sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Os dois melhores álbuns musicais que ouvi em 2023


Como diria o grande Advogado Paloma: "Povo brasileiro, eu resolvi ousar mais uma vez", e então estréio aqui no Cinema Vírgula meu primeiro artigo sobre música. Gosto bastante destes dois álbuns, e como presente de final de ano, queria compartilhar estes sons com vocês.



That! Feels Good! - Jessie Ware (Abr 2023)

Vamos começar pelo melhor dos dois. Antes de 2023 nunca tinha ouvido falar de Jessie Ware, mas quando reparei que seu novo álbum That! Feels Good! começava a figurar com frequência nas listas dos "melhores discos do ano" já no primeiro semestre, ela chamou minha atenção.

That! Feels Good!
 mistura (muito) disco com pop e R&B contemporâneos, e o resultado é um som contagiante, muito dançante, e uma das melhores coisas que ouvi nos últimos anos.

Sendo o quinto álbum de estúdio de Jessie Ware, cantora e compositora inglesa de atualmente 39 anos, That! Feels Good! é tão bom que de suas 10 canções, apenas uma eu não "gostei bastante". Me empolguei tanto com o álbum que comecei a ouvir os outros discos de Jessie. A conclusão é que esta mistura de muitos estilos musicais (e sempre com a presença de jazz / blues com batidas dançantes) é sua marca registrada. Sua discografia em geral é muito boa, mas That! Feels Good! é de fato (e por enquanto) seu ápice.

Curiosidade, a música-título That! Feels Good! inclui vocais de várias celebridades cantando a frase-tema, como por exemplo a cantora Kylie Minogue e a atriz Gemma Arterton. Abaixo segue o vídeo da música "Shake The Bottle" para vocês conhecerem, uma das minhas favoritas do álbum.



Dawn FM - the Weeknd (Jan 2022)

Diferentemente de Jessie Ware, eu já conhecia the Weeknd, cantor e compositor canadense de 33 anos. Eventualmente ele faz participações em músicas pop, mas é mais associado ao hip hop e música eletrônica, que não costumo ouvir. De qualquer forma, seu disco Starboy de 2016 é um que conhecia, gosto, e recomendo.

No começo do ano passado, em 2022, ele lançou seu quinto álbum de estúdio, Dawn FM, porém acabei descobrindo-o só bem recentemente, nos últimos meses. Me surpreendi. Achei este Dawn FM tão bom (e até melhor) que Starboy.

O conceito para Dawn FM é um bocado curioso... segundo o próprio the Weeknd, se trata de uma "Rádio FM Psicodélica". E a descrição é bem apropriada. Afinal, o disco de 16 faixas simula uma rádio FM, com direito a, em alguns momentos, um "DJ" anunciar o nome da "rádio Dawn FM" e falar com você, o ouvinte. E, claro, embora o estilo das músicas sejam variados (mas predominantemente "eletrônicas"), as melhores do álbum são justamente aquelas que são mais... "psicodélicas".

Abaixo segue o clipe de uma de minhas músicas preferidas do disco, "Sacrifice", que curiosamente é uma das que incorpora em seu começo um dos "momentos rádio" que citei anteriormente.



Espero que tenham curtido meu primeiro artigo sobre música, e principalmente, curtido pelo menos uma das minhas duas indicações musicais. Feliz ano novo a todos vocês. Obrigado por acompanhar o Cinema Vírgula! Nos vemos em 2024!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Dupla Crítica Filmes de Natal Amazon Prime - A Batalha de Natal (2023) e O Natal do Pequeno Batman (2023)


Ho! Ho! Ho! O Natal está chegando, e para quem vai passar as festas em casa, segue a análise de duas estréias natalinas exclusivas do Amazon Prime Vídeo para vocês irem entrando no clima. Um dos filmes me surpreendeu e vale a pena. O outro, nem tanto. Leiam abaixo para saber qual é qual.

Ah, ambos os filmes receberam a classificação de "para maiores de 10 anos" no Brasil, porém, se no caso do A Batalha de Natal eu concordo devido a linguagem utilizada, no caso dO Natal do Pequeno Batman não. Em alguns outros países a classificação foi para a partir de 7 anos, e eu entendo já estar ok.



A Batalha de Natal (2023)
Diretor: Reginald Hudlin
Atores principais: Eddie Murphy, Tracee Ellis Ross, Jillian Bell, Genneya Walton, Thaddeus J. Mixson, Madison Thomas, Nick Offerman , Chris Redd, Lamplighter Gary, Robin Thede, Ken Marino

Por tudo que fez nos anos 80 e 90, ainda hoje Eddie Murphy chama muita atenção. Portanto, não é lá tão grande surpresa que este seu A Batalha de Natal foi o filme de maior estréia do ano no Prime Vídeo. É uma pena, entretanto, que seu prestígio e talento não seja mais sinônimo de qualidade há muito tempo.

A trama de A Batalha de Natal mistura um "preciso crescer como pai" e mitologia natalina, e apesar de ser uma comédia, pouco faz rir. Mesmo assim o filme tenta fazer graça, e curiosamente temos mais piadas físicas do que faladas.

Não que A Batalha de Natal seja ruim, mas uma ótima definição para ele, é que estamos diante de um filme mediano da Sessão da Tarde. Pelo menos serve sim como passatempo para se assistir junto com a família na época do Natal. Nota: 5,0.



O Natal do Pequeno Batman (2023)
Diretor: Mike Roth
Atores principais (vozes)Luke Wilson, Yonas Kibreab, James Cromwell, David Hornsby, Brian George

Animação cujo roteiro foi escrito pelo pessoal do desenho infanto-juvenil Os Jovens Titãs em Ação!, já no começo da história Batman (Luke Wilson) é obrigado a sair da Mansão Wayne para lutar contra o crime, deixando seu filho de 8 anos Damian (Yonas Kibreab) em casa junto com um já bem idoso mordomo Alfred (James Cromwell), na véspera do Natal. E, de maneira um pouco surpreendente, a trama fica bastante parecida com o filme Esqueceram de Mim (1990).

Porém, a partir do segundo ato, novos personagens aparecem e aí de fato temos uma história que mistura Natal com super-heróis. E, claro, bastante humor. O Natal do Pequeno Batman acaba sendo uma atração leve, divertida, e ainda consegue trazer o clima "família" graças a relação pai e filho entre Bruce e Damian.

Para os fanáticos de Batman, não esperem que o filme seja 100% fiel em relação aos quadrinhos (aliás, que bom que não seja, porque não suporto o Damian das HQs e aqui ele é divertidíssimo)... apenas sentem no sofá e se preparem para sorrir. Em tempos em que filmes de super-herói estão em decadência, este O Natal do Pequeno Batman é uma grata exceção. Nota: 7,0.

domingo, 10 de dezembro de 2023

Seis anos depois... Os Jogos de Tabuleiro e Cartas Modernos continuam em alta no Brasil e no Mundo!


Há exatamente 6 anos, escrevi aqui no Cinema Vírgula sobre como os Jogos de Tabuleiro estavam crescendo no Brasil. De lá pra cá, muita coisa mudou... por exemplo, os 6 jogos que citei naquele artigo já não estão mais entre os mais populares. Mais uma coisa permanece: os jogos de tabuleiro continuam crescendo no Brasil e no Mundo!

Comparando com os dados de 6 anos atrás... o Board Game Geek ( https://boardgamegeek.com ) possuía cerca de 95 mil jogos cadastrados, e hoje passou da marca de 150 mil; já o brasileiro Ludopedia ( https://ludopedia.com.br ), que antes tinha cerca de 15 mil jogos cadastrados, hoje conta com mais de 40 mil. E, até o momento que escrevo estas linhas, em 2023 tivemos no Brasil nada menos que 439 lançamentos em jogos de tabuleiro, sendo 301 jogos base e 138 expansões.

Para você que ainda não conhece esse mundo, recomendo ler meu post anterior, em que explico o que são jogos modernos. Lá você vai aprender a diferença dos jogos de tabuleiro "clássicos" que você conhece (como Banco Imobiliário, War, etc) e os jogos modernos, além de conhecer 6 jogos como exemplos / indicações. Para lê-lo (e recomendo fortemente antes de continuar este), você pode clicar aqui, ou simplesmente clicar na imagem abaixo, tirada do artigo original.

Não deixem de ler o artigo introdutório de exatos 6 anos atrás!

Agora volto apresentando 6 novos jogos que atualmente fazem sucesso entre os jogadores brasileiros. Mas... antes disso, uma observação... estão vendo os jogos da foto no título deste artigo? Trata-se da caixa de todos os jogos que foram indicados em 2023 para o prêmio do Spiel des Jahres, premiação alemã considerada o "Oscar" dos tabuleiros mundiais. Ah, uma outra coisa que mudou, de 2017 pra cá é que até tivemos brasileiros concorrendo ao Spiel des Jahres, em 2020.

Sem mais delongas, vamos conhecer mais 6 jogos modernos. A ordem de apresentação é alfabética, e ao lado do nome mostro a data em que o jogo teve seu lançamento mundial.


Azul (2017)

Jogo lançado por Michael Kiesling, baseado nos azulejos azuis usados nos palácios portugueses, é um jogo de 2 a 4 jogadores para toda a família (é o jogo que mais joguei com meus pais, por exemplo). Com regras simples, o objetivo é em sua vez, escolher ladrilhos de dentro das "fábricas" (os mini tabuleiros redondos) e colocá-los no seu tabuleiro de forma a fazer o máximo de pontos.

Azul fez tanto sucesso por aqui e pelo mundo que virou uma franquia muito lucrativa, com direito a várias expansões, jogos derivados (com regras e peças completamente diferentes), e versões alternativas do jogo original, como a versão "gigante", a versão "mini", e a versão "chocolate" (onde as peças representam chocolates ao invés de azulejos).

Estas versões alternativas (menos a "gigante") são facilmente encontradas para vender aqui no Brasil, e a "mini" - que não é tão mini assim - tem obviamente o menor preço de todos.


Brass: Birmingham (2018)

O principal motivo para que Brass: Birmingham esteja nesta lista é porque ele atualmente é o "número 1" do ranking de "melhor board game de todos os tempos", tanto no Board Game Geek quanto na Ludopedia. Curiosamente o posto anterior era o "dungeon crowlerGloomhaven (2017), e mesmo ambos estando no mercado há vários anos, foi somente agora em 2023 que este Brass assumiu a primeira posição.

Também para 2 a 4 jogadores, entretanto ao contrário do jogo Azul, este aqui é bem mais complexo. Estamos em um cenário de Primeira Revolução Industrial, e como empresários, ganha quem lucrar mais com suas usinas de carvão, ferro e cerveja. Aqui planejamento e estratégia fazem bastante diferença, tanto econômica como espacial (na hora de planejar suas rotas de barcos e trem). Um jogo "normal" de Brass: Birmingham costuma durar mais de 2 horas, mas apesar de sua longa duração e complexidade, também passa longe da lista dos jogos "mais difíceis de se jogar".


Fantasy Realms (2017)

Apesar de já ter alguns anos de idade, Fantasy Realms só chegou ao Brasil em 2023. Trata-se de um jogo de cartas bem simples, de 2 a 6 jogadores, com temática de mundos de fantasia medieval / RPG. Na partida cada jogador começa com 7 cartas, e em sua vez compra uma nova carta e descarta outra. Ao final do jogo, a pessoa que estiver com mais pontos somados nas 7 cartas que tiver em mãos vence.

O "segredo" do jogo é que cada carta tem uma pontuação e efeito específico, que combinando com outras cartas que podem ou não estar em sua mão, podem aumentar seus pontos ou até mesmo diminuí-los. Está aí a graça... se adaptar para que os "combos" de cartas que você têm posse a cada rodada sejam o mais benéfico (ou menos danoso) possível ao jogador.

Por ser um jogo pequeno de cartas, barato, simples e rápido de jogar (cada partida demora de 10 a 15 min), Fantasy Realms entra na lista por ter sido um dos jogos mais jogados no Brasil (em número de partidas) em 2023.


Marvel United (2020)

A série de jogos de tabuleiro Marvel United chegou ao Brasil em 2022, e seus (muitos) novos produtos continuam saindo lá fora e por aqui. Ele tem duas grandes diferenças em relação aos outros jogos apresentados nesta lista: ser um jogo cooperativo, e apostar bastante no colecionismo.

Afinal, como se pode ver pela foto acima, o jogo traz muitas miniaturas. Uma caixa base (e existem várias), permite o jogo de 1 a 4 jogadores, e traz cerca de 10 miniaturas, somando heróis e vilões. Porém, cada caixa diferente (seja outra caixa base ou caixa de expansão), traz novos heróis, novos vilões (novas miniaturas!), e novas maneiras de se jogar o jogo (por exemplo, pode se expandi-lo e jogar de modo competitivo - um time vs outro) e dependendo do novo módulo jogado, aumentar os participantes para 5, 6 e até 7 jogadores.


E como o jogo funciona? É consideravelmente simples, você coloca os "locais" da partida na mesa, formando um "círculo" (ver foto acima), e então vilão e heróis brigam nestes locais, sejam golpeando uns aos outros, ou colocando fichas para "dominar" cada local. Cada herói e vilão possui seu próprio baralho, com ações normais ou poderes, e o jogador joga duas de suas cartas em cada turno para fazer as ações de seu personagem.


Terra Nova (2022)

Diferentemente de todos os outros jogos desta lista, este eu ainda não joguei... e tem um motivo, ele é um lançamento bem recente, chegou há apenas 2 meses no Brasil. E o que ele tem de especial é que Terra Nova promete ser uma versão simplificada do jogo Terra Mystica (que foi o jogo número 1 do ranking do BGG antes do Gloomhaven e do Brass: Birmingham).

Eu joguei Terra Mystica apenas uma vez, e a partida durou... 3h. Porém Terra Nova promete a mesma experiência de jogo entre 60 a 90 min para 2 a 4 jogadores, e pelo que vi em reviews até agora, tem cumprido bem o anunciado. Mesmo simplificado, o jogo tem certa complexidade, e o objetivo é pontuar ao máximo dominando áreas do tabuleiro antes de seus adversários. Porém, cada área do seu tabuleiro possui um tipo diferente de terreno, e dependendo de qual for, você não conseguirá ocupá-lo, e terá que antes transformá-lo para seu tipo de terreno nativo. Sua característica marcante, herdada do Terra Mystica, é que cada jogador joga com uma raça distinta, e cada raça possui um poder exclusivo. Portanto, com raças diferentes, sua estratégia para jogar e vencer precisa ser diferente. Terra Nova vêm com 10 raças diferentes, sendo que seu "pai" Terra Mystica vem com 14.


Wingspan (2019)

Fechando a lista, depois de citar 2 jogos para jogadores avançados, volto a trazer um jogo que, assim como o Azul, é simples, diverte toda a família, e encanta a todos com seus componentes. Aqui somos "colecionadores" de pássaros, e pontuamos conforme cada pássaro que conseguimos trazer para nossa área de criação.

Com direito a ovinhos, comidinhas, e torre para rolar dados em forma de comedouro, Wingspan tem regras simples e ao longo de 4 rodadas os jogadores tentam pontuar ao máximo com as cartas de pássaro coletadas. Cada carta de pássaro é única, e representa um pássaro real da América do Norte (são 170 pássaros no jogo base).

O jogo comporta de 1 a 5 jogadores, e caso você não se importe de jogar em apenas 2 jogadores, existe uma versão levemente mais barata do jogo, o Wingspan: Ásia, que é exclusiva para se jogar em dois (mas também pode ser incorporada como expansão do jogo original, transformando-o em um jogo para até 7 jogadores).

 

Conheciam os jogos acima? Que tal entrar para este mundo?? O Natal está chegando! Que tal dar Jogos de Tabuleiro de presente? Se quiser iniciar, uma opção é começar pelos jogos modernos "pequenos e baratos", geralmente só de cartas. As editoras Papergames, Grok e Geeks n' Orks são exemplos de editoras nacionais grandes mais especializadas em jogos deste tipo. Outra dica é essa lista aqui, que escrevi em 2020. Divirtam-se!

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...