sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Dupla-Crítica: Julieta (2016) e Café Society (2016)

Mais uma vez, duas críticas em um mesmo post. Agora, Pedro Almodóvar "versus" Woody Allen. Quem será que leva a melhor neste ano?


Julieta (2016)
Diretor: Pedro Almodóvar
Atores principais: Emma Suárez, Adriana Ugarte, Rossy de Palma, Daniel Grao, Darío Grandinetti

Como o título do filme não esconde, a personagem principal do novo filme de Almodóvar é Julieta (Emma Suárez), uma mulher de meia idade que mora em Madri em aparente felicidade. Então, basta uma repentina lembrança da filha que não vê há 12 anos para seu mundo desabar. Desesperada por entrar em contato, Julieta resolve escrever uma carta e contar alguns "segredos", É quando voltamos no passado e acompanhamos as aventuras de uma jovem Julieta (interpretada por Adriana Ugarte) antes mesmo da filha nascer.

Julieta não é uma das maiores obras de Almodóvar, mas ainda assim bastante interessante, principalmente pela diversidade de assuntos. De maneira tocante o fio narrativo é conduzido por caminhos algumas vezes inesperados e aborda sentimentos como a solidão, depressão, obsessão, perda de pessoas queridas, culpa feminina e culpa católica. Não posso dar muitos outros detalhes sem estragar as surpresas do filme. Somado ao bom roteiro, o que me impressionou bastante foram as duas atrizes que interpretam a protagonista. Não somente pela ótima atuação, mas também pela beleza de ambas, principalmente de Adriana Ugarte, que me lembrou uma jovem Sharon Stone.

Julieta talvez não seja um filme tão fácil para assistir já que é bastante dramático e depressivo. Ainda assim, é louvável a maneira sutil e orgânica em que o diretor espanhol conduz seus comentários sobre tantos aspectos da vida. Bastante admirável. Nota: 7,0


Café Society (2016)
Diretor: Woody Allen
Atores principais: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell, Blake Lively, Corey Stoll, Sari Lennick

Repetindo o que fez algumas vezes nos últimos anos, Woody Allen retorna com um filme homenageando o começo do século XX; no caso deste Café Society, os anos 30 nos EUA. Não apenas temos uma ambientação que remete ao passado, como também a percebemos nos personagens (bastante ingênuos e caricatos) e trilha sonora (geralmente instrumental e muito repetitiva).

O veterano cineasta entrega um roteiro com diálogos muito interessantes, repletos de um humor irônico e sarcástico - marca característica de Allen - mas que eu não via com tanta intensidade já há um bom tempo. Basicamente a história é uma comédia de erros que nos apresenta o triangulo amoroso entre a jovem Vonnie (Kristen Stewart), o tio rico Phil (Steve Carell) e o sobrinho pobre Bobby (Jesse Eisenberg).

Se os diálogos são bons, os personagens principais não convencem tanto. Woody Allen falha em fazer que o espectador sinta empatia por seus heróis; e parte deste sentimento é reforçado pela falta de carisma de Jesse Eisenberg e Kristen Stewart.

Longe de ser um trabalho memorável deste incansável diretor-roteirista de 80 anos, Café Society é um filme que agrada e diverte mas não chega a empolgar. Nota: 6,0

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Dupla-Crítica: A Lenda de Tarzan (2016) e Invocação do Mal 2 (2016)

Duas produções que estiveram nos cinemas brasileiros no primeiro semestre, mas que somente agora pude assistir e fazer minhas considerações. Um blockbuster de aventura e uma sequencia de filme de terror. Vamos a eles!

A Lenda de Tarzan (2016)
Diretor: David Yates
Atores principais: Alexander Skarsgård, Christoph Waltz, Samuel L. Jackson, Margot Robbie

Outra história sobre a origem de Tarzan? Por incrível que pareça, não. Em A Lenda de Tarzan o rei das selvas (interpretado pelo sueco Alexander Skarsgård) já assumiu sua rica herança e vive em paz na Inglaterra, casado com sua Jane (Margot Robbie). Então, alguns eventos que não fazem o menor sentido o obrigam a voltar para a África, para cair em uma armadilha. Completando o elenco, há o vilão caricato (de novo??) feito por Christoph Waltz e um personagem que não acrescenta nada a trama (e nem deveria existir), feito por Samuel L. Jackson. Em suma, como o ator principal parece nem saber falar inglês direito, o roteiro dá bastante tempo em cena para as estrelas Waltz, Jackson e Robbie... mesmo que isto quebre totalmente o ritmo e a credibilidade do filme.

Para piorar, a sensação que o espectador tem ao assistir A Lenda de Tarzan é que ele perdeu o começo da história. Até existem vários flashbacks ao longo do filme que tentam mostrar o passado de Tarzan e Jane. Entretanto, eles não são relevantes o suficiente para diminuir este incômodo, ou para conquistar a empatia do público em prol dos personagens.

A única coisa que se salva no filme são os efeitos especiais. Os animais são inseridos de maneira perfeita nas cenas e com realismo impressionante. Entretanto, mesmo eles são problemáticos, já que com exceção dos gorilas os demais aparecem sem nenhum contexto com a história... o que temos é basicamente um desfile de "bichos bem feitos por computador" e nada mais.

E para piorar o filme de vez, suas duas tomadas de ação finais são péssimas, muito absurdas e inverossímeis. Está com saudade de ver um filme bom sobre selvas? Fuja de A Lenda de Tarzan e corra assistir Mogli - O Menino Lobo (2016), este sim um filmaço! Nota: 4,0



Invocação do Mal 2 (2016)
Diretor: James Wan
Atores principais: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Madison Wolfe, Frances O'Connor

Não gosto de filmes de terror. Mas gostei do primeiro Invocação do Mal (2013) por ser um filme diferente do padrão do gênero, com uma abordagem de "investigação científica". Três anos depois, voltam o mesmo diretor e os mesmos roteiristas. Porém todos eles pioram bastante seu trabalho em comparação ao anterior.

James Wan, que elogiei tanto no filme passado, parece que passou a se considerar um artista genial: ao invés de uma abordagem simples e sóbria, aqui ele opta por "fazer arte" com a câmera, que quase nunca está parada. São muitos zoom-in e zoom-out; imagens seguindo um personagem ou acompanhando a visão do mesmo; cenas internas com tomadas aéreas; até planos sequencia ele faz. O foco do espectador, portanto, acaba na câmera, e não para a história em si. É o clássico exemplo da forma prejudicando o conteúdo.

O roteiro não desenvolve os personagens e também mostra pouco do casal Ed e Lorraine Warren (respectivamente Patrick Wilson e Vera Farmiga), que deveriam ser os protagonistas da história. Então, basicamente o que a história faz é mostrar em quase sua totalidade (2 horas) cenas de possessão e poltergeist na casa assombrada em questão. Algumas cenas até são boas, mas no geral, tudo bastante repetitivo e clichê.

Seguindo a tradição das continuações serem piores que os filmes originais, Invocação do Mal 2 até exagera na escrita. Nota: 5,0

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Crítica - Pets: A Vida Secreta dos Bichos (2016)

Título: Pets: A Vida Secreta dos Bichos ("The Secret Life of Pets", EUA / Japão, 2016)
Diretores: Yarrow Cheney, Chris Renaud
Atores principais (vozes): Louis C.K., Eric Stonestreet, Kevin Hart, Steve Coogan, Ellie Kemper, Bobby Moynihan, Lake Bell
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=_696GtEk5Mw
Nota: 7,0
Fofura e nonsense tornam o filme bom, apesar da propaganda enganosa

Quando o primeiro trailer de Pets: A Vida Secreta dos Bichos chegou ao Brasil (veja ele aqui), ainda no ano passado, fez bastante sucesso. Como o próprio nome do filme diz, ele prometia mostrar o que os animais de estimação aprontam quando seus donos estão fora de casa. E em propagandas em diversas mídias sua produtora reforçou esta imagem. Porém, Pets não é bem sobre isto, ele é na verdade uma história de ação(!), que é revelada (até demais) no segundo trailer (ver no link da ficha técnica acima).

Na história, o cãozinho Max (Louis C.K.) vivia feliz com sua dona, até que a mesma resolve adotar um novo cachorro, o egoísta Duke (Eric Stonestreet). Em uma de suas várias brigas, a dupla acaba se afastando de casa e recolhida pela carrocinha. É então que o coelho Bola de Neve (Kevin Hart) - líder de uma gangue de animais abandonados que quer se vingar dos humanos - os salva em troca deles entrarem para o bando. Conseguir sair da trupe dos "vilões" e achar o caminho de volta para casa é efetivamente a verdadeira história do filme.

O enredo de Pets: A Vida Secreta dos Bichos, portanto, está bem longe de ser algo original, trazendo uma trama já feita em diversos filmes de animação. Aliás, seu roteiro é raso, possui vários exageros e erros de lógica; não traz nenhum grande aprendizado ou lição, ou algum sentimento mais complexo. É pura ação, humor e nonsense.

Por isto tudo, certamente Pets vai agradar mais as crianças que os adultos. Ainda assim, os bichos são todos bem carismáticos, bem fofinhos (fazendo muitas caretas engraçadas) e produzem várias piadas (a maioria física) que divertem bastante. Ou seja, independente de sua idade ou gênero, sua fórmula deve agradar a todos.

Bastante dinâmico, como bônus o filme traz uma ótima e famosa equipe de dubladores (no idioma original, claro); há cerca de 10 nomes que o pessoal fanático por séries de TV estadunidense provavelmente vão reconhecer. O comediante Kevin Hart traz com seu coelhinho Bola de Neve a melhor e mais engraçada das atuações.

Fofo e engraçado, Pets: A Vida Secreta dos Bichos diverte mesmo sendo bem diferente do que foi vendido inicialmente. Além de tudo, é uma bonitinha ode aos envolvidos com o mundo dos animais de estimação, sejam eles os donos ou os animaizinhos. Nota: 7,0

PS: aproveitando que parte dos diretores e escritores são os mesmos dos filmes Meu Malvado Favorito, antes de Pets temos um curta inédito dos Minions...

PS2: ... e durante a primeira metade dos créditos finais há uma cena extra, que também cita os simpáticos bichinhos amarelos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Crítica - Star Trek: Sem Fronteiras (2016)

Título: Star Trek: Sem Fronteiras ("Star Trek Beyond", EUA, 2016)
Diretor: Justin Lin
Atores principais: Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Zoe Saldana, Simon Pegg , John Cho, Anton Yelchin, Idris Elba, Sofia Boutella
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=M3UPP4X2mf8
Nota: 6,0
Saudades de J. J. Abrams...

Desde que J.J. Abrams reinventou a franquia Jornada nas Estrelas para os cinemas em 2009 como produtor e diretor, ele entregou duas ótimas produções: Star Trek (2009) e Além da Escuridão - Star Trek (2013). Porém apesar das boas críticas recebidas os filmes desagradaram parte dos Trekkers por alguns motivos: excesso de cenas de ação, pouca exploração espacial e dilemas sociais característicos da série, e também, a falta de material genuinamente novo, já que na verdade os filmes de J. J. são reinvenções de histórias já contadas pela tripulação clássica formada pelos atores William Shatner, Leonard Nimoy, e companhia.

2013 também foi o ano em que J. J. Abrams mudou de saga espacial e foi trabalhar com o reboot de Star Wars. O lado bom desta perda inesperada é que a Paramount (dona dos direitos dos filmes de Star Trek) poderia aproveitar para buscar nova mentes capazes de aparar estas arestas que incomodavam os fãs mais antigos.

E para comandar o terceiro filme os novos contratados de fato prometeram contar novas histórias e resgatar o espírito da franquia. Simon Pegg assumiu os roteiros (ele também é o ator atual do personagem Scotty) e Justin Lin assumiu a direção. Entretanto, foram escolhas estranhas para cumprir a promessa, já que embora Simon já tivesse experiência como roteirista, ele é especialista em comédias. Já Justin fez fama dirigindo uma das franquias mais acéfalas dos últimos tempos: Velozes e Furiosos.

Eis então que chega aos cinemas Star Trek: Sem Fronteiras. Teriam Simon Pegg e Justin Lin entregado o que prometeram? A resposta é... infelizmente não.

A história até começa de maneira promissora: a nave Enterprise e sua tripulação vão atrás de um chamado de socorro ocorrendo em uma nebulosa desconhecida pela Federação Unida dos Planetas. Ao chegar lá, encontram oponentes com uma tecnologia totalmente diferente da que estão acostumados. Exploração? Confere. Histórias novas? Confere. O problema é que as boas novas param após menos de 30 minutos de filme. Após seu bom começo Star Trek: Sem Fronteiras revela um roteiro simplório, repleto de clichês e composto basicamente de ação frenética e sem muito sentido. Para piorar, uma franquia que prometia mudanças traz pela terceira vez consecutiva um vilão malvado cuja motivação principal é se vingar da Federação.

Somando a tudo isso, Star Trek: Sem Fronteiras tem sérios problemas de ritmo. Exagerando no tom épico, há uma batalha grandiosa e mega barulhenta já no começo da produção. Em vários outros momentos o tom épico e uma altíssima música de ópera voltam, mas nunca como no início. Ou seja, o filme possui vários climaxes e seu maior deles se encontra erradamente em seu começo.

Outro aspecto que me entristeceu bastante é ver a tripulação começar o filme já cansada, com alguns membros já querendo se aposentar. Puxa vida, a franquia mal voltou aos cinemas e eles já começam com o papinho que estão velhos? Um baita tiro no pé.

De qualquer forma, Star Trek: Sem Fronteiras não é ruim. Em termos de ação, o filme é bom, interessante e prende bastante a atenção do público. Outro ponto positivo é o bom humor da produção, presente nos filmes de maior sucesso atuais. Tecnicamente o novo Star Trek é excelente; os efeitos especiais são incríveis; as cenas em que vemos a nave USS Enterprise no espaço são simplesmente deslumbrantes!

O design de produção também é excelente, tudo transmite a sensação de um futuro muito tecnológico, inovador e funcional; há dezenas de espécies alienígenas em cena, e quase nenhuma delas é criada de maneira digital: os atores usam pesadas maquiagens e máscaras, mas tudo aparenta bastante naturalidade e realismo.

Apesar de raso, o roteiro encontra espaço para desenvolver mais os personagens do doutor McCoy (Karl Urban) e Scotty (Simon Pegg), ao contrário dos dois filmes anteriores que basicamente só focavam na dupla Capitão James Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto). Aliás, mais uma vez o elenco desta nova geração de filmes Star Trek mostra sua competência, entregando não apenas boas atuações, mas também boas "imitações" dos personagens originais de décadas atrás. A única exceção fica para Karl Urban: agora com mais espaço, sinceramente não vi muito do antigo McCoy nele.

No ano em que a franquia Star Trek completa 50 anos a Paramount entrega um blockbuster que é um bom arroz-com-feijão mas que lembra pouco a série que a inspirou. Para mim, como trekker, isso é pouco e decepcionante. Como consolo, entretanto, pelo menos Star Trek: Sem Fronteiras não se esqueceu de seu cinquentenário ao conter dentro dele uma pequena mas belíssima homenagem ao elenco original da franquia. E, pelo menos, manteve intacta a maior e mais importante das características imaginadas pelo criador de Star Trek, Gene Roddenberry: o otimismo de que o futuro da humanidade é esperançoso, que um dia iremos viver em uma sociedade muito melhor, mais justa, mais pacífica e funcional do que a atual. Nota: 6,0.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Até breve! Enquanto isto, fique com o melhor do Cinema Vírgula!


Saudações a todos! Devido aos Jogos Olímpicos (assistam!!), e também devido algumas questões pessoais, o Cinema Vírgula não terá mais novos posts neste mês de Agosto. Espero voltar já na primeira semana de Setembro, com a crítica do Star Trek: Sem Fronteiras.

Enquanto os novos posts não vêm, faço um resumo aqui de algumas das melhores publicações deste blog. São posts que exigiram um pouco de estudo e pesquisa de minha parte, são exclusivos deste site, e por isto mesmo, possuem a tag "exclusivo".

Confiram, leiam, e divirtam-se!

Cinema:


TV:

Quadrinhos:


Gostaram? Se sim, se preparem pois em Outubro publicarei mais dois posts desta série exclusiva. Até mais! ;)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Crítica - Esquadrão Suicida (2016)

Título: Esquadrão Suicida ("Suicide Squad", EUA, 2016)
Diretor: David Ayer
Atores principais: Will Smith, Margot Robbie, Jared Leto, Viola Davis, Joel Kinnaman, Cara Delevingne
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=8pYp4T8TdP4
Nota: 4,0
Filme ruim com alguns ótimos personagens

Após massiva campanha publicitária, eis que estréia Esquadrão Suicida, a nova aposta da DC Comics. A história, começa citando os eventos de Batman vs Superman: A Origem da Justiça: percebendo a impotência da humanidade frente a super ameaças como as no filme citado, a agente do governo estadunidense Amanda Waller (Viola Davis) resolver criar uma força secreta preparada para enfrentar problemas super-humanos. Eis que através de chantagem ela junta um grupo de super-criminosos para comandar. Entram em cena então o Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Rick Flag (Joel Kinnaman), Magia (Cara Delevingne), El Diablo (Jay Hernandez), Capitão Bumerangue, Katana, Crocodilo e Amarra.

Quem costuma ler meus textos deve ter visto várias vezes eu criticar um filme por não desenvolver seus personagens. Pois Esquadrão Suicida consegue a façanha de ser o contrário. Temos explicações e origens de quase uma dezena deles... mas uma história que justificasse o filme... nada. Basicamente, Esquadrão Suicida é um mosaico de flashbacks dos personagens do filme alternando com muitas e repetitivas cenas de ação. O vilão da história mal aparece em cena, tem motivações estúpidas e possui poderes totalmente inadequados ao que o grupo seria capaz de enfrentar.

Outro fator que me incomodou bastante foi o tom sombrio de Esquadrão Suicida. Parece que no universo DC dos cinemas o Sol não existe, sempre é noite, sempre tudo é escuro, todas as pessoas são violentas e traumatizadas. A fotografia é escura, as cores são desbotadas, com predomínio do preto e do cinza. Ter alguns filmes com tom sombrio tudo bem, mas TODOS serem assim não há público que aguente.

E olha que os produtores até tentaram mudar este tom obscuro... mas de maneira tardia e equivocada. Após as críticas ruins para Batman vs Superman o filme passou por muitas regravações, tudo para "amenizar o tom sério". Porém estas mudanças basicamente foram a inclusão de piadinhas, que claramente foram adicionadas de última hora já que não possuem nenhum contexto com a história que estamos vendo. Desta maneira, as piadas não foram bem sucedidas em fazer rir. Assisti o filme em uma sala de cinema lotada e pouco menos da metade das piadinhas funcionaram, e mesmo assim elas geravam risos contidos. Oras, em um mundo tão sério e tão violento como o de Esquadrão Suicida fica difícil encontrar um clima cômico.

Mas nem tudo no filme é ruim. Se a única coisa que Esquadrão Suicida se propõe é desenvolver seus personagens, há alguns deles bem interessantes. Os atores Will Smith, Margot Robbie, Jared Leto e Jay Hernandez estão todos muito bem na atuação e em personagens. Viola Davis também é outra que atua muito bem, embora as ações de seu personagem não faça nenhum sentido.

A bela e competente Margot Robbie é a melhor coisa do filme. Sua Arlequina, bastante fiel aos quadrinhos, é realmente insana e é a coisa mais perto de alegria que vemos em cena. Ela seduz, faz as melhores piadas (mas algumas, infelizmente, são bem previsíveis), e acaba servindo de elo para a união dos integrantes do grupo. Mais uma vez Will Smith é o "herói" principal do filme (certeza que isto é cláusula de seu contrato...) e proporciona duas cenas de ação muito legais - as melhores de Esquadrão Suicida.

E o que falar do Coringa de Leto, que recebeu tanta atenção da mídia antes da estréia? Bem, ao contrário da maioria que o reprovou, na minha opinião Jared Leto não brilhou porém se mostrou digno do papel. Como grande qualidade, ele acrescentou para a mitologia do seu personagem a melhor risada/gargalhada deste vilão em todos os tempos. Bastante assustador! Entretanto, quando não está gargalhando, sua versão do Coringa é mais séria e comedida. O vilão mais parece um gangster são e malvado do que alguém realmente insano. Resumindo, as versões de Heath Ledger e Jack Nicholson são melhores, porém a de Leto também é boa e interessante.

Sinceramente, o pensamento que ficou em minha cabeça após o filme foi: "agora que os personagens estão todos apresentados, uma continuação poderia focar apenas na história e aí sim ser um filme bom". A dúvida é: será que vai haver uma continuação? Esquadrão Suicida teve tantas regravações e tamanha campanha de marketing que sua produção ficou muito mais cara que devia. O site Hollywood Reporter diz que para cobrir os gastos o filme precisa chegar a pelo menos US$ 750 milhões de bilheteria.

Com um filme com péssimo roteiro e edição, e interessante apenas em alguns poucos momentos, a DC falhou feio com seu filme de vilões. Sim, é bem difícil fazer um filme deste tipo, mas a Marvel fez algo parecido em 2014 com Guardiões da Galáxia e foi muito bem sucedida. A Warner / DC continua precisando de fortes mudanças. Nota: 4,0 


PS: o filme conta uma cena pós créditos, e a boa notícia é que ela se encontra no meio dos mesmos. Assim, não precisa ficar tanto tempo esperando. :)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Crítica - O Clã (2015)

 
Título: O Clã ("El Clan", Argentina / Espanha, 2015)
Diretor: Pablo Trapero
Atores principais: Guillermo Francella, Peter Lanzani, Lili Popovich
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=B1H6ZyWOgLk
Nota: 7,0
Outro bom filme cuja força aumenta nos fatos reais

Enorme sucesso na Argentina, sendo o segundo maior público da história de seu país, O Clã esteve nos cinemas brasileiros entre Dez/2015 e Jan/2016 mas só agora pude assisti-lo. Baseado em fatos reais, o filme conta a história da família Puccio, embora dando destaque apenas para o patriarca Arquímedes (Guillermo Francella) e seu filho mais velho Alejandro (Peter Lanzani).

Os Puccio - que sempre pareceram uma comum família católica de classe média - chocaram a Argentina ao serem descobertos na década de 80 como os responsáveis por vários sequestros de pessoas ricas de sua vizinhança.

O principal foco de O Clã é mostrar exemplos da bizarra maneira em que os Puccio lidavam com seus crimes gravíssimos como se fossem algo cotidiano. Este tema é muito bem exemplificado no trailer cujo link pode ser acessado acima. E a outra grande qualidade do filme é o ator/personagem Guillermo Francella/Arquímedes. Graças a uma excelente atuação, Arquimedes é um dos maiores vilões que vi nos cinemas nos últimos anos. Sempre calmo, calculista, manipulador... um psicopata do mais alto calibre.

Contando com diálogos e cenas que impressionam - mas quase nunca mostrando violência física - o ótimo roteiro de O Clã é ágil, dinâmico, e faz passar as quase 2h de filme de maneira muito rápida e prendendo bastante a atenção do espectador.

Entretanto, se o conteúdo do roteiro me agradou bastante o mesmo não posso dizer de sua estrutura. Ao intercalar desde o início a história principal com flashes da futura prisão da família, perdemos grande parte do fator surpresa do filme.

Outro ponto que a meu ver melhoraria o enredo seria desenvolver mais o personagem de Arquímedes - e principalmente - suas motivações. A história fornece apenas leves dicas para o que o vilão pensa, quando o mesmo assiste notícias de jornal. Entretanto, fica tudo muito vago, principalmente para nós que não estamos familiarizados com a história argentina dos anos 80.

O Clã não é um daqueles filmes geniais, inesquecíveis. Entretanto, é um bom filme policial/drama cuja história real, esta sim dificilmente será esquecida por quem a assiste. Nota: 7,0

domingo, 24 de julho de 2016

Crítica - Dois Caras Legais (2016)

Título: Dois Caras Legais ("The Nice Guys", EUA, 2016)
Diretor: Shane Black
Atores principais: Russell Crowe, Ryan Gosling, Angourie Rice
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=ct47Twjens0
Nota: 8,0
Uma das melhores comédias do ano

Talvez o nome do diretor deste filme, Shane Black, não lhe seja muito familiar. E tudo bem, afinal este é apenas seu terceiro trabalho na direção. Entretanto, este cinquentão estadunidense é um importante roteirista de filmes de ação e comédia: por exemplo são dele os roteiros dos quatro filmes da franquia Máquina Mortífera.

A estréia de Shane como diretor veio no excelente Beijos e Tiros (2005), também uma aventura policial repleta de humor, onde um detetive bruto (o personagem de Val Kilmer) se junta a um idiota (o personagem de Robert Downey Jr.) para resolver a enrascada em que ambos estão metidos. A fórmula de Dois Caras Legais é exatamente a mesma, e o resultado continua ótimo e divertidíssimo. Agora, é Russell Crowe quem faz o tira durão e é Ryan Gosling que interpreta o personagem estúpido (e muito engraçado).

Assim como em Beijos e Tiros, um ponto forte do filme são os conflitos que resultam da constante interação entre dois personagens tão distintos. Ainda comparando os dois filmes de Black, o primeiro tem um enredo melhor, ao quebrar com muita inteligência e humor dezenas de clichês do gênero de filmes policiais. Dois Caras Legais também até ri um pouco de si mesmo, mas ele é melhor nas atuações: somados, Gosling e Crowe vão melhor que Downey Jr. e Kilmer. Considerando prós e contras, um empate de dois filmes bem engraçados.

Na história Healy (Crowe) e March (Gosling) começam se estranhando, mas acabam descobrindo que possuem um mesmo objetivo: encontrar uma garota desaparecida. A dupla conta com a ajuda da filha de March, Holly (Angourie Rice), que possui bem mais cérebro que o pai (ah, o filme Beijos e Tiros também tinha uma mulher completando o trio principal, mas ao invés de uma menina, era uma mulher adulta, a bela e charmosa Michelle Monaghan).

Se passando nos bastidores do mundo da pornografia de uma Los Angeles de 1977, o filme tenta - mas levemente - simular as produções da época usando trilha sonora e letreiros de formatos característicos. Como todo bom filme policial, Dois Caras Legais possui muitas - e boas - cenas de ação. Mas o aspecto mais característico da produção é mesmo o humor. Piadas são feitas o tempo todo!

Como ressalva, o humor de Dois Caras Legais está longe de ser inocente. Sim, o filme conta com piadas bobinhas, piadas físicas, mas também conta com muitos palavrões e humor negro. Não chega a ser um filme de Tarantino, mas em um nível bem menor o roteiro também usa mortes chocantes e sangue para fazer rir.

Há pouco do que criticar em Dois Caras Legais. Ainda assim, um ponto fraco me marcou bastante: Kim Basinger. Ela tem uma atuação pequena - mas importante - e é triste ver o quanto a mesma se encontra envelhecida e atuando tão mal. Sua atuação é praticamente desprovida de expressões e sentimentos, muito diferente dos atores com quem ela contracena.

Gosta de filmes policiais repletos de humor e violência? Este é seu filme! Dois Caras Legais mal foi divulgado no Brasil, mas é uma grata surpresa e uma das melhores comédias do ano. Nota: 8,0.


PS: parece meio óbvio, mas vou ressaltar. Se você gostou deste Dois Caras Legais, corra assistir Beijos e Tiros que é tão bom quanto!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Review 6a Temporada de Game of Thrones: 4 prós + 4 contras + 2 teorias


Já faz um tempinho que a sexta temporada de Game of Thrones acabou, e enfim resolvi dar meus pitacos. Este ano o seriado foi de longe o mais distinto dos demais por um simples motivo: agora não há mais livros para os roteiristas da série seguirem. Isto gerou fatos positivos e negativos, que mostrarei a seguir.

Optei por fazer meus comentários em uma lista dez itens: quatro "prós", quatro "contras", e por fim termino com duas teorias para o futuro. Notem que apesar de "prós" e "contras" terem o mesmo número, isso não quer dizer que não gostei da sexta temporada. Pelo contrário, ela foi muito boa, como sempre. Apenas que a meu ver ela empata com a temporada 5 como sendo a "menos boa".

Nem preciso dizer que a partir de agora meu texto terá muitos SPOILERS. Portanto, só continue a ler se você já assistiu todos os 60 episódios da série até agora. Vamos à lista!

1. Contra. Diálogos fracos e personagens abandonados
Sem os livros de George R. R. Martin como base os diálogos decaíram um bocado. Com exceção do núcleo de Porto Real onde continuamos com conversas afiadíssimas de personagens como Cersei e as mulheres Tyrell, os outros núcleos se enfraqueceram. O núcleo em Meereen também teve alguns bons momentos, mas os demais pioraram em seu todo.
Vários personagens também sofreram com a mudança. Jaime e Tyrion Lannister, Jon Snow, Brienne... todos estes foram mais decorativos do que pessoas ativas na trama.

2. Pró. Girl Power!
Se vários personagens perderam espaço e personalidade, não se pode dizer o mesmo de Arya, Cersei, Daenerys, Sansa e Margaery. As cinco amadureceram bastante durante a temporada e todas proporcionaram momentos memoráveis!

3. Contra. Melisandre vs Davos
A bruxa Melisandre foi de longe a personagem mais apagada desta temporada. Mas o pior nem foi seu enfraquecimento, e sim a maneira com que a relação dela com Sor Davos se desenvolveu. A temporada começa com um Davos todo simpático à feiticeira, ajudando-a recuperar a auto estima e com isto ressuscitar Jon Snow. E os dois permanecem amiguinhos até o nono episódio. Eis então que no episódio final da temporada Sor Davos fica indignado com Melisandre, querendo até matá-la por ter sacrificado a Shireen. Ok, uma "desculpa" para este completo nonsense é que o Cavaleiro das Cebolas só teria descoberto o sacrifício quando viu o brinquedo da garota na fogueira, imediatamente antes da batalha contra os Bolton. Só que esta explicação é ainda pior! Então a garota que ele considerava uma filha morre e ele sequer se interessa em saber como ela morreu? Poupe-me.

4. Pró. Hodor!
Como qualquer pessoa do mundo, sempre me simpatizei com Hodor. Porém, o que eu jamais esperaria é que ele tivesse um fim tão importante e tão heróico. Em uma temporada em que tivemos poucas surpresas e muitos "finais felizes" a morte de Hodor foi um dos momentos mais surpreendentes do seriado até agora.

5. Contra. Arya
Presenciar uma Arya enfim resolvida da vida, com poderes, e retomando o seu ciclo de vingança foi sensacional. O problema foi a modo que ela chegou à isto, que beira o absurdo. Notem: a garota Stark resolve trair um grupo de assassinos profissionais, e após o fato ao invés de fugir ela fica passeando despreocupadamente pelas ruas da região. Depois, ela é ferida mortalmente na barriga e o ferimento acaba lhe trazendo menos problemas que um corte de papel no dedo. Finalmente, após ela conseguir matar a garota responsável por puni-la ela simplesmente se apresenta diante de Jaqen H’ghar, que ao invés de matá-la aparenta estar feliz com tudo o que aconteceu. Não bastando tantas contradições, quando ela se tornou tão boa nos poderes da casa dos Homens Sem Rosto? Afinal, antes dela levar as facadas ela estava tendo grande dificuldade para cumprir qualquer tarefa que lhe era determinada.

6. Pró. A Batalha dos Bastardos
Primeiro, falando em termos de cinematografia. "A Batalha dos Bastardos" foi de longe a melhor batalha da série até então. Figurino, roteiro, cenas de ação. Tudo sensacional. E os trechos com Jon Snow sendo esmagado de maneira angustiante foi algo inesperado e genial! Só teve um detalhe que não aprovei em toda a luta: o gigante ficar "parado" por minutos, repetitivamente apenas dando "tapinhas" nas lanças do inimigo.
Tão sensacional quanto a batalha foi o fato de termos visto Ramsay Bolton morrer. Conforme eu comentei com alguns amigos no início desta temporada, se Ramsay morresse eu já ficaria plenamente satisfeito com a série... Jon Snow, Daenerys, Tyrion... qualquer herói poderia morrer desde que Ramsay morresse também! kkkk

7. Contra. Jon Snow
Se há uma coisa que George R. R. Martin deixa bem claro em seus livros é que não se volta da morte sem graves consequências. É o que vemos claramente no seriado acontecendo com Beric Dondarrion e Gregor Clegane, e que também acontece nos livros com Lady Stark. E não é que Jon Snow morre e volta a vida sendo exatamente o mesmo boboca inocente que era antes? Para mim isto é inaceitável. Eu duvido que quando o sexto livro seja enfim publicado o Jon Snow da literatura tenha este mesmo comportamento passivo.

8. Pró. As histórias se convergem para um fim
O fato da série ter ultrapassado os livros também teve sua vantagem: os roteiristas já vislumbram o final da série e caminham para ele. Game of Thrones contempla vários núcleos, cada um composto de dezenas de personagens, e que dificilmente se conectam. E nesta temporada todos os núcleos começam a convergir para uma única história. Ao invés de criar novos mistérios, a série começa a responder as dúvidas levantadas, e agora tenho esperança de que todas as pontas soltas serão realmente explicadas até o final da série! E o melhor de tudo, sabe aqueles personagens que nunca se encontraram mas você sempre torceu para que isto acontecesse? Pois então... Jon Snow se reuniu com Sansa, Daenerys enfim começou a interagir com pessoas de Westeros (os Greyjoy por exemplo) e estas reuniões estão apenas começando!!

9. Teoria. Tyrion Targaryen
No começo nem eu acreditei, mas estudando a respeito passou a fazer sentido. O anão Tyrion teria sangue Targaryen. Mas como isto é possível? Bem, dentro de toda a série só há uma suposta pista para esta afirmação: pouco antes de Tyrion matar Tywin, seu pai diz: "você não é filho meu". Porém nos livros as (supostas) evidências são maiores. Em primeiro lugar, é dito que a mãe de Tyrion morava em Porto Real. Desta maneira, ela se encontrava com o "Rei Louco" com frequência. Para piorar o livro diz através de Sor Barristan Selmy que o rei Aerys II tinha desejos pela esposa de Tywin. E aí a teoria diz que o anão seria filho dos dois, seja por estupro ou maneira consensual. Outro indício é a aparência de Tyrion descrita nos livros, com "fios loiros quase brancos". E cabelos brancos são de que família mesmo? Finalmente isto explicaria porque Tyrion sempre sonhou com dragões e porque ele não foi atacado quando libertou os dragões da Daenerys.
Notem que se este fato se confirmar, ele poderá trazer uma consequência bombástica. Na profecia que Cersei ouviu da bruxa quando criança, a última profecia diz que ela seria morta pelo seu irmão mais novo. E embora sejam gêmeos, Cersei nasceu segundos antes que Jaime. Será que Cersei será morta pelo seu grande amor?

10. Teoria. Bran Stark é o "grande vilão" da história
Calma (risos). Definitivamente Bran é uma pessoa boa e bem intencionada. Entretanto, foi graças a ele que Hodor perdeu a inteligência, e por ele já se sacrificaram Jojen Reed, Hodor e o Corvo de Três Olhos. Aliás, a morte do Corvo era um sonho de séculos dos Caminhantes Brancos que só foi possível graças a ele.
Vimos que as visões de Bran podem alterar as pessoas no passado, e o episódio com Hodor perdendo a sanidade abriu espaço para teorias bem chocantes: no final da temporada vemos Bran tendo visões envolvendo o Rei Louco Aerys II... Esta teoria afirma que estas visões de Bran teriam sido o fator que levou o antigo Rei à loucura. E as coisas pro lado do Bran pioram mais ainda: como já foi dito em vários momentos da série, os Caminhantes Brancos não conseguem atravessar a Muralha devido à proteções mágicas. A teoria "anti-Bran" também diz que quando ele chegar na Muralha esta proteção não terá mais efeito, já que o garoto encostou no Rei da Noite (e foi isto que permitiu os "branquelões" a encontrar a do localização do Corvo de Três Olhos).


E aí, o que vocês acharam desta temporada? E principalmente, o que vocês acham destas duas teorias? Gostaria bastante de ver o que vocês acham delas nos comentários!

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...