E tivemos ontem a noite a 96ª cerimônia de entrega dos Academy Awards, ou como foi mais popularmente divulgado, os Oscars 2024. E confirmando seu favoritismo, o grande vencedor da premiação foi Oppenheimer, não só por ter vencido o Oscar de Melhor Filme, mas também por ter levado o maior número de estatuetas: sete no total.
- Em sua terceira indicação, e agora com 58 anos, Robert Downey Jr. finalmente levou seu primeiro Oscar para casa, o de Melhor Ator Coadjuvante, como Lewis Strauss em Oppenheimer.
- Outro que demorou para ter seu talento reconhecido foi Wes Anderson, que enfim venceu seu primeiro Oscar! Porém quis a Academia que fosse via o prêmio de Melhor Curta-metragem, por seu A Maravilhosa História de Henry Sugar (mas ele não esteve na cerimônia para receber o troféu, infelizmente...).
- Já a cantora Billie Eilish precisou esperar bem menos, pois quando venceu o Oscar de Melhor Canção Original junto com seu irmão Finneas, por "What Was I Made For?" de Barbie, ela se tornou aos 22 anos pessoa mais jovem a ganhar duas estatuetas, superando o recorde da atriz Luise Rainer, que aos 28 anos ganhou em 1938 seu segundo Oscar como Melhor Atriz.
- Os cinco indicados ao Oscar de Melhor Fotografia (e quem venceu foi Oppenheimer) misturaram cenas coloridas com preto-e-branco.
- Fiquei bastante satisfeito com os vencedores de Melhor Roteiro Original (Anatomia de uma Queda) e Melhor Roteiro Adaptado (Ficção Americana). O primeiro por ser bom, inovador e de várias camadas; e o segundo, pois conforme antecipei na minha crítica, exigiu bastante adaptação da obra original.
- O Oscar de Melhores Efeitos Visuais foi para o japonês Godzilla Minus One, o primeiro Oscar da história da franquia. Independente de ser justo ou não (eu nem vi o filme ainda para ter uma opinião), achei um "tapa na cara" dos funcionários do ramo. Afinal, em uma época em que vemos notícias frequentes onde os funcionários de efeitos especiais dos grandes estúdios são explorados e obrigados a cumprir prazos absurdos e inumanos, ver que os velhinhos da sua categoria ainda por cima resolvem premiar um filme estrangeiro de baixo orçamento...
- O anfitrião Jimmy Kimmel vinha fazendo uma noite morna e esquecível... até que no final do programa trouxe dois momentos memoráveis... o primeiro foi colocar no palco o ator John Cena praticamente pelado para anunciar o prêmio de Melhor Figurino, e o segundo, foi retrucar ao vivo um tweet do ex-presidente Donald Trump, que o criticava pela sua performance daquela noite com um "I’m surprised you’re still up - isn’t it past your jail time?" (algo como, estou surpreso que você ainda está acordado... já não passou da sua hora de dormir? Porém ele troca a palavra "bed" (cama) por "jail" (cela, de prisão)... ficando como "já não passou da sua hora de ir preso?), para aplausos da maioria do público.
- Um dos melhores momentos da noite foi Emma Stone recebendo o Oscar de Melhor atriz por Bella Baxter em Pobres Criaturas. Bastante emocionada, é legal ver que apesar de excelente atriz, a fama não subiu em sua cabeça.
- Por outro lado, um dos piores momentos foi a maneira com que Al Pacino anunciou o Oscar de Melhor Filme. Ok que a Academia queira dar a honra a grandes nomes do passado para ser o anunciante do "premio máximo"... mas custa ensaiar esse momento antes? E ver se o escolhido pode seguir um roteiro a risca? O critério pra apresentar tem que ser um "bom apresentador" e não um "merecedor de homenagem", pois se tem um momento em que não deveria abrir espaços para erros ou improvisos, é esse...
- E para encerrar, o vencedor do Oscar de Melhor ator foi Cillian Murphy como Oppenheimer. Ele atuou bem sim, mas o melhor do ano pra mim foi Leonardo DiCaprio em Assassinos da Lua das Flores e ele sequer estava entre os indicados! Só que mais justo e importante de que Cillian Murphy ganhar, foi ver o egocêntrico Bradley Cooper perder. E melhor ainda, seu filme Maestro não levou NENHUM Oscar pra casa. Choooooooooooora Bradley Cooper!