sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O final(?) decepcionante de Sherlock (BBC), que já foi genial


Uma breve história sobre este incrível seriado e a análise de sua quarta temporada

Com o último episódio da 4ª temporada exibido neste último domingo, o seriado Sherlock (da TV britânica BBC) provavelmente se encerrou. Produtores e atores adotaram o mesmo discurso, que é mais ou menos assim: "gostaríamos de fazer uma nova temporada, mas é cada vez mais difícil encontrar agenda para Benedict Cumberbatch (Sherlock Holmes) e Martin Freeman (Dr. Watson) filmarem. Portanto, não foi tanta surpresa que este último capítulo transmitido fechou todas as "pontas soltas" da trama da série e trouxe, em seu final, um discurso de despedida.

Assumindo então este final, Sherlock se despede com o total 13 episódios: 4 temporadas com 3 episódios cada e mais um especial de Natal, que ocorreu entre a 3ª e 4ª temporadas.

Quando Sherlock surgiu em 2010 - e revelou para o mundo o excelente Benedict Cumberbatch - fiquei bastante impressionado. Ouso dizer que suas duas primeiras temporadas foram de longe a melhor coisa filmada com o personagem Sherlock Holmes em toda sua história. E por isto mesmo, mais uma vez recomendo: gosta de histórias de detetive? ASSISTA as duas primeiras temporadas desta série.

Os 6 primeiros episódios de Sherlock são independentes entre si: cada um contava uma história completa que pegava um dos contos do detetive nos livros de Conan Doyle e o adaptava brilhantemente para nosso mundo atual: Holmes usa o twitter, smartphones, etc para resolver seus casos.

Então, a partir da 3ª temporada os rumos da série começaram a mudar. Seu principal criador e roteirista - Steven Moffat - trouxe uma nova abordagem: a de desenvolver o detetive como pessoa, tornando-o cada vez mais emotivo e "humano". Então, na nova temporada a solução de mistérios ainda esteve presente, mas ela deixou de ser o principal elemento da trama, sendo substituído pelas relações pessoais entre Sherlock, Watson e o vilão Moriaty. Tivemos então 3 episódios interligados, funcionando como uma única grande história.

O resultado foi que a 3ª temporada foi a mais fraca da série, mas ainda assim, em um nível bem acima dos demais shows de TV atuais.

E chegamos finalmente a 4ª temporada (cuidado, escreverei pequenos spoilers a partir daqui).

O primeiro episódio é basicamente sobre Mary (a esposa do Dr. Watson), deixando a dupla principal em papéis bastante secundários. Com todo respeito a ela, mas quem está interessado em Mary? Então, tivemos um episódio mediano, o mais fraco da série até aqui.

No segundo episódio a trama volta a agradar e repetir a qualidade dos "velhos tempos". Novamente com um caso a ser resolvido, o roteiro ainda traz um belíssimo - e surpreendente - elogio ao amor e a vida de casados.

Para o terceiro e último episódio, a expectativa era grande. Afinal, Steven Moffat declarara dias antes do início da estréia da 4ª temporada que o final da mesma era "provavelmente a melhor coisa que ele já tinha escrito".

Historicamente, entretanto, a soberba não traz bons frutos. E mais uma vez, a história se repetiu: intitulado de "O Problema Final", o episódio é péssimo. Esqueça as histórias de detetive. O que temos aqui é uma versão bizarra do filme Jogos Mortais (2004) com um desfecho que não faz o menor sentido. Para piorar, alguns personagens se comportam de maneira bastante deturpada: Mycroft Holmes (o irmão mais velho de Sherlock), que na série (e também nos livros originais) sempre foi apresentado como alguém ainda mais brilhante que o irmão caçula, acaba se comportando como um imbecil histérico. Já Moriaty, que deveria ser "o" grande vilão, acaba tendo seu papel e relevância diminuídos de maneira constrangedora.

Se acabou mesmo, Sherlock deixa em parte de seus fãs um sentimento de decepção e melancolia. Ainda assim, inegavelmente fez história na TV e as suas duas primeiras espetaculares temporadas sempre estarão aí para serem revistas, e revistas, e revistas...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Crítica - Moana: Um Mar de Aventuras (2016)

Título: Moana: Um Mar de Aventuras ("Moana", EUA, 2016)
Diretores: Ron Clements, Don Hall, John Musker, Chris Williams
Atores principais (vozes): Auli'i Cravalho, Dwayne Johnson, Rachel House
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=80q_uNi1Ip0
Nota: 7,0
Disney continua a boa fase em filmes de princesas

Continuando com a tendência de fazer filmes de princesas "atuais" que são independentes, destemidas, e nem de longe precisam de um príncipe, em Moana a Disney acrescenta à esta característica um pouco de diversidade ao trazer uma heroína de traços não-Europeus e uma história livremente baseada na mitologia de povos da Polinésia.

Na história, Moana é a filha do chefe da ilha de Motunui. Um belo dia a vida feliz e a autossuficiente de seus habitantes é ameaçada por uma estranha escuridão que acaba com todos os alimentos disponíveis. Cabe então a Moana, a escolhida do Oceano, resolver este problema que, segundo lendas, se trata de devolver o coração da deusa Te Kā (que foi roubado pelo semi-deus Maui) para sua dona.

Mais do que qualquer outra coisa, Moana é um filme de ação baseado em uma dupla "jornada do herói": tanto Moana quanto Maui possuem sua própria saga de aprendizado, heroísmo e redenção. Há pouco desenvolvimento dos personagens, o foco da história é mesmo a aventura. Quase não há cenas "emocionantes" ou de "ensinamentos".

Mesmo com um roteiro simples, o filme é bastante divertido e belíssimo visualmente. O design dos personagens é muito bem feito, desta maneira, personagens "perigosos" e "fofinhos" dividem o mesmo universo de maneira harmoniosa. As tatuagens de Maui são outra ótima sacada de roteiro e direção de Arte.

Moana é a animação com maior número de cenas musicais que vejo em um bom tempo. As músicas são legais - principalmente as mais "tribais", que usam tambores e coros de vozes - mas ainda assim, não são boas o suficiente para "grudar" na cabeça, como aconteceu na animação Frozen (2013).

Em termos de "nota final", Moana é levemente superior a Valente (2012) e levemente inferior a Frozen. E por falar em Valente, a evolução técnica das animações Disney e Pixar nunca param de me surpreender. Se em 2012 eu babava pela perfeição dos cabelos de Merida, aqui em Moana quase todos os personagens tem estes mesmos cabelos "reais". Fora as muitas cenas no mar, perfeitas (sendo que fazer água e ondas realistas era "missão impossível" na animação há cerca de 10 anos atrás).

Bem humorado e agitado, Moana é diversão para todas as idades, mas ainda assim não é um filme espetacular. Por isto leva Nota 7,0.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Crítica - La La Land: Cantando Estações (2016)

Título: La La Land: Cantando Estações ("La La Land", EUA, 2016)
Diretor: Damien Chazelle
Atores principais: Ryan Gosling, Emma Stone
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=0KpWc-cwQtY
Nota: 6,0
Saudosista, musical é agradável para olhos e ouvidos

Em seu primeiro trailer, La La Land se auto propagandeia com a frase: "Não fazem mais filmes assim". Este é um resumo perfeito para este musical, extremamente saudosista, que homenageia / imita os musicais estadunidenses em sua "Era de Ouro", que vai do meio dos anos 40 ao início dos anos 60.

A "homenagem" é feita também na parte técnica, com a maioria das cenas rodadas no formato Cinemascope e com algumas coreografias do casal Ryan Gosling e Emma Stone filmadas sem cortes, de maneira similar ao que se apresentavam Fred Astaire e Ginger Rogers.

Apesar de tanto saudosismo, cronologicamente esta história sobre os "sonhadores" que tentam o estrelato em Los Angeles (daí o nome do filme) se passa nos dias atuais. Em uma trama bem simplória, conhecemos a vida de Sebastian (Gosling) - um músico que quer "resgatar o Jazz" - e Mia (Stone), que sonha em ser atriz.

Graças as ótimas fotografia e direção de arte, o filme é belíssimo visualmente e uma verdadeira explosão de cores. Em sua primeira 1h20min, tudo em La La Land é alegria e esperança. Pelo seu visual e som (se alternam músicas mais modernas com Jazz clássico), juntamente com as cenas dançantes, La La Land deverá agradar a maioria dos tipos de público.

É em seus últimos 40 minutos, entretanto, que La La Land deixa o musical de lado e desenvolve minimamente o roteiro, trazendo um pouco de drama e surpresas. Ainda assim, apesar desta qualidade, ao consolidar as 2h do filme a conclusão é que o mesmo é mais longo do que deveria, e portanto, cansativo.

La La Land tem sido um grande sucesso de crítica e certamente receberá muitas indicações ao Oscar. Semana passada, o filme bateu o recorde de prêmios recebidos no Globo de Ouro: sete no total. Destes, Ryan Gosling e Emma Stone receberam respectivamente o prêmio de Melhor Ator e Melhor Atriz. Para mim, em termos de canto e dança, ambos vão bem mas não empolgam. É na atuação entretanto que Emma Stone - e somente ela - brilha: extremamente carismática e expressiva, a americana está em seu melhor papel.

Como já disse várias vezes aqui em meu blog, o gênero musical não me agrada. Provavelmente por isto, não compartilho da empolgação que a crítica teve com o filme. Ainda assim, mesmo para mim, La La Land foi uma experiência agradável. Nota: 6,0

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Crítica - Animais Noturnos (2016)

Título: Animais Noturnos ("Nocturnal Animals", EUA, 2016)
Diretor: Tom Ford
Atores principais: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=TICRnl3A-Og
Nota: 7,0
Melancólico, pesado, e com bom roteiro

Baseado no livro Tony e Susan, escrito por Austin Wright em 1993, Animais Noturnos é roteirizado e dirigido pelo estadunidense Tom Ford, neste que é apenas seu segundo filme. Se trata de um suspense bastante melancólico e de terror psicológico. Na história, Susan (Amy Adams) recebe de seu ex-marido e escritor Edward (Jake Gyllenhaal) um manuscrito de seu próximo livro, intitulado Animais Noturnos.

É então que a história se divide em 3 tramas paralelas. A primeira - e maior delas - é a própria história contada pelo livro de Edward. Uma história bastante violenta. A segunda mostra, através de flashbacks, como Susan e Edward se apaixonaram e como foi o casamento de ambos. E finalmente, a terceira trama se passa no tempo atual, onde vemos uma Susan extremamente infeliz e depressiva com seu casamento novo e sua vida.

Ainda que tristes e melancólicas, as três tramas são interessantes e prendem a atenção. O roteiro como um todo, é muito bom. Em termos de atuações, os quatro atores citados na ficha técnica do topo do post estão bem. Aliás, a surpreendentemente boa atuação de Aaron Taylor-Johnson lhe rendeu um Globo de Ouro como ator coadjuvante.

O que impede então a Animais Noturnos levar uma nota ainda melhor? Seu foco principal. Ao gastar a maior parte do filme dentro da "ficção" do livro de Edward (e esta trama certamente poderia ser encurtada), faltou espaço para explicar exatamente o que aconteceu entre Susan e Edward na vida real. Sim, o básico é explicado... mas algumas pontas não fecham. Por exemplo, em um determinado ponto ela diz que fez algo terrível ao filho de Edward. Que filho é este? Que evento foi tão grave? São respostas que acrescentariam a trama, mas não são respondidas. Um maior equilíbrio entre o tempo dedicado as três tramas tornariam o filme mais completo e psicologicamente mais interessante. Nota: 7,0

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Retrospectiva Cinema em 2016: Os melhores, os piores, e a lista de filmes assistidos


Mudando um pouco o formato da minha tradicional retrospectiva de Cinema do ano anterior, em um único post trarei: os 10 melhores filmes de 2016, os 5 piores de 2016, os 5 posts de 2016 mais lidos no Cinema Vírgula e finalmente, a lista de todos os filmes que assisti no ano passado (com indicações dos melhores).

Top 10: Melhores filmes nos cinemas brasileiros em 2016 (em ordem alfabética)

Top 5: Piores filmes nos cinemas brasileiros em 2016 (em ordem alfabética)

Top 5: Artigos de 2016 mais lidos no Cinema Vírgula
  1. Quer mais Game of Thrones e não aguenta esperar até a próxima temporada? Talvez você encontre a solução aqui. Confira!
  2. Crítica - Caça-Fantasmas (2016)
  3. Gosta de pôster? Aqui tem mais de 1000 em HD sobre filmes e séries de TV para baixar!
  4. Crítica - Pets: A Vida Secreta dos Bichos (2016)
  5. SEIS títulos atuais da Image Comics que você deveria conhecer

Todos os filmes que assisti em 2016 (com indicações dos melhores)

E finalmente, a lista de tudo o que assisti de filmes em 2016, sendo filmes novos ou antigos; sendo a primeira vez que os vi ou não. Minha meta tradicional é de assistir pelo menos 104 filmes no ano (pois isto significa uma média de 2 filmes por semana). Infelizmente desta vez, por muito pouco, não cheguei na meta. Mas foi quase: foram 102 filmes assistidos. Os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente. Vamos a lista!

  • 8½ - "8½" - França / Itália (1963)
  • Almas Gêmeas - "Heavenly Creatures" - Alemanha / Nova Zelândia (1994)
  • Alphaville - "Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution" - França / Itália (1965)
  • Amy - "Amy" - EUA / Reino Unido (2015)
  • Anomalisa - "Anomalisa" - EUA (2015)
  • Arca Russa - "Russkiy Kovcheg" - Alemanha / Canadá / Dinamarca / Finlândia / Japão / Rússia (2002)
  • Ataque dos Titãs - "Shingeki no kyojin" - Japão (2015)
  • Ave, César! - "Hail, Caesar!" - EUA / Japão / Reino Unido (2016)
  • Batman vs Superman: A Origem da Justiça - "Batman v Superman: Dawn of Justice" - EUA (2016)
  • Beija-me, Idiota - Kiss Me, Stupid - EUA (1964)
  • Beijos e Tiros - "Kiss Kiss Bang Bang" - EUA (2005)   (*)
  • Blind - "Blind" - Noruega / Países Baixos (2014)
  • O Bom Dinossauro - "The Good Dinosaur" - EUA (2015)
  • Brazil: O Filme - "Brazil" - Reino Unido (1985)
  • Brooklyn - "Brooklyn" - Canadá / Irlanda / Reino Unido (2015)
  • A Bruxa - "The VVitch: A New-England Folktale" - Brasil / Canadá / EUA / Reino Unido (2015)
  • O Caçador e a Rainha do Gelo - "The Huntsman: Winter's War" - EUA (2016)
  • Caça-Fantasmas - "Ghostbusters" - EUA (2016)
  • Os Caça-Fantasmas - "Ghostbusters" - EUA (1984)
  • Os Caça-Fantasmas 2 - "Ghostbusters II" - EUA (1989)
  • Café Society - "Café Society" - EUA (2016)
  • Capitão América: Guerra Civil - "Captain America: Civil War", EUA (2016)   (*)
  • Capitão Fantástico - "Captain Fantastic" - EUA (2016)
  • Carol - "Carol" - EUA / Reino Unido (2015)
  • A Chegada - "Arrival" - EUA (2016)   (*)
  • O Clã - "El Clan" - Argentina / Espanha (2015)
  • Conflito das Águas - "También la lluvia" - Espanha / França / México (2010)   (*)
  • Creed: Nascido para Lutar - "Creed" - EUA (2015)
  • Deadpool - "Deadpool" - Canadá / EUA (2016)   (*)
  • Dois Caras Legais - "The Nice Guys" - EUA (2016)   (*)
  • O Dono do Jogo - "Pawn Sacrifice", Canadá / EUA (2014)
  • Doutor Estranho - "Doctor Strange" - EUA (2016)
  • Dublê de Corpo - "Body Double" - EUA (1984)
  • Esquadrão Suicida - "Suicide Squad" - EUA (2016)
  • E Sua Mãe Também - "Y tu mamá también" - México (2001)
  • Férias Frustradas - "Vacation" - EUA (2015) 
  • A Felicidade Não Se Compra - It's a Wonderful Life - EUA (1946)   (*)
  • Festa da Salsicha - "Sausage Party" - EUA (2016)
  • Frida - "Frida" - Canadá / EUA / México (2002)
  • A Garota Dinamarquesa - "The Danish Girl" - Alemanha / Bélgica / Dinamarca / EUA / Reino Unido (2015)
  • Ghost World - Aprendendo a Viver - "Ghost World" - Alemanha / EUA / Reino Unido (2001)
  • Gilda - "Gilda" - EUA (1946)
  • Godzilla - "Godzilla" - EUA / Japão (2014)
  • A Grande Aposta - "The Big Short" - EUA (2015) 
  • Guerra nas Estrelas - "Star Wars" - EUA (1977)   (*)
  • Heróis Fora de Órbita - "Galaxy Quest" - EUA (1999)   (*)
  • O Homem da Terra - "The Man from Earth" - EUA (2007)
  • O Homem Que Incomoda - "Den brysomme mannen" - Islândia / Noruega (2006)
  • I Am - "I Am" - EUA (2010)
  • Incêndios - "Incendies" - Canadá / França (2010)
  • Independence Day: O Ressurgimento - "Independence Day: Resurgence" - EUA (2016)
  • Inferno - "Inferno" - EUA / Hungria / Japão / Turquia (2016)
  • Invocação do Mal 2 - "The Conjuring 2" - Canadá / EUA (2016)
  • Jogo do Dinheiro - "Money Monster" - EUA (2016)
  • Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes - "Lock, Stock and Two Smoking Barrels" - Reino Unido (1998)
  • Julieta - "Julieta" - Espanha (2016)
  • Kubo e as Cordas Mágicas - "Kubo and the Two Strings" - EUA (2016)
  • Kung Fu Panda 3 - "Kung Fu Panda 3" - China / EUA (2016)
  • Labirinto - A Magia do Tempo - "Labyrinth" - EUA / Reino Unido (1986)
  • O Lagosta - "The Lobster" - França / Grécia / Holanda / Irlanda / Reino Unido (2015)
  • A Lenda de Tarzan - "The Legend of Tarzan" - Canadá / EUA / Reino Unido (2016)
  • Lua de Fel - "Bitter Moon" - EUA / França / Reino Unido (1992)
  • Lugares Escuros - "Dark Places" - EUA / França / Reino Unido (2015)
  • Mad Max - "Mad Max" - Austrália (1979)
  • Mary e Max: Uma Amizade Diferente - "Mary and Max" - Austrália (2009)   (*)
  • Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola - "A Million Ways to Die in the West" - EUA (2014)
  • Mogli - O Menino Lobo - "The Jungle Book" - EUA (2016)   (*)
  • Nos Passos do Mestre - "Nos Passos do Mestre" - Brasil (2016)
  • Os Oito Odiados - "The Hateful Eight - EUA (2015)
  • A Onda - "Die Welle" - Alemanha (2008)
  • Passageiros - "Passengers" - EUA (2016)
  • Pequeno Segredo - (idem) - Brasil / Nova Zelândia (2016)
  • Pets: A Vida Secreta dos Bichos - "The Secret Life of Pets" - EUA / Japão (2016)
  • À Procura da Felicidade - "The Pursuit of Happyness" - EUA (2006)   (*)
  • Quando Estou Com Marnie - Omoide no Mânî - Japão (2014)
  • O Quarto de Jack - "Room" - Canada / Irlanda (2015)
  • O Quinto Poder - "The Fifth Estate" - Bélgica / EUA / Índia (2013)
  • O Regresso - "The Revenant" - EUA (2015)
  • Uma Repórter em Apuros - "Whiskey Tango Foxtrot" - EUA (2016)
  • Rua Cloverfield, 10 - "10 Cloverfield Lane" - EUA (2016)
  • A Regra do Jogo - "La Règle du Jeu" - França (1939)
  • Rogue One: Uma História Star Wars - "Rogue One" - EUA (2016)
  • Sicario: Terra de Ninguém - "Sicario" - EUA (2015)   (*)
  • O Solar Maldito - "House of Usher" - EUA (1960)
  • Solaris - "Solyaris" - União Soviética (1972)   (*)
  • Spotlight: Segredos Revelados - "Spotlight" - EUA (2015)
  • Sr. Ninguém - "Mr. Nobody" - Alemanha / Bélgica / Canadá / França (2009)
  • Sr. Sherlock Holmes - "Mr. Holmes" - EUA / Reino Unido (2015)
  • Star Trek: Sem Fronteiras - "Star Trek Beyond" - EUA (2016)
  • Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith - Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith - EUA (2005)
  • Steve Jobs - "Steve Jobs" - EUA / Reino Unido (2015)   (*)
  • Sully: O Herói do Rio Hudson - "Sully" - EUA (2016)
  • O Tesouro de Barba Rubra - "Moonfleet" - EUA (1955)
  • Três é Demais - "Rushmore" - EUA (1998)
  • Tomboy - "Tomboy" - França (2011)
  • Vai Que Dá Certo 2 - "Vai Que Dá Certo 2" - Brasil (2016)
  • A Vida de Brian - "Life of Brian" - Reino Unido (1979)   (*)
  • A Vingança Está na Moda - "The Dressmaker" - Austrália (2015)
  • Voando Alto - "Eddie the Eagle" - Alemanha / EUA / Reino Unido (2016)
  • Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos - "Warcraft" - China /EUA (2016)
  • X-Men: Apocalipse - "X-Men: Apocalypse" - EUA (2016)
  • Zootopia: Essa Cidade é o Bicho - "Zootopia" - EUA (2016)


E que 2017 seja um ano de mais e melhores filmes para mim e para todos vocês! Grande abraço!

sábado, 31 de dezembro de 2016

Crítica - Passageiros (2016)

Título: Passageiros ("Passengers", EUA, 2016)
Diretor: Morten Tyldum
Atores principais: Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Michael Sheen, Laurence Fishburne
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=j30Rwlm75KM
Nota: 6,0
Boa ficção científica derrapa em seu final

Passageiros é um filme que mistura romance com ficção científica. Na história, em algum momento indeterminado do futuro, a nave espacial Avalon transporta em modo automático mais de 5000 passageiros em uma viagem de 120 anos para "Homestead", um novo e remoto planeta. Porém, graças a um mal funcionamento, dois passageiros despertam de suas câmeras de hibernação 90 anos antes do destino final, o que os deixa "condenados" a morrerem sozinhos de velhice durante a viagem.

Contando com imagens espaciais muito bonitas e com uma trilha sonora muito bem utilizada, a maior qualidade de Passageiros reside na discussão sobre dramas humanos (como em qualquer boa ficção científica que se preza), em especial a solidão e a ética. Na maioria do tempo o roteiro é equilibrado, crível e envolvente... ainda que tenha algumas passagens repetidas, alongando desnecessariamente a história.

O trio "vivo" da nave (os humanos vividos por Jennifer Lawrence e Chris Pratt, e o androide vivido por Michael Sheen) se envolvem em diálogos e situações interessantes e bem humoradas. Os três atores também atuam muito bem, acrescentando qualidade ao filme.

Porém chegando ao final de sua história, Passageiros decepciona bastante. Lembra do mal funcionamento que citei no começo? Ele é o gatilho para eventos que culminam no clímax do filme. E neste momento, a história simplesmente joga fora todo o debate até então e se transforma em um filme de ação completamente inverossímil e com várias tecno-baboseiras. E para piorar, no meio desta correria sem pé nem cabeça, houve espaço para encaixar diversos clichês de filmes de romance irritantemente melosos e incoerentes.

Uma pena. Ainda que valha seu ingresso, Passageiros desperdiça um começo bastante promissor em troca de uma miscelânea de diversos gêneros de filme (sem se aprofundar em nenhum deles) e um final hollywoodiano. A dúvida que fica é se este desfecho decepcionante é culpa do roteirista ou dos produtores. Nota: 6,0

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Crítica - Rogue One: Uma História Star Wars (2016)

Título: Rogue One: Uma História Star Wars ("Rogue One", EUA, 2016)
Diretor: Gareth Edwards
Atores principais:  Felicity Jones, Diego Luna , Riz Ahmed, Ben Mendelsohn, Forest Whitaker, Mads Mikkelsen, Donnie Yen, Jiang Wen
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=9oISQcXuki0
Nota: 6,0
Muita "Guerra" e pouco "nas Estrelas"

Para quem não está muito familiarizado com o universo de Star Wars, incio com uma explicação: até agora a franquia já teve 7 filmes (Os Episódios de I ao VII), que são continuações de uma única grande história. Já Rogue One: Uma História Star Wars é o primeiro filme derivado da série: uma história fechada com começo, meio e fim; e que cronologicamente se passa imediatamente antes do Episódio IV.

Na história, a Aliança Rebelde descobre que o Império está construindo uma arma tão poderosa que é capaz de destruir planetas. É então que os rebeldes "convocam" a jovem Jyn Erso (Felicity Jones) para ajudá-los a impedir que a arma seja finalizada. Erso é uma pessoa importante para a Aliança pois ao mesmo tempo que ela é filha de Galen Erso (Mads Mikkelsen) - o cientista por trás da construção da tal super-arma - ela também é amiga de Saw Guerrera (Forest Whitaker), um líder separatista cuja facção seria essencial na luta contra o Império.

Quando o primeiro filme de Star Wars surgiu em 1977 - justamente o Episódio IV - ele foi um estrondoso sucesso de público pois reunia características difíceis de se encontrar nos cinemas da época: alucinantes batalhas entre naves no espaço; empolgantes duelos de sabres de luz, e uma espécie de "religião" baseada em uma Força universal que conecta todos os seres vivos... e que concede super-poderes.

39 anos depois surge o filme Rogue One: Uma História Star Wars e ele não traz para as telas nenhuma destas três características tão essenciais para a franquia. O que sobra então? Guerra, guerra e mais guerra. Um filme em que a grande maioria das batalhas são em terra, usando pistolas, metralhadoras, bombas e até lança mísseis. É praticamente um filme de guerra dos anos 2000 com os soldados vestindo roupas esfarrapadas (no caso dos rebeldes), ou lustrosas armaduras metálicas (no caso dos imperialistas). Rogue One só lembra Star Wars de verdade em seus 15 minutos finais, que aliás são de longe o melhor pedaço desta produção.

Apesar da grande descaracterização da franquia, a história em si não é ruim. Funciona como um bom filme "padrão" do gênero de guerra, com boas cenas de ação. Sua única e maior novidade é trazer para Star Wars pela primeira vez uma guerra "de verdade". Muito longe das batalhas "limpas" da trilogia clássica onde os rebeldes apenas se defendem, em Rogue One os soldados da Aliança atacam desesperadamente seus inimigos, com táticas as vezes nada heroicas que estão entre a guerrilha e o terrorismo.

Apesar de uma trama interessante, o roteiro padece com vários problemas estruturais. Contando a história de maneira sempre apressada e com muitos cortes, o desenvolvimento dos personagens é pífio. É praticamente impossível sentir empatia com qualquer pessoa de Rogue One. O único personagem que possui algum carisma - o lutador cego de "kung-fu" Chirrut (Donnie Yen) - parece estar em filme errado: ele faz muito mais sentido dentro do universo de filmes como O Tigre e o Dragão (2000), do que Star Wars.

Dizem os produtores que o filme possui muitos minutos que foram cortados na edição final. A questão é que dentro das 2h14min de Rogue One daria tempo para desenvolver vários personagens... isto se eles não tivessem optado por gastar espaço para mostrar centenas de fan services. Temos participações especiais - dentre muitas outras - de R2-D2, C-3PO, o senador Bail Organa, Darth Vader, Cornelius Evazan, a Princesa Leia e o Governador Moff Tarkin; sendo estes dois últimos imagens feitas por computador que não me convenceram como atores reais.

Tecnicamente, Rogue One também falha em vários aspectos. É verdade que o filme aproveita para trazer imagens belíssimas de planetas e outros objetos espaciais. Entretanto, na maior parte do tempo as imagens são em ambientes apertados e fechados, exagerando nos closes no rostos dos atores e desfocando todo o ambiente ao fundo. Sinceramente, em pleno ano de 2016 vender um filme em 3D com tanta limitação de foco (em 3D "de verdade" não há a necessidade do plano ao fundo perder foco porque afinal de conta as imagens são em... 3D!) é um insulto ao público.

Outro ponto fraco de Rogue One é sua trilha sonora. Pela primeira vez o mestre John Williams ficou de fora de um filme de Star Wars e ele fez muita falta. Para piorar, o trabalho de seu substituto Michael Giacchino foi prejudicado por problemas de cronograma - ele teve apenas quatro semanas e meia para compor toda a música do filme - e o resultado foi uma trilha fraquíssima.

Apesar dos muitos problemas, Rogue One: Uma História Star Wars ainda consegue entreter. Seria ele, entretanto, uma obra relevante para a franquia de Star Wars? A resposta: sim, embora não tanto. O filme deixa três legados importantes na mitologia: consegue "corrigir" um grande furo de roteiro relacionado a Estrela da Morte, dá uma explicação aceitável para a mira ruim de todos os stormtroopers, e nos apresenta de maneira bem mais clara o quanto a situação da Aliança Rebelde era desesperadora (isto é mais detalhado no universo expandido, mas foi pouco mostrado nos outros filmes). Nota: 6,0

domingo, 18 de dezembro de 2016

Crítica - A Vingança Está na Moda (2015)

Título: A Vingança Está na Moda ("The Dressmaker", Austrália, 2015)
Diretor: Jocelyn Moorhouse
Atores principais:  Kate Winslet, Judy Davis, Liam Hemsworth, Hugo Weaving, Sarah Snook
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=n5K4LSViFds
Nota: 5,0
Filme australiano se perde na mistura de assuntos

Com direção, produção e atores Australianos - com o reforço dos britânicos Kate Winslet e Hugo Weaving - A Vingança Está na Moda estreou no Brasil em maio em número reduzidíssimo de salas e mesmo já estando disponível para compra em sites de streaming seu trailer voltou aos cinemas... será que ele voltará às telonas em breve?

Na trama, a agora estilista Tilly Dunnage (Kate Winslet) retorna após mais de uma década a sua cidadezinha natal, de onde fôra "expulsa" quando criança por supostamente ter assassinado seu colega de escola Stewart Pettyman. Confusa e esquecida sobre os eventos do passado, Tilly volta para descobrir se afinal é uma criminosa ou não.

Diferente do tradicional, o roteiro de A Vingança Está na Moda aborda quatro temas em paralelo: a investigação sobre o crime passado; a transformação das pessoas através da moda (esta parte do filme é bem focada no universo feminino); o desejo de vingança da protagonista; e por fim, o romance de Tilly com Teddy McSwiney (Liam Hemsworth).

Como se pode ver pelo parágrafo anterior, Tilly não tem a menor idéia do que quer fazer, em como agir, ou no que colocar seu foco. E por mais que esta "confusão" seja algo que muitas pessoas passam na vida real, ela não deveria atingir a execução do filme, que parece ter sido contagiado pela mente de sua heroína: nenhum dos quatro temas se resolvem de maneira satisfatória ou se mesclam de maneira natural.

Tanto a investigação do crime quanto as ações vingativas de Tilly se resolvem de maneira inverossímil e decepcionante; o "universo feminino" é abandonado no meio da projeção; e finalmente, não há química nenhuma entre Tilly e Teddy. Kate Winslet e Liam Hemsworth estão interpretando personagens que possuem a mesma idade; entretanto, mesmo continuando belíssima, Kate é claramente bem mas velha que Liam e eles simplesmente não combinam juntos. Para piorar, Liam atua muito mal: sem carisma, o irmão mais novo de Thor passa o filme todo com apenas uma expressão no rosto, a de "apaixonado abobalhado".

De bom mesmo em A Vingança Está na Moda apenas a atuação de Kate Winslet e algumas reviravoltas inesperadas no roteiro, quebrando um pouco a monotonia de dezenas de clichês que aparecem ao longo do filme.

A Vingança Está na Moda tem alguns momentos divertidos, mas em geral, lhe falta coerência e identidade. Seria o filme um drama? Um romance? Uma comédia? A história flerta com todos estes gêneros mas não convence em nenhum deles. Nota: 5,0.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Crítica - Sully: O Herói do Rio Hudson (2016)

Título: Sully: O Herói do Rio Hudson ("Sully", EUA, 2016)
Diretor: Clint Eastwood
Atores principais: Tom Hanks, Aaron Eckhart, Laura Linney, Valerie Mahaffey, Mike O'Malley, Jamey Sheridan
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=9n6hcBc4bgE
Nota: 6,0
Mais na terra que no ar, acidente aéreo fica em segundo plano

Em uma época em que o assunto acidentes aéreos ainda está bem vívido no cotidiano do brasileiro, chega as cinemas Sully: O Herói do Rio Hudson, baseado no livro-biografia Highest Duty escrito por Chesley "Sully" Sullenbergerde, o piloto que em janeiro de 2009 realizou o "milagre" de pousar em pleno Rio Hudson, na cidade Nova York, um avião de passageiros que havia perdido todos seus motores. Se trata da primeira parceria de Clint Eastwood, na direção, com Tom Hanks, que interpreta o protagonista "Capitão Sully".

Sim, Sully pousou heroicamente um avião em pane em cima de um rio. Mas teria sido mesmo uma manobra necessária? Pousar em água é dificílimo, muito arriscado, e com dois aeroportos bem próximos ao local da queda, não teria sido muito mais seguro para todos o piloto guiar seu veículo até um destes locais? É a investigação que tenta responder esta pergunta a base deste filme.

Acontece que a "história da vida" de Sully é baseada em um incidente muito rápido, que durou apenas 206 segundos (número que aliás aparece várias vezes no roteiro). E a tal investigação posterior, também foi rápida e direta. Como preencher 1h30min de filme com tão pouco material? É este o grande problema de Sully: O Herói do Rio Hudson.

Roteiro e direção fazem um trabalho muito bom para "esticar" o filme, trazendo uma narrativa não-linear, mostrando flashbacks... e desta maneira "distraindo" com sucesso o espectador. Sóbrio e direto, foi uma grande satisfação para mim ver que o filme de Clint Eastwood não apelou para trilha sonora piegas - a trilha é quase imperceptível - ou para clichês e frases de efeito para tornar o filme mais "elevado emocionalmente". Ainda assim, apesar do bom trabalho técnico e de produção, Sully: O Herói do Rio Hudson é um filme "apenas" interessante, sem contar com grandes surpresas ou emoções.

Fora o ato heroico em si - que aconteceu na vida real, e com isto eleva bastante o filme - não há muitos outros atributos em Sully. Ainda assim, há de ser elogiada a fotografia excelente de Tom Stern (parceiro costumeiro do diretor) e a boa atuação de Tom Hanks, que contrasta com a esquecível presença de todos os coadjuvantes em tela.

Muito mais sobre o que acontece em terra do que no ar, Sully: O Herói do Rio Hudson é um reflexo do seu protagonista na vida real: heroico e comedido. Nota: 6,0

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