domingo, 30 de abril de 2017

Crítica - Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017)

Título: Guardiões da Galáxia Vol. 2 ("Guardians of the Galaxy Vol. 2", EUA, 2017)
Diretor:  James Gunn
Atores principaisChris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Bradley Cooper (voz), Michael Rooker, Karen Gillan, Pom Klementieff, Kurt Russell, Elizabeth Debicki
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=4-i8nTNSQFI
Nota: 8,0
Guardiões continua ótimo. E ainda mais engraçado!

Três anos depois, os Guardiões da Galáxia retornam com mesmo diretor/escritor e elenco. Em termos de trama principal, o filme piora em relação ao anterior; porém seu roteiro compensa ao desenvolver melhor os seus muitos personagens (em especial as irmãs Gamora/Zoe Saldana e Nebula/Karen Gillan, além de Drax/Dave Bautista e Yondu/Michael Rooker) e conseguir a façanha de ser ainda mais engraçado!

Na trama, os Guardiões continuam aprontando as suas como mercenários e ganhando novos inimigos. Em meio as confusões que eles mesmos arranjam, Peter Quill (Chris Pratt) é salvo pelo seu pai Ego (Kurt Russell), a quem ele encontra pela primeira vez. Ego convida então Peter para conhecer seu planeta natal e seu legado.

As duas maiores qualidades presentes no primeiro filme - ótimos efeitos especiais e humor baseado em situações inesperadas - continuam em Guardiões da Galáxia Vol. 2, e talvez ainda melhores! Em contrapartida, ainda que seja citada várias vezes pelos próprios personagens durante o filme, a trilha sonora perdeu um pouco do seu impacto.

Mesmo com uma trama principal um tanto dispersa e confusa, o roteiro de Guardiões da Galáxia Vol. 2 discute com sucesso o assunto família. Surpreendentemente, no meio de tanta ação e piadas, ainda foi possível se emocionar em algumas cenas mais sérias.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 também entra no lista dos melhores filmes já feitos pela Marvel - assim como seu antecessor - porém ainda precisa de alguns ajustes para conquistar uma nota ainda maior. Desta vez o ponto fraco do filme foi seu vilão. Chega a ser irônico que uma franquia que baseia seu sucesso no fugir do senso comum (a longa e excelente cena da apresentação inicial dos créditos é um exemplo disto), tenha um vilão com discursos e ações tão previsíveis e idiotas.

Outro ponto que não gostei foi o exagerado número de personagens ou elementos fan service. São literalmente dezenas, em geral reconhecidos apenas pelos leitores de quadrinhos da Marvel, e pelo excesso chegam a atrapalhar as vezes o ritmo do filme.

Facilmente um dos melhores filmes da ação e humor do ano, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é diversão garantida para quem gostou do primeiro filme. Apesar das diferenças entre eles, na média são do mesmo nível. Nota: 8,0


PS: desta vez são nada menos que CINCO cenas pós créditos. A cena com o Groot e a cena com a Ayesha (aquela moça de cor dourada) são as duas mais relevantes, pois já dão dicas do que virá nos próximos filmes.

domingo, 16 de abril de 2017

Ghost in the Shell: análise do Filme, do Anime e do Mangá


A franquia japonesa Ghost in the Shell passou a ser mais conhecida pelo público graças ao filme A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell - ainda em cartaz no Brasil - estrelado pela bela e famosa Scarlett Johansson.

Entretanto, o título já havia conquistado certa fama entre os fãs mais hardcore de ficção científica no final da década de 90, graças ao filme-Anime Ghost in the Shell de 1995, que virou cult e levou a fama de ser um dos "maiores inspiradores" do filme Matrix (1999).

Apresentarei neste texto as versões iniciais de Ghost in the Shell do Mangá e Anime (em ambas mídias a franquia já teve continuações, que não comentarei aqui), e finalmente, o filme Hollywoodiano de 2017, comparando as 3 obras.

Todas elas possuem em comum o futuro de 2029, onde se tornou comum os humanos aperfeiçoarem seus corpos usando implantes cibernéticos; seja com membros artificiais melhorados, ou ainda, o cérebro conectado à internet e desfrutando de inúmeros recursos.

A protagonista de Ghost in the Shell é Motoko Kusanagi, a líder de campo da "Seção 9", um grupo policial especializado no combate ao terrorismo e crimes cibernéticos. Motoko se auto-intitula "a Major" e possui apenas o cérebro humano, com o restante do seu corpo totalmente artificial (embora em sua maior parte orgânico), o que lhe dá agilidade e força além do comum.


Mangá - O começo

Se Ghost in the Shell chamou atenção mundialmente através do Anime de 1995, sua história começou nos mangás, em uma série escrita e desenhada por Masamune Shirow, publicada entre 1989 e 1990. Publicada recentemente no Brasil pela editora JBC, a revista traz várias histórias curtas, com bastante ação e trazendo como foco principal terroristas e espionagem internacional.

Embora um material interessante, não é uma leitura tão fácil: Shirow imaginou um mundo futurista bem crível (é impressionante o quanto ele acertou, mesmo escrevendo 20 anos atrás) e bem detalhado. É uma leitura pesada, repleta de informações sobre o universo criado. Os personagens - inclusive a protagonista - são pouco explorados. Além disto, a trama é um pouco datada, lembrando o clima da guerra fria, um tema que já ficou um pouco distante da nossa realidade.

Aqui temos uma Motoko empolgada, cheia de vida, que gosta do seu trabalho, e que arruma até tempo para lazer (os quais passa sempre com outras mulheres); é uma personagem bem diferente do que veremos nas adaptações a seguir.


Anime - A fama

Ao assistir recentemente a animação que deu fama internacional à franquia (e que no Brasil foi traduzido para O Fantasma do Futuro), minha primeira constatação - para minha surpresa - é que Matrix se inspirou muito pouco na mesma. Em comum há as "letrinhas verde" digitais correndo na tela e o visual de alguns robôs e aparelhos (como o de conectar o cérebro das pessoas com um plug na parte inferior do crânio). Mas as histórias de Ghost in the Shell e Matrix são completamente diferentes.

Na história deste filme japonês de 1995, dirigido por Mamoru Oshiie e co-roteirizado pelo escritor do Mangá, temos na verdade algumas das histórias escritas em 1989 unificadas em uma única trama, dando bastante destaque ao hacker "Mestre dos Fantoches" como vilão principal.

A Motoko do Anime já é uma pessoa bem mais séria, de poucas palavras, que quase não expressa emoções. É alguém extremamente solitária, mas ainda assim não transparece ser infeliz, apenas conformada com a vida que possui.

Dentre todas as versões e adaptações de Ghost in the Shell, este Anime é de longe a melhor (e também conta com uma trilha sonora excelente), e leva deste blog uma nota 7,5.


Filme - A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)

Finalmente, a criticada adaptação Hollywoodiana da obra. O filme dirigido por Rupert Sanders (que antes deste só foi diretor do mediano Branca de Neve e o Caçador, de 2012) copia várias sequencias da animação de 95. Entretanto, mesmo com muitas cenas idênticas, o contexto das mesmas é bem diferente, e a história aqui apresentada pouco tem em comum com as histórias do Mangá e do Anime.

Se nas versões japonesas o maior destaque da história é para a ação e o universo criado, em A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell a Motoko da Scarlett Johansson leva todo o foco da trama. Estamos diante de uma história que conta a origem da protagonista, que por sua vez, é uma personagem sem nenhuma expressão facial mas que, quando fala, não se importa em revelar que é uma pessoa bem triste.

É difícil se conectar com uma personagem assim tão melancólica e "robótica". Aliás, nenhum dos personagens do filme possui o mínimo de carisma. A grande qualidade de Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell é mesmo seu visual, seja pela qualidade e cores de suas imagens; ou ainda, pelo universo futurista imaginado pela franquia (ainda que aqui esteja um pouco deturpado).

Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell não possui tanta ação quanto seu trailer indicava e mais parece uma história de um Robocop em depressão do que qualquer outra coisa. Apesar de ser outra "ocidentalização" ruim de um Mangá/Anime, o que resta do material original nesta adaptação é suficiente para que o filme seja pelo menos uma experiência interessante. Nota: 6,0

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...