemoração é um PLÁGIO, já que só começou vários anos depois, em 2006!! rsrsrs

Ah, e essa vocês não sabiam: a data de hoje também é celebrada como o "Glorioso dia de 25 de Maio" pelos fãs de Terry Pratchett. Na verdade, a celebração é uma data para conscientização ao combate ao Alzheimer; portanto, os fãs convidam a humanidade a se vestir de lilás e a fazer doações para instituições que pesquisam a cura para a doença. Mas esta coincidência de datas comemorativas é a MENOR das ligações entre Douglas Adams e Terry Pratchett. Quer saber mais a respeito? Leia este artigo até o fim. ;)


A Obra de Douglas Adams

Douglas Adams é mais conhecido pelos seus livros da série O Guia do Mochileiro das Galáxias. A coleção, que possui o cômico slogan de "a trilogia de cinco livros", mistura ficção científica, fantasia, e muito humor baseado em nonsense e críticas a nossa sociedade.

Mas Adams também realizou outros trabalhos importantes: teve pequenas participações escrevendo para o genial grupo de comédia Monty Python, e no final da década de 70 escreveu alguns episódios para o mundialmente famoso seriado de TV, Doctor Who.

Outro trabalho relevante foi a série Dirk Gently's Holistic Detective Agency, com apenas dois livros publicados. A série conta as aventuras de Dirk, um atrapalhado detetive particular que possui uma visão bastante holística do universo, o que lhe permite realizar algumas coisas que também poderiam ser classificadas como "poderes psíquicos". A obra já foi adaptada duas vezes para a TV, em forma de seriado. A última versão delas também levou o nome de Dirk Gently's Holistic Detective Agency e é de 2017, com co-produção da Netflix e Elijah Wood no elenco.


Sobre os livros da série O Guia do Mochileiro das Galáxias


A série de livros O Guia do Mochileiro das Galáxias atualmente contempla sete volumes. Os três primeiros: "O Guia do Mochileiro das Galáxias", "O Restaurante no Fim do Universo", e "A Vida, o Universo e Tudo Mais" são simplesmente excelentes, divertidíssimos, e de certa maneira, juntos formam uma única aventura completa. Os personagens principais desta história são os terráqueos Arthur Dent e Tricia McMillan, o alienígena e mochileiro Ford Prefect, o playboy e Presidente Galáctico de duas cabeças Zaphod Beeblebrox, e finalmente, o robô ultra depressivo Marvin (que já viajou tanto no tempo que sua idade é algumas vezes maior que a idade total do Universo rs). Recomendo MUITO estes livros para quem curte ficção científica repleto de humor britânico.

Já o quarto livro, "Até mais, e Obrigado pelos Peixes!", é um bocado diferente do restante da série. Primeiro, por se passar quase todo ele dentro do Planeta Terra. E principalmente, por ser mais uma história de romance do que aventura. Já o quinto livro, "Praticamente Inofensiva", retoma as confusões épicas dos 3 primeiros livros... porém com a desvantagem que ele deixa alguns pontos em aberto e tem um desfecho meio deprê... Devido à morna recepção ao livro, Adams cogitava escrever um 6º volume, mas ele nos deixou antes disto. Ainda que bons e divertidos, para mim o 4º e 5º livros estão bem abaixo dos anteriores.

Com o falecimento de Douglas em 2001, o sexto livro "O Salmão da Dúvida" é o primeiro póstumo, lançado em 2002. Sendo uma coletânea de trabalhos do escritor, de "Guia do Mochileiro" a publicação não tem quase nada, apenas um pequeno conto de nome "Perfeitamente Seguro", publicado originalmente em 1986, trazendo uma história solo de Beeblebrox quando jovem. O restante? Artigos e crônicas escritas por Adams, e alguns capítulos de "O Salmão da Dúvida", que seria o terceiro volume da série de Dirk Gently. Você lê os primeiros capítulos e... ele acaba, do nada, ficando totalmente incompleto. Sinceramente, odiei este livro e depois de tê-lo lido, me senti enganado por ter feito a compra.

Finalmente, em 2009 foi publicado "E Tem Outra Coisa...", digamos então o "verdadeiro" sexto livro da série. Porém ele não foi escrito por Douglas, e sim por Eoin Colfer, autor da famosa série de livros Artemis Fowl. Este título eu ainda não li.


Recomendação OBRIGATÓRIA para quem gosta de Douglas Adams

E se você que chegou até aqui gosta dos livros de Douglas Adams, tenho uma recomendação a fazer. Você precisa conhecer a obra de Terry Pratchett. Contemporâneo de Douglas, Pratchett também é um escritor inglês falecido, porém pouco conhecido no Brasil. Sua obra mais famosa por aqui é Good Omens: Belas Maldições, escrito em conjunto com Neil Gaiman e transformada em mini-série de TV em 2019, estando disponível para os brasileiros assistirem na Amazon Prime.

Mas o verdadeiro legado de Terry Pratchett é a série de livros Discworld. São mais de 40 livros, naquilo que posso descrever a grosso modo O Guia do Mochileiro das Galáxias dentro de um universo estilo Senhor dos Anéis.

Com o mesmo estilo bem humorado, ácido e inteligente de Adams, ouso dizer que a obra máxima de Terry Pratchett é ainda melhor que a série do Guia dos Mochileiros. Cada livro explora personagens e locais diferentes do mundo de Discworld, na quase maioria dos casos, cada livro traz uma aventura completa e independente. Até o momento que escrevo estas palavras, já li 9 dos livros da série, e os meus preferidos são aqueles que contam com a participação do Mago Rincewind, o desanimado cidadão da foto ao lado. Rincewind até é uma boa pessoa, além de sensata e inteligente; porém, também é bastante azarado, atrapalhado, e péssimo para fazer magias!

Eu já escrevi um pouco sobre Terry Pratchett e Discworld em 2015. Quem quiser conhecer mais sobre ambos, só clicar aqui: recomendo fortemente a leitura.


Pegue sua toalha! Vamos Celebrar!

E é isso. Agora que você leu este brilhante texto, passe a celebrar o Dia da Toalha todo ano, a partir de hoje!! Pegue sua toalha, e carregue-a com muito orgulho por todo lugar que for!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Quer mais Game of Thrones e não aguenta esperar até a próxima temporada? Talvez você encontre a solução aqui. Confira!


O mundialmente famoso seriado Game of Thrones é baseado na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, do ótimo escritor estadunidense George R. R. Martin (o barbudão da foto acima). Dos 7 livros previstos para a saga, até hoje foram publicados 5: o mais recente A Dança dos Dragões saiu em 2011 e o sexto livro The Winds of Winter (ainda sem título nacional) deverá sair até 2017.

Tudo o que foi dito no parágrafo acima é bem conhecido pelos fãs de Game of Thrones. Entretanto, uma informação de conhecimento bem mais restrito é que além dos livros da saga, George R. R. Martin já publicou separadamente mais 5 contos inéditos dentro deste mesmo universo. Veja abaixo quais são eles:


As Aventuras de Dunk e Egg

Funcionando como uma espécie de spin-off dos livros principais, As Aventuras de Dunk e Egg se passam 90 anos antes dos eventos do livro A Guerra dos Tronos. As histórias mostram um homem que nasceu pobre e que tenta ser reconhecido como cavaleiro (Dunk) e um menino de 10 anos, Egg, que é seu escudeiro.

Mas quem são de fato Dunk e Egg? É aí que as coisas se tornam ainda mais interessantes. Dunk é nada mais que Sor Duncan, o Alto, que posteriormente seria Senhor Comandante da Guarda Real e se tornaria um dos cavaleiros mais lendários de Westeros. E Egg? Pois ele é na verdade o Targaryen que futuramente seria o Rei dos Sete Reinos sob nome de Aegon V. O menino Egg é o avô do "Rei Louco" Aerys II, e consequentemente bisavô da nossa querida Daenerys.

Até hoje foram publicados 3 contos de Dunk e Egg, que são: O Cavaleiro Andante (1998), A Espada Juramentada (2003) e O Cavaleiro Misterioso (2010). Felizmente para nós brasileiros a editora Leya reuniu estas 3 histórias em um único livro chamado O Cavaleiro dos Sete Reinos, lançado no Brasil em 2014. É o livro da foto acima.

George R. R. Martin disse nos últimos anos estar trabalhando em mais duas continuações desta mini-saga: The She-Wolves of Winterfell e The Village Hero. Nem ele sabe qual dos dois contos sai primeiro e quando. Martin planeja publicar entre 7 a 9 contos de As Aventuras de Dunk e Egg e provavelmente finalizar a saga quando Aegon V assumir seu trono.

A HBO já considera fazer de As Aventuras de Dunk e Egg uma série de TV para suceder seu grande sucesso Game of Thrones.


O Príncipe de Westeros

O Príncipe de Westeros é um conto publicado na antologia Rogues, de 2014, que reúne 21 contos isolados de autores e temas distintos sobre pessoas "malandras, desonestas". Felizmente este livro também saiu no Brasil, em 2015, sob nome de O Príncipe de Westeros e Outras Histórias pela editora Saída de Emergência. Sua capa é a da imagem ao lado.

A história foca na juventude de príncipe Daemon Targaryen, um personagem bem mal caráter que sonha ser Rei no lugar do seu irmão Viserys I. A história acontece pouco mais de 100 anos antes dos eventos mostrados em As Aventuras de Dunk e Egg e consequentemente, cerca de 200 anos antes de Game of Thrones.


The Princess and The Queen

Como se pode notar pelo título em inglês, este é o único dos 5 contos que até hoje permanece inédito no Brasil. The Princess and The Queen foi publicado em 2013 na antologia Dangerous Women que ainda não chegou por aqui. Embora esta história tenha sido lançada um ano antes de O Príncipe de Westeros, em termos de cronologia ela acontece imediatamente após os eventos do mesmo.

Na trama, acompanhamos a luta da Princesa Rhaenyra para se herdar o trono de seu pai Viserys I, recém falecido. O problema é que para a viúva e Rainha Alicent o novo rei deve ser seu filho Aegon. Desnecessário dizer que Princesa e Rainha entrarão em conflito e daí vem o título deste conto. Westeros entra em guerra civil, e a história traz presente temas que George R. R. Martin escreve tão bem: politicagem, batalhas, intrigas e traições. Ah, e aqui se pode ver os dragões em plena atividade. :)


Encerrado meu texto, passo a palavra para vocês. Conheciam estes contos? Já leram algum deles? Gostaram? Não gostaram? Escreva nos comentários!

quinta-feira, 12 de março de 2015

Morre Terry Pratchett. Vale a pena conhecer seus livros


Definitivamente 2015 não começa bem. Poucas semanas após eu publicar meu primeiro post devido a um falecimento, o de Leonard Nimoy, morreu hoje o escritor inglês Terry Pratchett.

Pratchett, que tinha 66 anos, faleceu devido a complicações de um raro tipo de Alzheimer, que foi diagnosticado nele em 2007. Defensor da eutanásia, parentes e editores afirmam que a morte ocorreu de forma natural, em sua casa.

O escritor é principalmente conhecido pela sua série de livros Discworld, que mistura fantasia medieval com muito humor e inteligentes críticas comportamentais e sociais.

É uma pena que Terry Pratchett não fez muito sucesso entre os brasileiros. A série Discworld, que possui mais de 40 livros, começou a ser publicada pela editora Conrad no início dos anos 2000, e parou sua publicação com o 12º volume: Quando as Bruxas Viajam, em 2008.

Não sei dizer por que a série não "pegou" por aqui... talvez por não ser uma editora grande, ou talvez, porque suas capas não atraíssem o público adulto (veja duas delas no final deste post, e falem pra mim se não concordam). De qualquer forma, em 2015 a editora Bertrand tentou mudar o cenário, retomando as publicações, e trazendo para o Brasil os livros 13 a 15 (respectivamente de nomes Pequenos Deuses, Lordes e Damas e Homens de Armas). Porém, depois de 2017 mais nenhum livro da série voltou a ser publicado por aqui. A obra mais conhecida de Terry Pratchett para os brasileiros acaba sendo Good Omens: Belas Maldições, escrito em conjunto com Neil Gaiman. O título ficou conhecido não pelo livro, mas pelo seriado de mesmo nome, exibido desde 2019 na Amazon Prime. É muito pouco.

Para se ter uma idéia da importância de Terry Pratchett, ele foi o escritor que mais vendeu no Reino Unido na década de 90. E suas vendas sempre foram bem sucedidas por lá. Por exemplo, em 2001 ele só perdeu em vendas para J. K. Rowling, de Harry Potter. Em 2013, seu livro Snuff foi o terceiro que "mais vendeu em sua primeira semana" na história das ilhas britânicas.

Discworld = Senhor dos Anéis + O Guia do Mochileiro das Galáxias

Sobre Discworld, eu disse que são mais de 40 livros? Pois é, são 41. Finalizado em 2014, como o "último esforço" do escritor, o último livro da série se chama The Shepherd's Crown e foi lançado em Agosto de 2015. De acordo com seus herdeiros, mais nenhum trabalho inédito escrito por Pratchett ou continuando sua obra terá autorização para ser publicado.

Não há melhor maneira de descrever esta série como sendo uma mistura de O Guia do Mochileiro das Galáxias com Senhor dos Anéis. É exatamente isto: todo humor irônico, inteligente, e as vezes non-sense de Douglas Adams também aparece nos livros de Discworld... mas ao invés do espaço, estamos em um mundo de fantasia medieval. Vou mais além: ouso dizer que em alguns de seus livros, Pratchett é melhor que Douglas Adams!

O universo fantástico criado por Pratchett é riquíssimo! Cidades, raças, personagens... muita criatividade bem descrita dentro de um mundo que é um disco sustentado por 4 elefantes gigantes, que por sua vez estão em cima de uma tartaruga gigante voadora, que flutua pelo universo (!).

O Discworld

Até hoje, eu li 7 dos 8 primeiros livros da série Discworld. Meus personagens preferidos são: Rincewind - um mago que embora inteligente, é um completo inútil em termos de magia... além de ser bastante atrapalhado; e o Morte. Sim, "o", pois no inglês a Morte é considerada de sexo masculino. O Morte é um personagem sombrio, mal-humorado, QUE SÓ FALA EM LETRAS CAIXA ALTA, e que ao mesmo tempo é bastante curioso em relação à vida humana e a mortalidade. E é uma figuraça, proporcionando situações bastante engraçadas.

Se você gosta de Senhor dos Anéis e de O Guia do Mochileiro das Galáxias, fica a recomendação: você PRECISA conhecer Discworld, não vai se arrepender. Para iniciar sua leitura, sugiro, obviamente... começar pelo começo! Leia os dois primeiros volumes: A Cor da Magia e A Luz Fantástica, pois juntos contam uma única história que acaba tendo a primeira parte no livro um, e o desfecho no livro dois. 

Descanse em paz, Terry Pratchett. E muito obrigado pelos seus ótimos livros! Chegou sua vez de conversar com O Morte; certamente, o diálogo será bastante interessante para vocês dois!

O Volume 1
O Volume 2



Atualização em 24/05/20: acrescentadas novas informações sobre as publicações de Pratchett aqui no Brasil desde a data original do post até agora.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Agatha Christie vai voltar (ou quase). Hercule Poirot vai voltar (este vai mesmo!)

Sophie Hannah, Agatha Christie, e o detetive Hercule Poirot interpretado pelo ator David Suchet

Eis uma notícia bem recente que surpreendentemente ainda não repercutiu no Brasil. Nesta 4ª feira dia 04 de setembro, a editora inglesa Harper Collins anunciou oficialmente que um novo livro de Hercule Poirot irá ser publicado em 2014, a ser escrito pela britânica Sophie Hannah.

De 42 anos, Sophie Hannah também é uma escritora de romances policiais, e atualmente bem conhecida na Inglaterra. Ela será a primeira privilegiada a escrever uma obra 100% inédita de um personagem de Agatha Christie com o aval de seus herdeiros.

Até agora pouco do futuro livro é conhecido. Não se sabe seu nome, nem sua trama. Mas se sabe que a história se passará em 1920, o que colocaria esta narrativa em um período onde Poirot estava no começo de sua carreira como detetive particular (o primeiro livro de Poirot publicado por Agatha Christie - O Misterioso Caso de Styles - foi publicado justamente em 1920).

Não é a primeira tentativa de se “reviver” a grande escritora britânica. Afinal, Agatha Christie (1890 - 1976) só não vendeu mais que Shakespeare e que a Bíblia. Algo tão lucrativo dificilmente ficaria estacionado para sempre.

Vejam que curioso... a primeira pessoa a pensar no seu legado pós-morte foi a própria escritora! Com o advento da 2ª Guerra Mundial, a “Rainha do Crime” resolveu escrever em plena guerra a última história de seus dois principais detetives: Poirot e Miss Marple (o nome dos livros, respectivamente: Cai o Pano e Um Crime Adormecido). Assim, se houvesse alguma fatalidade ela não deixaria seus leitores sem conhecer o desfecho de seus personagens preferidos.

Mas Agatha sobreviveu a guerra, e estes livros ficaram escondidos por décadas, até que então, já com a saúde bastante debilitada Cai o Pano foi publicada em 1975. Meses depois, a autora faleceria, sendo que então em 1976 seria a vez de se publicar Um Crime Adormecido, que se tornaria o primeiro livro póstumo da inglesa.

De certa forma, primeiro e último, já que depois de 1976 o que se viu como lançamentos foram apenas algumas poucas coletâneas de contos – alguns inéditos – publicados anteriormente em outras mídias, como jornais e revistas. Daí surgiram, por exemplo, os livros Os Últimos Casos de Miss Marple (1979), Problem at Pollensa Bay and Other Stories (1991), Enquanto Houver Luz (1997), Poirot e o Mistério da Arca Espanhola & Outras Histórias (1997).

Mas seria só em 1998 que teríamos a primeira tentativa “forte” de ressuscitar a autora. Foram três livros inéditos, referentes a peças de teatro escritas por Agatha Christie e adaptados pelo escritor australiano Charles Osborne. Então vieram: Café Preto (1998), O Visitante Inesperado (1999) e A Teia da Aranha (2000).

De lá pra cá, não houve nada de novo no universo da “Rainha do Crime”. Até hoje. Pois Sophie Hannah terá sua chance de escrever um novo capítulo nesta história. Que ela seja bem sucedida.

PS: para quem quiser um pouco mais de detalhes sobre o novo livro, segue o link:

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ficção científica as vésperas do fim do mundo

Como todos sabem – a menos que você seja muito desinformado – o mundo acabará em breve, no dia 21 de dezembro de 2012. :)

Mas antes que o mundo acabe, faço duas indicações para passar o tempo até lá. São obras de ficção científica que entendo nos fazer refletir sobre o assunto, e por isto irei aproveitar a oportunidade para ler (um livro) e rever (um filme) estas obras para "entrar no clima" deste evento vindouro rs.

A primeira indicação é de um livro que nunca li. Por isto não sei se é bom ou não. Mas promete. E comecei a ler ele ontem.


Se trata de “O Cair da Noite” (“Nightfall” no original), livro escrito a quatro mãos por Isaac Asimov e Robert Silverberg. E que acaba de ser republicado no Brasil, pela editora Arte & Letra (não, não estou recebendo jabá por isto, quem dera).

A premissa é a seguinte. Estamos no planeta Kalgash, onde existem seis sóis e consequentemente, nunca há noite. Então, duas descobertas científicas mudam tudo o que se pensava por lá. Primeiramente, arqueólogos descobrem evidências de que sua civilização vêm constantemente sendo destruída e reconstruída a cada 2 mil anos. Segundo – e talvez ainda mais chocante - astrônomos descobrem que a órbita do planeta não é regular, e que em breve não somente estarão orbitando apenas um sol, como ainda, irão experimentar um eclipse solar total. Pela primeira vez, portanto, eles verão a escuridão.

Querem algo mais relacionado ao fim do mundo que isto? E aparentemente, o pessoal de Kalgash está numa situação bem pior que a nossa. :)

A segunda indicação é sobre um filme clássico. “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, do diretor Stanley Kubrick. Se não é sobre o fim do mundo, é sobre um momento crítico da história da humanidade. E nos questiona o "de onde viemos", "por que viemos".


Para várias pessoas, “2001” é como se fosse “o filme mais chato de todos os tempos”. De fato, é um filme absurdamente lento, difícil de assistir, e difícil de entender.

De minha parte, minha visão sobre este filme de Kubrick nunca foi assim extrema. Considero-o um bom filme, porém, que me frustra – confesso - pelo seu final “confuso” que nunca entendi muito bem.
O que mudou, para eu querer assistí-lo novamente? Bem, em primeiro lugar, eu só o assisti uma vez, e tinha uns 15 anos. Acho que mudei um pouco de lá pra cá. :)

E em segundo lugar, assisti semana passada um ótimo vídeo do crítico Pablo Villaça analisando “2001”. O vídeo é antigo, mas vi só agora. E além de dar aula sobre as técnicas usadas pelo diretor, ele explica o final. Agora, vou assistir o filme novamente e verificar se compartilho de suas conclusões ou não. Para quem se interessar pelo assunto, segue o link para o vídeo do Pablo, publicado em duas partes.


O bacana de “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, é que ele é um bom contraponto ao livro que citei. Afinal, é um filme otimista. Para ele, a humanidade evolui. E ainda vai evoluir bastante antes do fim do mundo. :)

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...