sábado, 30 de dezembro de 2017

3 séries estreantes da Netflix que recomendo


Como último post deste ano aqui no Cinema Vírgula, seguem 3 séries que estrearam na Netflix em 2017 e que gostei bastante. São 3 títulos que me surpreenderam positivamente, e então levam minha recomendação. Tem para todos os gostos: ficção científica, comédia e terror. E o melhor de tudo, TODAS elas já foram renovadas para uma 2a temporada!

Sem mais delongas, vamos a uma breve descrição de cada uma delas.


Marte (2016)
Primeira Temporada: 6 episódios de 46 min

Produzida pela National Geographic, Marte é metade ficção e metade documentário. Há uma dramatização, sendo contada no futuro, onde vemos os primeiros humanos chegando no Planeta Vermelho para colonizá-lo. E ao mesmo tempo, nos tempos atuais, cientistas e personalidades relacionadas com o assunto (como por exemplo Elon Musk, Neil deGrasse Tyson, Peter Diamandis, etc) nos contam o que já foi feito até agora, e quais serão os grandes desafios para chegarmos em Marte e vivermos por lá.

As cenas de ficção e documentário se intercalam de maneira bem interessante: temos uma cena da ficção com atores, mostrando algum acontecimento em Marte do futuro (entre 2033 e 2037), e em seguida as pessoas reais de hoje (2016) especulam exatamente sobre o tema que foi mostrado.

Eu sempre soube que viajar para Marte seria difícil, mas não imaginava que era tão difícil assim. Para quem gosta de viagens no espaço, astronomia, ou simplesmente quer ficar um expert no assunto "colonização de Marte", este seriado Marte é obrigatório!

A segunda temporada de Marte está confirmada para 2018 (pelo menos na Nat Geo dos EUA) com mais 6 novos episódios.



Santa Clarita Diet (2017)
Primeira Temporada: 10 episódios de 28 min

Confesso que Santa Clarita Diet é uma das maiores surpresas positivas que tive em 2017. O que em um primeiro momento parece ser mais uma comédia pastelão, acaba sendo na verdade uma história bem criativa e inovadora.

Na trama, acompanhamos o dia a dia da família Hammond. Joel (Timothy Olyphant) e Sheila (Drew Barrymore) são um casal de corretores de imóveis que vivem em relativa felicidade e tranquilidade. Até que um dia Sheila começa a vomitar, vomitar, até... morrer! Ou quase. Pois ela se tornou uma espécie de zumbi. Externamente ela é exatamente igual a uma pessoa viva. Mas por dentro... seu coração não bate, ela não sente mais dor, e... passa a só conseguir se alimentar de carne humana. Não é nada fácil saber que de uma hora para outra você precisa começar a matar pessoas - melhor que não sejam inocentes, aliás - e esconder tudo para não ser preso. São as enormes trapalhadas do casal para resolver estes problemas que dão o humor à série.

Santa Clarita Diet não é para qualquer público. O humor negro, e muito politicamente incorreto pode desagradar, isto sem falar das cenas com pedaços de corpo humano. Embora sejam feitas de maneira leve e humorada, ainda assim podem chocar alguns.

Mas eu me diverti muito com Santa Clarita Diet. A história traz uma surpresa atrás da outra, e tira bastante sarro - com sucesso - dos contos de terror e zumbis. Além disto o quarteto de atores principais (Timothy Olyphant, Drew Barrymore, Liv Hewson e Skyler Gisondo) estão todos excelentes. Timothy Olyphant aliás, é engraçadíssimo!

Santa Clarita Diet voltará em 2018 com mais 10 novos episódios.



Castlevania (2017)
Primeira Temporada: 4 episódios de 23 min

Baseado na história do jogo Castlevania III: Dracula's Curse (do saudoso console NES) a trama deste Castlevania se passa em 1475 e mostra um Drácula repleto de poderes mágicos disposto a exterminar a humanidade após os habitantes de Wallachia (Romênia) queimarem sua esposa humana por bruxaria (aliás, ela não era bruxa, e sim cientista). Eventos diversos acabam levando o matador de monstros Trevor Belmont a ajudar na defesa da cidade de Gresit - uma cidade vizinha - contra os ataques dos monstros e demônios aliados do famoso vampirão.

Com uma ambientação de terror bem construída, a animação de Castlevania tem traços que remetem bastante aos animes de ação/terror modernos e trazem boas cenas de ação. A trama é bem construída e interessante, e é roteirizada por um dos meus escritores de HQs preferidos da atualidade, o britânico Warren Ellis.

Como único "defeito" até agora, a curta primeira temporada desta ótima animação basicamente só serve para introduzir os personagens principais. Certamente, ainda há muito o que ser contado em Castlevania, e a segunda temporada está prevista para voltar em 2018 com mais 8 novos episódios.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Dupla Crítica: Carros 3 (2017) e Terra Selvagem (2017)


O ano está acabando, mas ainda dá tempo de postar mais algumas críticas de filmes que estrearam no Brasil há alguns meses atrás: um é o único lançamento da Pixar por aqui em 2017 (já que o bastante elogiado Viva - A Vida é Uma Festa, que já estreou em diversos países, só chega pra nós em Janeiro de 2018); e o outro é um drama bastante elogiado pela crítica mas que foi praticamente ignorado pelo público. Vamos a eles!


Carros 3 (2017)
Diretor: Brian Fee
Atores principais (vozes): Owen Wilson, Cristela Alonzo, Chris Cooper, Nathan Fillion

Após a fraca continuação de 2011, com Carros 2, a Disney não quis largar o osso e lançou mais uma continuação desta franquia. A boa notícia é que ao invés da história sem sentido do filme anterior, aqui pelo menos voltamos a ter uma história a ser contada. A má notícia é que a mesma poderia ser contada com metade do tempo de projeção. Há muita enrolação em Carros 3.

Na história da vez, o carro Relâmpago McQueen começa a ficar velho e perder corridas, sendo superado pelo novato Jackson Storm. Não querendo se aposentar, McQueen tenta voltar a ser o número um através de novas maneiras de treinamento.

Carros 3 foca bastante no tema "envelhecer", e mostra de maneira bonita a jornada de Relâmpago para aceitar isto. Entretanto o dilema principal fica perdido em meio de várias cenas sem sentido - como uma "luta/corrida de carros na lama" - além de vários clichês sobre treinamento. O filme também faz várias referências aos primórdios das corridas de carros nos EUA, como por exemplo, a corrida noturna e a corrida na praia. Porém não somos informados de que estamos diante de homenagens a eventos do passado. Imagino que um estadunidense médio consiga perceber as referências, mas nós brasileiros não conseguimos. Desta maneira, Carros 3 é o filme menos universal da Pixar.

Contando com um trailer bem "tenso" (com Relâmpago McQueen se acidentando gravemente), chega a ser até irônico ver um que um filme que se promoveu usando imagens "preocupantes" tenha um final tão absurdamente feliz onde tudo dá absurdamente certo. Mas não confunda felicidade com humor. O filme praticamente não tem piadas, o que é surpreendente para um desenho que também tem que agradar o público infantil.

Comparando com o filme anterior, Carros 3 tem uma história principal melhor e mais digna, porém é um filme pior executado. Na média, eles empatam. Nota: 5,0.


Terra Selvagem (2017)
Diretor: Taylor Sheridan
Atores principais: Jeremy Renner, Elizabeth Olsen, Graham Greene, Julia Jones

Depois de roteirizar os bem sucedidos Sicario: Terra de Ninguém (2015) e A Qualquer Custo (2016), Taylor Sheridan roteiriza e agora também dirige outro contemplativo thriller policial.

A história, baseada em fatos reais, mostra a investigação da agente do FBI Jane (Elizabeth Olsen), ajudada pelo caçador Cory (Jeremy Renner), sobre o assassinato de uma jovem indígena na árida e gelada Wyoming.

Assim como nos outros dois filmes citados acima, a história foca bastante no sentimento de seus protagonistas, traz algumas surpresas chocantes, e tem um tom bem melancólico, pessimista. Apesar de não contarmos com boas atuações, o drama dos personagens comove e chama a atenção do espectador.

Wind River - nome original do filme em inglês - é também o nome da reserva indígena onde a história se passa. E é muito triste constatar que a história mostrada é algo comum na vida real. Porém, ao mostrar muito pouco do mundo indígena na trama, entendo que a denúncia que Terra Selvagem quer fazer perde infelizmente um pouco de sua força.

Contando com uma fotografia muito boa, que nos faz sentir o gelado isolamento das terras do norte dos EUA, Terra Selvagem é um dos melhores filmes policiais do ano, ainda que não deva agradar todos os tipos de público devido a falta de ação e o ritmo lento. Nota: 7,0.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Crítica - Star Wars: Os Últimos Jedi (2017)

TítuloStar Wars: Os Últimos Jedi ("Star Wars: The Last Jedi", EUA, 2017)
Diretor: Rian Johnson
Atores principaisDaisy Ridley, Adam Driver, Mark Hamill, Carrie Fisher, John Boyega, Oscar Isaac, Andy Serkis, Domhnall Gleeson
Saga enfim avança para lugares inexplorados

Mesmo tendo sido sucesso de crítica, uma reclamação comum sobre o filme anterior - Star Wars: O Despertar da Força - era que o mesmo não trazia nada de novo à trama; ele era basicamente um reboot do filme inicial Star Wars - Uma Nova Esperança (1977). A ótima notícia é que em seu novo capítulo a saga recebe uma história totalmente nova, sem seguir a estrutura dos 7 filmes anteriores, e finalmente traz rumos inéditos à franquia. Em contrapartida, Star Wars: Os Últimos Jedi é inferior ao filme de dois anos atrás.

Na história deste Episódio VIII temos uma continuação direta dos eventos do filme anterior. Enquanto Rey (Daisy Ridley) tenta convencer o recluso Luke Skywalker (Mark Hamill) a entrar na guerra ajudando a Resistência, ao mesmo tempo a Primeira Ordem dos vilões Kylo Ren (Adam Driver) e Snoke (Andy Serkis) descobriu a localização da base dos heróis e se prepara para realizar o ataque final.

Sendo um filme bastante irregular, a única maneira que encontrei para analisar Star Wars: Os Últimos Jedi foi separando seus prós e contras.

Em primeiro lugar, Star Wars: Os Últimos Jedi é um bom filme, e certamente irá agradar a maioria do público, independente da idade, e não importando se são fanáticos pela saga ou espectadores casuais.

Como destaque, Star Wars: Os Últimos Jedi traz as melhores imagens de toda a franquia; principalmente as batalhas espaciais são visualmente espetaculares. E não me refiro apenas em termos de ação, mas também do enquadramento, da "paisagem"... qualquer segundo destas cenas poderia ser "congelado" e virar um poster sensacional.

Outra grande ponto positivo é que o roteiro traz uma estrutura inédita, e uma trama com várias reviravoltas e surpresas. A mitologia sobre a "religião" Jedi é expandida e traz até algumas explicações, para a alegria dos fãs. Há também um bacana contraponto entre "jovens" e "velhos". Para uma franquia dita como sem profundidade, o roteiro é bem maduro em temas.

Em termos de desenvolvimento de personagens, o que nos é apresentado sobre os "portadores da Força" Luke, Kylo Ren e Rey é o ponto mais alto de Star Wars: Os Últimos Jedi. É bacana ver que os três possuem seus defeitos, seus conflitos, e continuam em busca da evolução. E mais ainda, é muito interessante como os três se interagem entre eles.

Por outro lado, além do trio citado no parágrafo anterior, apenas Poe Dameron (Oscar Isaac) ganha um desenvolvimento decente. Contando com um número exagerado de personagens e aparições especiais, todos os outros personagens não aprendem nada, nem contribuem com qualquer coisa da trama.

O pior do roteiro é a trama paralela envolvendo Finn (John Boyega). Nela é inserida o personagem DJ (interpretado por Benicio Del Toro, cuja única explicação de estar no filme é ser "amigão" do diretor ou de algum produtor), a personagem Rose (interpretada por Kelly Marie Tran, apenas para ter um asiático no filme), e traz também em pequenas aparições Maz Kanata (Lupita Nyong'o) e a Capitã Phasma (Gwendoline Christie). Depois desta dupla de boas atrizes ser praticamente ignoradas no filme anterior, com este mesmo tratamento dado à elas aqui, agora fica claro que elas foram contratadas apenas para emprestar o nome à franquia e mais nada. Ah, e além de ser inútil, a trama paralela conduzida por Finn exagera no CGI, e me lembrou instantaneamente dos piores momentos do Star Wars: Episódio I (1999).

Outro ponto frustrante são as piadinhas fora de hora e os "animaizinhos fofinhos pra vender bonequinhos". George Lucas já cometeu este erro em Star Wars: Episódio I mas a dona Disney nem se incomodou em repetir o que já foi bastante criticado no passado. Oras, o que vale é vender milhões de brinquedos dos Porgs, e não a qualidade do filme.

E se Star Wars: Os Últimos Jedi merece muitos elogios por esquecer do passado e pensar em uma nova história futura, os acontecimentos deste filme acabam por tornar "obrigatórias" as respostas para algumas perguntas. Afinal, quem é Snoke e porque não ouvimos falar dele nas duas trilogias anteriores? Ou ainda, como a Resistência pode estar ainda mais fraca neste ponto da história (após derrotar Vader e o Imperador) do que era quando ambos eram vivos? Tudo indica que estas respostas, infelizmente, nunca virão.

Além das perguntas não respondidas, há uma que foi respondida de maneira inconsistente. Me desculpem, mas a revelação sobre quem são os pais da Rey seria uma ótima sacada SE não entrasse em contradição com várias "dicas" sobre o assunto no filme anterior. E o pior, o diretor Rian Johnson (que também foi o roteirista do filme) declarou nesta semana que esta resposta pode "mudar" no futuro... o que pra mim estragaria ainda mais a história.

Finalmente, Star Wars: Os Últimos Jedi também tem problemas sérios de ritmo, principalmente por exibir dois finais para a história apresentada.

Somando prós e contras Star Wars: Os Últimos Jedi tem qualidades suficientes para entreter e agradar a maioria do público. Se por um lado traz um roteiro mais corajoso e maduro, por outro perde em emoção e apresenta um número considerável de falhas. Nota: 6,0.


PS: o que menos gostei do filme foi a cena final, em que simplesmente é dito na cara dura para nós, espectadores, que a história de Star Wars nunca vai terminar. Ou seja, a quantidade de filmes para a franquia é potencialmente infinita.

PS2: entre as pessoas que não gostaram do filme, uma das maiores críticas se referem ao comportamento do Luke. Na minha opinião, o Luke de Star Wars 8 tem um comportamento crível, e sua jornada (de ser uma pessoa "quebrada" mesmo quando todos esperavam que ele fosse um mestre fodão perfeito) é bastante corajosa e interessante. Não tenho nada a reclamar deste Luke DESDE QUE ele continue a orientar a Rey no próximo filme. Mas mesmo se isto acontecer, também não seria nenhuma tragédia, apenas teríamos mais um pequeno furo de roteiro.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Você sabia? O Brasil vive atualmente seu grande Boom de Jogos de Tabuleiros Modernos


Quando você ouve falar de jogos de tabuleiro, você pensa em quê? Banco Imobiliário? Pois ele é um plágio do jogo Monopoly, de 1933 (e que por sua vez é plágio de um jogo de 1903). Detetive? É um plágio do jogo Clue, de 1949. Ou que tal o famoso War? Plágio do jogo Risk, de 1959. Ah, o Jogo da Vida não pode ser mais antigo que estes. Acertou! Mas ele é de 1960.

A verdade é que os jogos de tabuleiro evoluíram muito, e se o que você conhece deles se limita aos jogos acima é como você só conhecesse até hoje jogos do Atari 2600 em plena época de Playstation 4 e Xbox One.

O início deste novo crescimento de jogos de tabuleiro no mundo começou na década de 1990, na Europa, principalmente na Alemanha. Com o passar do tempo a "nova mania" atravessou o Atlântico e também faz muito sucesso nos EUA. O site referência de jogos de tabuleiro no mundo é o Board Game Geek ( https://boardgamegeek.com ), que já possui mais de 95 mil jogos cadastrados!!

Já nosso querido país começou a aumentar de maneira relevante o número de jogadores e consumidores de jogos modernos há alguns poucos anos. E este ano de 2017 é o ano do grande Boom por aqui. Querem números? Só em 2017 já foram lançados 205 novos jogos no Brasil! E o número de editoras também não pára de crescer. Esqueçam a Grow e a Estrela. Os tais jogos modernos estão sendo lançados por dezenas de novas empresas, dentre as principais (atualmente): Galápagos, Devir, Mandala, RedBox, Conclave, FunBox e Ludofy.

Nós também temos nosso site-referência do tema, a Ludopedia ( https://ludopedia.com.br/ ), com mais de 15 mil jogos cadastrados e 40 mil usuários!

E afinal de contas, qual a diferença entre os jogos "modernos" e os jogos antigos? Por que eles são uma evolução? Segue uma lista com os principais pontos:

  • Não costuma haver eliminação de jogadores; todos mantém-se com chance de vencer, mesmo que pequena, até o final do jogo (lembra quando você foi eliminado em minutos do War e ficou abandonado apenas assistindo seus amigos jogarem por mais algumas horas?).
  • Os jogos possuem mecânicas bem melhores estudadas, com o objetivo de deixar o jogo sempre balanceado e divertido. Além disto, costumam ter um baixo downtime (tempo em que os jogadores esperam o outro fazer sua ação).
  • Baixa sorte: sim, ainda existem jogos "modernos" que se baseiam apenas em sorte. Mas a maioria deles (mesmo os que envolvem lançar dados) se preocupam em dar ao jogador um verdadeiro controle de suas ações (jogos como Jogo da Vida onde você apenas gira a roleta esperando pela sorte e mais nada são inaceitáveis).
  • A produção é cada vez mais caprichada. Muitos jogos possuem peças de madeiras, dados customizados, e imagens em cartas e/ou tabuleiro que são verdadeiras obras de arte. Alguns jogos focam em miniaturas tão perfeitas que chegam a custar mais de R$ 400,00!
  • Temática: nunca os temas foram tão variados como agora. História antiga, medieval, fantasia, ficção científica, e centenas de franquias de TV, filmes e videogames são explorados com muito mais qualidade. A sensação de "estar dentro do jogo" passa a ser possível.
Encerrando a matéria, apresento 6 jogos modernos bem famosos, ordenados por ano de lançamento mundial.

Colonizadores de Catan (1999)

De 3 ou 4 jogadores, 90 min de duração. Talvez o primeiro jogo "moderno" a chegar no Brasil, pela Grow, foi também o primeiro grande sucesso mundial da nova geração de jogos de tabuleiro. Nele um tabuleiro com terrenos distintos é montado de maneira aleatória e os jogadores tentam ser o colonizador mais bem sucedido destas terras. Através de rolagem de dados, gestão de cartas e negociações de mercadorias os jogadores constroem estradas, vilas e cidades. Atualmente foi renomeado para apenas Catan: o Jogo.



Carcassonne (2000)

De 2 a 5 jogadores, 45 min de duração. De tema medieval, o jogo que popularizou os meeples (nome que se dá aos "hominhos" de madeira da imagem acima). Nele os jogadores vão encaixando no tabuleiro central as peças que recebem a cada turno, tentando maximizar a quantidade de áreas dominadas... através dos meeples. O jogo possui literalmente dezenas de expansões, e várias delas já chegaram ao Brasil.



Pandemic (2008)

De 2 a 4 jogadores, 60 min de duração. Seu tabuleiro de mapa-mundi pode fazer o jogador a se lembrar de War, mas o jogo não podia ser mais diferente, já que ele é cooperativo. Juntos, os jogadores correm contra o tempo para evitar a epidemia de 4 diferentes vírus que assolam o planeta. Jogo de movimentação de peças e coleção de cartas, ele é verdadeiramente desafiador.



7 Wonders (2010)

De 2 a 7 jogadores, 40 min de duração. Aqui cada jogador controla uma cidade das 7 Maravilhas do Mundo Antigo. O objetivo é montar a maior cidade possível, e isto é feito através da escolha de cartas. Cada jogador recebe algumas cartas, escolhe uma, e simultaneamente entrega as cartas restantes para o jogador do seu lado, repetindo o ciclo até elas acabarem. Um dos meus jogos favoritos, pelo tema, pela complexidade (média), e pelo downtime zero.



Zombicide (2012)

De 1 a 6 jogadores, de 1h a 3h de duração (depende do cenário a ser jogado). Certamente aproveitando o recente sucesso que é a temática "ataque de zumbis", trata-se de um jogo cooperativo em que os jogadores controlam um ou mais personagens (miniaturas) onde precisam fugir e matar zumbis (através de rolagem de dados e equipamentos encontrados explorando o mapa), cumprir uma missão e se dirigir à saída do tabuleiro. O jogo é bem temático e lembra um pouco aquelas aventuras de RPG que fizeram sucesso nos anos 90 por aqui.



Terraforming Mars (2016)

De 1 a 5 jogadores, 2h30 min de duração. Um dos maiores sucessos mundiais do ano passado, está atualmente em 5o lugar no ranking mundial de todos os tempos do Board Game Geek e em 3o lugar no ranking nacional do Ludopedia. Com tema de exploração espacial, cada jogador comanda uma corporação distinta (com qualidades e missões distintas) para terraformar o planeta Marte. Através de seleção de cartas e movimentação de peças, são muitas as possibilidades para agir dentro do planeta. Achar o delicado equilíbrio entre os diversos tipos de ação é o principal desafio do jogo.



Gostaram da matéria? Caso este post ultrapasse 500 visualizações eu irei fazer outra publicação sobre o assunto, agora apresentando mais 6 jogos que estão entre meus favoritos (e todos eles serão "inéditos", não vou repetir algum dos 6 jogos já mostrados acima). Então agora depende de vocês! Apresentem este post para seus amigos! :)

domingo, 3 de dezembro de 2017

Crítica - Assassinato no Expresso do Oriente (2017)

TítuloAssassinato no Expresso do Oriente ("Murder on the Orient Express", EUA / Malta, 2017)
Diretor: Kenneth Branagh
Atores principais: Kenneth Branagh, Daisy Ridley, Tom Bateman, Olivia Colman, Penélope Cruz, Willem Dafoe, Judi Dench, Johnny Depp, Josh Gad, Derek Jacobi, Leslie Odom Jr, Michelle Pfeiffer
Recomeço de Agatha Christie nos cinemas é bom e digno; mas pode não ser suficiente

Temos agora nas mãos do norte-irlandês Kenneth Branagh (que produz, dirige e atua como o detetive Hercule Poirot neste Assassinato no Expresso do Oriente) uma nova tentativa de explorar os livros da célebre escritora policial Agathe Christie nos cinemas.

Na história, o famoso detetive belga se encontra em viagem no trem "Expresso do Oriente", que o levará da Turquia à França. Poirot é então interpelado pelo criminoso Ratchett (Johnny Depp), que diz estar em perigo de vida e tenta contratá-lo como guarda costas. No dia seguinte Ratchett é encontrado morto em sua cabine, em um crime que parece impossível. Cabe ao detetive Hercule Poirot encontrar dentre todos os passageiros do vagão do morto o culpado pelo assassinato.

Contando com um elenco ultra-estrelado (ver os atores principais acima), este Assassinato no Expresso do Oriente é bastante fiel ao livro que lhe inspirou. Aliás, possui uma fidelidade com a obra original bem acima da média dos filmes produzidos. E como o livro é bom, desta maneira seu roteiro acaba sendo igualmente bom.

Ironicamente, entretanto, em todos os momentos em que o livro foi alterado o filme perdeu pontos comigo. Kenneth Branagh se gaba de ter feito uma extensa pesquisa para descobrir como seria o sotaque correto de Poirot, e também, de como seria seu bigode. De fato, ambos detalhes estão muito de acordo com o que eu sempre imaginei para o detetive. Porém, Branagh se esqueceu do restante das características principais de seu personagem: Poirot não é um homem de ação. Bem acima do peso, e sendo de idade um pouco avançada, o detetive usa apenas seu cérebro para lutar contra o crime. Mas o que vemos neste Assassinato no Expresso do Oriente é a inclusão de duas sequencias de ação envolvendo o detetive que não apenas não contribuem em nada para a trama, como também acarretam em falhas no roteiro.

Assassinato no Expresso do Oriente começa de maneira bem lenta, com excesso de elipses mostrando cenas do trem andando pela neve sob uma pesada (e inapropriada) trilha sonora sentimental. Mas depois dos muitos personagens estarem estabelecidos, o filme engrena e - apesar de se basear apenas em diálogos - passa de maneira rápida e dinâmica.

Apesar de contar com grandes atores, Assassinato no Expresso do Oriente não tem nenhuma atuação relevante. Isto acontece, em parte, porque são muitos personagens dividindo a tela. Outro fator também cai sob a direção de Kenneth Branagh - que veio de uma vida no teatro - e que é a explicação provável do porquê seus atores são em geral caricatos, melodramáticos... parecem estar declamando seus textos. Com isto, se mostra bastante acertada a escalação de um elenco bastante famoso para a produção: se seus personagens não possuem carisma, seus intérpretes o tem. Eu mesmo sempre fico satisfeito quando vejo tanto talento na tela (mesmo que não utilizado).

Desconsiderando os problemas citados, entretanto, Assassinato no Expresso do Oriente é um filme bem feito tecnicamente e transmite muito bem o sentimento do universo dos romances de Agatha Christie. E nem todas as poucas alterações no livro me desagradaram. Há uma em específico, baseada no comportamento de Poirot no final do filme, que me agradou bastante... me pareceu mais coerente com a persona do detetive.

Entretanto, me pergunto se recomeçar a franquia nos cinemas com o Assassinato no Expresso do Oriente foi uma boa idéia. Como pontos positivos, a obra é uma das mais famosas e singulares de Agatha Christie; além de que por se passar o tempo todo em um trem, torna a produção bem barata. Mas por outro lado, o fato de ser um filme praticamente sem ação e apenas de diálogos o torna distante do gosto do espectador atual. Assassinato no Expresso do Oriente é sem dúvida um bom filme; mas devido as características tanto da obra original quanto de seu diretor, não acredito que ele caia no gosto do público. Ainda assim, quem não sabe como o filme termina deverá ser surpreendido positivamente, assim como eu fui quando vi o livro. Nota: 6,0


PS: os mesmos produtores e diretor de Assassinato no Expresso do Oriente já trabalham numa outra adaptação de um livro de Agatha Christie - Morte no Nilo - que só não sairá do papel se este aqui for um fracasso de bilheteria.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Crítica - The Sinner (Netflix) - primeira temporada (2017)


The Sinner é um seriado de TV bem novo, que estreou aqui no Brasil pela Netflix no começo deste mês (mas não é produção original deles). Se trata de um drama policial baseado no livro de mesmo nome escrito pela estadunidense Petra Hammesfahr em 2007. O seriado foi planejado como uma mini-série fechada de 8 episódios.

Na história, Cora Tannetti (Jessica Biel) está na praia com seu marido e filho quando surta e assassina um desconhecido a facadas na frente de dezenas de testemunhas. Perplexa com sua própria atitude, Cora não sabe explicar porque atacou a vítima, e jura nunca tê-la visto antes. Ao assumir o caso, o Detetive Harry Ambrose (Bill Pullman) se empatiza com Cora e tenta descobrir toda a história por trás deste estranho episódio.

Dentre as principais qualidades da série, temos uma história repleta de reviravoltas ao longo de todos os episódios (e você fica o tempo todo mudando a visão que se tem da Cora entre uma "garota inocente" e uma "não tão inocente assim"); e uma investigação policial longa e bem desenvolvida.

O roteiro, em geral, é bem acima da média. Porém, estamos diante de uma história bem pesada. Não é nada fácil assistir Cora sendo abusada (física ou mentalmente) por várias pessoas durante a série toda. A sensação mais frequente que se tem ao assistir The Sinner é um mal estar. Por mais que eu tenha gostado bastante do roteiro e me prendido à série, fica difícil para eu recomendar uma série tão tensa.

Mesmo elogiando o roteiro, há dois pontos nele que desgostei bastante: o primeiro é que o desenvolvimento de Ambrose, onde acompanhamos seu drama pessoal, vai diminuindo gradativamente ao longo dos episódios até ser completamente abandonado nos dois últimos, sem trazer qualquer conclusão. E, principalmente, para mim há um grande furo no roteiro. Após a conclusão da série, eu simplesmente não consigo achar uma explicação aceitável para a relação dos pais de Cora com a polícia, especialmente nos eventos do terceiro episódio.

Em termos de atuação, The Sinner não conta com grandes atores; porém a dupla de atores principais Jessica Biel e Bill Pullman dão bastante conta do recado.

Finalmente, notem que mesmo sendo uma série "fechada em 8 episódios", o título deste texto leva um "primeira temporada". Isto porque o seriado fez um sucesso tão grande de crítica e público nos EUA que obviamente seus produtores querem continuar ganhando dinheiro e especulam fazer uma segunda temporada. Menos mal que, pelo menos pelo que se foi falado até agora, eles tem noção que a história de Cora "se encerrou" e portanto a principal idéia para continuar The Sinner é através do Detetive Harry Ambrose, onde ele estaria acompanhando um caso completamente novo durante toda a segunda temporada. Vamos aguardar por novidades a respeito.

E para quem já assistiu The Sinner fica o convite para escrever nos comentários sobre o que achou, e se recomenda a série ou não. Abraços e até a próxima!

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Crítica - Liga da Justiça (2017)

TítuloLiga da Justiça ("Justice League", EUA, 2017)
Diretor: Zack Snyder (e Joss Whedon?)
Atores principais Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Gal Gadot, Ezra Miller, Jason Momoa, Ray Fisher, Jeremy Irons, Diane Lane, Connie Nielsen e Ciarán Hinds (vozes), Joe Morton, Amber Heard
Interessante para os fãs de quadrinhos, filme não é ruim. E poderia ter sido muito pior

Após três filmes de visual arrebatador e consideravelmente bem sucedidos (300, WatchmenHomem de Aço) a Warner decidiu dar ao diretor Zack Snyder plenos poderes para criar nos cinemas o Universo Estendido DC, que iria contrapor ao mega bem sucedido Universo Cinematográfico Marvel da editora rival.

O filme que iniciaria esta nova fase, Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) até que não foi de todo ruim. Mas foram tantos defeitos... roteiro sem sentido, edição catastrófica, e principalmente: ver um Batman enlouquecido e um Superman sem esperança que tudo acabou despertando a fúria de fãs e crítica especializada.

Snyder voltaria para um projeto ainda mais ambicioso, mas agora com o peso do fracasso anterior. Os boatos que cercaram a produção de Liga da Justiça anunciavam que os erros se repetiriam: roteiro confuso, tom sombrio, e uma quantidade absurda de horas filmadas... como se não houvesse nenhuma direção para que filme seria feito. Até que no início da pós-produção a filha do diretor infelizmente faleceu; e ele não apenas deixou o Liga da Justiça como saiu de vez da franquia (para mim, outro indício de que seu novo trabalho não estava bom). Em seu lugar, para finalizar o filme (e fazer várias refilmagens), foi contratado Joss Whedon, que escreveu e dirigiu Os Vingadores 1 e 2.

Chegamos enfim ao Liga da Justiça que estreou nos cinemas. E o filme final não possui uma identidade; e claramente uma mistura de Whedon com Snyder (e para mais detalhes sobre isto, leiam meu PS ao final do texto). Por outro lado, é um filme sem falhas gritantes, com uma história sem enrolações que conta com um início, meio e fim bem claros. Levando em conta todos os problemas que Liga da Justiça teve, isto é praticamente um milagre. O resultado final foi melhor que eu esperava.

Na história da vez, o mundo ainda não se recuperou da morte do Superman (Henry Cavill). Aproveitando-se disto o vilão alienígena Steppenwolf chega à Terra com o intuito de conquistá-la reunindo as três Caixas Maternas deixadas em nosso planeta milhares de anos atrás. Cabe então ao Batman e a Mulher Maravilha reunir um novo time de super-heróis para impedí-lo.

Como ponto forte principal em Liga da Justiça, temos as várias batalhas entre super-seres. Ponto positivo para Snyder: ele realmente sabe mostrar super-heróis se socando de uma maneira visualmente deslumbrante e com ação bem coreografada e empolgante. Outro ponto bacana é ver a interação entre os personagens da Liga, que funciona de maneira agradável e orgânica. Eles até brigam um pouco entre eles em alguns momentos... mas não tem aquela costumeira babaquice dramática de egos sem controle: os heróis sabem que precisam se unir porque afinal de contas o mundo precisa deles. Simples assim.

E já que usei a palavra "dramática", o maior pecado do filme, em contra partida, é sua falta de emoção. Não dá para sentir qualquer empatia pelo Batman e Superman pois em todos os filmes até agora (inclusive este), eles mais parecem robôs (Affleck e Cavill são muito fracos como atores). Já os novatos Flash (Ezra Miller), Aquaman (Jason Momoa) e Ciborgue (Ray Fisher) estão melhores... porém aí também não temos empatia suficiente pelos mesmos pois acabamos de conhecê-los. O que nos leva a bela Gal Gadot como Mulher Maravilha: ela é a única que recebe empatia verdadeira do público.

Contribuindo para a falta de emoção em Liga da Justiça temos uma trilha sonora genérica, burocrática, e praticamente omissa; além de um número bem alto de personagens, o que faz que praticamente nenhum deles tenha algum desenvolvimento dentro da história. Para piorar ainda mais o cenário, a luta final contra Steppenwolf é bastante anti-climática; fraca, esta que é a luta mais importante de todas é ironicamente a única batalha ruim do filme.

Resumindo, este Liga da Justiça deverá agradar o leitor de quadrinhos de super-heróis estadunidense. Afinal, ver heróis e vilões se esmurrando o tempo todo é basicamente todo o material que encontramos nas HQs de DC e Marvel nas últimas décadas. Portanto, como fã de quadrinhos que sou, gostei sim do que vi.

Por outro lado, não vejo que Liga da Justiça irá agradar o público geral. O tempo dedicado à diálogos, desenvolvimento de personagens, e até mesmo a situações dramáticas é muito menor do que o encontrado nos filmes da Marvel, por exemplo. Até mesmo as cenas de humor - que existem, e funcionam dentro do filme - são muito poucas. Mesmo com as muitas mexidas de Joss Whedon, Liga da Justiça ainda está bem longe de seguir a "fórmula Marvel" nos cinemas, e consequentemente prevejo que o filme será recebido de maneira bem morna pelo público comum. Nota: 6,0


PS: há bastante de Zack Snyder no filme pois claramente foi ele quem filmou as cenas de lutas (menos a final, talvez?) e ela ocupam a maior parte do filme. Mas dá para ver que Joss Whedon também alterou bem o filme "original". Uma das provas é que quando Henry Cavill foi chamado para as refilmagens da pós-produção, o ator estava usando um grande bigode devido as filmagens do futuro Missão: Impossível 6. Não podendo removê-lo, o bigode foi retirado via efeitos de computador. Porém, se prestarmos atenção, dá para "ver" o bigode removido. E temos o Superman "com marcas de bigode" em quase todas as cenas do ato final. A maioria das piadas do filme devem ter sido colocadas por Whedon também; afinal, essa é uma de suas especialidades, como vimos nos filmes dos Vingadores. E finalmente (aí já não é culpa do Whedon), com a exigência dos diretores da Warner para deixar Liga da Justiça com no máximo 2 horas de duração, os cortes certamente foram muitos. Nota-se isto pela boa quantidade de cenas que vemos no trailer e que não se encontra no filme final.

PS2: o filme conta com duas cenas pós-créditos. E a segunda surpreende pois dá a entender que poderemos ter uma continuação de Liga da Justiça que nada tenha a ver com este aqui (ou seja, que também envolvesse ameaças alienígenas vindo do planeta Apokolips).

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Fãs de seriados: vocês precisam conhecer o app TV Time!


Eis um aplicativo bacana que quero compartilhar com vocês. Antigamente chamado de TV Show Time, seu nome abreviou e agora ele se chama TV Time (https://www.tvtime.com/pt_BR), é o programa "definitivo" para quem curte muito seriados de TV.

E o melhor, ele é GRATUITO, possui integração com o Facebook, traz vários idiomas (inclusive o Português Brasileiro) e está disponível para Android, iOS e via Website, para quem não quiser usar no smartphone.

No TV Time você encontra informações sobre qualquer seriado: lista de episódios (com o resumo de cada um deles, e a data de transmissão), avaliações (e você pode ver, ao longo dos meses, quanto a nota de um seriado variou), data de quando o próximo episódio vai ao ar (nos EUA), atores participantes e seus respectivos perfis; notícias em geral, recomendações de novas séries para assistir, etc e etc.

Também serve como rede social, onde você pode seguir amigos e ser seguido.

O TV Time possui também uma pequena área para "jogos", onde você ganha badges (distintivos)  fazendo ações, ou responde Quizzes diversos de dezenas de seriados famosos a escolha para depois comparar seu resultado em um ranking mundial (por exemplo, fiquei entre as 700 melhores pontuações em um questionário sobre as 6 primeiras temporadas de The Big Bang Theory).

E principalmente: lá você pode marcar lá todos os seriados e episódios que você já assistiu na sua vida!

E marcando os episódios que você assistiu, vem a "cereja do bolo": descobrir quanto tempo da sua vida você gastou assistindo seriados!!


Se assustou com meu número acima? Pois é. Mas se você for realmente fanático por seriados e colocar tudo "no papel" verá que vai me ultrapassar facilmente rs.

Baixe o App, convide seus amigos, e divirtam-se!!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Crítica - Borg vs McEnroe (2017)

TítuloBorg vs McEnroe ("Borg McEnroe", Dinamarca / Finlândia / Suécia, 2017)
Diretor: Janus Metz
Atores principaisSverrir Gudnason, Shia LaBeouf, Stellan Skarsgård, Tuva Novotny, Robert Emms, Ian Blackman, Leo Borg
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=HxXjq6qWjzM
Nota: 7,0
Bom filme para o público geral, obrigatório para o fã de Tênis

Grandes rivalidades no esporte podem gerar ótimos filmes. É o caso, por exemplo, de Rush: No Limite da Emoção (2013), um dos melhores filmes sobre o assunto que já vi. Desta vez temos um filme sueco sobre a rivalidade de um de seus maiores ídolos - o tenista Björn Borg - com o estadunidense John McEnroe. Mais especificamente, Borg vs McEnroe conta a história dos dois no campeonato de 1980 em Wimbledon, onde a dupla se enfrentou na final, em uma partida que até hoje é considerada uma das maiores do Tênis em todos os tempos.

Borg vs McEnroe tem chamado atenção fora da Escandinávia e pode até receber indicações ao Oscar. A imprensa mundial tem comparado o filme com Rush, porém entre eles há sensíveis diferenças. Rush é uma produção muito maior e traz uma história bem mais abrangente, tanto no aspecto histórico quanto emocional; além de que divide quase igualmente o tempo entre seus dois protagonistas. Já Borg vs McEnroe por sua vez dedica seu tempo quase que exclusivamente em Björn Borg (na Suécia, aliás, o filme só se chama Borg).

Apesar de concentrar a vida dos dois tenistas apenas durante Wimbledon de 80, Borg vs McEnroe também mostra alguns flashes de ambos em sua infância, que nos ajudam a entender os passos que os levaram a tão distinto comportamento como adultos. E além do mundo do Tênis, o filme acaba sendo universal ao nos mostrar a pressão absurda que os atletas de ponta sofrem dos fãs, e principalmente da imprensa.

Apesar de dedicar vários bons minutos em quadra mostrando a partida da final entre os dois, em termos esportivos as imagens são quase irrelevantes. O filme tem mérito ao não deixar o espectador perdido, entendemos o tempo todo o que está acontecendo. Ainda assim, mal vemos uma disputa de pontos por inteiro, são apenas pedaços de imagens.

De qualquer forma, isto não tira o brilho de Borg vs McEnroe. O filme é bem sucedido em mostrar porque ambos os tenistas foram prodígios, nos faz entender porque Borg abandonou a carreira tão precocemente, e que McEnroe nunca foi a pessoa ruim que parecia. Borg vs McEnroe é interessante para qualquer tipo de público, e essencial para os fãs de Tênis. Nota: 7,0

PS: a semelhança do ator principal Sverrir Gudnason com o verdadeiro Björn Borg é impressionante (vejam na foto do post os atletas reais e os respectivos atores lado a lado). E mais impressionante ainda é ver quanto o ator que interpretou o Borg criança é idêntico às fotos do tenista real com esta idade. Só que no segundo caso há uma pequena trapaça: o ator que faz o jovem Borg é nada menos que Leo Borg, o filho caçula real de Björn Borg.

sábado, 28 de outubro de 2017

Crítica - Thor: Ragnarok (2017)

TítuloThor: Ragnarok ("Thor: Ragnarok", EUA, 2017)
Diretor: Taika Waititi
Atores principais: Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Cate Blanchett, Idris Elba, Jeff Goldblum, Tessa Thompson, Karl Urban, Mark Ruffalo, Anthony Hopkins, Taika Waititi
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=UvNnqWLruXA
Nota: 8,0
Disparado o melhor filme de Thor, ainda que em modo "Os Trapalhões"

Os indícios estavam lá: trailers repletos de piadinhas, um diretor especializado em comédias (o neozelandês Taika Waititi). Após dois filmes apenas medianos, com história sombria e paleta de cores que praticamente só tinha cinzas, Thor: Ragnarok é mais do que qualquer outra coisa uma comédia de ação. E a boa notícia: a mudança de estilo funcionou!

Na história, a deusa da morte Hela (Cate Blanchett) desperta e decide conquistar Asgard, casa de nosso herói. Após ser "jogado" no planeta "lixo" Sakaar após o primeiro embate com a vilã, Thor é obrigado a virar um gladiador, onde encontra seu amigo Hulk (Mark Ruffalo). A missão de Thor passa a ser escapar do planeta e convencer Hulk a ajudá-lo a salvar seu povo.

O primeiro ato do filme, onde são apresentados todos os personagens da trama, chega a ser um bocado sério e sombrio. Por isto mesmo, as piadas que aparecem nesta etapa de Thor: Ragnarok mais incomodam do que agradam, pois estragam o clima de ameaça que o herói precisa enfrentar.

Porém no segundo ato, quando Thor cai no planeta Sakaar, aí o filme descamba de vez para o humor. Thor e Hulk se comportam como verdadeiros trapalhões: infantis, idiotas e desastrados. E a dupla está bem acompanhada nas palhaçadas: o vilão Grão-Mestre (Jeff Goldblum), o gladiador estúpido Korg (Taika Waititi)... todos os personagens do planeta Sakaar não se levam a sério.

Por mais que o parágrafo anterior parece que eu esteja criticando Thor: Ragnarok, não estou. Ao se assumir de vez como comédia o filme é divertidíssimo, e o humor acontece de forma orgânica e eficiente. Thor: Ragnarok é sério concorrente ao filme mais engraçado da Marvel até agora, disputando cabeça a cabeça com os dois filmes dos Guardiões da Galáxia.

Thor: Ragnarok também é bem mais "leve" que os filmes anteriores em seu som e imagem. Cenários e vestimentas bastante coloridos, além de uma trilha sonora muito boa, que mistura música clássica, música eletrônica, e ainda, utiliza a canção The Immigrant Song do Led Zeppelin DUAS vezes, com cenas em câmera lenta que remetem a um clipe musical.

E o filme não é só competente na comédia. Thor: Ragnarok também é muito bem feito em termos de cenas de ação. Há sim alguns trechos do filme em que o excesso de efeitos especiais simultâneos na tela atrapalham; mas em geral a ação funciona muito bem. A luta de Thor contra Hulk é ótima; e as lutas com Hela são muito boas também.

Certamente outro ponto a se destacar em Thor: Ragnarok é a qualidade dos atores. A extraordinariamente talentosa e premiada Cate Blanchett é outra ótima aquisição para o Universo Cinematográfico Marvel. E não bastando a constelação de atores e atrizes com destaque no filme (ver a grande lista no "atores principais" no começo da página), desta vez a Marvel / Disney realmente esbanjou, trazendo também para pequenas pontas atores como Benedict Cumberbatch, Sam Neill e Matt Damon.

Até mesmo o roteiro de Thor: Ragnarok merece elogios. Além das boas piadas, a interpretação dos roteiristas para o Ragnarok (o fim do mundo da Mitologia Nórdica, que inclui uma grande batalha que destruiria Asgard e resultaria na morte de diversos deuses) foi uma grata surpresa.

O filme, entretanto, também tem suas falhas. Fora os deslizes do primeiro ato, o seu maior defeito é a longa  - e desnecessária - duração da história dentro do planeta Sakaar. Várias cenas e coadjuvantes poderiam ser cortados, evitando algumas repetições dentro do filme, e principalmente, as exageradas 2h e 10min de duração no total.

Para quem gosta de ação e comédia, é realmente difícil não gostar de Thor: Ragnarok. Entre os possíveis desgostosos do filme, entretanto, listo as pessoas que não conhece previamente os personagens (e acertadamente a história não gasta tempo (re)apresentando-os), e os puristas que não aceitam ver os ultra-sérios Hulk e Thor dos quadrinhos virarem "comediantes". Bem... eu até sinto um pouco de pena do Hulk e Thor dado tanta transformação... Mas, azar deles. O que importa é que me diverti muito! Nota: 8,0


PS: mantendo a tradição dos filmes Marvel, Thor: Ragnarok também traz suas cenas pós-créditos. São duas: a primeira altera um pouco o desfecho do filme e já promove o futuro Vingadores: Guerra Infinita (2018). Já a segunda cena é um dos piores e mais inúteis pós-créditos dos filmes da editora até agora.

PS2: dentre suas comédias, o diretor/escritor/ator/comediante Taika Waititi tem como a mais famosa até agora o filme O que Fazemos nas Sombras (2014), o qual recomendo. Se trata de uma comédia que apresenta um falso documentário sobre vampiros no mundo atual. Diferente e divertido. O filme esteve nos cinemas brasileiros em 2015 e se encontra disponível para assistir na Netflix. Aliás, semana passada Taika anunciou estar planejando estender O que Fazemos nas Sombras em uma franquia: será desenvolvido um spin-off baseado nas aventuras sobrenaturais dos dois policiais do filme; e também, um seriado de TV.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Star Trek: Discovery + The Orville: análise de 2 séries Sci-Fi que estrearam em 2017


Duas séries que bebem da mesma fonte: O Jornada nas Estrelas de Kirk e Spock. Ambas estrearam este ano e acabam de passar pela metade de sua primeira temporada. Após eu ter assistido os seis primeiros episódios de cada uma delas, eis minhas impressões até agora:


The Orville (2017)

Seth MacFarlane, o criador de American Dad, Family Guy e Ted nunca escondeu ser fã de Star Trek e de assuntos relacionados a exploração espacial. Não a toa ele também foi o produtor e desenhista do excelente e obrigatório Cosmos (2014).

Graças a sua fama, MacFarlane conseguiu estrear seu primeiro seriado live-action, The Orville, que nasceu para ser uma comédia parodiando fortemente Jornada nas Estrelas.

Na série, o próprio Seth é o ator protagonista, sendo o Capitão Ed Mercer da nave Orville. Adrianne Palicki como a primeira oficial Kelly, e o fraco ator Scott Grimes como o piloto Malloy completam o trio principal do seriado.

Em seus dois primeiros episódios The Orville foi o que se esperava de uma produção de Seth MacFarlane: uma comédia nonsense de humor duvidoso. Eu já estava desistindo do seriado... porém a partir do 3o episódio a série acertou a mão. Deixou de focar na comédia e passou a focar em questões filosóficas, científicas, morais... tudo como todo bom episódio de Jornada nas Estrelas deveria ser. As piadas continuam, claro... mas são esporádicas.

The Orville, portanto tem sido para mim algo acima do esperado. Do terceiro episódio em diante as histórias tem sido realmente interessantes. A série, entretanto, ainda tem seus defeitos: por ser uma produção de baixo orçamento os efeitos especiais são apenas razoáveis e o elenco, em geral, bem fraco. E até o roteiro - seu ponto forte - ainda tem o que melhorar, ao trazer as vezes um excesso de "ingenuidade" e alguns Deus ex machina.

The Orville é exibido pela FOX estadunidense e ainda não estreou oficialmente no Brasil.


Star Trek: Discovery (2017)

A mais nova encarnação da franquia Star Trek se passa cronologicamente 10 anos antes das aventuras da USS Enterprise de Kirk e Spock. Em sua história, o Império Klingon e a Federação dos Planetas disputam territórios mas ainda não se enfrentam, em uma espécie de guerra fria.

Até que um dia a nave USS Shenzhou acaba por acidente despertando um antigo artefato Klingon. As ações decorrentes deste encontro acabam escalando para um grande confronto entre Federação e Klingons. A partir daí a primeira guerra entre estes dois grupos rivais começa de verdade.

Star Trek: Discovery começou apresentando uma característica diferente das demais séries da franquia, que em geral focam em um grupo de personagens. Aqui temos pela primeira vez algo próximo de um único protagonista, a oficial Michael Burnham (Sonequa Martin-Green).

Falando como um "espectador comum", Star Trek: Discovery é um bom seriado. Sua produção é excelente (os melhores efeitos especiais e design de produção que uma série Star Trek já teve, disparadamente), seus atores principais são muito bons (a protagonista  Sonequa é excelente atriz, além de ser muito bonita), e suas histórias são sólidas e interessantes.

Entretanto, como TrekkerStar Trek: Discovery me traz várias ressalvas. A principal delas é que a série até agora focou-se única e exclusivamente no assunto "guerra". Não há exploração, não há muita ficção científica... guerra (e os dilemas morais e éticos decorrente da mesma) são os únicos pontos abordados.

Outros problemas decorrem da falta de continuidade em relação aos demais seriados. Estamos 10 anos antes das aventuras da Série Original, e ainda assim a nave Discovery apresenta inovações tecnológicas que nem a Enterprise da Nova Geração - cronologicamente séculos no futuro - possuía; o visual dos Klingons é muito mais "bruto e animalesco" do que em qualquer outra encarnação da franquia; e finalmente, a protagonista Michael é apresentada como filha adotiva de Sarek, o que a torna irmã de Spock. Oras: sendo ela irmã (e humana) do orelhudo, não é estranho que o fato não tenha sido comentado em quase uma centena de episódios e filmes que Spock participou? É muito forçado.

Star Trek: Discovery é exibido todas as segundas-feiras na Netflix brasileira.


Conclusão: tanto The Orville quanto Star Trek: Discovery possuem seus problemas de estréia, mas são bons seriados. Enquanto o primeiro possui o "verdadeiro espírito" da franquia, o segundo possui uma qualidade de produção muito maior. O sonho de qualquer Trekker é que no futuro ambos acertem suas arestas e unam o espírito de The Orville com a qualidade técnica de Discovery.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Dupla Crítica Filmes Netflix: Onde está Segunda? (2017) e Jerry Before Seinfeld (2017)


Mais dois filmes produção Netflix e recém chegados aqui no Brasil. Confiram as críticas!


Onde está Segunda? (2017)
Diretor: Tommy Wirkola
Atores principais: Noomi Rapace, Glenn Close, Willem Dafoe, Marwan Kenzari, Christian Rubeck, Pål Sverre Hagen, Cassie Clare

Daqui algumas décadas a superpopulação na Terra é tão dramática que a sobrevivência da humanidade depende da drástica lei de "uma criança por casal". Caso pais possuam mais de um filho, estes vivem até alguns poucos anos, para então serem capturados e mantidos congelados na esperança de serem acordados em um futuro em que o problema esteja resolvido. Neste contexto, Terrence (Willem Dafoe) vê sua filha morrer ao dar luz a 7 meninas gêmeas. Para evitar que as netas sejam congeladas, ele secretamente as esconde e as fazem viver perante a sociedade como se fossem uma única pessoa. Então, quando adultas (todas interpretadas por Noomi Rapace) uma das irmãs sai para trabalhar as Segundas-feiras, outra sempre as Terças-feiras, e assim sucessivamente. Tudo parece funcionar até o dia em que a irmã da Segunda desaparece.

Onde está Segunda? possui furos de roteiro grotescos. Ainda assim, é um filme de ação tão competente, traz uma trama de ficção científica tão atual e interessante, que não consegui deixar de gostar muito dele.

Se o roteiro falha na lógica, é muito bem sucedido em trazer tensão e reviravoltas. Nunca sabemos o que vai acontecer com cada uma das irmãs em cada cena. Noomi Rapace mais uma vez mostra muito talento e versatilidade, e consegue mandar muito bem tanto como atriz dramática como atriz de ação. A nota que darei a seguir é até inferior ao quanto que gostei do filme. Nota: 7,0



Jerry Before Seinfeld (2017)
Diretor: Michael Bonfiglio
Atores principais: Jerry Seinfeld

Fruto de um contrato de exclusividade assinado recentemente com a Netflix, o comediante Jerry Seinfeld volta a se apresentar nos palcos, neste filme que mistura documentário com sua mais recente apresentação de stand up comedy.

No final das contas, Jerry Before Seinfeld mostra pouco documentário  (onde Jerry conta sobre sua infância e sua vida de comediante iniciante, muito antes do sucesso daquela que seria a melhor sitcom de todos os tempos: Seinfeld) e bem mais do seu show, rodado no clube The Comic Strip, em Nova York.

Se você é fã de Seinfeld, vai gostar de conhecer mais "causos" da vida do artista, e rir um pouco de seu stand up - que infelizmente repete algumas piadas que já apareceram no seriado. Já quem nunca assistiu Jerry na vida, irá se deparar com algumas poucas piadas muito boas, e outras, em geral, apenas na média.

Resumindo, independente de qual dos dois tipos de público que você seja, não vai achar Jerry Before Seinfeld algo fora de série, mas é o suficiente para passar o tempo se divertindo. Nota: 6,0

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Crítica - Blade Runner 2049 (2017)

TítuloBlade Runner 2049 (idem, Canadá / EUA / Reino Unido, 2017)
Diretor: Denis Villeneuve
Atores principais: Ryan Gosling, Harrison Ford, Ana de Armas, Robin Wright, Jared Leto, Sylvia Hoeks, Dave Bautista, Carla Juri, Edward James Olmos
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=86XtZMgFziI
Nota: 7,0
Continuação expande e honra o filme original

Como fazer uma continuação de Blade Runner (1982) - uma das maiores obras de ficção científica de todos os tempos - sem produzir uma grande decepção? O diretor canadense Denis Villeneuve encontrou a resposta misturando bom senso e humildade. Sabendo que ele jamais conseguiria superar a trilha sonora de Vangelis, ou mesmo o discurso final de Roy Batty / Rutger Hauer, Villeneuve acertadamente optou por trazer uma história totalmente nova (que não é um reboot), em um filme que possui o mesmo estilo visual e musical da obra original, mas sem tentar copiá-las.

O resultado é uma continuação digna e de ótima qualidade, ainda que não se compare a obra prima da década de 80. Blade Runner 2049 expande o filme original em todos os sentidos, tanto físico (várias novas localidades, vistas aéreas, vários novos personagens), como também na mitologia, explicando em bem mais detalhes o distópico mundo futurista deste universo.

Na história, exatos 30 anos após os eventos do primeiro filme, "K" (Ryan Gosling) é um Blade Runner replicante que durante uma de suas investigações acaba encontrando evidências do que pode ter sido o primeiro bebê gerado via reprodução de outro ser artificial. Então, em uma corrida contra o tempo (mas naquele ritmo mega-lento e contemplativo de Blade Runner, claro), "K" tenta encontrar o bebê antes do empresário maligno Niander Wallace (Jared Leto).

Se no primeiro filme vemos um mundo com os olhos do "humano" Rick Deckard, desta vez conhecemos um futuro sob o ponto de vista de um replicante, "K". Com isto, o dilema principal da franquia - seriam os replicantes seres conscientes e dignos dos mesmos direitos que nós? - ganha nova roupagem. Vemos os replicantes sofrendo preconceito, agindo passivamente como escravos, e em eterna crise existencial. Aliás, o tal dilema acontece em dose dupla, pois "K" se relaciona com um programa de computador que igualmente tenta encontrar sentido para a vida e evitar a própria morte.

O roteiro de Blade Runner 2049 é bastante interessante, possui algumas reviravoltas e surpresas bem bacanas, porém o filme cai um pouco de qualidade em seu ato final. As discussões filosóficas são abandonadas e o encerramento do filme vai mais para o lado da ação. Para piorar, o desfecho a meu ver é um pouco inverossímil e piegas.

Tecnicamente, o grande destaque de Blade Runner 2049 é a imagem. Fotografia e design de produção são excelentes, criando cenas de deixar o espectador boquiaberto. Curiosamente, se no filme original os espaços são apertados, claustrofóbicos, neste filme há varias tomadas e localidades com espaços bem amplos. Em termos de atuações, não há nenhum grande destaque; nem para o ótimo, nem para  o ruim.

Blade Runner 2049 é um filme muito bom, e deverá no mínimo satisfazer o fã do filme original, ainda que continue sendo uma obra difícil para o "público comum" apreciar. Apos um começo e meio bastante animador, ele me decepcionou em seu final, o que baixou consideravelmente sua nota. Mas se mesmo assim ele leva Nota: 7,0, este é realmente um filme que vale a pena ser conhecido.

sábado, 30 de setembro de 2017

Crítica - Mãe! (2017)

TítuloMãe! ("Mother!", EUA, 2017)
Diretor: Darren Aronofsky
Atores principais: Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris, Michelle Pfeiffer, Brian Gleeson, Domhnall Gleeson, Kristen Wiig
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=ugn1gqGl7rs
Nota: 6,0
Genial e banal, filme é exagerado, perturbador, e de resultado discutível

Ame-o ou odeie-o. O polêmico e misterioso "filme de terror" do diretor e escritor Darren Aronofsky chega nos cinemas nacionais. Acostumado a fazer filmes psicologicamente intensos, onde sofremos mentalmente e sensorialmente com seus personagens (em especial Réquiem para um Sonho e Cisne Negro), Mãe! é sua mais nova obra seguindo este estilo.

Na história vemos um casal que vive isoladamente em uma grande casa (interpretados por Javier Bardem e Jennifer Lawrence) até que eles recebem a visita de um desconhecido e inconveniente casal mais velho, interpretado por Ed Harris e Michelle Pfeiffer.

Os personagens de Harris e Pfeiffer abusam em muito da boa vontade da personagem de Lawrence, e surpreendentemente o personagem de Bardem é conivente com tudo isto. Aparentemente o homem e o casal mais velho possuem uma sinistra ligação. O que está realmente acontecendo?

O que descrevi até agora é também tudo que aprendemos sobre Mãe! antes de sua exibição, através de trailers e notícias. A impressão é que temos um história de suspense/terror envolvendo estes quatro personagens.

Entretanto, ao assistirmos o filme percebemos que fomos consideravelmente enganados. Toda a trama que citei é apenas o primeiro ato de Mãe!. Quando o segundo ato se apresenta, não demora muito para percebermos que estamos diante de uma enorme história metafórica, repleta de alegorias.

Aliás, conforme o filme vai se aproximando do final, as metáforas (ou se preferir, os delírios do diretor) aumentam cada vez mais em número, caos e violência. Eis aí, a meu ver, o grande problema de Mãe! Diante de algo tão perturbador, tão bizarro e tão obviamente fora do mundo real, acabei ficando bem menos sensível aos sofrimentos da personagem de Jennifer Lawrence.

Mais ainda... quando enfim entendi o que estava acontecendo, fiquei decepcionado por estar diante de algo tão trivial. Mesmo as críticas que o filme faz perderam força, já que também são bem comuns sob a camada artística que as esconde na história.

Fui muito vago? Pois é, não posso dizer mais nada sobre a trama sem dar spoilers. Portanto, para entender melhor o título que dei a este post, e saber mais do que concluí sobre o filme, leiam depois do final do texto o PS onde explico as principais metáforas de Mãe!.

Em termos técnicos, o filme é muito bom, embora não seja fora de série. Gostei bastante do quanto som e tomadas de câmera contribuíram com o clima de suspense. Em termos de atuações, o quarteto principal está muito bem, principalmente Michelle Pfeiffer. Jennifer Lawrence é bastante exigida e corresponde muito bem. Entretanto, ao mesmo tempo que ela foi excelente, não dá para deixar de reparar que sua atuação é inferior a de Natalie Portman em Cisne Negro.

Mãe! definitivamente não é um filme para qualquer um. Sendo totalmente metafórico, muitas pessoas saem decepcionadas e perdidas quando tudo termina. Mãe! é um daqueles filmes que possuem tantas camadas de dicas e insinuações que dá pra se discutir sobre ele por semanas. Entretanto, me frustra que desta vez os "enigmas" que ficam para debater após assisti-lo são mais easter eggs sobre a produção do que debates sobre as idéias que o filme quer trazer. Sabem aquelas parábolas que Jesus conta na Bíblia? Então... elas possuem no máximo algumas páginas no total. Já aqui, Aronofsky investe numa superprodução e gasta quase duas horas para contar algo igualmente simples. Me soa como desperdício de recursos e até um pouco de exibicionismo do diretor. Nota: 6,0.



PS: entendendo o filme (não leia se não tiver visto o filme ainda). Javier Bardem é Deus, Jennifer Lawrence é a Mãe Natureza, Ed Harris é Adão, Michele Pfeiffer é a Eva, seus dois filhos são Caim e Abel. Então, quando você vê Ed Harris com um corte nas costas (a remoção da costela), ou um filho matando o outro, ou ainda, as insinuações de que Deus é egoísta e carente de nosso afeto, é de se lamentar tanta banalidade. Por outro lado, há genialidade quando o diretor Darren insere em sua história outra camada de interpretações, além do conto Bíblico. Por exemplo: a de que todo criador (ou escritor) necessita que as pessoas amem sua obra e que o ato de criar nunca termina; que as mulheres são sempre oprimidas e subjugadas desde o passado até hoje; nas críticas ao culto das celebridades; ou ainda, no choque ao constatarmos que todo aquele sentimento de indignação que passamos ao ver aquela trupe de convidados destruindo e barbarizando a casa da personagem de Jennifer Lawrence nada mais era que nós, humanos, destruindo o planeta Terra. Talvez esta seja a única lição interessante que o filme deixa.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...