domingo, 30 de junho de 2019

Evangelion chegou na Netflix. Aprenda porque este Anime é tão importante e você deve assistí-lo


Neon Genesis Evangelion é uma Anime japonês de 1995, composto por 26 episódios, escrito e dirigida por Hideaki Anno. A produção chegou por completo semana passada na Netflix nacional e neste texto eu apresento a vocês esta obra que é obrigatória para quem gosta de ficção científica, animes e tokusatsu's.

O enredo
No universo de Evangelion aprendemos que no ano 2000 uma explosão gigantesca aconteceu na Antártida, no que oficialmente foi a queda de um gigantesco meteoro. Como consequência deste evento, grandes tsunamis, erupções de vulcão, e vários outros efeitos climáticos fizeram a população humana cair pela metade, mudando para sempre nossa civilização.

15 anos depois, o planeta - em especial a cidade de Tóquio-3 - começa a ser atacada por monstros gigantes, denominados "Anjos". Com as armas tradicionais falhando no combate contra estas criaturas, são criados então os gigantes EVAs, robôs que só podem serem pilotados por crianças bem especiais. Na foto acima vemos os EVAs e seus três principais pilotos: Shinji Ikari, Rei e Asuka. Cabe a eles salvarem a humanidade.

Porque é tão importante
Acreditem se quiser, mas os tais filmes de "monstros e robôs gigantes" chegaram a fracassar e ter imagem ruim mesmo no Japão, e isto acontecia no início dos anos 90. Neon Genesis Evangelion foi um estrondoso sucesso que salvou o gênero da extinção, e até hoje muitos filmes e desenhos deste tipo são criados todos os anos no Oriente e no Ocidente.

Neon Genesis Evangelion tem batalhas de robôs vs monstros muito bacanas; até porque cada Anjo que aparece é completamente diferente do anterior, tanto em design quanto em poderes, deixando tudo mais emocionante e imprevisível.

Porém, Evangelion não é apenas um filme de monstros. É uma baita ficção científica, abordando temas frequentes do gênero como: mundo pós-apocalíptico, sobrevivência da humanidade, excesso poder de grandes corporações, sentido da vida, questionamento à religiões e profecias. E mais ainda, o foco do Anime não são os monstros, mas seus complexos personagens, que estão sempre lutando contra a solidão, e tentam de alguma maneira se encontrar dentro do mundo que vivem.

Neon Genesis Evangelion tem algumas características não tão comuns em Animes, como por exemplo, personagens femininos bastante fortes e independentes (e isso em 1995!), e uma quase ausência de humor: Evangelion é bem sério, emocionalmente pesado, e com poucos alívios cômicos. A se lamentar, a sexualização feminina tão comum nos Mangás e Animes não foi eliminada. Mas isto não compromete o resultado final desta grande obra.

O conturbado desfecho
Neon Genesis Evangelion teve um desfecho bem diferente do esperado pelos fãs, com muita reflexão e pouca ação (boa parte do mesmo se passa dentro dos pensamentos de Shinji). Mesmo com grandes elogios da crítica especializada, acho que o final de Evangelion causou no Japão uma revolta maior do que tivemos recentemente com Lost ou Game of Thrones (risos).

Por isto mesmo, apenas dois anos após o encerramento da série (1997), surgiram dois filmes para trazer outro desfecho. Ambos filmes também se encontram na Netflix.

O primeiro filme se chama Neon Genesis Evangelion: Death & Rebirth. Composto de duas partes, a primeira resume (em muito) os 24 primeiros episódios sem alterações relevantes; e a segunda parte traz o início de um novo desfecho, cujas cenas futuramente entraram no começo do filme seguinte, The End of Evangelion. Na verdade a versão que chegou na Netflix é a Evangelion: Death (True)² que, basicamente, retira de Death & Rebirth toda a segunda parte "rebirth", ou seja, você não vai assistir aqui todas as cenas que seriam repetidas no filme seguinte (portanto, esta edição é melhor!).

O segundo filme, de nome The End of Evangelion, começa imediatamente após os eventos do 24º episódio, e então temos outra versão dos episódios 25 e 26, agora estendida (84 minutos) e bem modificada. De certa forma, The End of Evangelion mostra tudo o que foi exibido nos episódios 25 e 26, porém sob perspectiva "externa"... ou seja, o que aconteceu "realmente" com o mundo, sem a perspectiva de dentro da cabeça do protagonista.

Por um lado, Hideaki Anno satisfez aos fãs trazendo enfim bastante ação e lutas com os EVAs, e respondeu várias perguntas que ficaram sem respostas. Entretanto, The End of Evangelion é bem mais difícil de compreender, e suas últimas cenas trazem uma mudança essencial em relação ao final da série original: enquanto no anime Shinji recebe uma conclusão "otimista", no filme o protagonista têm uma conclusão "pessimista". Seria esta mudança uma maneira do diretor/escritor se "vingar" dos fãs chatos?

Particularmente, prefiro o desfecho original, dos episódios 25 e 26 do anime. Ainda assim, ambos desfechos se complementam e devem ser assistidos.

Um novo Evangelion em HD
Em 2007 Evangelion voltou às manchetes com o projeto Rebuild of Evangelion, que consiste em contar toda a série em 4 filmes, agora com desenhos todos modernizados e em HD. Hideaki Anno não voltou para a direção, mas continua sendo o único roteirista. O quarto e último filme do projeto está previsto para 2020... e adivinhem... promete outro desfecho inédito. Rebuild of Evangelion conta  com alguns personagens inéditos, e seu terceiro filme, Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo, já tem uma trama bem diferente do que vimos no anime. Portanto, o novo desfecho para este Evangelion é completamente inesperado.

E também temos Mangás!
Evangelion também saiu em Mangá (encerrado apenas em 2014 e felizmente publicado na íntegra aqui no Brasil, em 28 edições: as 20 primeiras pela Conrad e as 8 últimas pela editora JBC) e tem como curiosidade ser a visão do designer da série original, Yoshiyuki Sadamoto. Ou seja, mais uma vez temos diferenças em relação ao Anime; porém aqui as diferenças se refletem ao longo de toda a história e não apenas no desfecho.

Também foram publicados no Japão mais 3 spin-offs em Mangá, todos eles com temática completamente diferente da obra original. O mais relevante destes 3 títulos também foi publicado no Brasil, com o nome de Neon Genesis Evangelion: The Iron Maiden 2nd. Trazido aqui na íntegra pela editora Conrad em 12 volumes, se trata de uma espécie de comédia romântica contando a vida dos protagonistas dentro da escola, como colegiais.


Gostaram da matéria? Convencidos a assistir Evangelion? Segue abaixo mais algumas fotos do anime:







Obs.: este texto foi atualizado e expandido em 15/08/2019.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Dupla Crítica - Hellboy (2019) e Shazam! (2019)

Enquanto o novo Homem-Aranha não chega nos cinemas, aproveito para matar o débito que tinha com filmes de super-heróis de 2019: duas produções bem recentes que sendo boas ou não, são tão diferentes que merecem ser conhecidas. Confira as críticas!


Hellboy (2019)
Diretor: Neil Marshall
Atores principaisDavid Harbour, Milla Jovovich, Ian McShane, Sasha Lane, Daniel Dae Kim

Após dois filmes bem recebidos pela crítica e que deram lucro (mesmo sem bilheterias muito grandes), alguns "jênios" de Hollywood resolveram mudar ator principal e diretor. Saem Ron Perlman - ator carismático que ama Hellboy por ser o papel de sua vida - e Guillermo del Toro - diretor talentoso vencedor de dois Oscares - para entrar respectivamente David Harbour e Neil Marshall, uma dupla com carreira mediana na TV e completos desconhecidos no cinema.

Portanto, o reboot de Hellboy tinha boas chances de não funcionar... e de fato, não apenas fracassou como foi pior do que qualquer expectativa mais pessimista: fracasso completo de público e crítica, não há quem tenha gostado deste novo filme.

Hellboy é um personagem que veio dos quadrinhos, que aliás são ótimos; e ironicamente, dentre os três filmes de Hellboy já feitos é justo este que teve o roteiro mais fiel às HQs. Eis aqui, então, um ótimo exemplo de que mesmo usando um bom material original, tudo pode ser perder na adaptação para as telas.

Absolutamente tudo é feito errado neste Hellboy: personagens sem nenhum carisma, iluminação, montagem, coreografia das lutas, até a paleta de cores fracassa! A trilha sonora é simplesmente horrorosa, e é ela a principal responsável por fazer Hellboy alternar cenas de "Filme B" com cenas de videoclipe de Heavy Metal. Depois de 30 minutos assistindo, já não via a hora de ir embora pra casa.

É simplesmente lamentável que uma franquia tão bacana simplesmente se encerre devido à ganância e incompetência. Porém, isto acontece em Hollwood com certa frequência... E sim, aposto no "encerre"... duvido que Hellboy se recupere desta tragédia. Nota: 3,0.


Shazam! (2019)
Diretor: David F. Sandberg
Atores principais: Zachary Levi, Mark Strong, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Djimon Hounsou, Faithe Herman, Grace Fulton

Pode se dizer que Shazam! é uma das apostas mais arriscadas da DC Comics nos últimos tempos. Após uma sequencia de filmes "tradicionais" que alternaram moderados fracassos com moderados sucessos, a concorrente da Marvel resolveu investir numa comédia (talvez para seguir um sucesso da rival, os Guardiões da Galáxia).

Entretanto, de maneira que me surpreendeu bastante, Shazam! não tem tanta comédia assim. Com exceção das cenas em que ele aprende seus poderes - e vemos várias delas no trailer - em geral há bastante drama no filme... como por exemplo o fato de que o protagonista Billy Batson (Asher Angel) ser um órfão que nunca conseguiu pais adotivos decentes, ou ainda que o vilão Doutor Silvana (Mark Strong) teve uma vida inteira de frustrações e tristezas.

A história de Shazam! tem alguns momentos bons e emocionantes, todos eles relacionados com o grupo "infantil" da trama. Os mesmos elogios não podem ser feitos aos atores adultos: Zachary Levi e Mark Strong estão bem canastrões; Levi é incapaz de passar a imagem de um "adulto em corpo de criança"... ele é apenas... idiota.

Shazam! acaba sendo um filme de público bem específico: se tivesse mais comédia, poderia agradar mais as crianças; se tivesse uma história menos simplória, poderia agradar os adultos. Porém, na prática Shazam! é um drama/aventura adolescente que deverá agradar apenas o público com pouco mais de 10 anos.

Shazam! poderia ter sido um filme de muito mais sucesso - e agradar bem mais este que vos escreve - se fosse feito na década de 90 ou nos anos 2000. Mas depois de tantos filmes ótimos da Marvel nas últimas duas décadas, ainda que seja um filme "legal", Shazam! soa muito ultrapassado. Nota: 5,0.

sábado, 22 de junho de 2019

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

TítuloI Am Mother (idem, Austrália, 2019)
Diretor: Grant Sputore
Atores principais: Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, Rose Byrne, Tahlia Sturzaker
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=iVMUv5KJF64 (obs: vai te dar alguns spoilers)
Nota: 7,5

Ótima história de ficção científica, que merecia maior refinamento

Se na maioria dos seus filmes originais a Netflix ainda derrapa bastante, pelo menos no gênero de ficção científica ela nos oferece ocasionalmente excelentes surpresas. Isso aconteceu ano passado com o ótimo e perturbador Aniquilação, e se repete agora com este muito bom I Am Mother ("Eu sou Mãe", em tradução livre).

Na trama, no primeiro minuto aprendemos que a humanidade como conhecemos se extinguiu. E então um protegido prédio de "reinício da humanidade" é ligado. Nele, um robô em formato humano, que se autodenomina "Mãe", pega um embrião humano congelado, e o faz nascer como bebê, acompanhando e cuidando de seu desenvolvimento. Os anos passam, e já como adolescente a "Filha" (Clara Ruggard) começa a questionar o mundo que vive... E aumentando ainda mais os conflitos, robô e filha encontram a "Mulher" (Hillary Swank), que aparece ferida vindo do mundo exterior. Sua chegada é o gatilho para vários conflitos.

Como toda boa obra de ficção científica, I Am Mother questiona valores atuais e nos faz pensar sobre o futuro: Seria a humanidade intrinsecamente ruim? O que é uma mãe? Um robô pode ser uma mãe? Uma inteligência artificial pode ter sentimentos? Tudo isso se encontra no filme, o que é ótimo, e certamente nos leva a pensar.

Entretanto, I Am Mother traz todos estes questionamentos de maneira superficial; mais do que qualquer coisa, temos um filme de suspense, com pitadas de ação e praticamente nenhum tempo para reflexão. É aí que I Am Mother perde pontos.

Não que esta falta de profundidade prejudique o filme de maneira significativa, ou que a direção de Grant Sputore (que estréia como roteirista e diretor) não seja boa. Pelo contrário, a história é instigante e as cenas de suspense são muito bem executadas... enquadramento, trilha sonora, tudo funciona muito bem! Porém faltou a I Am Mother ir além das imagens: o que a "Filha" realmente estava pensando, sentindo? E quanto a "Mulher"? A talentosíssima Hillary Swank fica subaproveitada no filme... Nenhum personagem recebe um aprofundamento decente.

Outro ponto que poderia ser melhor desenvolvido são as "surpresas" no roteiro: a história conta com várias (e algumas excelentes) reviravoltas, porém o filme dá tantas dicas do que vai acontecer que adivinhamos as cenas seguintes sem muitos choques. Pelo menos a maior das surpresas é realmente boa e inesperada.

Um exemplo definitivo para esta falta de refinamento é a excelente metáfora feita com o cachorro, que é tão rápida que é muito difícil perceber durante o filme (só a entendi depois, lendo textos na Internet). O final de  I Am Mother, alias, é bom, diferente, porém de não tão fácil entendimento. Após este texto, em meu "PS", explico estes dois pontos para não dar spoiler aqui.

I Am Mother é outra grata surpresa de ficção científica no catálogo da Netflix. Ainda que lhe falte um pouco de "emoção" e desenvolvimento, seu resultado final é bem acima da média, trazendo reflexões e surpresas assustadoras. Certamente irá empolgar qualquer fã do gênero. Nota: 7,5


PS: (cuidado, não leia se não quiser spoilers)
No final do filme, descobrimos que a "Mulher" é a criança número 1, e que até o fim de sua vida se mostrou demasiado egoísta. Já a "Filha" provou se preocupar com o próximo acima de tudo, e é por isso que a "Mãe" se retira da estação para que a "Filha" cuide de reiniciar a humanidade; até este momento a "Mãe" está convencida que sua "Filha" é uma humana digna (e bem melhor que os outros humanos) para a tarefa.

A tal metáfora com o cão, é que embora nós os amemos verdadeiramente, somos nós quem decidimos o que é bom ou não para eles...  não importa o que eles querem... nós sabemos o que é para seu "bem" ou "não". E é exatamente esta postura que a "Mãe" tem com a humanidade. Ela nos ama. Mas nós somos seus bichos de estimação. Chocante, não?

domingo, 16 de junho de 2019

Crítica Netflix - Mistério no Mediterrâneo (2019)

TítuloMistério no Mediterrâneo ("Murder Mystery", EUA, 2019)
Diretor: Kyle Newacheck
Atores principais: Adam Sandler, Jennifer Aniston, Luke Evans, Gemma Arterton, Luis Gerardo Mendez, Dany Boon, Shiori Kutsuna, Adeel Akhtar, John Kani
Uma agradável paródia sobre os livros de detetive

Estreou há apenas dois dias Mistério no Mediterrâneo, o quinto dos seis filmes que Adam Sandler têm sob contrato com a Netflix para estrelar no canal. Dos que eu assisti, este é até agora o melhor deles (aqui no Cinema Vírgula também escrevi sobre o primeiro feito, The Ridiculous 6).

Na trama o policial Nick Spitz (Adam Sandler) e sua esposa Audrey (Jennifer Aniston) estão em um avião em direção à Europa quando são convidados por Charles Cavendish (Luke Evans) para passar uns dias no iate de seu tio bilionário Malcolm Quince, que irá se casar com a jovem Suzi (Shioli Kutsuna). Não demora muito para assassinatos acontecerem no navio e então, a dupla tenta descobrir o assassino para deixarem de serem suspeitos.

Com Audrey sendo fã de livros policiais de detetive, esta comédia (que nem tem romance) foca em parodiar estes tipos de livro. A própria estrutura do enredo lembra muito os livros de Agatha Christie, por exemplo.

Não há muito foco na investigação em que a dupla realiza, mas pelo menos há foco o suficiente para o espectador se perguntar: "quem é o vilão?". Tirando as piadas bobas de Sandler de sempre, há algumas piadas relativas ao universo das aventuras de detetive que são boas. A quebra de expectativa acontece algumas vezes e sempre de maneira muito positiva.

Não espere do filme grandes atuações, mas com exceção de Adam Sandler, os demais atores principais são carismáticos e divertem com seus exageros.

Sem grandes atrativos, mas uma experiência agradável de comédia, Mistério no Mediterrâneo vai ser tão xingado pela crítica como foram (justamente) os demais filmes Netflix de Sandler. Mas este pelo menos diverte. Nota: 6,0

domingo, 9 de junho de 2019

Crítica - Godzilla II: Rei dos Monstros (2019)

TítuloGodzilla II: Rei dos Monstros ("Godzilla: King of the Monsters", EUA / Japão, 2019)
Diretor: Michael Dougherty
Atores principais: Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown, Ken Watanabe, Ziyi Zhang, Bradley Whitford, Sally Hawkins, Charles Dance, Thomas Middleditch, Aisha Hinds
Monstros legais e humanos chatos

Sempre que temos um filme de “monstros gigantes”, os bichões são pouco exibidos na tela e, por sua vez, vemos na maior parte do filme cenas com humanos comuns. Isto acontece por dois motivos principais: o maior deles é para diminuir custos... afinal, fazer horas e horas de cenas com computação gráfica ainda é bem caro. E o outro motivo é ter em tela alguém com quem o espectador pode se identificar, sentir empatia.

Portanto, é bastante comum que em produções deste tipo a parte melhor seja com estes "Titãs", e o ponto fraco seja a história com os humanos. Esta regra já se cumpriu com o bom primeiro filme de 2014, mas ficou muito mais evidente com este Godzilla II: Rei dos Monstros.

A ideia para a trama principal não é ruim: a explicação para termos tantos bichos gigantes na Terra - cerca de 20, embora só vemos de maneira relevante o Godzilla, a Mothra (uma mariposa), o Rodan (que surgiu originalmente nos cinemas como um pteranodonte, mas neste filme é um pássaro) e o "Rei" Ghidorah (uma espécie de dragão alado com 3 cabeças) - ou ainda, porque eles só "ressuscitaram" agora, são consideravelmente plausíveis.

Os atores, pelo menos em teoria, são de boa qualidade - aqui temos vários atores famosos, principalmente vindo de seriados de TV - e o vilão (Charles Dance) não é tão caricato, e suas motivações não são das piores.

Mesmo assim estas "qualidades" não impediram que as cenas com os personagens humanos fossem extremamente chatas e enfadonhas. Os diálogos são horríveis, as atuações são repletas de canastrice... simplesmente não dá para se importar com nenhum dos personagens em tela. E para tristeza de todos, as cenas com os humanos são grande parte do filme.

As lutas dos monstros são legais e não decepcionam. O design dos personagens é bem bacana (melhores do que do filme de 2014) e os efeitos especiais são bem feitos. Ainda assim, até nesta parte Godzilla II perde para seu antecessor: aqui temos ainda menos cenas com os Titãs e as lutas são menos inspiradas. E olha que para Godzilla II: Rei dos Monstros os produtores e diretor tiveram em mãos o dobro de orçamento (U$ 300 milhões contra U$ 150 milhões do filme anterior).

A franquia que renasceu em Hollywood cinco anos atrás tinha tudo para se estabelecer nesta sua continuação. Entretanto, pelo trabalho mal feito - que está se refletindo na baixa bilheteria - dificilmente teremos um Godzilla 3. Sinceramente não sei de onde os estúdios tiram a idéia deixar nas mãos de franquias tão grandes diretores tão fracos e inexperientes (e saiba que como agravante em Godzilla 2 o diretor Michael Dougherty também foi o escritor... justo ele que também foi o roteirista, por exemplo, de X-Men: Apocalipse). Godzilla II: Rei dos Monstros é um filme mediano que só vai agradar quem realmente ama lutas de monstros gigantes. Nota: 5,0


PS: o filme possui uma cena pós-créditos, após passarem todos os letreiros.

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...