domingo, 11 de maio de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #041 - Reese Witherspoon: feminista, entusiasta e adaptadora de livros


A atriz Reese Witherspoon é bem conhecida mundialmente. Hoje com 49 anos e com atuações em cerca de 40 filmes, ela provavelmente ficará para sempre no imaginário popular pelas suas participações nas comédias Legalmente Loira (2001) e Legalmente Loira 2 (2003), e também no drama musical Johnny & June (2005), do qual aliás ela venceu o Oscar de Melhor Atriz.

Porém Reese também é empresária e produtora, onde aliás tem trabalhado mais do que na função de atriz nos últimos anos. Estes outros "aspectos" da pessoa Reese Witherspoon não são muito conhecidos pelo público brasileiro. Portanto, comentarei um pouco deles aqui no Cinema Vírgula. ;)

Seu lado empresária e produtora se iniciou no ano de 2000, quando ela, juntamente com Debra Siegel, fundaram a Type A Films, uma empresa para produzir filmes. Inclusive, os dois Legalmente Loira já seriam produzidos por esta companhia. Em 2012 houve uma fusão da Type A Films com a também produtora Make Movies de Bruna Papandrea, para criar uma nova empresa chamada Pacific Standard. Sob o nome da Pacific Standard foram produzidos filmes como Garota Exemplar e a série da HBO Big Little Lies. Em 2016, Witherspoon e Papandrea se separariam, com Witherspoon ficando com o controle total da empresa.

Em 2015, Reese Witherspoon lançaria seu segundo empreendimento: a Draper James, uma linha (e loja) de roupas e objetos de decoração inspirados no sul dos EUA (ela é da Louisiana, um dos estados desta região estadunidense).

E finalmente, em 2016, Witherspoon e Seth Rodsky fizeram uma joint venture da Pacific Standard com uma empresa chamada Otter Media. Nascia então a Hello Sunshine: uma empresa focada em produzir, para diversas mídias (cinema, TV, etc), histórias protagonizadas por mulheres.

Como exemplos de séries, a Hello Sunshine produziu The Morning Show (Apple TV), Recomeço (Netflix) e Daisy Jones & The Six (Prime Video). Já em filmes, temos como exemplos Um Lugar Bem Longe Daqui (de 2022, mas que acabou de chegar na Netflix), Um Presente da Tiffany (Prime Video), Na Sua Casa ou na Minha? (Netflix) e Casamentos Cruzados (lançado recentemente na Prime Video).

E ainda tem mais. Reese Witherspoon criou em 2017 seu próprio "clube de livros", o Reese's Book Club. Nele, todo mês, a atriz mensalmente indica um livro para seus seguidores. Os livros também sempre possuem mulheres como protagonistas, e Reese garante que é realmente ela quem faz a indicação dos títulos. Como curiosidade, as indicações do seu book club costumam ser elogiados, devido sua diversidade e também por serem livros bem recentes de autores que em geral ainda não são famosos.

Claro que Reese e a Hello Sunshine não iriam perder a oportunidade, e alguns dos seus livros indiciados já foram adaptados em séries ou filmes por eles. É o caso, por exemplo, de Um Lugar Bem Longe DaquiDaisy Jones & The Six. Seu book club é um enorme negócio, disparando a venda dos livros de qualquer um dos seus escolhidos, além é claro, de estimular a leitura principalmente entre o público feminino.

A título de curiosidade, em 2021 Witherspoon vendeu a Hello Sunshine para uma dupla de executivos por estimados 900 milhões de dólares, porém com ela e a antiga CEO Sarah Harden continuando a mandar na empresa normalmente. Já em 2023, Reese vendeu 70% da Draper James, onde ela permanece como acionista minoritária e membro do conselho.

Caso queira saber todos os livros que o Reese's Book Club já indicou na vida, é só clicar aqui (está tudo em inglês). As 4 indicações mais recentes estão na imagem mais acima.

Já viu algum filme / série / livro produzido por Reese Witherspoon? Agora não tem desculpa. Só pegar um nome aqui neste artigo e começar. :)



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Crítica - Thunderbolts* [ou agora seria *Os Novos Vingadores?] (2025)

Título
Thunderbolts* (idem, EUA, 2025)
Diretor: Jake Schreier
Atores principais: Florence Pugh, Sebastian Stan, Julia Louis-Dreyfus, Lewis Pullman, David Harbour, Wyatt Russell, Hannah John-Kamen, Geraldine Viswanathan, Olga Kurylenko
Nota: 7,0

Nova Viúva Negra e os Thunderbolts lutam contra a Depressão

Eu tinha curiosidade sobre o quanto este filme Thunderbolts* seria diferente dos demais trabalhos da Marvel. Afinal, eles fizeram um bom esforço em associá-lo à A24, produtora de filmes e séries queridinha do mercado atual, e responsável por filmes consideravelmente "alternativos". Como exemplos de suas produções: Midsommar - O Mal Não Espera a Noite (2019), A Baleia (2022), X - A Marca da Morte (2022), Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (2022) e Guerra Civil (2024). 

A tentativa de associação entre marcas de Marvel e A24 para este filme foi tal, que chegaram a fazer um trailer especificamente para isto, destacando que Thunderbolts* teria atores que já trabalharam na A24 (Florence Pugh, Sebastian Stan e Julia Louis-Dreyfus), assim como roteiristas (Jake Schreier e Joanna Calo), editor (Harry Yoon), diretores de fotografia, diretora de produção e compositora (Andrew Droz Palermo, Grace Yun e Son Lux respectivamente).

E como resultado final, Thunderbolts* de fato é o filme menos Marvel de todos. Porém, não conseguiu ser muito A24, no que voltarei mais adiante. Na história, vemos a diretora da CIA, Valentina de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) sendo investigada por atividades ilegais e, colocando sua contratada Yelena Belova / Viúva Negra (Florence Pugh) para destruir as provas e instalações que a comprometesse.

Porém Yelena é conduzida a uma missão suicida, pois ela também é uma "evidência" das atividades ilegais de Valentina, que portanto a quer morta. E o mesmo acontece com outros ex-contratados da diretora da CIA, que escapam da armadilha, e se unem virando os Thunderbolts.

E qual é o vilão que eles enfrentam? Bem, além da própria Valentina, seria o personagem Bob / Sentinela (Lewis Pullman)... porém na verdade o que eles estão mesmo enfrentando é a depressão. Inicialmente representada na melancolia da personagem de Yelena, e posteriormente, na "desesperança" encontrada nela e em Bob.

Então é neste aspecto em que Thunderbolts* se difere de todos os outros filmes da Marvel. O inimigo é uma doença, é um sentimento, é algo que você carrega. E o filme martela várias vezes que a cura é pedir ajuda, é não ficar sozinho. E é bom passar esta mensagem.

E por ter este tema, o filme é um pouco sombrio, com vários diálogos e menos ação do que o padrão Marvel... mas as "mudanças" param por aí. Como qualquer outro filme do MCU (Universo Cinematográfico Marvel), a produção é repleta de piadas, de atos heróicos e de efeitos especiais, e isso mesmo com os personagens não tendo muitos poderes sobre-humanos.

Quem rouba a cena em Thunderbolts* é Florence Pugh, não apenas pela qualidade de sua atuação, mas também pelo seu tempo em tela. Yelena é o fio condutor da trama, e temos aqui algo muito próximo do que seria um filme só seu... O que nos leva a um problema: a Marvel continua incapaz de "recomeçar" um ciclo de verdade, e sempre depende de seu gigantesco passado de filmes e séries. Claro, Thunderbolts* é um filme de história fechada e independente. Porém, metade de seus personagens vêm do filme Viúva Negra (2021), e a outra metade, do seriado Falcão e o Soldado Invernal (também 2021). Dá pra entender e curtir o filme sem ter assistido estas obras? Dá. Mas principalmente sem ter assistido Viúva Negra e sem conhecer o passado de Yelena Belova, um pouco se perde, até para compreender melhor a depressão da personagem, ponto central deste filme.

Diferente, e falando quase exclusivamente de um único tema (depressão), Thunderbolts* acaba sendo um bom filme, menos Marvel, mas até por ainda ser bastante intrínseco ao mundo de super-heróis, acaba ironicamente sendo mais DC do que A24. E depois de vários filmes ruins da "Casa das Idéias", é bom ver que este não é um deles. Nota: 7,0.


PS1: muito se especulava o motivo de ter um " * " no título do filme de Thunderbolts*. E não demorou muito para sabermos a resposta. Quatro dias após o seu lançamento mundial nos cinemas, ou seja nesta segunda-feira dia 05/05, a Marvel fez uma ação comercial "mudando" o nome do filme, que agora não é mais Thunderbolts*, e sim *Os Novos Vingadores. Abaixo segue o vídeo com o elenco do filme fazendo a revelação da "surpresa". Na minha opinião, uma estratégia de marketing meio idiota... mas vamos ver se ela terá algum impacto nas bilheterias...

PS2: Thunderbolts* possui duas cenas pós créditos. A primeira, curta e bobinha, aparece no começo da rolagem de créditos. Já a segunda, consideravelmente longa, acontece no final de todos os créditos e antecipa algumas coisas do futuro do MCU... o principal delas, é um considerável spoiler sobre o Quarteto Fantástico. Quero ver se eles vão mesmo manter na cronologia o que foi mostrado na cena, ou se vão simplesmente ignorá-la no futuro.

Uma lista de 19 filmes Originais Netflix que valem a pena

Não é a primeira e não será a última vez que escrevo aqui no site que as produções Originais Netflix focam na quantidade, e não na quali...