Diretor: Edward Zwick
Atores principais: Tobey Maguire, Liev Schreiber, Peter Sarsgaard, Michael Stuhlbarg, Lily Rabe
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=0MMIhrYkvjQ
Nota: 7,0
Nota: 7,0
Um bom filme para conhecer o genial Bobby Fischer
Existem filmes que embora não sejam espetaculares, merecem ser assistidos. Eles contam a história de um pessoa real pouco conhecida do grande público brasileiro; pessoas estas tão diferentes que se torna algo muito interessante e instrutivo conhecer suas histórias. É o caso de filmes como Frida (2002), A Travessia (2015) e agora, este O Dono do Jogo.
O Dono do Jogo conta a história de Bobby Fischer (Tobey Maguire), o garoto prodígio estadunidense que se tornou um dos maiores enxadristas de todos os tempos. No filme temos sua vida contada desde os feitos enxadrísticos da infância até sua disputa pelo título mundial, em 1972, contra o campeão russo Boris Spassky (Liev Schreiber).
Diferentemente de outros filmes que contam "fatos históricos", O Dono do Jogo tem uma história bastante fiel ao mundo real. A grande maioria dos eventos contados realmente aconteceram. As poucas "mentirinhas" não vêm de fatos errados, mas sim, do exagero. Por exemplo: Fischer não foi a pessoa "patrocinada" por anos pelo governo dos EUA para "derrotar os inimigos" russos. Mas ele de fato teve apoio da Casa Branca durante o confronto com Spassky. Igualmente, ele não era uma personalidade universalmente famosa antes do duelo pelo título mundial. Mas, durante o confronto, o foi.
Fischer era conhecido por fazer exigências absurdas para disputar suas partidas, e aqui o filme tomou a liberdade de justificar estes pedidos com apenas duas explicações: insegurança e, principalmente, seus distúrbios mentais. Na vida real, seria isto mesmo? Não fiquei totalmente convencido. De qualquer forma, o Bobby Fischer real de fato sofria com muita paranoia - o que deve ter começado desde a infância, onde sua mãe comunista lhe dizia que sua casa podia estar grampeada. O episódio do enxadrista destruindo o quarto do hotel procurando por grampos, seu ódio pelos soviéticos e pelos judeus, tudo isto aconteceu e foi precisamente retratado.
Como filme, tecnicamente falando O Dono do Jogo é "OK". Não há grandes qualidades ou defeitos. A fotografia não é muito boa e os efeitos especiais - há algumas montagens em que se coloca Tobey Maguire sob filmagens reais de TV da época (anos 60 e 70) - também não são totalmente convincentes.
O roteiro é bom. Ele poderia ser melhor se não optasse por filmar Maguire quase o tempo todo, deixando de se aprofundar nos fatos e personagens ao seu redor. Ainda assim, há espaço suficiente para sugerir que Spassky tinha os mesmos problemas e "manias" que Fischer, o que é uma boa sacada. Além disto, o roteiro é bem dinâmico e garante que Bobby seja tão fascinante na tela como foi na vida real. Não sabemos qual será seu próximo passo o tempo todo. E isto é uma sensação bem bacana para o espectador.
Bobby Fischer até merecia um filme melhor que O Dono do Jogo, que não é brilhante mas é bom. Ainda assim, em termos de precisão histórica, temos uma produção bem acima da média de Hollywood. E em se tratando de um personagem tão interessante, vale bastante a pena conhecer sua história. Nota: 7,0
O Dono do Jogo conta a história de Bobby Fischer (Tobey Maguire), o garoto prodígio estadunidense que se tornou um dos maiores enxadristas de todos os tempos. No filme temos sua vida contada desde os feitos enxadrísticos da infância até sua disputa pelo título mundial, em 1972, contra o campeão russo Boris Spassky (Liev Schreiber).
Diferentemente de outros filmes que contam "fatos históricos", O Dono do Jogo tem uma história bastante fiel ao mundo real. A grande maioria dos eventos contados realmente aconteceram. As poucas "mentirinhas" não vêm de fatos errados, mas sim, do exagero. Por exemplo: Fischer não foi a pessoa "patrocinada" por anos pelo governo dos EUA para "derrotar os inimigos" russos. Mas ele de fato teve apoio da Casa Branca durante o confronto com Spassky. Igualmente, ele não era uma personalidade universalmente famosa antes do duelo pelo título mundial. Mas, durante o confronto, o foi.
Fischer era conhecido por fazer exigências absurdas para disputar suas partidas, e aqui o filme tomou a liberdade de justificar estes pedidos com apenas duas explicações: insegurança e, principalmente, seus distúrbios mentais. Na vida real, seria isto mesmo? Não fiquei totalmente convencido. De qualquer forma, o Bobby Fischer real de fato sofria com muita paranoia - o que deve ter começado desde a infância, onde sua mãe comunista lhe dizia que sua casa podia estar grampeada. O episódio do enxadrista destruindo o quarto do hotel procurando por grampos, seu ódio pelos soviéticos e pelos judeus, tudo isto aconteceu e foi precisamente retratado.
Como filme, tecnicamente falando O Dono do Jogo é "OK". Não há grandes qualidades ou defeitos. A fotografia não é muito boa e os efeitos especiais - há algumas montagens em que se coloca Tobey Maguire sob filmagens reais de TV da época (anos 60 e 70) - também não são totalmente convincentes.
O roteiro é bom. Ele poderia ser melhor se não optasse por filmar Maguire quase o tempo todo, deixando de se aprofundar nos fatos e personagens ao seu redor. Ainda assim, há espaço suficiente para sugerir que Spassky tinha os mesmos problemas e "manias" que Fischer, o que é uma boa sacada. Além disto, o roteiro é bem dinâmico e garante que Bobby seja tão fascinante na tela como foi na vida real. Não sabemos qual será seu próximo passo o tempo todo. E isto é uma sensação bem bacana para o espectador.
Bobby Fischer até merecia um filme melhor que O Dono do Jogo, que não é brilhante mas é bom. Ainda assim, em termos de precisão histórica, temos uma produção bem acima da média de Hollywood. E em se tratando de um personagem tão interessante, vale bastante a pena conhecer sua história. Nota: 7,0
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