Diretor: Alex Garland
Atores principais: Domhnall Gleeson, Oscar Isaac, Alicia Vikander
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=HtBuBJxDlU8
Nota: 8,0
Ficção Científica entrega reflexões, bom suspense e ótimas atuações
Mesmo que o número de filmes produzidos por ano aumente, a tendência atual é que o número de filmes exibidos nos cinemas diminua. Isto porque ao povoar múltiplas salas repetindo a exibição do mesmo blockbuster, os filmes independentes perdem cada vez mais espaço, gerando vítimas. É o triste caso deste virtuoso Ex-Machina: Instinto Artificial, que não conseguiu chegar aos cinemas, indo direto para DVD (ele chegará às lojas em Outubro mas já pode ser comprado e assistido no Brasil via streamings como o YouTube).
Na história, Caleb (Domhnall Gleeson) é um programador e foi sorteado para passar uns dias na casa de seu empregador - e gênio da informática - Nathan (Oscar Isaac). Lá ele é convidado a avaliar se o avançado androide construído em segredo por Nathan - Ava (Alicia Vikander) - consegue ser o primeiro ser artificial a passar pelo Teste de Turing (ou seja, se mostrar indistinguível de um ser humano).
O filme vai além da ciência ao colocar o elemento "opressão" em jogo. Devido a questões de confidencialidade, Caleb é sujeito a condições absurdas de confinamento. Não que Nathan maltrate seu convidado, mas ele exerce uma pressão psicológica imensa sobre o programador. E a questão não se suaviza com o tratamento dado a Ava: ela é tratada como uma máquina descartável o tempo todo pelo seu criador. E a medida que Caleb vai se convencendo que Ava tem "sentimentos", os debates morais e científicos vão crescendo de maneira natural e brilhante.
Ex-Machina marca a estréia do britânico Alex Garland com diretor, ele que já tem carreira bem sucedida como escritor de filmes também de ficção científica, como Extermínio (2002) e Sunshine - Alerta Solar (2007). E é uma estréia muito boa. Garland vai bem na direção e no roteiro.
Como direção, Alex traz para seu filme enquadramentos pertinentes - fechados, que aumentam a sensação de enclausuramento dos personagens - e uma fotografia muito boa com efeitos especiais bem críveis em se tratando de um filme de baixo orçamento. Mas se Ex-Machina vai bem na imagem, não se pode dizer o mesmo do seu som. Certamente o grande defeito do filme é sua trilha sonora. Aqui Garland mostra uma mão pesada, e a trilha ambiente é barulhenta, incômoda, alta, ocupando praticamente todos os minutos do filme. É como se o som tentasse representar um "torpor" do personagem principal; situação esta que não faz sentido com o que se apresenta na tela.
E se o roteiro é bem feito, há o alerta de que os diálogos são irregulares. Há bons e maus momentos; os piores acontecem justamente nos momentos das citações científicas. De qualquer forma, é através das imagens e das ações e reações dos personagens que conseguimos ver toda a qualidade filosófica por trás de Ex-Machina.
As atuações do trio principal são muito boas, e aumentam a qualidade do filme. Como curiosidade, em alguns momentos achei a jovem atriz sueca Alicia Vikander extremamente parecida com as irmãs Mara (Rooney e Kate). Até achei que podiam ser parentes; mas não, sequer são do mesmo país (risos).
Ex-Machina: Instinto Artificial é um filme lento, tenso, psicológico, e que assim como toda boa ficção científica nos faz refletir. Como sua nota final, eu lhe daria um 7,5. Mas nesta tendência minha de não dar mais notas quebradas, como prêmio pela sua originalidade, a nota será aumentada para 8.0.
Na história, Caleb (Domhnall Gleeson) é um programador e foi sorteado para passar uns dias na casa de seu empregador - e gênio da informática - Nathan (Oscar Isaac). Lá ele é convidado a avaliar se o avançado androide construído em segredo por Nathan - Ava (Alicia Vikander) - consegue ser o primeiro ser artificial a passar pelo Teste de Turing (ou seja, se mostrar indistinguível de um ser humano).
O filme vai além da ciência ao colocar o elemento "opressão" em jogo. Devido a questões de confidencialidade, Caleb é sujeito a condições absurdas de confinamento. Não que Nathan maltrate seu convidado, mas ele exerce uma pressão psicológica imensa sobre o programador. E a questão não se suaviza com o tratamento dado a Ava: ela é tratada como uma máquina descartável o tempo todo pelo seu criador. E a medida que Caleb vai se convencendo que Ava tem "sentimentos", os debates morais e científicos vão crescendo de maneira natural e brilhante.
Ex-Machina marca a estréia do britânico Alex Garland com diretor, ele que já tem carreira bem sucedida como escritor de filmes também de ficção científica, como Extermínio (2002) e Sunshine - Alerta Solar (2007). E é uma estréia muito boa. Garland vai bem na direção e no roteiro.
Como direção, Alex traz para seu filme enquadramentos pertinentes - fechados, que aumentam a sensação de enclausuramento dos personagens - e uma fotografia muito boa com efeitos especiais bem críveis em se tratando de um filme de baixo orçamento. Mas se Ex-Machina vai bem na imagem, não se pode dizer o mesmo do seu som. Certamente o grande defeito do filme é sua trilha sonora. Aqui Garland mostra uma mão pesada, e a trilha ambiente é barulhenta, incômoda, alta, ocupando praticamente todos os minutos do filme. É como se o som tentasse representar um "torpor" do personagem principal; situação esta que não faz sentido com o que se apresenta na tela.
E se o roteiro é bem feito, há o alerta de que os diálogos são irregulares. Há bons e maus momentos; os piores acontecem justamente nos momentos das citações científicas. De qualquer forma, é através das imagens e das ações e reações dos personagens que conseguimos ver toda a qualidade filosófica por trás de Ex-Machina.
As atuações do trio principal são muito boas, e aumentam a qualidade do filme. Como curiosidade, em alguns momentos achei a jovem atriz sueca Alicia Vikander extremamente parecida com as irmãs Mara (Rooney e Kate). Até achei que podiam ser parentes; mas não, sequer são do mesmo país (risos).
Ex-Machina: Instinto Artificial é um filme lento, tenso, psicológico, e que assim como toda boa ficção científica nos faz refletir. Como sua nota final, eu lhe daria um 7,5. Mas nesta tendência minha de não dar mais notas quebradas, como prêmio pela sua originalidade, a nota será aumentada para 8.0.