sábado, 21 de maio de 2016

Crítica - X-Men: Apocalipse (2016)

TítuloX-Men: Apocalipse ("X-Men: Apocalypse", EUA, 2016)
Diretor: Bryan Singer
Atores principais: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult, Oscar Isaac, Rose Byrne, Evan Peters, Sophie Turner, Tye Sheridan
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=3vYpPwBKJ28
Nota: 5,0
Outra vez mais do mesmo

X-Men: Apocalipse é o 6º filme dos mutantes nas telonas, e o 3º a partir do reboot iniciado em 2011 com o excelente X-Men: Primeira Classe. Na história da vez, é revelado que há muitos milhares de anos atrás nasceu Apocalipse, o primeiro mutante. Adormecido durante milênios ele desperta e resolve destruir o mundo. O filme também mostra pela primeira vez a versão reboot de personagens importantes dos X-Men como por exemplo Jean Grey (Sophie Turner), Ciclope (Tye Sheridan), Noturno (Kodi Smit-McPhee), Tempestade (Alexandra Shipp) e Psylocke (Olivia Munn).

O roteiro de X-Men: Apocalipse é bem fraquinho. Focando basicamente na ação, contém diversos exageros, "coincidências" forçadas e ignora completamente o desenvolvimento de qualquer personagem. Mas o pior de tudo é sua falta de originalidade. Ok, é comum filmes se repetirem dentro de uma mesma franquia, principalmente em se tratando de filmes de super-heróis. Só que X-Men 6 extrapola o limite do aceitável: quase tudo que aparece no filme já foi explorado nos filmes anteriores.

Querem ver? Vamos lá (cuidado, este parágrafo possui vários pequenos spoilers. Caso não queira saber deles, pule para o parágrafo seguinte): Magneto ora vilão ora bonzinho ouvindo o chato discurso de Xavier que ele no fundo tem um bom coração? Confere (pela milésima vez); Jean Grey possuída pela Fênix? Confere (pela 3ª vez); Wolverine perdendo o controle? Confere (pela milésima vez); longa cena solo para fazer piadinhas com Mercúrio usando seus poderes? Confere (pela segunda vez); A máquina Cérebro sendo usada e graças a isto dá merda? Confere (pela milésima vez).

Não bastando as coisas de sempre, há também novos problemas, como o excesso de piadas: este é o filme dos X-Men com mais alívios cômicos e assim como em Homem de Ferro 3, elas são tantas que chegam a atrapalhar os poucos momentos dramáticos do filme.

Mas também há pontos a se elogiar em X-Men: Apocalipse. Com exceção do vilão principal, a caracterização dos personagens novos é excelente. Além disto, os efeitos especiais em geral são bons, assim como o design de produção. O filme conta com um elenco bem numeroso, jovem e talentoso, mas que infelizmente é mal aproveitado já que a franquia teima em dar destaque apenas no trio James McAvoy, Michael Fassbender e Jennifer Lawrence (a atriz que veta ter a pele pintada de azul por ser famosa).

E principalmente, o grande momento de Men: Apocalipse é a sua batalha final. Vários heróis lutando simultaneamente, um confronto duro e bem realizado contra Apocalipse, tudo bem executado e agradável. Infelizmente, uma única sequencia não-repetitiva muito boa é muito pouco para um filme com mais de 2h20 de duração.

Se você assistiu poucos filmes dos X-Men, talvez considere Men: Apocalipse um filme divertido, no que eu concordaria moderadamente se estivesse nesta situação. Mas como eu assisti os 5 filmes anteriores dos mutantes, ver este X-Men foi uma experiência enfadonha. E o pior é que material para novas histórias não falta: com mais de 50 anos de histórias nos quadrinhos, há literalmente centenas de tramas, heróis e vilões para serem utilizados. O verdadeiro desafio dos homo superior não é salvar o mundo, e sim, buscar criatividade. Nota: 5,0


PS 1: Assisti o filme em 3D, e não faz nenhuma diferença ver neste formato. Se encontrar X-Men: Apocalipse legendado em 2D, opte por esta versão.

PS 2: Há uma breve cena prós créditos que aparentemente dá pistas sobre o futuro filme Wolverine 3.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Crítica - O Caçador e a Rainha do Gelo (2016)

TítuloO Caçador e a Rainha do Gelo ("The Huntsman: Winter's War", EUA, 2016)
Diretor: Cedric Nicolas-Troyan
Atores principais: Chris Hemsworth, Jessica Chastain, Charlize Theron, Emily Blunt
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=b3f5PxlsaS8
Nota: 4,0
Quase nada se salva nesta continuação fraca e desnecessária

Em 2012 tivemos o filme Branca de Neve e o Caçador (que não assisti), um filme de ação/batalhas baseado no famoso conto dos Irmãos Grimm. Devido sua boa arrecadação, era claro que se iria fazer uma continuação. Mas havia um probleminha: a polêmica envolvendo o diretor Rupert Sanders e a atriz que viveu a Branca de Neve, Kristen Stewart (eles tiveram um caso durante as gravações e Sanders era casado). Restou então ao estúdio da Universal se desfazer de ambos e apostar na volta do Caçador (Chris Hemsworth) como o grande herói da vez.

Foi assim que surgiu O Caçador e a Rainha do Gelo, que para atrair o público também trouxe de volta a Rainha Má Ravenna (Charlize Theron), trouxe uma nova heroína - a guerreira Sara (Jessica Chastain) - e uma nova vilã, A Rainha do Gelo Freya (Emily Blunt). Desta maneira, a história mistura o conto da Rainha Má dos Grimm com o conto A Rainha da Neve de Hans Christian Andersen.

O Caçador e a Rainha do Gelo possui dois atos: no primeiro, antes do filme da Branca de Neve, vemos que Ravenna e Freya são irmãs, e que o Caçador e Sara foram raptados quando crianças e treinados para ser soldados do exército da Rainha do Gelo. Esta parte se mostra pouco natural e para piorar é narrada constantemente por um desagradável narrador em off.

O segundo ato ocorre depois do letreiro "7 anos depois", onde vemos o Rei - um novo personagem, que se casou com a Branca de Neve (sim, agora a história se passa depois do primeiro filme, mas a Branca não aparece desta vez) - pedindo ao Caçador para que ele ajude-o a recuperar o Espelho Mágico, desaparecido. É então que o herói - juntamente com alguns amigos e posteriormente com Sara - passam por diversas aventuras para recuperar o objeto.

E então o espectador é submetido a mais de uma hora de puro enfado. Um roteiro repleto de clichês, piadas sem graça, batalhas nada grandiosas e mal feitas, e o pior de tudo: ter que aguentar todo este tempo vendo o Caçador e Sara tendo aquelas brigas "eu te amo mas te odeio". É de acabar com a paciência de qualquer um.

É difícil citar qualquer coisa que agrade em O Caçador e a Rainha do Gelo. Vamos ver: a fotografia é bonita, os efeitos especiais envolvendo gelo até são bons, mas os demais são bem fracos. A trilha sonora é chata e repetitiva. O roteiro tem vários furos e não mostra nada de original.

De elogiar mesmo só os figurinos (mantendo o nível do filme anterior, que inclusive chegou a ser indicado ao Oscar) e... mais o que? Bem, dá para dizer que as cenas melhoram com a presença de Charlize Theron: além de sua estonteante beleza, sua presença é forte e impressiona.

Sendo um filme de fantasia medieval genérico feito puramente para arrecadar dinheiro em função do filme anterior, O Caçador e a Rainha do Gelo deixa muito a desejar. E o pior, ele encerra com um gancho para outra possível continuação. Felizmente, até agora o filme mal se pagou nas bilheterias. Então pode ser que a Universal desista do negócio e volte para casa tendo aprendido uma pequena liçãozinha. Nota: 4,0

terça-feira, 3 de maio de 2016

Crítica - O Dono do Jogo (2014)

TítuloO Dono do Jogo ("Pawn Sacrifice", Canadá / EUA, 2014)
Diretor: Edward Zwick
Atores principais: Tobey Maguire, Liev Schreiber, Peter Sarsgaard, Michael Stuhlbarg, Lily Rabe
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=0MMIhrYkvjQ
Nota: 7,0
Um bom filme para conhecer o genial Bobby Fischer

Existem filmes que embora não sejam espetaculares, merecem ser assistidos. Eles contam a história de um pessoa real pouco conhecida do grande público brasileiro; pessoas estas tão diferentes que se torna algo muito interessante e instrutivo conhecer suas histórias. É o caso de filmes como Frida (2002), A Travessia (2015) e agora, este O Dono do Jogo.

O Dono do Jogo conta a história de Bobby Fischer (Tobey Maguire), o garoto prodígio estadunidense que se tornou um dos maiores enxadristas de todos os tempos. No filme temos sua vida contada desde os feitos enxadrísticos da infância até sua disputa pelo título mundial, em 1972, contra o campeão russo Boris Spassky (Liev Schreiber).

Diferentemente de outros filmes que contam "fatos históricos", O Dono do Jogo tem uma história bastante fiel ao mundo real. A grande maioria dos eventos contados realmente aconteceram. As poucas "mentirinhas" não vêm de fatos errados, mas sim, do exagero. Por exemplo: Fischer não foi a pessoa "patrocinada" por anos pelo governo dos EUA para "derrotar os inimigos" russos. Mas ele de fato teve apoio da Casa Branca durante o confronto com Spassky. Igualmente, ele não era uma personalidade universalmente famosa antes do duelo pelo título mundial. Mas, durante o confronto, o foi.

Fischer era conhecido por fazer exigências absurdas para disputar suas partidas, e aqui o filme tomou a liberdade de justificar estes pedidos com apenas duas explicações: insegurança e, principalmente, seus distúrbios mentais. Na vida real, seria isto mesmo? Não fiquei totalmente convencido. De qualquer forma, o Bobby Fischer real de fato sofria com muita paranoia - o que deve ter começado desde a infância, onde sua mãe comunista lhe dizia que sua casa podia estar grampeada. O episódio do enxadrista destruindo o quarto do hotel procurando por grampos, seu ódio pelos soviéticos e pelos judeus, tudo isto aconteceu e foi precisamente retratado.

Como filme, tecnicamente falando O Dono do Jogo é "OK". Não há grandes qualidades ou defeitos. A fotografia não é muito boa e os efeitos especiais - há algumas montagens em que se coloca Tobey Maguire sob filmagens reais de TV da época (anos 60 e 70) - também não são totalmente convincentes.

O roteiro é bom. Ele poderia ser melhor se não optasse por filmar Maguire quase o tempo todo, deixando de se aprofundar nos fatos e personagens ao seu redor. Ainda assim, há espaço suficiente para sugerir que Spassky tinha os mesmos problemas e "manias" que Fischer, o que é uma boa sacada. Além disto, o roteiro é bem dinâmico e garante que Bobby seja tão fascinante na tela como foi na vida real. Não sabemos qual será seu próximo passo o tempo todo. E isto é uma sensação bem bacana para o espectador.

Bobby Fischer até merecia um filme melhor que O Dono do Jogo, que não é brilhante mas é bom. Ainda assim, em termos de precisão histórica, temos uma produção bem acima da média de Hollywood. E em se tratando de um personagem tão interessante, vale bastante a pena conhecer sua história. Nota: 7,0

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...