domingo, 4 de novembro de 2018

Crítica - O Doutrinador (2018)

Título: O Doutrinador (idem, Brasil, 2018)
Diretores: Gustavo Bonafé e Fábio Mendonça
Atores principaisKiko Pissolato, Tainá Medina, Samuel de Assis, Carlos Betão, Eduardo Moscovis, Natália Lage, Eduardo Chagas, Tuca Andrada, Helena Luz, Helena Ranaldi, Marília Gabriela
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=vhQJvL159Mk
Nota: 6,0

Bom filme de ação sobre o combate à Corrupção

Em um Brasil com tanta corrupção e tanta impunidade, sempre estranhei o não-surgimento de um justiceiro que saísse por aí matando políticos desonestos, seja na vida real ou na ficção. Até que em 2013, enfim, e em plena época dos "Protestos dos 20 centavos" no governo Dilma, surge no Facebook a série de quadrinhos O Doutrinador, criada por Luciano Cunha, e que agora ganha proporção nacional ao estrear seu filme, contando com um elenco de diversos atores famosos.

Na história, Miguel (Kiko Pissolato) é um agente federal de combate ao crime que, após uma tragédia pessoal, busca sua vingança matando quem, aos seus olhos, são os verdadeiros culpados: os corruptos no governo. Para ajudá-lo na missão, Miguel chantageia a hacker Nina (Tainá Medina), que o auxilia em invasões.

O Doutrinador é uma enorme e violenta catarse de um cidadão comum contra toda a corrupção política que assola o país há tanto tempo. O filme conta com boas cenas de ação - quase todas tiroteio, entretanto -  e é bastante sangrento. Haja mortes de corruptos (e seguranças) nas mãos do Doutrinador.

Um detalhe que gostei bastante foi o design de produção, ao filmar cenas sempre em locais degradados - sujos, pichados, abandonados - reflexo direto da corrupção que O Doutrinador combate.

Filme e HQ possuem duas diferenças fundamentais: nos quadrinhos o justiceiro tem sua identidade desconhecida e é um ex-soldado do exército, além da história se passar no Brasil "real"; já no filme além do protagonista ser identificado e ser um policial, todos os nomes citados (de políticos à locais) são fictícios.

O Doutrinador até tem um bom roteiro; neles estão presentes os dilemas morais do protagonista, assim como sua dor. Porém, talvez o maior defeito do filme é ele ser "direto" demais. Embora os dilemas de Miguel existirem, a história não dá tempo para eles serem desenvolvidos; aliás, com exceção do "corrupto líder", nenhum outro personagem possui desenvolvimento; o que vemos são tiroteios do começo ao fim, em ritmo alucinante.

Sendo um bom filme de ação, mas sem tentar em nenhum momento ser mais do que isso, talvez o maior legado deste O Doutrinador seja sua forte mensagem anti-corrupção. E que ela ajude às pessoas a relembrar que seus verdadeiros inimigos são os políticos corruptos, e não os familiares e amigos que não votam na mesma pessoa que você. Nota: 6,0


PS: assim como o próprio filme já faz propaganda em seu final, O Doutrinador ganhará seu seriado na TV, através do canal Space. A estréia do seriado está prevista para 2019 e contará com o mesmo elenco do longa-metragem.

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