Diretor: Anthony Russo, Joe Russo
Atores principais: Chris Evans, Robert Downey Jr, Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Chadwick Boseman, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Tom Holland, Daniel Brühl
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=3p1d_6_ocEE
Nota: 8,0
Nota: 8,0
Marvel muda o estilo, mas continua fazendo ótimos filmes
Capitão América: Guerra Civil é o décimo-terceiro filme do Universo Cinematográfico Marvel, iniciado em 2008 com o filme Homem de Ferro. Mais ainda, é o filme que reúne o maior número de super-heróis em toda a história: considerando todos os personagens apresentados pelo estúdio nesta fase de agora, só ficaram faltando aparecer Thor, Hulk e os Guardiões da Galáxia. Em contrapartida o filme introduz dois novos heróis bastante relevantes: o Pantera Negra (Chadwick Boseman) e o tão aguardado pelos fãs Homem-Aranha (Tom Holland).
Na história, os Vingadores tentam prender alguns bandidos e então um acidente acontece, matando civis. Após o incidente, os governos mundiais querem controlar o poderoso grupo via ONU. Enquanto os heróis discutem se aceitam ou não a intervenção, outro acontecimento acirra os ânimos: aparentemente o Soldado Invernal (Sebastian Stan) comete um ato terrorista. Então os heróis se dividem em dois grupos: o time liderado pelo Capitão América (Chris Evans), que não aceita a intervenção da ONU e considera o Soldado Invernal inocente; e o time liderado pelo Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), que aceita o controle dos governos e que quer o Soldado preso ou morto. Não demora muito para que os dois times se enfrentem fisicamente.
Em primeiro lugar, ao contrário do que foi vendido, este não é um filme do Capitão América. É muito mais um filme dos Vingadores do que qualquer outra coisa, já que o futuro do grupo é discutido repetidas vezes e um número bem alto de personagens ganham destaque. É verdade que Capitão, Homem de Ferro e Soldado Invernal são os principais protagonistas, mas o Pantera Negra, a Viúva Negra (Scarlett Johansson), o Falcão (Anthony Mackie), a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e o vilão Barão Zemo aparecem (Daniel Brühl) bastante.
Depois de usar uma mesma fórmula em quase todos seus filmes - histórias leves, cheia de humor, e heróis lutando contra o monstro da vez - o estilo da produção mudou: estamos diante do filme mais sério da Marvel até agora. As piadinhas existem, mas são poucas, e de maneira bastante coerente são feitas apenas pelos personagens metidos a comediantes: Homem de Ferro, Homem Aranha e Homem Formiga (Paul Rudd).
Mas a grande mudança trazida neste filme pelos diretores, os Irmãos Russo, são as batalhas. Ao contrário de lutas épicas, o que temos aqui é um grande destaque para lutas "mano a mano" filmadas em close. Esta abordagem transforma Capitão América 3 em algo muito mais realista e muito mais intimista do que qualquer outro filme de super-herói.
Capitão América: Guerra Civil também é o filme da Marvel com maior tempo em cenas de ação, a maioria muito boas. As batalhas foram bem planejadas e utilizam muito bem a diversidade de poderes dos heróis. As tais lutas "mano a mano" que já citei anteriormente são repletas de golpes marciais e em velocidade alucinante. Entretanto, elas não são perfeitas: com o de abuso dos closes e cortes rápidos, as vezes perdemos toda a progressão de um golpe ou a visão global do que está acontecendo. Portanto, os Irmãos Russo são ótimos para filme da ação, mas ainda têm pontos a melhorar na sua técnica.
E lembram que em Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) eu disse que para que os heróis brigassem entre eles o filme os distorceu, transformando-os em pessoas sombrias? Felizmente, em Capitão América: Guerra Civil isto não acontece, o que prova a força do roteiro. As motivações para a briga soam orgânicas e críveis. Ninguém precisou virar "mau" para o conflito acontecer... o mais anti-herói é o Homem de Ferro, mas como ele sempre foi um arrogante metido a valentão, tudo se mantém coerentemente dentro do universo já estabelecido.
Capitão América: Guerra Civil tem boas chances de ser o melhor filme da Marvel até agora. Entretanto não concederei a ele este título por alguns motivos. Primeiro, pelos leves problemas nas lutas que citei acima. Segundo, porque analisado do começo ao fim o plano do Barão Zemo não me pareceu fazer muito sentido... O vilão é fraco, não representa ameaça. O ato final de Capitão América: Guerra Civil não consegue estabelecer um bom clímax, que ficou ainda pior com o uso de uma certa gravação que não faz sentido nenhum existir.
Finalmente, outro probleminha é que este filme é de longe o menos independente dentre todos do Universo Cinematográfico Marvel. Para entendê-lo, no mínimo é obrigatório ter assistido antes o Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) e o Vingadores: Era de Ultron (2015). Sem conhecê-los previamente, não assista Capitão América 3.
Depois de muito se repetir, a Marvel traz em seu novo filme algumas boas novidades, se renovando. A minha esperança em que o Universo Cinematográfico Marvel continue empolgante por vários anos aumentou. Que venham os próximos filmes! Nota: 8,0
PS: Capitão América 3 possui DUAS cenas pós-créditos. A segunda é uma rápida propaganda do futuro filme do Homem-Aranha, portanto, nem vale a pena esperar para ver. Porém a primeira cena é importantíssima! Ela nem deveria estar após o filme, e sim dentro dele. Não a percam!
PS 2: uma errata. Pensando melhor agora, Capitão América 2: O Soldado Invernal também é um filme bem sério, talvez até mais sério que este. Entretanto, Guerra Civil aborda assuntos mais complexos e não segue a estrutura padrão de "filme de origem contra o vilão da vez".
Na história, os Vingadores tentam prender alguns bandidos e então um acidente acontece, matando civis. Após o incidente, os governos mundiais querem controlar o poderoso grupo via ONU. Enquanto os heróis discutem se aceitam ou não a intervenção, outro acontecimento acirra os ânimos: aparentemente o Soldado Invernal (Sebastian Stan) comete um ato terrorista. Então os heróis se dividem em dois grupos: o time liderado pelo Capitão América (Chris Evans), que não aceita a intervenção da ONU e considera o Soldado Invernal inocente; e o time liderado pelo Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), que aceita o controle dos governos e que quer o Soldado preso ou morto. Não demora muito para que os dois times se enfrentem fisicamente.
Em primeiro lugar, ao contrário do que foi vendido, este não é um filme do Capitão América. É muito mais um filme dos Vingadores do que qualquer outra coisa, já que o futuro do grupo é discutido repetidas vezes e um número bem alto de personagens ganham destaque. É verdade que Capitão, Homem de Ferro e Soldado Invernal são os principais protagonistas, mas o Pantera Negra, a Viúva Negra (Scarlett Johansson), o Falcão (Anthony Mackie), a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e o vilão Barão Zemo aparecem (Daniel Brühl) bastante.
Depois de usar uma mesma fórmula em quase todos seus filmes - histórias leves, cheia de humor, e heróis lutando contra o monstro da vez - o estilo da produção mudou: estamos diante do filme mais sério da Marvel até agora. As piadinhas existem, mas são poucas, e de maneira bastante coerente são feitas apenas pelos personagens metidos a comediantes: Homem de Ferro, Homem Aranha e Homem Formiga (Paul Rudd).
Mas a grande mudança trazida neste filme pelos diretores, os Irmãos Russo, são as batalhas. Ao contrário de lutas épicas, o que temos aqui é um grande destaque para lutas "mano a mano" filmadas em close. Esta abordagem transforma Capitão América 3 em algo muito mais realista e muito mais intimista do que qualquer outro filme de super-herói.
Capitão América: Guerra Civil também é o filme da Marvel com maior tempo em cenas de ação, a maioria muito boas. As batalhas foram bem planejadas e utilizam muito bem a diversidade de poderes dos heróis. As tais lutas "mano a mano" que já citei anteriormente são repletas de golpes marciais e em velocidade alucinante. Entretanto, elas não são perfeitas: com o de abuso dos closes e cortes rápidos, as vezes perdemos toda a progressão de um golpe ou a visão global do que está acontecendo. Portanto, os Irmãos Russo são ótimos para filme da ação, mas ainda têm pontos a melhorar na sua técnica.
E lembram que em Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) eu disse que para que os heróis brigassem entre eles o filme os distorceu, transformando-os em pessoas sombrias? Felizmente, em Capitão América: Guerra Civil isto não acontece, o que prova a força do roteiro. As motivações para a briga soam orgânicas e críveis. Ninguém precisou virar "mau" para o conflito acontecer... o mais anti-herói é o Homem de Ferro, mas como ele sempre foi um arrogante metido a valentão, tudo se mantém coerentemente dentro do universo já estabelecido.
Capitão América: Guerra Civil tem boas chances de ser o melhor filme da Marvel até agora. Entretanto não concederei a ele este título por alguns motivos. Primeiro, pelos leves problemas nas lutas que citei acima. Segundo, porque analisado do começo ao fim o plano do Barão Zemo não me pareceu fazer muito sentido... O vilão é fraco, não representa ameaça. O ato final de Capitão América: Guerra Civil não consegue estabelecer um bom clímax, que ficou ainda pior com o uso de uma certa gravação que não faz sentido nenhum existir.
Finalmente, outro probleminha é que este filme é de longe o menos independente dentre todos do Universo Cinematográfico Marvel. Para entendê-lo, no mínimo é obrigatório ter assistido antes o Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) e o Vingadores: Era de Ultron (2015). Sem conhecê-los previamente, não assista Capitão América 3.
Depois de muito se repetir, a Marvel traz em seu novo filme algumas boas novidades, se renovando. A minha esperança em que o Universo Cinematográfico Marvel continue empolgante por vários anos aumentou. Que venham os próximos filmes! Nota: 8,0
PS: Capitão América 3 possui DUAS cenas pós-créditos. A segunda é uma rápida propaganda do futuro filme do Homem-Aranha, portanto, nem vale a pena esperar para ver. Porém a primeira cena é importantíssima! Ela nem deveria estar após o filme, e sim dentro dele. Não a percam!
PS 2: uma errata. Pensando melhor agora, Capitão América 2: O Soldado Invernal também é um filme bem sério, talvez até mais sério que este. Entretanto, Guerra Civil aborda assuntos mais complexos e não segue a estrutura padrão de "filme de origem contra o vilão da vez".