segunda-feira, 20 de abril de 2020

Dupla Crítica Filmes Netflix - O Milagre da Cela 7 (2019) e Coffee & Kareem (2020)


Dois filmes que estrearam recentemente na Netflix brasileira e que estão sendo bastante elogiadas pelos sites de entretenimento. Será que são bons mesmo? Confiram o que eu achei.


O Milagre da Cela 7 (2019)
Diretor: Mehmet Ada Öztekin
Atores principais: Aras Bulut Iynemli, Nisa Sofiya Aksongur, Deniz Baysal, Celile Toyon Uysal, Ilker Aksum, Mesut Akusta

Antes de qualquer outra informação, O Milagre da Cela 7 não é baseado em história real; ele é uma versão de um filme de ficção Sul-coreano de mesmo nome de 2013. Além desta versão Turca e da versão original, há mais duas versões de 2020 deste mesmo filme, um de Brunei e outro da Indonésia.

Em O Milagre da Cela 7, o camponês Memo (Aras Bulut Iynemli) é acusado injustamente da morte de uma criança, que morreu afogada. Sendo a criança a filha de um cruel militar de alta patente, Memo é condenado a morte sem passar por qualquer processo de justiça.

Os primeiros 40 minutos de O Milagre da Cela 7 são de pura tristeza e tormento. Muito difícil de assistir, sequer consegui de assistir tudo de uma vez. Depois deste primeiro ato o filme fica menos "cruel" para quem assiste e melhora consideravelmente, também por acrescentar à trama outros personagens - alguns deles interessantes - que convivem com Memo na prisão.

A história do filme é realmente bonita e emocionante. Ela também dá várias "pequenas lições", como por exemplo, a profundidade do Amor entre pais e filhos, ou ainda a bênção que é ter um filho. Mais ainda, o filme mostra que a bondade, alegria, paz, contaminam quem está ao seu redor: a maneira com que você age influencia o ambiente. Ah, e por falar em paz, o filme também traz algo  que vale a pena ressaltar para nós ocidentais, que são alguns trechos que mostram que no Islamismo a paz e bondade também são pregadas.

O melhor do filme é a atuação de Aras Iynemli, ele rouba a cena e convence como sendo deficiente mental. Por outro lado, O Milagre da Cela 7 peca por ser melodramático demais. A trilha sonora é insuportavelmente melancólica, e o filme, quase sem exceção, é um sofrimento só. Devido a tanta tristeza, a nota que dou para o filme cai consideravelmente. Há várias maneiras de mostrar dor sem ser piegas, e vários personagens do filme mereciam (e deveriam) serem melhor desenvolvidos. Ainda assim se você quer um filme bonito e pra chorar, esse aqui está mais que recomendado! Nota 7,0.


Coffee & Kareem (2020)
Diretor: Michael Dowse
Atores principaisEd Helms, Taraji P. Henson, Terrence Little Gardenhigh

Só assisti esta comédia policial porque estava sendo muito bem recomendada por diversos sites nacionais "rivais". Resolvi acreditar neles... e me decepcionei.

Na história, Coffee (Ed Helms) é um policial fracassado que namora Vanessa "escondido". Porém Kareem, o filho dela, descobre e resolve se vingar... Porém o plano do garoto dá errado e ele passa a ser perseguido por traficantes e policiais corruptos. É então que para salvar suas próprias vidas, Coffee e Kareem se unem para sobreviver.

Eu sinceramente já cansei há anos de ver Ed Helms no mesmo papel sem graça: a do bobalhão inocente. Quando ele ficou famoso sendo o idiota Andy no seriado The Office ele estava de fato engraçado. Mas depois disto, repetir a mesma persona sem parar por quase 15 anos já encheu.

Para piorar, não é só ele que desagrada. O tal Kareem é um personagem negro exageradamente estereotipado e que fala 8 palavrões a cada 5 palavras. E isso durante o filme todo, sem tréguas. Há um ponto, entretanto, em que Coffee & Kareem merece elogios, e é justamente ele que evita que o filme seja uma tragédia: apesar de ser uma comédia policial, o filme surpreende em várias cenas, ao fazer algo totalmente diferente dos clichês do gênero; apesar de vários problemas, o roteiro traz situações novas e isto é muito bom.

Ainda que não seja tão ruim e melhorar progressivamente ao longo da história, Coffee & Kareem não me agradou. Somando prós e contras, é um filme mediano. Nota: 5,0.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Mr. Bean + Dr. House = Blackadder


Saudações, amigos e amigas! Hoje apresento a vocês uma desconhecida e antiga sitcom, que está na minha lista de melhores séries de comédia de todos os tempos! Trata-se de Blackadder, seriado inglês que teve 4 temporadas de 6 episódios/cada; sendo originalmente exibida pelo canal BBC One, entre os anos de 1983 a 1989. Como grande destaque, ela traz como estrelas os atores de Mr. Bean e Dr. House ANTES deles ficarem mundialmente famosos com estes personagens!

Blackadder se trata de uma comédia baseada em momentos históricos da história de Inglaterra. Cada temporada se passa em uma época específica, e com elenco variado. A única constante nas quatro temporadas se trata da dupla composta pelo um protagonista de nome Edmund Blackadder (sempre interpretado por Rowan Atkinson, o eterno Mr. Bean) e um "lacaio" de nome Baldrick (sempre interpretado pelo engraçadíssimo Tony Robinson). Em cada temporada Rowan e Tony interpretam um descendente diferente das famílias Blackadder e Baldrick, respectivamente.

Blackadder não somente trouxe um humor inteligente (e algumas vezes bem idiota rs), ácido e sarcástico, como também contou com um elenco de comediantes britânicos da mais alta qualidade. Dentre seus outros integrantes mais famosos está presente Hugh Laurie (o famoso Dr. House, na 3ª e 4ª temporadas), Stephen Fry (da 2ª à 4ª temporadas), e Tim McInnerny (1ª, 3ª e 4ª temporadas).

A primeira temporada se passa em 1485, na Idade Média britânica, onde Rowan interpreta o Príncipe Edmund (e se intitula "The Black Adder", daí o nome do programa), segundo filho do Rei Richard IV.

A segunda temporada se passa durante o reinado da Rainha Elizabeth I (1558–1603), sendo que Rowan agora interpreta o "Lord Blackadder", um personagem da nobreza, bisneto do Black Adder da primeira temporada. Ele vive em constante disputa com seu rival "Lord Melchett" (Stephen Fry), para ser visto com bons olhos pela rainha.

Já a terceira temporada se passa na Inglaterra durante o reinado de George III, por volta do ano 1900. O país é governado por um idiota Príncipe Regente (interpretado por Hugh Laurie) e Mr. Bean faz o papel do seu mordomo, Edmund Blackadder. Stephen Fry interpreta o Duque de Wellington, que mais uma vez vive brigando com Edmund, atrapalhando seus planos.

Finalmente, a quarta e última temporada se passa no ano de 1917, dentro da Primeira Guerra Mundial. Rowan Atkinson interpreta o Capitão Blackadder, cujo único propósito é fugir de batalhas e se manter vivo. Tony Robinson interpreta o Soldado Baldrick, Hugh Laurie interpreta o Tenente George, e Stephen Fry interpreta o General Melchett.

Notem, pela descrição das temporadas, que a cada encarnação o representante da Família Blackadder se encontra numa situação pior que a do seu antecessor rs, mesmo sendo este personagem geralmente o mais inteligente dentre seu grupo.

Após as 4 temporadas, Blackadder também teve nos anos seguintes mais 3 especiais de TV, todos eles revisitando personagens das temporadas da série.

Não é tão fácil encontrar Blackadder para assistir, mas se você fuçar pela Internet, vai encontrar. Pra quem curte Comédia, História, e quiser ver "Mr. Bean" e "Dr. House" em personagens completamente diferentes, este excelente seriado é imperdível!

terça-feira, 7 de abril de 2020

Dupla Crítica animações - Sonic: O Filme (2020) e Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020)


Mais duas animações para apresentar. E desta vez são novíssimas! Ambas estavam em cartaz nos cinemas antes deles serem fechados pela quarentena. Portanto, dá pra conhecê-los com calma por aqui, e se interessar, assim que eles voltarem a serem apresentados, correr pros cinemas (ou comprá-los via streaming)! Seguem as críticas!


Sonic: O Filme (2020)
Diretor: Jeff Fowler
Atores principais: Ben Schwartz (vozes), Jim Carrey, James Marsden, Tika Sumpter, Natasha Rothwell, Adam Pally, Neal McDonough

Para um filme que tinha tudo pra dar errado, Sonic é surpreendentemente divertido e bom! No começo de 2019, quando as primeiras imagens do filme foram reveladas, uma enxurrada de (justas) críticas vieram do mundo inteiro: estávamos diante de algo muito mais próximo de um "homem-Sonic" do que o Sonic propriamente dito. Então, o desenho do personagem foi totalmente refeito e o filme adiado em alguns meses. O Sonic final ganhou olhos maiores, pêlos mais lisos e coloridos: o resultado ficou aceitável.

Talvez os fãs se decepcionem com o fato de que Sonic é o único personagem animado deste live-action, que se passa no planeta Terra. O filme conta com uma história bem clichê, mas ainda assim que prende a atenção do espectador. E, principalmente: tem vários bons momentos de humor ao longo de todo o filme. Acabei rindo muito mais do que imaginava.

Outra boa notícia em Sonic é a presença de Jim Carrey como o vilão Ivo Robotnik: com um personagem totalmente surtado, o ator pôde se soltar e ser bastante insano, sendo então bastante divertido. Sonic é um filme apenas legal, que mostra pouco do universo da sua franquia, mas ainda assim me divertiu e é muito acima de qualquer expectativa após sua terrível produção inicial. E a melhor notícia talvez seja o "gancho" no pós-créditos: se tivermos um Sonic 2, ele estará certamente acompanhado da raposa Tails. Nota: 6,0.


Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020)
Diretor: Dan Scanlon
Atores principais (vozes): Tom Holland, Chris Pratt, Julia Louis-Dreyfus, and Octavia Spencer, Mel Rodriguez, Kyle Bornheimer

Depois de 3 anos sem um filme "original", apenas continuações, a Pixar voltou com um título novo. Em Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica temos um mundo cheio de seres de fantasia, como elfos, centauros, fadas, ciclopes... mas que abandonaram a mágica séculos atrás e passaram a confiar apenas na tecnologia - como nós - tendo luz elétrica, carros, aviões, etc.

Já a história é sobre dois irmãos adolescentes, os elfos Ian e Barley, que perderam o pai quando eram muito crianças e mal se lembram dele. Até que através de um artefato mágico eles têm a chance de "ressuscitar" o pai por um dia. O problema é que para o artefato funcionar eles precisam correr contra o tempo para encontrar uma pedra que sirva como "combustível", e temos então um road movie.

A trama é bastante emocionante em termos de amor em família e amor entre irmãos: confesso que não consegui segurar algumas lágrimas enquanto assistia. Porém, tirando este "alto" do filme, o restante da história não empolga. A aventura não é forte nem original em cenas de ação, tenta fazer piadas mas pouco faz rir, e o mais decepcionante... não consegue usufruir do universo criado para o filme.

Ainda assim, é um filme bom o suficiente para passar o tempo e tirar os lenços da gaveta. Um dos filmes mais fracos da Pixar, mas que ainda diverte. Nota: 5,0

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Publicação 400: 15 recomendações de filmes pré-Cinema Vírgula

É com muita satisfação que chego a 400 publicações no meu blog! O Cinema Vírgula começou ha 8 anos atrás, em Janeiro de 2012, e até hoje segue firme e forte, como um prego na areia! rs

Muitas pessoas me pedem para indicar filmes, então em agradecimento optei por montar uma lista com filmes que recomendo. Como alguns podem ter percebido, aqui no Cinema Vírgula eu só faço críticas de filmes que são lançamentos; desta maneira os filmes anteriores ao meu blog nunca tiveram seu espaço...

... Mas isto muda agora! A minha lista abaixo (por ordem alfabética de nome), traz 15 filmes que gosto muito e que foram lançados em até 15 anos antes do Cinema Vírgula nascer, ou seja, entre 1997 a 2011. Vamos então a esta lista "incomum" (rs) e bem variada!


Bastardos Inglórios (2009)
Eu adoro os filmes do Quentin Tarantino e então um deles tinha que estar na lista. E este em específico entra no meu Top 3 deste diretor. Seu filme sobre a Segunda Guerra Mundial é provavelmente o mais engraçado dentre todos que ele já fez, e conta com atuações e personagens muito marcantes. De quebra, o filme apresentou o ator Christoph Waltz para o mundo, graças a seu fantástico e inesquecível coronel nazista Hans Landa.


Boa Noite, e Boa Sorte (2005)
Para quem gosta de política, e/ou história, e/ou jornalismo, este filme é imperdível. Baseado em uma história real dos anos 50, o filme mostra tudo relacionado à importante transmissão exibida pela CBS do jornalista Edward R. Murrow entrevistando o então senador Joseph McCarthy, o principal líder do "caça-as-bruxas contra o comunismo".
O filme traz os bastidores do "antes" e do "depois" da famosa transmissão, e a própria entrevista (incluindo cenas da transmissão real). Como bônus, o filme é em branco-e-preto com uma fotografia maravilhosa, e ainda traz inserções de comerciais de TV reais da época... é cada coisa absurda que anunciavam...


Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (2004)
Esta caótica e surpreendente história, cheia de reviravoltas, mistura romance, drama e ficção científica. A trama acompanha Joel (Jim Carrey), que contratou uma empresa para apagar algumas de suas memórias, e agora começa a ficar perturbado e curioso a respeito do que foi removido.
O filme traz os protagonistas principais Carey e Kate Winslet com atuações espetaculares, além de também proporcionar uma fotografia belíssima e colorida. E, algo que me cativou bastante, é que apesar de todo caos e desespero, o filme consegue ser uma belíssima (e até inocente) história de amor.


A Bruxa de Blair (1999)
Não sou fã de filmes de terror, mas este aqui eu gosto... e muito. Sendo uma produção praticamente caseira (com orçamento de ridículos US$ 60.000), A Bruxa de Blair causou frisson no mundo do cinema devido ao boato de que suas imagens eram mesmo reais, ou seja, que eram as últimas imagens de pessoas que haviam desaparecido/morrido de verdade. Tudo mentirinha... era tudo atuação, mas a "propaganda" foi muito bem feita, com os atores propositalmente se escondendo do público por meses após a exibição nos cinemas.
Filmado em branco e preto por câmeras "na mão", o filme não é fácil de assistir, principalmente em seu primeiro terço, onde basicamente só temos entrevistas desinteressantes. Por isto mesmo a maioria das pessoas que conheço NÃO gosta do filme. Porém conforme a história vai se aproximando do final, o clima de tensão e desespero é  marcante e assustador. Sempre falo que os últimos 5 minutos deste filme foram uma das experiências mais fortes de tensão que já tive nos cinemas.


Corra Lola, Corra (1998)
Filme alemão, pouco conhecido, mas que me divertiu muito. A história do filme é basicamente a seguinte: Lola (Franka Potente) precisa ir correndo do local A para o local B em 30 minutos, caso contrário seu namorado morre. Parece chato? Pois é... mas o bacana é COMO esta história é contada.
Primeiro, o filme é contado em "tempo real", com Lola literalmente correndo pelas ruas sob músicas eletrônicas bem bacanas e agitadas. Mas - você pode perguntar - se o filme é em tempo real ele só tem 30 minutos? É nisto que está a genialidade do filme: são 3 versões de 30 minutos da mesma história! Dependendo das decisões que Lola toma em cada uma das versões, vemos consequências diferentes acontecendo... e estas mudanças incluem os personagens com que Lola interage: em uma das versões você julga que um personagem é de um jeito, mas nas outras, você vê que é completamente diferente do esperado. Um tapa na cara de quem julga apenas pela aparência. Genial!


Os Excêntricos Tenenbaums (2001)
Wes Anderson é outro de meus diretores favoritos (aliás, você já leu este meu post de 2014, onde listei meus diretores preferidos naquele momento?), e portanto tem que estar nesta lista também. Não é "o" meu filme preferido dele, porém é o que lhe tornou famoso, e também é bom!
Como sempre nos filmes de Wes, ele conta com uma enorme quantidade de atores e atrizes famosos - vários deles comediantes - e com uma fotografia e enquadramento de imagem bem peculiares. Basicamente aqui temos uma boa comédia, que é história de uma família bastante esquisita e disfuncional... até que eles precisam se unir para superar uma crise. Cada personagem é bastante "esquisito e perturbado", e chega a ser bonito e comovente ver que mesmo dentro de tanta falta de contato e normalidade, quando o problema é realmente grave, os familiares conseguem se ajudar entre eles.


Filhos da Esperança (2006)
Muito antes de Alfonso Cuarón ficar mundialmente famoso com os espetaculares planos-sequência de Gravidade (2013), e receber merecidamente vários Oscars por isto, ele fez este brilhante Filhos da Esperança.
Aqui temos uma ficção-científica pós apocalíptica bem pessimista, onde todas as mulheres humanas, por motivo desconhecido, pararam de gerar filhos. A história do filme é boa, vale a pena ser assistida, mas não é espetacular.... O que se destaca mesmo são 3 grandes planos-sequência de ação, que são incríveis, dignos de aplaudir em pé. Depois deste filme tivemos vários filmes premiadíssimos abusando de planos sequencia, como por exemplo o próprio Gravidade, Birdman e 1917. Mas na minha modesta opinião, esta tão bem vinda e recente "modinha" começou aqui.


Fonte da Vida (2006)
Para mim é a obra máxima do ótimo Darren Aronofsky, e um filme que entra no meu top 10 da vida. Com poucos minutos de filme o espectador já ficará boquiaberto com as belíssimas e coloridas imagens, seja do espaço, ou de praias e florestas. Porém a história de Fonte de Vida consegue a façanha de ser ainda melhor que seu visual.
A trama traz 3 histórias em paralelo, em 3 épocas bem distantes no tempo: uma no tempo das grandes navegações, outra no tempo "presente", e outra em um futuro distante, no espaço sideral. Todas as histórias têm em comum a busca por encontrar a vida eterna, no caso através de uma árvore "mágica" que aparenta dar esta propriedade à quem consumi-la.
Se prepare para uma emocionante e tensa jornada que discute nossa mortalidade e o sentido da vida como um todo.


O Grande Truque (2006)
Esqueçam a trilogia Batman, o filme A Origem, ou mesmo o filme Interestelar: pois de todos os filmes até agora de Christopher Nolan, este aqui é certamente o melhor, sua obra-prima.
A história, que se passa na Londres de 1890, mostra uma doente disputa entre o Wolverine e o Batman... ou melhor, entre dois famosos mágicos: Robert (Hugh Jackman) e Alfred (Christian Bale). A rivalidade entre eles vai além do mundo profissional, chegando até a questões familiares.
O Grande Truque mistura drama e ficção cientifica com alguns poucos fatos reais, traz muita coisa interessante sobre o "mundo dos mágicos", chegando por exemplo a revelar como é feito alguns de seus truques. Contando com uma fotografia espetacular, e algumas reviravoltas simplesmente estarrecedoras, o roteiro é simplesmente genial, mas não posso contar o porquê aqui para não dar spoilers rs.


Herói (2002)
Desde 2001, quando O Tigre e o Dragão (2000) surpreendeu e levou nada menos que 10 indicações ao Oscar, os filmes chineses de artes marciais - cujos personagens são especiais e podem inclusive voar em curtas distâncias - passaram a ser conhecidos no Ocidente, principalmente na primeira década deste século. De todos os filmes do gênero que chegaram até nós, o que mais gostei foi esse Herói.
Herói conta uma história ocorrida na China ha quase 2000 anos atrás. Nela, o guerreiro Sem Nome (Jet Li) solicita uma audiência com o Rei da província de Qin, para informá-lo que ele conseguiu matar os assassinos Broken Sword, Flying Snow e Moon, trio que recentemente tentou assassinar o governante e estava foragido. Curioso, mas ainda incrédulo, o Rei permite que Sem Nome se aproxime e lhe conte sua história. O filme então passa a ser, portanto, a narrativa de Sem Nome explicando cada um dos três duelos fatais.
Herói traz fotografia e coreografia nas batalhas superiores a O Tigre e o Dragão, mesmo sendo uma produção mais "barata", com menos cenários e tomadas mais fechadas. Belíssimo! E ainda, de quebra, traz um desfecho muito surpreendente.


Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo (2003)
Ainda que tenha recebido merecidas 10 indicações ao Oscar (pois é um filmaço), Mestre dos Mares é um grande injustiçado no sentido que é pouco conhecido pelo grande público. A história é focada em personagens da marinha britânica, e ambientado durante as Guerras Napoleônicas: trata-se de uma mistura de 3 livros (de uma coleção total de 20 volumes) do escritor Patrick O'Brian.
É justamente esta mescla de aventuras que faz Mestre dos Mares ser tão único: o filme mistura cenas que envolvem batalhas navais, discussões políticas, exploração em ilhas... um monte de assuntos diversos que ainda assim andam juntos de maneira bem coesa e divertida.
Contando com os atores Russell Crowe e Paul Bettany em atuações muito boas, o filme possui bela fotografia, ótima trilha sonora, e pra quem gosta de filmes de "piratas" (embora não haja piratas aqui) e/ou filmes de História, Mestre dos Mares é uma excelente pedida!


Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)
Sabe aquela lista dos meus diretores favoritos, que já citei anteriormente? Pois os Irmãos Coen também fazem parte dela, e por isto, precisavam ter um filme deles nesta lista também. Indicado a 8 Oscars (inclusive ao de Melhor Filme, que venceu), Onde os Fracos Não Têm Vez foi o filme que apresentou efetivamente o ator espanhol Javier Bardem para Hollywood, com seu assustador e inesquecível personagem, o assassino Anton Chigurh.
Como todo filme dos irmãos Coen, este é repleto de ironias, sarcasmo e violência. A história de Onde os Fracos Não Têm Vez traz o cidadão "comum" Llewelyn (Josh Brolin) sendo perseguido por um assassino profissional de alto nível. O mais bacana deste filme é que ele consegue te colocar na pele de Llewelyn... é como você estivesse fugindo ao lado dele o tempo todo, com grande realismo! Muito impressionante!
Ah, um alerta para o público feminino: até hoje não conheci nenhuma mulher que tenha gostado deste filme. Fica o desafio pra vocês, meninas, quebrarem esta barreira. Ou não rs.


A Vila (2004)
Certamente A Vila não é o melhor filme de M. Night Shyamalan, mas eu gosto bastante dele por dois motivos: primeiro porque ele quebra a fórmula padrão deste diretor, fazendo a "grande revelação bombástica" da trama não no final do filme, mas em seu meio. E segundo porque eu acho que a história entre os personagens principais Ivy (Bryce Dallas Howard) e Lucius (Joaquin Phoenix) é tão ingênua e inocente (no bom sentido) e heróica, que acabo me comovendo.
A Vila não agradou em nada a crítica especializada, mas se você não tem coração de pedra, recomendo dar uma chance para ele.


Wall-E (2008)
Ahhhhh os filmes maravilhosos da Pixar, em uma época que ela ainda não havia sido contaminada pela Disney... Wall-E é realmente especial. Principalmente pela sua coragem em ter sua primeira metade inteira sem nenhum diálogo! E isto não é ruim não... é genial!!
Apenas com gestos e olhares (nem precisando do resto do rosto, já que o protogonista Wall-E só tem olhos e mais nada), o filme consegue contar sua história inicial de maneira brilhante, comovente, com muita sensibilidade. É como se tivéssemos os melhores momentos dos filmes de Charlie Chaplin trazidos pra cá. Maravilhoso!
Em sua segunda metade, Wall-E começa a interagir com humanos e com isto aparecem os diálogos... o filme cai de qualidade mas ainda assim permanece acima da média, e traz importantes alertas sobre ecologia e sociedade.


Zatoichi (2003)
Mais um filme oriental de artes marciais, porém este aqui é Japonês. Zatoichi é um personagem famoso na cultura pop japonesa, criado na década de 60, e desde então já protagonizou dezenas de filmes e algumas séries de TV. E o ápice artístico deste personagem é atingido neste espetacular filme de Takeshi Kitano, que por este trabalho venceu o Leão de Ouro do Festival de Veneza como diretor.
Lembram do filme Kill Bill, que aliás eu adoro? Pois Zatoichi chega a ser melhor, embora com abordagem diferente. O filme também mistura bastante humor com violência, mas também faz brincadeiras com a trilha sonora, incorporando sons ambientes em música e dança.
O personagem principal, Zatoichi, é um massagista cego que por sua vez é secretamente um espadachim do mais alto nível. Aqui ele já está velho, aposentado... porém ao chegar em um vilarejo devastado por duas gangues em conflito, ele resolver ajudar a indefesa população. Excelente pedida para quem gosta de artes marciais e filmes mais "artísticos".

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...