quarta-feira, 31 de maio de 2017

Crítica - Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017)

Título: Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar ("Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales", EUA, 2017)
Diretores: Joachim Rønning, Espen Sandberg
Atores principais: Johnny Depp, Javier Bardem, Geoffrey Rush, Brenton Thwaites, Kaya Scodelario, Kevin McNally
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=H8d1pD49JOk
Nota: 5,0
Este PRECISA ser o último filme desta franquia

A franquia Piratas do Caribe possui uma história curiosa, que começou em 2003 com Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra. Um filme sem muitas pretensões e que por isto mesmo acabou sendo uma diversão de alto nível, que de quebra apresentaria o engraçadíssimo Jack Sparrow de Johnny Deep para o mundo.

Depois vieram mais dois filmes - sendo o último destes ruim - que formavam uma única história e encerraram uma trilogia. Parecia o fim dos piratas nas telonas... mas em 2011 Sparrow e sua turma voltariam em Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas, um filme decente com história fechada, que praticamente ignorava tudo da trilogia inicial e representava um novo começo.

O quinto filme demorou a acontecer, e somado ao fato de que ele estava sob o comando da dupla de diretores noruegueses do bom drama Expedição Kon Tiki (2012), tudo levava a crer que as mudanças em Piratas do Caribe continuariam.

Grave engano. Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar retoma fortemente à mitologia da trilogia inicial, a ponto de que se o espectador ainda não viu os filmes anteriores da série, ficará um pouco perdido diante dos acontecimentos em tela.

A trama é uma cópia mal feita do roteiro do primeiro filme, onde temos um morto-vivo querendo se vingar de Jack Sparrow - o vilão da vez é o Captão Salazar (Javier Bardem); e a presença de uma jovem dupla para fazer par romântico e compartilhar interesses com Jack. Dupla esta fraca na atuação e sem nenhum carisma, de longe a pior da franquia.

Como todo filme da série Piratas do Caribe, temos ação de qualidade, imagens belíssimas e um ritmo frenético. Mas mesmo em suas qualidades, tudo não deixa de ser um "mais do mesmo".

E também, mais dos mesmos problemas que fizeram o terceiro filme da franquia ser ruim: desnecessariamente longas 2h e 30min de duração, cenas de ação inverossímeis feitas em computação gráfica e exageradas em escala, um roteiro complexo cheio de furos e com pouco sentido.

Como se tudo isto não fosse desgraça suficiente, pela primeira vez Jack Sparrow não rouba a cena. Temos um Depp de expressão cansada, talvez até desanimada, que arranca poucos risos do público.

A verdade é que Piratas do Caribe deveria acabar. A qualidade dos filmes está ruim; o protagonista principal parece ter perdido interesse no personagem... e ainda há um motivo ainda maior que tudo isto: Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar se preocupa (em excesso, inclusive) em acabar com todas as pontas soltas da franquia. Aprendemos sobre a origem de Jack Sparrow, vemos o destino final de Barbossa e do barco Black Pearl, e etc. Reitero: não estou exagerando. Neste meu "etc" temos TODAS as pontas soltas resolvidas. Então, para que continuar uma saga que efetivamente acabou?

Mas... será que a franquia irá acabar mesmo? Apesar de Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar provavelmente encerrar como o filme de pior bilheteria da franquia, ele dará algum lucro. Os próprios produtores afirmaram oficialmente há poucas semanas que um sexto filme não está descartado. E na cena pós créditos (sim, ela existe), mais uma vez, como já é tradição, temos uma daquelas cenas "e todos ficaram felizes para sempre... só que não".

Na contramão de tudo isto, tivemos propagandas de TV e trailers (como este do meu link acima) anunciando estarmos diante da "aventura final" dos piratas; e Johnny Depp sofreu acusações de passar todo o período das filmagens bêbado e com dificuldade de memorizar suas falas (o ator vivia em pleno processo de separação de sua ex-esposa Amber Heard), que se for verdade pode dar uma bela "congelada" na carreira do rapaz.

Só nos resta esperar alguns anos pela resposta. De minha parte, meu desejo é bem claro: sim, tem que acabar. O quinto filme definitivamente terminou esta história. Nota: 5,0

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