segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Crítica - The Sinner (Netflix) - primeira temporada (2017)


The Sinner é um seriado de TV bem novo, que estreou aqui no Brasil pela Netflix no começo deste mês (mas não é produção original deles). Se trata de um drama policial baseado no livro de mesmo nome escrito pela estadunidense Petra Hammesfahr em 2007. O seriado foi planejado como uma mini-série fechada de 8 episódios.

Na história, Cora Tannetti (Jessica Biel) está na praia com seu marido e filho quando surta e assassina um desconhecido a facadas na frente de dezenas de testemunhas. Perplexa com sua própria atitude, Cora não sabe explicar porque atacou a vítima, e jura nunca tê-la visto antes. Ao assumir o caso, o Detetive Harry Ambrose (Bill Pullman) se empatiza com Cora e tenta descobrir toda a história por trás deste estranho episódio.

Dentre as principais qualidades da série, temos uma história repleta de reviravoltas ao longo de todos os episódios (e você fica o tempo todo mudando a visão que se tem da Cora entre uma "garota inocente" e uma "não tão inocente assim"); e uma investigação policial longa e bem desenvolvida.

O roteiro, em geral, é bem acima da média. Porém, estamos diante de uma história bem pesada. Não é nada fácil assistir Cora sendo abusada (física ou mentalmente) por várias pessoas durante a série toda. A sensação mais frequente que se tem ao assistir The Sinner é um mal estar. Por mais que eu tenha gostado bastante do roteiro e me prendido à série, fica difícil para eu recomendar uma série tão tensa.

Mesmo elogiando o roteiro, há dois pontos nele que desgostei bastante: o primeiro é que o desenvolvimento de Ambrose, onde acompanhamos seu drama pessoal, vai diminuindo gradativamente ao longo dos episódios até ser completamente abandonado nos dois últimos, sem trazer qualquer conclusão. E, principalmente, para mim há um grande furo no roteiro. Após a conclusão da série, eu simplesmente não consigo achar uma explicação aceitável para a relação dos pais de Cora com a polícia, especialmente nos eventos do terceiro episódio.

Em termos de atuação, The Sinner não conta com grandes atores; porém a dupla de atores principais Jessica Biel e Bill Pullman dão bastante conta do recado.

Finalmente, notem que mesmo sendo uma série "fechada em 8 episódios", o título deste texto leva um "primeira temporada". Isto porque o seriado fez um sucesso tão grande de crítica e público nos EUA que obviamente seus produtores querem continuar ganhando dinheiro e especulam fazer uma segunda temporada. Menos mal que, pelo menos pelo que se foi falado até agora, eles tem noção que a história de Cora "se encerrou" e portanto a principal idéia para continuar The Sinner é através do Detetive Harry Ambrose, onde ele estaria acompanhando um caso completamente novo durante toda a segunda temporada. Vamos aguardar por novidades a respeito.

E para quem já assistiu The Sinner fica o convite para escrever nos comentários sobre o que achou, e se recomenda a série ou não. Abraços e até a próxima!

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Crítica - Liga da Justiça (2017)

TítuloLiga da Justiça ("Justice League", EUA, 2017)
Diretor: Zack Snyder (e Joss Whedon?)
Atores principais Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Gal Gadot, Ezra Miller, Jason Momoa, Ray Fisher, Jeremy Irons, Diane Lane, Connie Nielsen e Ciarán Hinds (vozes), Joe Morton, Amber Heard
Interessante para os fãs de quadrinhos, filme não é ruim. E poderia ter sido muito pior

Após três filmes de visual arrebatador e consideravelmente bem sucedidos (300, WatchmenHomem de Aço) a Warner decidiu dar ao diretor Zack Snyder plenos poderes para criar nos cinemas o Universo Estendido DC, que iria contrapor ao mega bem sucedido Universo Cinematográfico Marvel da editora rival.

O filme que iniciaria esta nova fase, Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) até que não foi de todo ruim. Mas foram tantos defeitos... roteiro sem sentido, edição catastrófica, e principalmente: ver um Batman enlouquecido e um Superman sem esperança que tudo acabou despertando a fúria de fãs e crítica especializada.

Snyder voltaria para um projeto ainda mais ambicioso, mas agora com o peso do fracasso anterior. Os boatos que cercaram a produção de Liga da Justiça anunciavam que os erros se repetiriam: roteiro confuso, tom sombrio, e uma quantidade absurda de horas filmadas... como se não houvesse nenhuma direção para que filme seria feito. Até que no início da pós-produção a filha do diretor infelizmente faleceu; e ele não apenas deixou o Liga da Justiça como saiu de vez da franquia (para mim, outro indício de que seu novo trabalho não estava bom). Em seu lugar, para finalizar o filme (e fazer várias refilmagens), foi contratado Joss Whedon, que escreveu e dirigiu Os Vingadores 1 e 2.

Chegamos enfim ao Liga da Justiça que estreou nos cinemas. E o filme final não possui uma identidade; e claramente uma mistura de Whedon com Snyder (e para mais detalhes sobre isto, leiam meu PS ao final do texto). Por outro lado, é um filme sem falhas gritantes, com uma história sem enrolações que conta com um início, meio e fim bem claros. Levando em conta todos os problemas que Liga da Justiça teve, isto é praticamente um milagre. O resultado final foi melhor que eu esperava.

Na história da vez, o mundo ainda não se recuperou da morte do Superman (Henry Cavill). Aproveitando-se disto o vilão alienígena Steppenwolf chega à Terra com o intuito de conquistá-la reunindo as três Caixas Maternas deixadas em nosso planeta milhares de anos atrás. Cabe então ao Batman e a Mulher Maravilha reunir um novo time de super-heróis para impedí-lo.

Como ponto forte principal em Liga da Justiça, temos as várias batalhas entre super-seres. Ponto positivo para Snyder: ele realmente sabe mostrar super-heróis se socando de uma maneira visualmente deslumbrante e com ação bem coreografada e empolgante. Outro ponto bacana é ver a interação entre os personagens da Liga, que funciona de maneira agradável e orgânica. Eles até brigam um pouco entre eles em alguns momentos... mas não tem aquela costumeira babaquice dramática de egos sem controle: os heróis sabem que precisam se unir porque afinal de contas o mundo precisa deles. Simples assim.

E já que usei a palavra "dramática", o maior pecado do filme, em contra partida, é sua falta de emoção. Não dá para sentir qualquer empatia pelo Batman e Superman pois em todos os filmes até agora (inclusive este), eles mais parecem robôs (Affleck e Cavill são muito fracos como atores). Já os novatos Flash (Ezra Miller), Aquaman (Jason Momoa) e Ciborgue (Ray Fisher) estão melhores... porém aí também não temos empatia suficiente pelos mesmos pois acabamos de conhecê-los. O que nos leva a bela Gal Gadot como Mulher Maravilha: ela é a única que recebe empatia verdadeira do público.

Contribuindo para a falta de emoção em Liga da Justiça temos uma trilha sonora genérica, burocrática, e praticamente omissa; além de um número bem alto de personagens, o que faz que praticamente nenhum deles tenha algum desenvolvimento dentro da história. Para piorar ainda mais o cenário, a luta final contra Steppenwolf é bastante anti-climática; fraca, esta que é a luta mais importante de todas é ironicamente a única batalha ruim do filme.

Resumindo, este Liga da Justiça deverá agradar o leitor de quadrinhos de super-heróis estadunidense. Afinal, ver heróis e vilões se esmurrando o tempo todo é basicamente todo o material que encontramos nas HQs de DC e Marvel nas últimas décadas. Portanto, como fã de quadrinhos que sou, gostei sim do que vi.

Por outro lado, não vejo que Liga da Justiça irá agradar o público geral. O tempo dedicado à diálogos, desenvolvimento de personagens, e até mesmo a situações dramáticas é muito menor do que o encontrado nos filmes da Marvel, por exemplo. Até mesmo as cenas de humor - que existem, e funcionam dentro do filme - são muito poucas. Mesmo com as muitas mexidas de Joss Whedon, Liga da Justiça ainda está bem longe de seguir a "fórmula Marvel" nos cinemas, e consequentemente prevejo que o filme será recebido de maneira bem morna pelo público comum. Nota: 6,0


PS: há bastante de Zack Snyder no filme pois claramente foi ele quem filmou as cenas de lutas (menos a final, talvez?) e ela ocupam a maior parte do filme. Mas dá para ver que Joss Whedon também alterou bem o filme "original". Uma das provas é que quando Henry Cavill foi chamado para as refilmagens da pós-produção, o ator estava usando um grande bigode devido as filmagens do futuro Missão: Impossível 6. Não podendo removê-lo, o bigode foi retirado via efeitos de computador. Porém, se prestarmos atenção, dá para "ver" o bigode removido. E temos o Superman "com marcas de bigode" em quase todas as cenas do ato final. A maioria das piadas do filme devem ter sido colocadas por Whedon também; afinal, essa é uma de suas especialidades, como vimos nos filmes dos Vingadores. E finalmente (aí já não é culpa do Whedon), com a exigência dos diretores da Warner para deixar Liga da Justiça com no máximo 2 horas de duração, os cortes certamente foram muitos. Nota-se isto pela boa quantidade de cenas que vemos no trailer e que não se encontra no filme final.

PS2: o filme conta com duas cenas pós-créditos. E a segunda surpreende pois dá a entender que poderemos ter uma continuação de Liga da Justiça que nada tenha a ver com este aqui (ou seja, que também envolvesse ameaças alienígenas vindo do planeta Apokolips).

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Fãs de seriados: vocês precisam conhecer o app TV Time!


Eis um aplicativo bacana que quero compartilhar com vocês. Antigamente chamado de TV Show Time, seu nome abreviou e agora ele se chama TV Time (https://www.tvtime.com/pt_BR), é o programa "definitivo" para quem curte muito seriados de TV.

E o melhor, ele é GRATUITO, possui integração com o Facebook, traz vários idiomas (inclusive o Português Brasileiro) e está disponível para Android, iOS e via Website, para quem não quiser usar no smartphone.

No TV Time você encontra informações sobre qualquer seriado: lista de episódios (com o resumo de cada um deles, e a data de transmissão), avaliações (e você pode ver, ao longo dos meses, quanto a nota de um seriado variou), data de quando o próximo episódio vai ao ar (nos EUA), atores participantes e seus respectivos perfis; notícias em geral, recomendações de novas séries para assistir, etc e etc.

Também serve como rede social, onde você pode seguir amigos e ser seguido.

O TV Time possui também uma pequena área para "jogos", onde você ganha badges (distintivos)  fazendo ações, ou responde Quizzes diversos de dezenas de seriados famosos a escolha para depois comparar seu resultado em um ranking mundial (por exemplo, fiquei entre as 700 melhores pontuações em um questionário sobre as 6 primeiras temporadas de The Big Bang Theory).

E principalmente: lá você pode marcar lá todos os seriados e episódios que você já assistiu na sua vida!

E marcando os episódios que você assistiu, vem a "cereja do bolo": descobrir quanto tempo da sua vida você gastou assistindo seriados!!


Se assustou com meu número acima? Pois é. Mas se você for realmente fanático por seriados e colocar tudo "no papel" verá que vai me ultrapassar facilmente rs.

Baixe o App, convide seus amigos, e divirtam-se!!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Crítica - Borg vs McEnroe (2017)

TítuloBorg vs McEnroe ("Borg McEnroe", Dinamarca / Finlândia / Suécia, 2017)
Diretor: Janus Metz
Atores principaisSverrir Gudnason, Shia LaBeouf, Stellan Skarsgård, Tuva Novotny, Robert Emms, Ian Blackman, Leo Borg
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=HxXjq6qWjzM
Nota: 7,0
Bom filme para o público geral, obrigatório para o fã de Tênis

Grandes rivalidades no esporte podem gerar ótimos filmes. É o caso, por exemplo, de Rush: No Limite da Emoção (2013), um dos melhores filmes sobre o assunto que já vi. Desta vez temos um filme sueco sobre a rivalidade de um de seus maiores ídolos - o tenista Björn Borg - com o estadunidense John McEnroe. Mais especificamente, Borg vs McEnroe conta a história dos dois no campeonato de 1980 em Wimbledon, onde a dupla se enfrentou na final, em uma partida que até hoje é considerada uma das maiores do Tênis em todos os tempos.

Borg vs McEnroe tem chamado atenção fora da Escandinávia e pode até receber indicações ao Oscar. A imprensa mundial tem comparado o filme com Rush, porém entre eles há sensíveis diferenças. Rush é uma produção muito maior e traz uma história bem mais abrangente, tanto no aspecto histórico quanto emocional; além de que divide quase igualmente o tempo entre seus dois protagonistas. Já Borg vs McEnroe por sua vez dedica seu tempo quase que exclusivamente em Björn Borg (na Suécia, aliás, o filme só se chama Borg).

Apesar de concentrar a vida dos dois tenistas apenas durante Wimbledon de 80, Borg vs McEnroe também mostra alguns flashes de ambos em sua infância, que nos ajudam a entender os passos que os levaram a tão distinto comportamento como adultos. E além do mundo do Tênis, o filme acaba sendo universal ao nos mostrar a pressão absurda que os atletas de ponta sofrem dos fãs, e principalmente da imprensa.

Apesar de dedicar vários bons minutos em quadra mostrando a partida da final entre os dois, em termos esportivos as imagens são quase irrelevantes. O filme tem mérito ao não deixar o espectador perdido, entendemos o tempo todo o que está acontecendo. Ainda assim, mal vemos uma disputa de pontos por inteiro, são apenas pedaços de imagens.

De qualquer forma, isto não tira o brilho de Borg vs McEnroe. O filme é bem sucedido em mostrar porque ambos os tenistas foram prodígios, nos faz entender porque Borg abandonou a carreira tão precocemente, e que McEnroe nunca foi a pessoa ruim que parecia. Borg vs McEnroe é interessante para qualquer tipo de público, e essencial para os fãs de Tênis. Nota: 7,0

PS: a semelhança do ator principal Sverrir Gudnason com o verdadeiro Björn Borg é impressionante (vejam na foto do post os atletas reais e os respectivos atores lado a lado). E mais impressionante ainda é ver quanto o ator que interpretou o Borg criança é idêntico às fotos do tenista real com esta idade. Só que no segundo caso há uma pequena trapaça: o ator que faz o jovem Borg é nada menos que Leo Borg, o filho caçula real de Björn Borg.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...