quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Desta vez, eles se superaram!

Amanhã estréia nos cinemas o filme "O Físico". Eu já assisti o trailer e não o considerei interessante. Mas quis escrever sobre ele aqui para vocês mesmo assim, por outro motivo.

"O Físico" nasce concorrendo ao prêmio de pior tradução para um nome de filme em todos os tempos. Afinal, o nome do filme, no original é "The Physician". Para quem não entende inglês, a tradução seria... "O Médico". Ah sim, e a história é sobre um jovem inglês do séc XI querendo ser... médico.

É verdade que o filme é baseado em um livro de mesmo nome ("The Physician"), e que no Brasil o livro foi traduzido como "O Físico". Portanto o erro de tradução veio primeiro do livro, e não do filme. Quem cometeu a façanha? Aulyde Soares Rodrigues.

Fica o debate então: quem errou mais? A pessoa que traduziu o nome do livro? Ou as pessoas que decidiram manter o nome do livro para o filme, mesmo que sendo uma falha grotesca que certamente vai confundir (e irritar) o público dos cinemas?

Outra curiosidade: na Internet você consegue encontrar textos defendendo a Aulyde. Por que? Pois na idade média, no português antigo, médicos eram chamados de físicos. Não vou nem perder meu tempo para explicar porque esta justificativa é absurda. Vou só copiar o texto da wikipedia, que contém parte dos argumentos que eu poderia dar:

"O título da versão brasileira, O Físico, por um erro de tradução. The Physician, do inglês, significa O Médico. O tradutor teria confundido physician com physicist, que significa físico. (...) leitores creem que não há erro, já que na Idade Média, época descrita no livro, os médicos seriam chamados de físicos. (...) A palavra physician, no entanto, não pode ser traduzida para físico, o que corrobora claramente o erro de tradução no título. Além disso, mesmo em Portugal, o título é "O Médico de Ispahan". Somente no Brasil o filme recebeu o título O Físico"



E aproveito o momento para deixar registrado aqui meu protesto e desprezo por essa classe incompetente que tanto me irrita: os tradutores de títulos de filmes. Sua "jenialidade" aliás não é de exclusividade brasileira, é algo universal. Tanto que o ótimo cartunista argentino Liniers também abraça minha causa e criou um personagem denominado, no original, de: "El señor que traduce los nombres de las películas". 

Abaixo, algumas tirinhas do personagem, com duas já traduzidas para o português. Divirtam-se!



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