sábado, 28 de janeiro de 2023

Crítica - Avatar: O Caminho da Água (2022)

TítuloAvatar: O Caminho da Água ("Avatar: The Way of Water", EUA, 2022)
Diretor: James Cameron
Atores principaisSam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Kate Winslet, Cliff Curtis, Joel David Moore, CCH Pounder, Edie Falco, Jemaine Clement, Jamie Flatters, Britain Dalton, Trinity Jo-Li Bliss, Jack Champion, Bailey Bass, Filip Geljo, Duane Evans Jr.
Nota: 7,0

Avatar 2 = Avatar 1 na água + Star Wars

E não é que o diretor James Cameron conseguiu outra vez (e meio que literalmente)? Treze anos depois, com seu Avatar: O Caminho da Água, ele traz para toda uma nova geração de espectadores um filme Avatar de nível e qualidades muito similares ao da obra original de 2009.

Os Na'vi Jake (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldana) estão de volta como protagonistas, em uma continuação que na prática são dois filmes em um (não a toa temos longas 3h e 12min de projeção): o primeiro deles é continuar a história original, onde os humanos voltam para se vingar da derrota, e o outro é repetir a deslumbrante apresentação do mundo de Pandora, porém agora explorando seu universo aquático.

Assim como no filme de 2009, aqui temos uma história bem clichê, com nada de novo ou inspirador. Porém ela funciona, e apesar de suas mais de 3h de duração, o filme não cansa. Contribui para isso que este Avatar 2 tem mais e melhores cenas de ação que seu antecessor.

Ainda sobre o roteiro, Avatar: O Caminho da Água leva vantagem no filme anterior ao desenvolver melhor alguns de seus personagens; por outro lado, também apresenta um número bem maior deles, o que prejudica o desenvolvimento de quem não é protagonista. Aqui a mensagem em defesa da natureza e do anti-imperialismo leva menos tempo na tela, porém, é mais forte. Não é a primeira vez que temos um filme mostrando o quanto é chocante e cruel a caçada de uma baleia (afinal nada em Avatar 2 é original), mas provavelmente é a primeira vez que vemos isto em um filme "pra família", o que deve causar um certo impacto nas pessoas.

E ainda que os efeitos especiais deste Avatar: O Caminho da Água não irão impressionar tanto o público como fizeram com o Avatar de 2009, é notável o quanto eles evoluíram de um filme para o outro, tanto em qualidade quanto em quantidade. Agora os seres alienígenas estão muito mais detalhados e "reais", com muito mais textura de pele, movimentação perfeita. Mas talvez o mais impressionante de tudo, são as cenas aquáticas... cenas na água são muito mais difíceis de serem feitas com perfeição, e Avatar 2 o faz com maestria. Uma realização técnica simplesmente maravilhosa.

Infelizmente, entretanto, nem tudo de Avatar: O Caminho da Água são flores, e há deslizes graves do roteiro que não consigo entender ou perdoar. Por exemplo, se pensarmos na premissa de que a humanidade agora quer colonizar Pandora como sendo o único refúgio possível para nós humanos, isto é incompatível com a (pouca) quantidade de recursos destinados que vemos no filme. Mas nada é pior ou mais sem sentido do que "ressuscitar" o vilão do filme anterior. A desculpa que arrumaram para isso simplesmente não funciona, e empobrece muito roteiro, que já não é brilhante.

A demora de 13 anos para lançar sua continuação tem várias explicações, e uma delas é que Avatar 2 e Avatar 3 foram filmados juntos. Com as filmagens já prontas - mas com a pós-produção, que é bem cara, ainda não finalizada - Avatar 3 só não seria lançado caso Avatar: O Caminho da Água desse prejuízo. E com as bilheterias mundiais já tendo batido a barreira dos 2 bilhões de dólares no momento que posto esse texto, o 3º filme já está garantido (a previsão inclusive é lançar em Dezembro de 2024). Portanto, a dúvida sobre o futuro da franquia Avatar é o que vai acontecer depois do capítulo três... afinal, James Cameron planejou CINCO filmes.

Foi por isso que disse no subtítulo desta crítica que este Avatar 2 é muito Star Wars. Afinal, está bem claro que a franquia se transformará na história de uma família Sully (assim como Star Wars acabou virando a história da família Skywalker), e também é um filme que apresentou para o público sua própria versão do Imperador Palpatine e seu própria versão do Luke Skywalker (e como isso é nojento e preguiçoso, aliás...). Só torço para que o final da franquia de Avatar não seja tão horrível como foi a da franquia que eles resolveram imitar... Nota: 7,0.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Dupla Crítica Filmes Netflix - O Pálido Olho Azul (2022) e Glass Onion: Um Mistério Knives Out (2022)


Estreando as críticas de filmes de 2023, dois filmes recentes sobre intrigas e assassinatos... que não poderiam ser mais diferentes entre si, aliás. Confiram o que achei destas duas produções Netflix repletas de atores famosos:



O Pálido Olho Azul
 (2022)
Diretor: Scott Cooper
Atores principais: Christian Bale, Harry Melling, Simon McBurney, Timothy Spall, Toby Jones, Lucy Boynton, Gillian Anderson

Baseado em um livro de mesmo nome de 2003, escrito por Louis Bayard, O Pálido Olho Azul é uma história de ficção que se passa em uma academia militar estadunidense, em 1830, onde o atualmente decadente e aposentado detetive Augustus Landor (Christian Bale) é chamado para investigar um estranho caso de suicídio. Outros crimes continuam a acontecer no local, e Landor recruta como "assistente" o cadete Edgar Allan Poe (Harry Melling), que demonstra bastante interesse e conhecimento sobre o caso.

Como filme, O Pálido Olho Azul é bem feito. As atuações são sólidas, a fotografia é boa e a trama interessante. Porém, como filme de investigação / detetive, ele não convence, já que poucas pistas são dadas ao espectador. O fato de fazer Edgar Alan Poe como um personagem também traz resultados mistos... se por um lado é um atrativo ver suas esquisitices e poesias, por outro, o fato de o descartarmos de cara como suspeito enfraquece a história... fora de que vê-lo se comportar como um boboca apaixonado é um pouco decepcionante se pensarmos no Poe real.

Ainda assim, em seu desfecho, O Pálido Olho Azul impressiona ao revelar todos os detalhes da trama de maneira muito detalhada, verossímil, e até um pouco surpreendente. Somando altos e baixos, acaba sendo um bom passatempo, ainda que bizarramente me fez lembrar ao mesmo tempo dos filmes O Nome da Rosa (1986) e O Enigma da Pirâmide (1985). Nota: 6,0.



Glass Onion: Um Mistério Knives Out (2022)
Diretor: Rian Johnson
Atores principaisDaniel Craig, Edward Norton, Kate Hudson, Dave Bautista, Janelle Monáe, Kathryn Hahn, Leslie Odom Jr., Jessica Henwick, Madelyn Cline

Sendo o segundo filme da franquia iniciada com o interessante Entre Facas e Segredos (2019), este Glass Onion: Um Mistério Knives Out é um ótimo exemplo de filme cuja propaganda é melhor que o produto. Após gastar uma fortuna para poder fazer 2 novos filmes "Knives Out", a Netflix aproveitou para divulgar bastante seu lançamento e também, além de contratar um elenco estrelado, trazer várias personalidades para pequenos papéis: Hugh Grant, Natasha Lyonne, Kareem Abdul-Jabbar e Serena Williams, dentre outros. E antes do filme chegar no Brasil, vi que a crítica internacional elogiava a produção, dizendo que ela era "certamente" melhor que o filme original. Pois bem: não é.

Deixando claro, Glass Onion: Um Mistério Knives Out é um filme legal, divertido, mas no máximo empata em qualidade com o filme de 2019. Em alguns pontos ele é sim melhor; aqui o enredo é menos confuso, e os personagens são bem melhores desenvolvidos. Porém, como trama de assassinato, o primeiro filme é melhor: lá ficamos realmente em dúvida sobre quem é o culpado o tempo todo; já aqui... sinceramente... nem tem como ter muitas dúvidas.

Mas a maior história desse Glass Onion: Um Mistério Knives Out é que ele tem como um dos personagens principais Miles Bron (Edward Norton), um bilionário do mundo da tecnologia, bastante egocêntrico e que, embora o mundo o considere um "gênio", no fundo ele é bem burro. E o diretor Rian Johnson teve que responder com frequência se isso seria uma analogia a Elon Musk, o que ele negou totalmente. E de fato, eu acredito que o diretor não teve essa intenção. Aliás, Miles Bron me fez me lembrar mais do próprio Rian Johnson que de Elon Musk. Será que Johnson teria a audácia de fazer esta autocrítica?? Jamais, seria o cúmulo da contradição.

Glass Onion: Um Mistério Knives Out, assim como o filme inicial, é interessante para os fãs de livros de detetive. Mas vale mais pelas piadas internas e pelos próprios atores do que pela trama em si. Nota: 6,0.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...