Mostrando postagens com marcador exclusivo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador exclusivo. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de agosto de 2025

Relembrando o Amiga 500, digno concorrente dos PC's, NES, Master System, Mega Drive e SNES


Em termos de computadores caseiros nos anos 80 e 90, o mercado tinha a liderança dos PC's (da IBM e outros "clones") e Macintosh (da Apple). Mas em "terceiro lugar" vinha o Amiga (da Commodore). A principal força do Amiga era sua alta capacidade gráfica e sonora. E isto, naturalmente, não apenas transformou esta família de computadores a melhor para videogames até o começo dos anos 90, como também, acabou virando uma plataforma de videogames à parte. Os jogos acabaram virando o grande atrativo do Amiga, e eles concorriam em termos de qualidade com os famosos consoles de 8 e 16 bits da SEGA e Nintendo da época.

O Amiga foi bem vendido na Europa, mas não conseguiu emplacar em mais nenhuma região do mundo. Dentre os vários modelos lançados para o Amiga ao longo dos anos, o que mais vendeu e ficou mais famoso foi o Amiga 500, lançado em 1987. Curiosidade: sua CPU era o Motorola 68000, exatamente o mesmo processador 16 bits do SEGA Mega Drive.


As franquias que nasceram no Amiga 500

Da esq. para dir., e de cima para baixo: Populous, Lemmings, Sensible Soccer e Speedball 2

O que poucos sabem é que no Amiga 500 surgiram várias franquias famosas de jogos de videogames. Dentre eles, posso citar os jogos de estratégia Populous e Lemmings, os jogos de esporte Sensible Soccer e Speedball 2: Brutal Deluxe, os jogos "dark" de ação Another World e Shadow of the Beast, o flipper Pinball Dreams e o acelerado Zool, uma "resposta" do Amiga para o Sonic. Todos estes jogos foram posteriormente portados para diversos consoles e plataformas, ficando conhecidos no mundo todo.

Da esq. para dir., e de cima para baixo: Another World, Shadow of the Beast, Pinball Dreams e Zool

E os nascidos no Amiga "famosos" continuaram mesmo após o declínio do Amiga 500. Por exemplo, surgiram em modelos posteriores do Amiga jogos como Worms, Flashback ("sucessor" do Another World, este que aliás também teve o nome de Out of This World) e Sensible World of Soccer ("sucessor" do Sensible Soccer).


Os muitos (e "peculiares") jogos exclusivos

Claro que no Amiga 500 também tínhamos os jogos que eram sucesso em outras plataformas de computador da época (King's Quest I a VI, Monkey Island 1 e 2, Indiana Jones and the Fate of AtlantisSimCity e SimCity 2000Mortal Kombat, Street Fighter I e II, etc), e dos consoles de videogames caseiros (After Burner, Castlevania, Golden Axe, Final Fight, Ghouls'n Ghosts, Shinobi, Space Harrier I e II, Strider 1 e 2, etc), lançados normalmente.

Porém, talvez o maior "charme" da plataforma eram seus jogos feitos por produtoras pequenas (ou às vezes até, por um grupo pequeno de programadores independentes), o que fez o Amiga 500 ter centenas de jogos bem "peculiares" e raros, muitos deles exclusivos. Encerro este artigo listando QUINZE destes jogos "estranhos", sejam eles exclusivos ou não do Amiga, mas que certamente hoje são desconhecidos do grande público, e trago aqui para que vocês passem a conhecer e admirar.




Danger Freak (1988): começando com este pequeno jogo, feito por um grupo de programadores, onde você controla um dublê de filmes de ação! São apenas 3 fases, onde você tem que pilotar vários veículos e escapar de obstáculos diversos, sendo que a primeira fase é a melhor e mais divertida de todas. Bem incomum, como se pode ver no vídeo acima.




It Came from the Desert (1989): um bizarro adventure de point-and-click que mistura alguns poucos momentos de tiro em primeira pessoa, aqui a história é digna de um filme B, onde uma pequena cidade em um deserto dos EUA é atacada por formigas gigantes. O jogo é bem difícil e uma corrida contra o tempo. Ou seja, se em pouco mais de uma hora em tempo real você não conseguir localizar e matar a formiga rainha, o jogo acaba e você terá que começar tudo novamente do zero, o que é um bocado frustrante.




Buffalo Bill's Wild West Show (1989): sabe aqueles jogos de competição com múltiplos eventos, para se jogar em vários jogadores, como Track & Field, California Games e Winter Games? Pois é, Buffalo Bill's Wild West Show é um destes, porém os "esportes" são baseados em atrações de shows itinerantes do Velho Oeste. São seis eventos: Lançamento de faca, Tiro de habilidade, Montaria de cavalo selvagem, Resgate de diligência, Laçada de bezerro e Luta de boi.




Parachute Joust (1990): quer um jogo absurdamente errado e politicamente incorreto? Achou! Neste jogo você e um adversário pulam de um avião com apenas um paraquedas. Então vocês dois ficam brigando no ar pela posse do paraquedas até que um consegue ficar com o objeto em definitivo e o outro jogador cai e morre. E o jogo é só isso! :O




Cruise for a Corpse (1991): no mesmo ano que lançou Another World, a francesa Delphine Software lançou esse jogo aqui, um adventure de point-and-click onde o objetivo é resolver um assassinado ocorrido dentro de um navio, ao estilo dos livros de mistério de Sherlock Holmes e Agatha Christie. Apesar de ser um jogo "lento" e com muitos diálogos, o game foi bastante elogiado pela crítica e certamente tem tudo para agradar os fãs de mistério policial.




Hugo (1991): era uma vez um personagem de TV chamado Hugo, criado na Dinamarca para ser a estrela de um jogo interativo onde as pessoas jogavam ao vivo valendo prêmios, controlando o personagem do game através do seu aparelho de telefone fixo (sim, nesta época das cavernas os aparelhos celular ainda não existiam)! Da Dinamarca, o programa de TV criado em 1990 se espalhou para o mundo, chegando até ao Brasil, onde foi transmitido pela TV CNT-Gazeta nos anos de 1995, 96 e 98. Com comandos simples, o objetivo era desviar Hugo de obstáculos, clicando no botão direcional nos momentos certos. O jogo foi adaptado para várias marcas de computadores, começando pelo Amiga em 1991, e depois indo também para os PCs, Macintosh e Commodore 64.




Jungle Boy (1991): um "clone" do clássico jogo Jungle Hunt (1983), que fez muito sucesso nos fliperamas e Atari 2600. Feito por um pequeno grupo de programadores, aqui podemos ver uma versão de Jungle Hunt "modificada" com gráficos e sons equivalentes aos dos videogames de quarta geração (16 bits).




Moonstone: A Hard Days Knight (1991): um jogo de luta com elementos de RPG considerado como um dos mais violentos já feitos até então. Comportando sempre 4 jogadores simultâneos (caso não houvessem 4 jogadores online, os restantes eram completados pela CPU), o jogo se alternava em 2 etapas: primeiro os jogadores escolhiam, ao mesmo tempo, em qual local do mapa iriam explorar. Escolhido, a segunda etapa era enfrentar os bizarríssimos monstros (ou um jogador adversário) que lá se encontravam e se vencer, recolher tesouros e ganhar pontos de experiência. Espalhados pelos locais do mapa haviam 4 chaves, que se unidas, revelavam o local da Moonstone, e quem a encontrasse, vencia a partida.




Agony (1992): jogo exclusivo para o Amiga, não a toa tirando desta potente máquina o máximo de seu potencial gráfico e sonoro. Aqui temos um jogo de tiro horizontal onde controlamos uma coruja contra os mais diversos inimigos, em sua maioria plantas e insetos gigantes. Agony possui uma qualidade gráfica e de trilha sonora comparáveis ao máximo atingido nessas categorias pelo Mega Drive e Super Nintendo.




Apidya (1992): outro jogo exclusivo para o Amiga, outro jogo de tiro horizontal, outro jogo de gráficos incríveis, outro jogo onde controlamos um animal, porém desta vez somos uma... abelha! Com fases e inimigos bem diversificados, Apidya é certamente um dos melhores e mais impressionantes shoot 'em up do Amiga 500.




Motörhead (1992): aqui temos um jogo da banda inglesa de heavy metal Motörhead. Trata-se de um beat'em up onde o jogador controla Lemmy, o vocalista do grupo, para resgatar os demais integrantes da banda, que foram sequestrados. Os gráficos são bons, mas o jogo é relativamente curto e fácil, com apenas um botão para golpe. A trilha sonora até é agitada, com várias batidas... mas sabe quantas músicas são do Motörhead? Nenhuma. E isso mesmo com o ok oficial da banda para lançamento do jogo. Maluquice pura.




Arabian Nights (1993): jogo de plataforma (com direito a alguns momentos de shoot 'em up horizontal quando você pilota um tapete voador) com tema nas "1001 Noites" e exclusivo deste sistema. O game certamente entra fica entre os melhores, de mais belos gráficos e trilha sonora do gênero no Amiga. O jogo parece que mistura Alex Kidd com Aladdin com Castle of Illusion; e as fases são consideravelmente curtas, mas que com isso permite bastante variedade. Muito bom!




Skidmarks (1993): tivemos algumas franquias famosas de jogos de corrida com vista "de cima pra baixo" nesta época, como por exemplo Super Off Road, Rock 'n' Roll RacingDeath Rally e Micro Machines. No caso do Amiga, os destaques ficam para as franquias Super Cars e este Skidmarks. Com jogabilidade simples, gráficos bem coloridos e com destaque para objetos geométricos em 3D, o jogo fez bastante sucesso, apesar de sua física "estranha".




Sleepwalker (1993): eis um jogo bem diferente. Você controla um fiel cachorro de nome Ralph e seu dono é um garoto sonâmbulo de nome Lee. Bem... Lee dorme e simplesmente sai andando para fora de casa. Seu objetivo é acompanhá-lo e evitar a todo custo que ele se machuque, desviando-o dos perigos. O jogo é absurdamente difícil, o que deve ter contribuído para que ele não ganhasse o gosto do público. Uma versão mais fácil e bem modificada dele foi lançada como sendo do personagem Eek! The Cat para o Super Nintendo.




Elfmania (1994): vamos agora ao primeiro e único jogo de luta da lista. Mais um jogo exclusivo do Amiga, e com gráficos de excelente qualidade. Em Elfmania é possível escolher entre 6 lutadores diferentes, todos elfos. Ao contrário dos jogos de luta clássicos, neste jogo os personagens não possuem golpes especiais acionados por combinações de botões: temos apenas golpes e ataques simples, comuns a todos os lutadores. E... um único movimento especial (e distinto) para cada personagem.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Confira: OITO das melhores histórias do Superman nos quadrinhos! (e mais 2 bônus!)


Aproveitando a chegada do Superman nos cinemas, listo aqui algumas das que considero as melhores histórias do Azulão nos quadrinhos em todos os tempos. E como até hoje foram oito filmes, nada mais justo que trazer oito recomendações!

Para facilitar a vida de vocês, meus leitores, a lista irá trazer apenas histórias que já saíram em encadernados, minisséries, ou edições especiais. Assim fica muito mais fácil encontrar estas revistas para comprar (elas são sempre republicadas), ou mesmo as ler na internet. Vamos então à lista, que se encontra em ordem cronológica de publicação:


1) O Que Aconteceu Ao Homem de Aço? (1986)

(Superman #423 e Action Comics #583 - Roteiros:Alan Moore; Desenhos:Curt Swan)

Comecemos com uma pequena saga de duas edições que é tão especial e histórica, que já foi publicada separadamente como encadernado em diversas ocasiões.

O ano era 1986. A DC Comics iria fazer a maior reformulação de sua história: o evento Crise nas Infinitas Terras, que pela primeira vez, iria reiniciar a cronologia de todas as suas revistas. O que significava que assim como todos os outros títulos da editora, as revistas do Superman iriam "acabar" e reiniciar suas histórias do zero. John Byrne já estava contratado e pronto para assumir as histórias do Kryptoniano assim que o reboot terminasse. Então os editores do Homem de Aço tiveram uma idéia: chamar alguém "muito bom" para fazer "a última história do Superman". E eles trouxeram "apenas" o britânico Alan Moore, que pra mim é o melhor escritor de revistas comics de todos os tempos.

A história - a qual começa com o texto dizendo ser "fictícia" - mostra os últimos dias de nosso herói, onde ao mesmo tempo ele enfrenta vários de seus inimigos e se despede de seus principais amigos de tantas décadas. A história é comovente e um bocado melancólica (vários personagens morrem), e ao mesmo tempo, surpreendente. Ainda que não seja algo espetacular, foi algo de fato inovador e o fim de uma era, o ponto final dos primeiros 48 anos de quadrinhos do Homem de Aço.


2) Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche (1994)

(Superman/Doomsday: Hunter/Prey #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Claro que o arco de histórias A Morte do Superman, publicado em 1993, é muito mais conhecido e importante. Na verdade, foi um evento marcante, chocante, um fenômeno cultural. Foi a primeira aparição do vilão Apocalypse e, de certa forma, a primeira e mais duradoura "morte" do Homem de Aço até então. Mas... como roteiro a trama deixa um bocado a desejar: pouco ficamos sabendo sobre Apocalypse, tudo é muito corrido, mal acompanhamos o ponto de vista do nosso herói, e a luta entre ele e o Super-Homem também ficou longe de ser épica como deveria.

Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche corrige tudo isso. A primeira vez que eles se reencontram desde A Morte é justamente nesta minissérie, pouco comentada nos dias de hoje, mas que gosto muito. Não somente ela explica em detalhes as origens e motivações deste vilão, como principalmente, ele é elevado a tal nível que torna o sacrifício do Superman ao "derrotá-lo" algo ainda mais impressionante. Como outros pontos positivos, é também uma divertida aventura espacial, e vemos nosso herói lidar e refletir sobre responsabilidade, morte e medo. Também gosto da ousada solução encontrada aqui para derrotarem Apocalypse "definitivamente", por mais Deus ex machina que ela possa parecer. Infelizmente, entretanto, a solução não durou muito e este inimigo do Super-Homem já reapareceu em suas histórias muitas outras vezes depois desta trama. Mas isso já é outro problema...


3) Super-Homem versus Aliens (1995)

(Superman Vs Aliens #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Dan Jurgens era "o" cara responsável pelo Superman desde 1991, e aqui está ele novamente, escrevendo uma das melhores histórias do Super-Homem, e isso mesmo sendo um crossover com a franquia Alien.

A história não traz muitas surpresas, porém eu escrevo isso como elogio, pois ela é exatamente tudo que um fã de Superman e de Alien gostaria de ver, unificado, em uma mesma história. Temos então uma história característica de resgate do universo de Alien, onde uma nave interplanetária da Lexcorp (e não da Weyland Corp) pede socorro e o Super-Homem vai ao resgate. A tensão da trama é construída de maneira muito bem feita; no começo, o kryptoniano não sabe os horrores que vai testemunhar e ainda está em plenas forças. Porém, com o passar da história, ele vai enfraquecendo sem a luz do sol, e junto com os demais sobreviventes, vai sofrendo e presenciando situações cada vez mais difíceis.


4) O Reino do Amanhã (1996)

(Kingdom Come #1 a 4 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Alex Ross)

Trata-se de uma pequena trapaça nesta minha lista, já que não se trata de uma história exclusiva do Superman, e sim, de todos os heróis do Universo DC. Ainda assim, ele é um dos personagens centrais da trama, e é por isso que entendo ser muito justo que esta revista apareça por aqui.

O Reino do Amanhã é certamente uma das melhores histórias de super-heróis em mundo alternativo já criadas até hoje. Baseada em um futuro hipotético onde a maioria dos heróis que conhecemos já está aposentada, os supers da "nova geração" são egocêntricos e violentos; sim, eles fazem seu trabalho de "derrotar os bandidos", mas agem sem nenhuma empatia e defendem um modo de vida semelhante ao fascismo. É em meio a este contexto que o Super-Homem resolve reagir, voltar à ativa, e relembrar a todos os verdadeiros significados de heroísmo e justiça. Se prepare para momentos cinematográficos, marcantes e emocionantes, e com discussões bem alinhadas com o mundo real.


5) Superman: As Quatro Estações (1998)

(Superman For All Seasons #1 a 4 - Roteiro: Jeph Loeb; Desenhos: Tim Sale)

Cada um dos 4 capítulos, representado por uma estação do ano, é narrado por uma pessoa diferente: Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang, sendo que o "clima" das estações reflete os acontecimentos de cada parte.

Não é exatamente uma história de origem, mas sim a história dos primeiros anos de um inexperiente e perdido Superman. O Super-Homem de Loeb é bem um "menino do interior" aprendendo a lidar com o "baque" de ser adulto em uma metrópole (e lutar contra um invejoso Luthor, claro), sensação reforçada pelos desenhos ao estilo retrô de Tim Sale, que parecem serem pintados com giz de cor (pelo colorista Bjarne Hansen), e que com certa frequência nos traz lindas cenas de apenas um quadro em página dupla. Uma oportunidade de ler, tanto nos textos quanto nos desenhos, algo diferente e "moderno-vintage".


6) Superman - O Legado das Estrelas (2003)

(Superman: Birthright #1 a 12 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Leinil Francis Yu)

Criado originalmente para ser uma história não-canônica do Superman, no fim a DC optou por lançá-la como canônica, provavelmente devido sua ótima qualidade. O que não foi algo pequeno, pois estávamos diante da primeira versão de origem do Século XXI para o herói, reescrevendo a anterior, criada por John Byrne nos remotos anos 80!

O Legado das Estrelas traz uma história de origem bem mais moderna e dinâmica, além de fazer algumas importantes alterações da versão anterior de Byrne. Por exemplo, os habitantes de Krypton deixam de ser seres sem emoção, e Lex Luthor volta a ter passado sua infância em Smallville, onde inclusive conheceu Clark Kent. A história não apenas mostra as primeiras aventuras de Clark como herói, como também a origem de Luthor, e sua transformação para o ser de puro ódio e amargura de hoje.

Foi deste quadrinho que Zack Snyder mais se inspirou para fazer seu filme O Homem de Aço (2013), embora entre ambos há um grande diferença: no filme, há a presença de General Zod e outros kryptonianos; na HQ, o único vilão é Lex Luthor. Outra curiosidade: embora não isto não esteja descrito explicitamente em O Legado das Estrelas, é nela que o "S" do emblema do peito do herói é re-significado pela primeira vez como "Esperança" na mitologia do Superman.


7) Grandes Astros Superman (2006)

(All-Star Superman #1 a 12 - Roteiros: Grant Morrison; Desenhos: Frank Quitely)

E agora vamos para o ápice, aquela que provavelmente é a melhor história do Super-Homem de todos tempos, e certamente a melhor história escrita pelo reverenciado escocês Grant Morrison.

Na trama, Superman descobre que vai morrer em um ano, e então decide fazer uma série de 12 realizações pra deixar como legado. A minissérie é uma grande homenagem à toda a carreira do Homem de Aço, e ao longo da história, nosso herói encontra vários de seus inimigos, em alguns casos de maneira "conclusiva".

Grandes Astros Superman traz vários momentos de grande beleza e sensibilidade, também ampliados pelos belos, "limpos" e incomuns desenhos de Frank Quitely. Também é curioso e diferente a maneira com que Superman é retratado nesta obra, que se passa em um mundo a alguns anos no futuro: ele é representado como um ser quase perfeito, sendo também superinteligente.


8) Superman: Brainiac (2008)

(Action Comics #866 a 870 - Roteiros: Geoff Johns; Desenhos: Gary Frank)

Encerrando a lista, outro arco de histórias que foi publicado originalmente na revista regular do herói, mais especificamente na Action Comics, durante a fase de Geoff Johns, o roteirista principal deste título entre 2006 a 2009.

Brainiac começou sua carreira nas HQs apenas como uma entidade alienígena que controlava a mente das pessoas, mas com o passar das décadas, se transformou em um dos mais poderosos e importantes antagonistas do Superman, inclusive com ligação direta ao passado do planeta Krypton, deonde ele "roubou" e miniaturizou uma cidade inteira: Kandor. Em Superman: Brainiac não apenas a história da captura de Kandor é recontada, como também vemos Brainiac em sua mais poderosa versão até então. Outro destaque são os desenhos de Gary Frank, que além de excelentes, desenha os rostos de alguns dos personagens para serem iguais aos dos atores dos filmes do Super-Homem dos anos 70-80. Clark e Lois estão respectivamente idênticos a Christopher Reeve e Margot Kidder!

E não para por aí: nesta história também vemos de maneira bem emocionante a morte do pai de Clark Kent. Como curiosidade, não foi a primeira e nem a última vez que ele morreu nas HQs. A cada reboot do Homem de Aço, após anos de histórias, as vezes ambos os pais do personagem morrem, ou nenhum, ou apenas o pai. Aliás, um ano após deixar as revistas mensais do personagem, Geoff Johns voltou em 2010 com a minissérie Superman - Origem Secreta, que recomeça a história do herói, e... (que novidade...), acaba trazendo Jonathan Kent de volta.



Bônus 1) Superman, Campeão dos Oprimidos (1938)

(Action Comics #1 - Roteiros: Jerry Siegel; Desenhos:Joe Shuster)

Dentre as várias histórias que estavam dentro da revista Action Comics #1, lançada em Abril de 1938 (ainda que na capa aparecesse Junho de 38), a primeira e principal delas era a estréia de Superman para o mundo. Sendo Siegel e Shuster descendentes de imigrantes judeus, ambos de famílias humildes e vivendo em plena Grande Depressão, não chega então a ser surpreendente ver que o Superman original também fosse um imigrante (no caso, de outro planeta), e que estivesse mais preocupado em salvar o cidadão oprimido comum.

Em sua primeira história, com apenas 13 páginas, Superman impede que uma mulher seja erroneamente executada no corredor da morte; depois salva outra mulher que iria apanhar do violento marido; resgata Lois Lane de um grupo de mafiosos; e finalmente, flagra um senador em um ato de corrupção.

A capa da revista não é esta ao lado, e sim a parte central da imagem principal (e inicial) deste artigo. Como se pode notar pelas 2 capas ao seu redor, trata-se de uma das cenas mais homenageadas da história das HQs, inclusive pelas editoras rivais. O motivo pelo qual coloquei a imagem de Superman: Antologia aqui é porque das mais de 10 vezes que esta história foi republicada no Brasil, a ocorrência mais recente foi dentro dela, em 2020.


Bônus 2) Massacre em Metropolis! (1994)

(Superman #92 e Adventures of Superman #515 - Roteiros: Dan Jurgens e Karl Kesel; Desenhos: Dan Jurgens e Barry Kitson)

Massacre é um supervilão psicopata, caçador de recompensas alienígena, com poderes energéticos e superforça, que o Super-Homem conheceu em suas primeiras histórias pós retorno da morte de 1994. Eu gosto bastante do conceito deste personagem, da maneira inteligente que o Superman o derrota, e da maneira doente - mas plausível - que a história se encerra. Infelizmente o vilão Massacre (que curiosamente também tem exatamente este nome no inglês original) apareceu em algumas poucas revistas da década de 90 para ser (pelo menos até agora) abandonado de vez.

Aqui no Brasil esta história em duas partes denominada Massacre em Metrópolis foi publicada na revista mensal Super-Homem #141, da editora Abril, em Março de 1996. É a sua capa que vemos na imagem ao lado.

sábado, 28 de junho de 2025

NOVE ótimos jogos de Carta ou Tabuleiro que conheci na Covil-Con e DOFF 2025


Tenho falado pouco sobre Jogos de Tabuleiro aqui no Cinema Vírgula... tirando o artigo que fiz este ano no Dia Internacional da Mulher, antes disto só tinha escrito algo a respeito em Fevereiro de 2024(!). Portanto, resolvi trazer aqui alguns jogos que conheci recentemente nos eventos da Covil-Con 2025 e Diversão Offline 2025 (vulgo DOFF) e apresentá-los a vocês, já que gostei muito.

Ah sim. A relação abaixo tem mais algumas particularidades: só listei jogos que já foram lançados no Brasil, e que além disto, para dar um ar maior de "novidade" à lista, que foram publicados aqui no ano passado ou neste ano de 2025. Vamos a eles!



Everdell Farshore (2 a 4 jogadores, Galápagos Jogos)


Jogo derivado do queridinho e muito bem sucedido Everdell, aqui também temos um jogo que ao mesmo tempo une alocação de trabalhadores com coleção e construção de cartas. Se em Everdell você coleciona trabalhadores e construções com tema de floresta, em Everdell Farshore o tema é marítimo. O jogo é belíssimo e requer certo espaço na mesa. É um game onde se usa bastante estratégia, não é para iniciantes mas também não é muito complexo, ou seja, um jogo médio e ao mesmo tempo muito gostoso para jogar.

Nunca joguei o Everdell original, mas quem jogou diz que o Everdell Farshore é melhor que ele, porém inferior ao Everdell quando acrescido de algumas expansões. O jogo custa cerca de R$ 370 na versão "normal" (com componentes de papelão) e cerca de R$ 750 na versão para colecionador (com componentes de plástico, como no da foto acima).


Faraway (2 a 6 jogadores, Across the Board)


Jogo de cartas quadradas bem bonitas com tema de civilizações mesoamericanas, na partida cada jogador terá que escolher e baixar 8 cartas, tentando fazer o maior número de pontos possíveis. As cartas podem dar pontos, desde que os requisitos de recursos sejam cumpridos. E aí vem onde o jogo é diferente: os recursos são válidos em ordem inversa que você baixa as cartas. Ou seja, se você quiser que um recurso seja válido para as suas 6 primeiras cartas, você deverá baixá-lo como sendo a 7ª carta. Em outras palavras, para pontuar bem, você baixa cartas que dão muitos pontos e necessita vários recursos nas primeiras rodadas, e aí sai correndo atrás destes recursos nas rodadas seguintes, sem ter a garantia de que vai consegui-los. Parece complicado, mas não é. O jogo é "diferentão" e divertidíssimo. Seu preço? Cerca de R$ 130.


Finspan (1 a 5 jogadores, Grok Games)


Outro um jogo da família do excelente e famoso Wingspan (2019), que você coleciona aves. Em 2024 foi lançado o Wyrmspan que ainda não joguei, que você coleciona dragões. Já aqui em Finspan você coleciona... peixes! Dos três jogos citados, Finspan é o mais barato, de regras mais simples e de menor duração, embora que tanto em tempo como em complexidade, a diferença entre eles não é tão grande.

Finspan é muito gostoso de jogar, e igualmente como seus irmãos, fica muito bonito na mesa. A mecânica de "mergulhador" para explorar o oceano casa bem com o tema do jogo e o "fator sorte" agora praticamente não existe, o que me agrada. Como único defeito, o tabuleiro para cada jogador ocupa um espaço considerável. Portanto, principalmente se você for jogar em 3 ou mais jogadores, vai precisar de uma mesa grande. O jogo pode ser comprado por cerca de R$ 340.


Intarsia (2 a 4 jogadores, Across the Board)


Trata-se da nova empreitada de Michael Kiesling, o designer criador do jogo de tabuleiro Azul (e de suas várias variações). Aqui continuamos a escolher e colocar peças em nosso tabuleiro, porém ao invés de montar um belo vitral, nossa missão é finalizar o chão de nossa cafeteria francesa. Como grande novidade, além da pontuação quando se colocam novas peças no tabuleiro, há uma corrida por pontos cumprindo dezenas de fichas-missões, que ficam a disposição para todos os jogadores. O jogo deverá estar disponível nas lojas a partir de Julho, por volta de R$ 350.


Mala & Cuia (2 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo nacional da lista é um party game que pode ser jogado tanto em modo cooperativo como competitivo. Em ambos os casos, o seu objetivo é o seguinte: adivinhar, dentre todos os itens que estão sorteados na mesa, 4 que seu adversário iria levar em uma situação inusitada que é lida na carta de "missão" da rodada. O jogo rende muitas risadas e surpresas, claro. Foi lançado e esgotado durante o DOFF, mas em breve chegará as lojas novamente, pelo preço de R$ 150.


Mesos (2 a 5 jogadores, Grok Games)


Apesar de ser um jogo que tem basicamente apenas cartas como componentes, é como se ele fosse um jogo de tabuleiro, da escola européia (estratégia, administração de recursos). Aqui cada jogador é o líder de uma tribo pré-histórica do mesolítico e tenta evoluí-la. O mais legal do jogo é esta trilha ao centro da imagem acima, que decide a ordem em que os jogadores poderão comprar novas cartas. Veja: como as compras ocorrem da esquerda para a direita, quem compra primeiro (pode escolher as melhores cartas) compra um número menor de cartas de quem compra por último (que ficou com as "cartas que sobraram"). O jogo possui regras e iconografia simples, mas é um pouco desafiador. Por exemplo, ele pode ser punitivo: se você não tiver recursos suficientes para alimentar toda sua população ao final de cada rodada, perderá pontos.


Seas of Strife (3 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo de vazas da lista, é um jogo de 1992, repaginado em 2015, mas que só chegou no Brasil neste mês, mesmo tendo a fama de ser um dos melhores jogos de vazas de todos os tempos. Ele possui 8 naipes distintos, sendo que o naipe vencedor pode mudar ao longo da rodada (ah, seu objetivo é perder as vazas). Porém o verdadeiro diferencial do jogo é uma regra opcional, a "regra da carta face", também conhecida como "regra da neblina". Nesta regra, quando a carta mais alta de um naipe é jogada, todas as cartas deste naipe ficam de fora, o que causa muitas reviravoltas. Quando jogado com esta regra, o jogo fica realmente muito bom. Seas of Strife chegou ao Brasil ao preço de R$ 105.


Sky Team (2 jogadores, Galápagos Jogos)


Costumo não gostar de jogos cooperativos e nem de jogos exclusivos para 2 pessoas. Sky Team é as duas coisas e ainda assim me impressionou muito positivamente. Bastante temático, "real", difícil e emocionante. No jogo um piloto e um copiloto têm a missão de pousar um avião comercial nos mais diversos aeroportos do mundo. E fazem isto através de rolagem de dados, muita estratégia e comunicação limitada com sua dupla. Joguei apenas uma partida e fiquei encantado. Mas não foi só eu: quando a Galápagos trouxe o jogo para o Brasil, ele esgotou nas lojas rapidamente graças a seu sucesso. Uma nova tiragem chegou recentemente, e atualmente pode-se encontrar o jogo por R$ 220.


Vazerneiros (3 a 5 jogadores, Grok Games)


Mais um jogo de produção nacional, e outro jogo de vaza da lista. Com tema de fantasia medieval, são acrescentadas à partida alguns modificadores que a tornam bem mais divertida e estratégica. Primeiro, que em cada rodada, são sorteados 3 "rumores", que são cartas que alteram regras da vaza e/ou da pontuação daquela jogada. Só que para decidir qual dos rumores irá entrar em vigor, os jogadores fazem um leilão, apostando (ou não) suas cartas mais fortes. Outro modificador são as poções, limitadas, que quando usadas, podem alterar o valor de uma carta jogada. Mais um jogo bem divertido que vale a pena ser conhecido. Preço: R$ 85.



PS: notem que na minha lista não apareceu nenhum dos 6 jogos que aparecem na imagem-título deste artigo rs. Porém, aqueles 6 tem algo em comum: todos são lançamentos mundiais recentes, e 3 deles já chegaram no Brasil! São eles: SETIO Senhor dos Anéis: Duelo pela Terra Média, e Fishing. Pesquise sobre eles também se tiver interesse :)

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Relembrando a IREM e seus marcantes jogos para a indústria dos Videogames

Tivemos várias produtoras de jogos para videogames que alcançaram muita fama nos anos 80 e 90, os anos dourados dos consoles. Nomes como Capcom, Data East, Electronic Arts, Konami, Namco Taito. Porém também tivemos muitas outras, que se não ficaram tão famosas, deixaram sua marca na história. Uma delas é a Irem, que faço questão de relembrar por aqui.

Fundada em 1974 como IPM, a Irem Corporation é uma antiga desenvolvedora e publicadora de jogos eletrônicos japonesa. Sua história com videogames e arcades (fliperamas) começa em 1978. E a seguir, vamos a alguns dos jogos que a fizeram ser memorável:


Moon Patrol (1982), um dos primeiros grandes sucessos da Irem, chegou a alcançar o Top 5 de arcades mais lucrativos nos meses posteriores ao seu lançamento. É considerado o primeiro jogo de rolagem lateral da história (!) a usar o efeito de parallax scrolling (quando as imagens de plano de fundo movem-se mais lentamente que as imagens em primeiro plano, criando uma ilusão de profundidade) na tela inteira.

No jogo, você controla um veículo lunar enquanto pula e se desvia de obstáculos como buracos e pedras, além de atirar em naves alienígenas. O game também foi portado para o Atari 2600, Atari 5200, Commodore 64, IBM PC e MSX dentre outros.

A versão original arcade (à esq.), e a versão do Atari 2600 (à dir.), um dos melhores jogos deste console


Kung-Fu Master (1984), é nada menos que o primeiro jogo beat 'em up (luta corpo a corpo) da história (!) O game se tornou um enorme sucesso, lançado nos fliperamas em Novembro de 84, terminou o ano seguinte como líder de vendas do Japão e em segundo lugar nos EUA.

Na trama, o jogador controla Thomas, um mestre de Kung Fu, que luta por 5 andares de um Templo para resgatar sua namorada Sylvia, sequestrada por um chefão do crime. São dezenas de adversários por andar, muitos simultâneos, porém para subir ao andar seguinte é necessário derrotar o chefão daquele nível. Kung-Fu Master também foi portado para o Atari 7800, Apple II, Commodore 64, MSX... mas o console caseiro onde mais fez sucesso foi o NES, o querido Nintendinho.

As batalhas contra chefes (foto à dir.) tinham barra de energia para o personagem do jogador e para o vilão, e o jogo virava um contra um. Isto virou base para o jogo de luta Street Fighter (1987), levado por Takashi Nishiyama da Irem para a Capcom.


R-Type (1987), jogo de tiro de nave em rolagem lateral, o primeiro jogo lançado pela Irem em sua placa arcade de 16-bits. O jogo chamou a atenção do mundo pela sua incrível beleza gráfica, e também, pela sua dificuldade. R-Type se encontra na seleta lista de melhores jogos de videogame de todos os tempos.

Como características inconfundíveis, R-Type apresenta um visual baseado nos trabalhos de H.R. Giger, a mesma mente de onde foram inspirados os visuais para os filmes da franquia Alien. Além disso, a nave que o jogador controla, a R-9 "Arrowhead", está sempre acompanhada de um módulo praticamente esférico de nome "Force", que pode ser ejetado ou também acoplado na frente ou atrás do veículo. É uma arma viva, indestrutível, que atira raios diversos e também serve como escudo. Dada a sua enorme qualidade, R-Type foi portado para dezenas de consoles, do velho e bom Master System aos modernos PlayStation 4 e Xbox 360.

R-Type virou uma franquia de grande sucesso. Somando suas continuações e spin-offs, são mais de uma dezena de títulos!


E antes de irmos para a próxima seção deste artigo, só com jogos dos anos 90, quero comentar sobre mais dois jogos oitentistas que joguei e gosto. Um nada "revolucionário" mas que ficou bem famoso, e outro um bocado obscuro. O popular destes é Vigilante (1988), um beat 'em up que por também só possuir movimentação em 2D e possuir trama parecida, foi considerado o "sucessor espiritual" do Kung-Fu Master. O jogo foi portado para o Amiga, Master System, Commodore 64, MSX e TurboGrafx-16 dentre outros.

Já o jogo menos conhecido é o belíssimo Dragon Breed (1989), um jogo de tiro horizontal onde sua "nave" na verdade é um comprido dragão voador de nome Bahamoot. O game tem um visual que mistura R-Type com outros jogos da SEGA que adoro, como Space Harrier (1985) e Altered Beast (1988). Dragon Breed não foi portado para nenhum console caseiro, apenas para alguns computadores, como por exemplo o Amiga, Atari ST e Commodore 64.

Dragon Breed (abaixo), e Vigilante (acima), com imagens de versão arcade (à esq.) e a versão do Master System (à dir.). Curiosidade: exclusivamente na versão do Master, a namorada do protagonista foi renomeada de "Madonna" para "Maria"


A Tetralogia D.A.S.

Tetralogia D.A.S. é como são conhecidos quatro jogos criados pela Irem nos anos 90 que possuem duas características em comum: terem sido feitos pelo mesmo time de desenvolvedores, e se situarem em uma Terra pós-apocalíptica onde um grupo de vilões denominado D.A.S. (Dark Anarchy Society, ou Destruction And Satsujin no original japonês) conseguiu inundar o planeta ao derreter suas calotas polares. São eles: Air Duel (1990), Undercover Cops (1992), In The Hunt (1993) e Gunforce II (1994). Todos de estilos completamente diferentes, como veremos a seguir.


O Air Duel (1990) era um jogo de tiro de naves em rolagem vertical, e nunca chegou a ser portado para nenhum console caseiro, ficando exclusivo dos arcades. No início de cada fase, você pode escolher qual tipo de veículo escolher, um avião ou um helicóptero.



Já o Undercover Cops (1992) é um jogo de beat 'em up ao estilo de clássicos como Final FightStreets of Rage. No jogo, você pode escolher entre 3 personagens para sair distribuindo "porrada" nos bandidos. Os gráficos são muito bonitos, e o tamanho dos personagens e inimigos eram bem maiores do que o comum para a época, com uma altura que ocupava quase metade da tela. O jogo chegou a ser portado para o SNES.


Curiosidade: a crítica considerou Undercover Cops um bom jogo, mas "reclamou" de sua falta de originalidade. Como resposta, no ano seguinte a Irem lançou o beat 'em up Ninja Baseball Bat Man (1993), que é o jogo cuja imagem vai no topo deste artigo. Queriam algo diferente? Então agora vocês ganharam um jogo cartunesco de jogadores de baseball ninjas em que cada personagem jogável tem golpes bem distintos um dos outros e ficam mais fortes a medida que sua barra de vida vai diminuindo.


In The Hunt (1993): pense em um jogo bonito... e difícil! Trata-se de um jogo de tiro com rolagem horizontal onde você controla um submarino. Seus inimigos estão tanto dentro quanto fora d'água... e são centenas, milhares! A união de beleza com absurda dificuldade o fez ser comparado com R-TypeEle foi portado para o Sega SaturnWindows, Nintendo Switch, PlayStation e PlayStation 4.



Gunforce II (1994), fechando a tetralogia, é um jogo que além dos fliperamas, chegou a ser portado para os computadores (Windows e Mac), mas para nenhum console de videogame caseiro. Trata-se de um jogo run and gun, onde você controla o personagem Max e sai atirando contra seus inimigos. Apesar dele ser a seqüência de Gunforce (1991), também um run and gun, o jogo mudou um bocado, abandonando níveis de plataforma e fazendo o tiroteio ser mais direto. O jogo lembra Metal Slug, que seria lançado no Neo Geo em 1996 (e em breve você saberá porque rs), mas ainda assim, em Gunforce II os personagens são maiores, e os inimigos em sua maioria, máquinas e robôs.



O "fim" e a Nazca Corporation

Em 1994, a Irem encerrou o desenvolvimento de novos jogos de videogames, passando apenas a fabricar máquinas de fliperama. Devido seu "fim", uma equipe de programadores da divisão de videogames da Irem (as mesmas pessoas que criaram os jogos da Tetralogia D.A.S.!) deixou a empresa e fundou a Nazca Corporation, que dentre vários jogos relevantes, se tornou famosa principalmente por ter criado a franquia Metal Slug, que brilharia no Neo Geo da SNK.

Takashi Nishiyama, um dos mais antigos grandes nomes da Irem, e também um dos principais nomes em Moon Patrol e Kung-Fu Master, esteve envolvido no desenvolvimento do Neo Geo de outros games que surgiram neste console, como por exemplo Art of Fighting e The King of Fighters. Como se pode concluir, é como se o Neo Geo fosse a nova casa dos antigos funcionários da Irem.

Metal Slug, genial jogo da Nazca Corporation, é de ex-funcionários da Irem

A partir de 1997 a Irem voltou para os games, agora sob o nome de Irem Software Engineeringquando começou a adaptar e (re)publicar seus antigos clássicos para vários consoles PlayStation, Nintendo e até Sega Saturn. Porém desde 2011 ela só produz máquinas de Caça-níquel (Slot machine), abandonando de vez qualquer ligação com o mercado de videogames.

Já a Nasca Corporation, após alguns anos de serviços prestados para a SNK para o Neo Geo, foi comprada pela mesma, e seus funcionários ficaram por lá até 2001, quando a SNK decretou falência.


E vocês? Jogaram algum jogo da IREM? Comentem! E para ler mais artigos sobre videogames, é só clicar aqui!

domingo, 18 de maio de 2025

Muito além de Susan Boyle: conheça aqui outras OITO audições espetaculares em programas de talentos


O que não falta na televisão são programas de "show de talento", onde participantes (em teoria ainda desconhecidos ou de pouca fama) participam de uma competição, realizando ao vivo alguma performance artística, geralmente perante a um público espectador e a um pequeno júri selecionado.

Um dos momentos mundialmente mais famosos destes programas ocorreu em 2009, quando a escocesa Susan Boyle (a primeira pessoa na foto acima) apareceu no programa de calouros britânico Britain's Got Talent pela primeira vez e cantou a música I Dreamed a Dream do musical Les Miserables. Por ser uma pessoa já com certa idade, acima do peso, aparência desleixada e bastante tímida, todos olharam para Susan desconfiados. Porém, quando ela começou a cantar, revelou ser uma cantora excepcional, chocando a todos e as imagens de sua apresentação viralizaram rapidamente por todo o mundo.

Mais de 15 anos após este momento, os programas de "show de talento" continuam firmes e fortes por aí. Assim como novos cantores e cantoras sensacionais continuam surgindo todos os anos. Mas hoje existem tantas outras coisas viralizando pela Internet, que dificilmente teremos algo parecido como o fenômeno Susan Boyle novamente. Por isso, aqui no Cinema Vírgula, resolvi trazer algumas apresentações que considero incríveis para que todos vocês também possam conhecer e desfrutar.



Começando por Loren Allred, estadunidense. Quando ela se apresentou no Britain's Got Talent 2022, ela ainda não era famosa, mas ironicamente sua voz sim. Isto porque, sem creditar, eram dela os vocais no filme musical O Rei do Show (2017) para a música Never Enough. Sua apresentação para esta música é de arrepiar (clique aqui pra ver), porém resolvi trazer algo que achei ainda mais belo: sua performance na disputa final, onde Loren resolveu cantar uma música de própria autoria chamada Last Thing I'll Ever Need.



Para quem curte um pop rock britânico, aqui vai a apresentação do australiano Adam Ludewig no The Voice Australia 2020 cantando Leave A Light On, do cantor Tom Walker. Sua bela voz tornou a canção melhor que a original. O que torna sua performance ainda mais inacreditável é que ele tinha apenas 16 anos de idade na época desta apresentação.




Agora vamos de um novo momento Susan Boyle. Trata-se da estadunidense Amanda Mammana, se apresentando no America's Got Talent 2022 com uma canção de autoria própria. Apesar de ter disfemia (o que popularmente chamamos de gagueira), e um pouco de dificuldade para se apresentar, foi só ela começar a cantar com seu violão para rapidamente nos maravilharmos com sua voz doce e afinada.



Sheldon Riley, jovem cantor australiano, em seus primeiros anos de apresentações públicas também chamou a atenção por muitas vezes usar máscaras, e que segundo ele, o fazia por não gostar da própria aparência. Porém sua voz não tem nenhum resquício desta "timidez": forte, impactante e única. Se preparem para ouvir algo bem diferente. No vídeo abaixo ele reinterpreta a música Frozen, da Madonna, no The Voice Australia 2019. Na mesma competição ele também se apresentou sem cobrir o rosto, como por exemplo na Final, onde você pode vê-lo clicando aqui cantando Everybody Wants To Rule The World.



Segue outro australiano de voz única: aqui vemos Wolf Winters, com sua voz ultra grave, cantando The Sound Of Silence no The Voice Australia 2020. Como curiosidade, apesar de sua excelente apresentação ele foi eliminado, graças a um... digamos "desacordo" entre os jurados Guy Sebastian e Kelly Rowland, a única que poderia aprová-lo (clique aqui para ver o que aconteceu).



A primeira vista, eu não imaginaria que o escocês Stevie McCrorie, com uma "comportada" camisa social, levaria jeito para cantor. Porém sua apresentação de All I Want da banda irlandesa de rock Kodaline no The Voice UK 2015 encantou muito todos os jurados, onde teve aprovação, ou melhor, aclamação(!) unânime.



Voltando com uma intérprete feminina, agora vamos com a australiana Maddison McNamara cantando I Will Always Love You no The Voice Australia 2018. A música, que ficou famosa interpretada por Whitney Houston, na verdade foi originalmente criada por Dolly Parton. De tão emocionada, Maddison parece hesitar no primeiro minuto da canção, chegando até a dar uma leve impressão de que não vai conseguir continuar... mas ela prossegue, chega até ao refrão e solta a voz. É de arrepiar!




E se começamos este artigo com uma pessoa "indiretamente conhecida" pelo público, vamos terminar do mesmo jeito. Agora vou falar do estadunidense Wyn Starks, cuja apresentação inicial no America's Got Talent 2022, como o próprio título do vídeo diz, fez a jurada Sofia Vergara soltar algumas lágrimas. No vídeo ele canta a música Who I Am, de sua própria autoria. E de onde conhecemos algo dele antes? Bem, no emocionante documentário Eu Sou: Céline Dion (2024), exclusivo da Prime Video, é justamente esta canção de Wyn que Céline canta diariamente em suas sessões de fisioterapia, e que também a ajuda a ter esperança em sua recuperação.







Gostaram da lista? Qual destes foi seu vídeo favorito? Comentem, para eu saber que vocês querem ver mais artigos sobre música aqui no Cinema Vírgula!

quarta-feira, 26 de março de 2025

Conheça Frieren, Anime de fantasia medieval que acaba de estrear na Netflix e é (um justo) sucesso mundial


Estreou na Netflix neste 1º de Março a primeira temporada completa do Anime Frieren e a Jornada para o Além. Trata-se da adaptação para TV do mangá Sōsō no Frieren, escrito por Kanehito Yamada e ilustrado por Tsukasa Abe, que começou a ser publicado em 2020 e continua em andamento. O Anime já está disponível há um tempo para os brasileiros via Crunchyroll, porém, espera-se que com a chegada na Netflix ele se torne bem mais conhecido... o que seria ótimo e merecido, afinal, Frieren e a Jornada para o Além CERTAMENTE se encontra entre um dos melhores Mangás / Animes surgidos nos últimos dez anos.

A história de Frieren e a Jornada para o Além começa pelo... "fim", e na primeira cena temos um quarteto de aventureiros retornando vitoriosos para uma cidade após derrotarem o Rei Demônio - o "chefão final" deste mundo - após uma difícil campanha que durou 10 anos. O grupo é formado pela Maga elfa Frieren que dá nome à série, o Herói humano Himmel, o Sacerdote Heiter e o Guerreiro anão Eisen.

Pouco tempo depois a história já dá um salto temporal de 50 anos(!), onde os 4 personagens se reencontram. Nele vemos uma Frieren um pouco perdida, sem propósito... afinal, já tinha cumprido sua grande missão. E então outra coisa acontece: dias depois do reencontro, Himmel morre, e durante o funeral Frieren tem uma reação inesperada: ela chora em desespero por não tê-lo conhecido direito.

Como a própria história explica, o que para nós humanos são longos 10 anos, para uma elfa milenar não são nada. Além de toda a parte de aventuras e batalhas típicas de uma fantasia medieval, Frieren é uma profunda análise sobre a passagem do tempo, a sobrevivência da humanidade, a finitude da vida, e as relações entre pessoas.

Os 4 "iniciais": a Maga Frieren,o Sacerdote Heiter, o Herói Himmel e o Guerreiro Eisen

Quando o segundo episódio começa, mais de 20 anos se passaram(!), e após mais alguns outros eventos, Frieren acaba aceitando uma nova missão (não vou falar qual para não dar spoilers), que lhe "obriga" a repetir a jornada que percorreu quase oito décadas atrás, quando ela e seus antigos companheiros venceram o Rei Demônio. Nesta nova aventura, a maga acaba levando mais dois acompanhantes: sua própria discípula, a jovem maga humana Fern; e Stark, um jovem humano guerreiro, aluno de Eisen. Você pode ver Frieren, Fern e Stark na imagem título deste artigo.

Ao longo de suas viagens, Frieren vai relembrando e (re)valorizando tudo o que passou com seus amigos da formação original. O Anime é bem lento, contemplativo. Não há muitas batalhas, mas elas existem. E conforme a história avança, elas ficam mais recorrentes. Já assisti metade da primeira temporada (que é formada de 28 episódios), e tenho gostado muito. As lutas que já vi, ainda que curtas, foram todas bem impressionantes, de "explodir a cabeça".

Curioso que como o "último chefão" já morreu antes da história começar, não há um desafio épico final, e então parece que temos uma sucessão de missões episódicas para cumprir e ganhar experiência, como se fossem encontros de partidas de RPG que você faz com seus amigos em uma campanha. E ainda assim, apesar de todas essas camadas de aventura e fantasia, reitero que o melhor de Frieren está nas reflexões e momentos de emoção que ela provoca.

E a emoção não ocorre somente pela trama em que todos os personagens se envolvem. Há também um encantamento especial com Frieren... delicada, diferente e fascinante: uma maga muito muito poderosa e sábia, mas que ainda assim tem um pouco de dificuldade de compreender os humanos.

Para quem gosta de animes, mangás, RPG, aventuras medievais, ou simplesmente uma boa reflexão sobre a vida, Frieren leva a minha mais alta recomendação. Te convenci a assistir Frieren? Ainda não? Vou para um último argumento: neste momento o anime se encontra com a nota máxima de 100% no Rotten Tomatoes

Para felicidade dos fãs, a segunda temporada já está sendo finalizada, e já foi anunciada para Janeiro de 2026. A primeira e única temporada que existe até agora equivale aos 60 primeiros capítulos do mangá. A expectativa é que a segunda temporada adapte os próximos 60 (e o mangá está atualmente no capítulo 137). Aí só resta saber quanto tempo levarão para lançarem aqui no Brasil...

Na falta de um trailer em português para Frieren na Netflix, segue o da Crunchyroll Brasil. Confiram!



Os DEZ Melhores Consoles de Videogame de Todos os Tempos (ou então: Uma Breve História Sobre os Consoles de Videogame)

Já vi dezenas de listas sobre os "melhores consoles de todos os tempos", e nenhuma ficou muito próxima da minha. Talvez por que qu...