sábado, 12 de outubro de 2013

Crítica - Gravidade (2013)

Título: Gravidade ("Gravity", EUA e Reino Unido, 2013)
Diretor: Alfonso Cuarón
Atores principais: Sandra Bullock, George Clooney
Trailerhttp://www.youtube.com/watch?v=kC3rHl_US4Q
Nota: 9,0


Um filme excepcional, que te lembra do porque precisamos ir aos cinemas

Bastou eu assistir um filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón – Filhos da Esperança, de 2006 – para que eu me tornasse grande fã de seu trabalho. Afinal, cenas tão incríveis e tão longas de ação feitas em tomada única (sem cortes) eu nunca havia visto igual.

Seu filme seguinte, Gravidade, é ainda melhor. Na trama, os astronautas Ryan Stone (Sandra Bullock) e Matt Kowalski (George Clooney) estão fora de seu ônibus espacial, acoplados no telescópio Hubble onde estão instalando nele uma nova atualização. Eis que então eles são golpeados por destroços de outros satélites, que destroem o ônibus e os deixam à deriva no espaço. Agora, eles precisam arrumar um jeito para voltar para casa.

E não é que toda a cena descrita acima é feita sem cortes? São quase 20 minutos ininterruptos, desde que o filme começa, a nave explode e os astronautas estão girando como doidos no espaço como consequência da explosão. Tudo isto feito com um grau inédito de realismo, efeitos especiais e beleza de imagens. É simplesmente fantástico, de cair o queixo. Depois desta cena, caberia a nós reles mortais levantarmos, aplaudirmos, e ir embora muito satisfeitos para casa. Mas felizmente ainda há muito mais filme por vir.

E o que vem a seguir, ouso comparar dizendo ser parecido com o que vimos em Apolo 13 – filme de 1995 do diretor Ron Howard. Porém com uma diferença fundamental: os astronautas estão fora da nave (sem contar que visualmente Gravidade está mil anos luz na frente).

O filme é feito sob o ponto de vista da personagem da Sandra Bullock, uma astronauta em primeira missão de voo. Se alguém ainda não respeitava o trabalho da atriz, agora é o momento. Além dela convencer atuando no correto limiar entre estar assustada/inexperiente com ser uma astronauta capaz e bem treinada, o esforço dela para este filme é louvável: foram horas e horas de filmagens com Bullock pendurada por cordas dentro de um quarto escuro, não vendo absolutamente nada.

Já Clooney – que tem pequena participação e mesmo assim é o único outro ator do filme sem ser a Bullock – está bem como sempre e nos permite os poucos momentos de humor da trama.

Sim, há pouco humor pois o sentimento constante da história é a tensão, o desespero da solidão, ou de morrer a qualquer momento. Gravidade é disparado a experiência mais próxima que se pode ter de como é “caminhar no espaço” sem estar de verdade lá em cima. É este o mérito máximo do filme: a imersão total do telespectador dentro da tela, é como se nós mesmos fôssemos a personagem Ryan Stone e estivéssemos em sua pele vendo o mesmo que ela vê!

Gravidade é um filme bem diferente devido seu alto grau de realismo. Com pouca trilha sonora (no espaço não há som, e isto é simulado), e sem gravidade. Isto é mostrado de maneira forte e impressionante: nunca há um chão. Tudo sempre gira, e nunca sabemos onde é o “cima” e onde é o “embaixo”. Estes conceitos não existem. E isto é mostrado brilhantemente aqui. São tantos giros e falta de referência espacial que entendo ser possível o incômodo de alguns assistindo. Acontece. Mas mesmo para estes imagino que o filme valha a pena.

Gravidade é muito muito bom. Só não leva 10 porque a sua história – repleta de metáforas de nascimento e crescimento – é demasiado simples e um pouco exagerada nos seus acontecimentos. Faltou ao enredo a perfeição dos efeitos visuais. Mas nada que comprometa, claro.

Para finalizar, um alerta: Gravidade é um filme que PRECISA ser visto nos cinemas. Assisti-lo em casa, mesmo que você tenha uma TV de 75 polegadas, não faz sentido pois você perde toda a experiência (3D inclusive) que o filme propõe. Na sua casa, o filme levaria uma nota 7 ou 8 no máximo.

Corra para os cinemas! A obra genial de Alfonso Cuarón precisa ser conhecida. Nota: 9,0.

4 comentários:

Wender.. disse...

Putz.. Só vi a sua recomendação d assistir no cinema agora.. Mas eu assisti em ksa com o som muito alto e achei muito foda o filme..

Ivan disse...

Fico feliz que mesmo não assistindo na "tela grande" do cinema você tenha conseguido aproveitar este filme, que é mesmo excelente. :)

Biblioteca de Dom Febrê disse...

Não assisti gravidade no cinema, eu o assisti numa tv Samsung LCD de 24 polegadas. Baita filme! Me fez lembrar de uma missão do jogo Call Of Duty Ghosts. Além de tenso, achei o filme Gravidade claustrofóbico. Excelente resenha, parceiro!

Ivan disse...

Se você curtiu mesmo via TV, imagina pelo cinema... quem sabe um dia ele volte para as telonas, em algum evento comemorativo. Abraços e obrigado pelos elogios!

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