segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Crítica - Animais Noturnos (2016)

Título: Animais Noturnos ("Nocturnal Animals", EUA, 2016)
Diretor: Tom Ford
Atores principais: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=TICRnl3A-Og
Nota: 7,0
Melancólico, pesado, e com bom roteiro

Baseado no livro Tony e Susan, escrito por Austin Wright em 1993, Animais Noturnos é roteirizado e dirigido pelo estadunidense Tom Ford, neste que é apenas seu segundo filme. Se trata de um suspense bastante melancólico e de terror psicológico. Na história, Susan (Amy Adams) recebe de seu ex-marido e escritor Edward (Jake Gyllenhaal) um manuscrito de seu próximo livro, intitulado Animais Noturnos.

É então que a história se divide em 3 tramas paralelas. A primeira - e maior delas - é a própria história contada pelo livro de Edward. Uma história bastante violenta. A segunda mostra, através de flashbacks, como Susan e Edward se apaixonaram e como foi o casamento de ambos. E finalmente, a terceira trama se passa no tempo atual, onde vemos uma Susan extremamente infeliz e depressiva com seu casamento novo e sua vida.

Ainda que tristes e melancólicas, as três tramas são interessantes e prendem a atenção. O roteiro como um todo, é muito bom. Em termos de atuações, os quatro atores citados na ficha técnica do topo do post estão bem. Aliás, a surpreendentemente boa atuação de Aaron Taylor-Johnson lhe rendeu um Globo de Ouro como ator coadjuvante.

O que impede então a Animais Noturnos levar uma nota ainda melhor? Seu foco principal. Ao gastar a maior parte do filme dentro da "ficção" do livro de Edward (e esta trama certamente poderia ser encurtada), faltou espaço para explicar exatamente o que aconteceu entre Susan e Edward na vida real. Sim, o básico é explicado... mas algumas pontas não fecham. Por exemplo, em um determinado ponto ela diz que fez algo terrível ao filho de Edward. Que filho é este? Que evento foi tão grave? São respostas que acrescentariam a trama, mas não são respondidas. Um maior equilíbrio entre o tempo dedicado as três tramas tornariam o filme mais completo e psicologicamente mais interessante. Nota: 7,0

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Retrospectiva Cinema em 2016: Os melhores, os piores, e a lista de filmes assistidos


Mudando um pouco o formato da minha tradicional retrospectiva de Cinema do ano anterior, em um único post trarei: os 10 melhores filmes de 2016, os 5 piores de 2016, os 5 posts de 2016 mais lidos no Cinema Vírgula e finalmente, a lista de todos os filmes que assisti no ano passado (com indicações dos melhores).

Top 10: Melhores filmes nos cinemas brasileiros em 2016 (em ordem alfabética)

Top 5: Piores filmes nos cinemas brasileiros em 2016 (em ordem alfabética)

Top 5: Artigos de 2016 mais lidos no Cinema Vírgula
  1. Quer mais Game of Thrones e não aguenta esperar até a próxima temporada? Talvez você encontre a solução aqui. Confira!
  2. Crítica - Caça-Fantasmas (2016)
  3. Gosta de pôster? Aqui tem mais de 1000 em HD sobre filmes e séries de TV para baixar!
  4. Crítica - Pets: A Vida Secreta dos Bichos (2016)
  5. SEIS títulos atuais da Image Comics que você deveria conhecer

Todos os filmes que assisti em 2016 (com indicações dos melhores)

E finalmente, a lista de tudo o que assisti de filmes em 2016, sendo filmes novos ou antigos; sendo a primeira vez que os vi ou não. Minha meta tradicional é de assistir pelo menos 104 filmes no ano (pois isto significa uma média de 2 filmes por semana). Infelizmente desta vez, por muito pouco, não cheguei na meta. Mas foi quase: foram 102 filmes assistidos. Os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente. Vamos a lista!

  • 8½ - "8½" - França / Itália (1963)
  • Almas Gêmeas - "Heavenly Creatures" - Alemanha / Nova Zelândia (1994)
  • Alphaville - "Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution" - França / Itália (1965)
  • Amy - "Amy" - EUA / Reino Unido (2015)
  • Anomalisa - "Anomalisa" - EUA (2015)
  • Arca Russa - "Russkiy Kovcheg" - Alemanha / Canadá / Dinamarca / Finlândia / Japão / Rússia (2002)
  • Ataque dos Titãs - "Shingeki no kyojin" - Japão (2015)
  • Ave, César! - "Hail, Caesar!" - EUA / Japão / Reino Unido (2016)
  • Batman vs Superman: A Origem da Justiça - "Batman v Superman: Dawn of Justice" - EUA (2016)
  • Beija-me, Idiota - Kiss Me, Stupid - EUA (1964)
  • Beijos e Tiros - "Kiss Kiss Bang Bang" - EUA (2005)   (*)
  • Blind - "Blind" - Noruega / Países Baixos (2014)
  • O Bom Dinossauro - "The Good Dinosaur" - EUA (2015)
  • Brazil: O Filme - "Brazil" - Reino Unido (1985)
  • Brooklyn - "Brooklyn" - Canadá / Irlanda / Reino Unido (2015)
  • A Bruxa - "The VVitch: A New-England Folktale" - Brasil / Canadá / EUA / Reino Unido (2015)
  • O Caçador e a Rainha do Gelo - "The Huntsman: Winter's War" - EUA (2016)
  • Caça-Fantasmas - "Ghostbusters" - EUA (2016)
  • Os Caça-Fantasmas - "Ghostbusters" - EUA (1984)
  • Os Caça-Fantasmas 2 - "Ghostbusters II" - EUA (1989)
  • Café Society - "Café Society" - EUA (2016)
  • Capitão América: Guerra Civil - "Captain America: Civil War", EUA (2016)   (*)
  • Capitão Fantástico - "Captain Fantastic" - EUA (2016)
  • Carol - "Carol" - EUA / Reino Unido (2015)
  • A Chegada - "Arrival" - EUA (2016)   (*)
  • O Clã - "El Clan" - Argentina / Espanha (2015)
  • Conflito das Águas - "También la lluvia" - Espanha / França / México (2010)   (*)
  • Creed: Nascido para Lutar - "Creed" - EUA (2015)
  • Deadpool - "Deadpool" - Canadá / EUA (2016)   (*)
  • Dois Caras Legais - "The Nice Guys" - EUA (2016)   (*)
  • O Dono do Jogo - "Pawn Sacrifice", Canadá / EUA (2014)
  • Doutor Estranho - "Doctor Strange" - EUA (2016)
  • Dublê de Corpo - "Body Double" - EUA (1984)
  • Esquadrão Suicida - "Suicide Squad" - EUA (2016)
  • E Sua Mãe Também - "Y tu mamá también" - México (2001)
  • Férias Frustradas - "Vacation" - EUA (2015) 
  • A Felicidade Não Se Compra - It's a Wonderful Life - EUA (1946)   (*)
  • Festa da Salsicha - "Sausage Party" - EUA (2016)
  • Frida - "Frida" - Canadá / EUA / México (2002)
  • A Garota Dinamarquesa - "The Danish Girl" - Alemanha / Bélgica / Dinamarca / EUA / Reino Unido (2015)
  • Ghost World - Aprendendo a Viver - "Ghost World" - Alemanha / EUA / Reino Unido (2001)
  • Gilda - "Gilda" - EUA (1946)
  • Godzilla - "Godzilla" - EUA / Japão (2014)
  • A Grande Aposta - "The Big Short" - EUA (2015) 
  • Guerra nas Estrelas - "Star Wars" - EUA (1977)   (*)
  • Heróis Fora de Órbita - "Galaxy Quest" - EUA (1999)   (*)
  • O Homem da Terra - "The Man from Earth" - EUA (2007)
  • O Homem Que Incomoda - "Den brysomme mannen" - Islândia / Noruega (2006)
  • I Am - "I Am" - EUA (2010)
  • Incêndios - "Incendies" - Canadá / França (2010)
  • Independence Day: O Ressurgimento - "Independence Day: Resurgence" - EUA (2016)
  • Inferno - "Inferno" - EUA / Hungria / Japão / Turquia (2016)
  • Invocação do Mal 2 - "The Conjuring 2" - Canadá / EUA (2016)
  • Jogo do Dinheiro - "Money Monster" - EUA (2016)
  • Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes - "Lock, Stock and Two Smoking Barrels" - Reino Unido (1998)
  • Julieta - "Julieta" - Espanha (2016)
  • Kubo e as Cordas Mágicas - "Kubo and the Two Strings" - EUA (2016)
  • Kung Fu Panda 3 - "Kung Fu Panda 3" - China / EUA (2016)
  • Labirinto - A Magia do Tempo - "Labyrinth" - EUA / Reino Unido (1986)
  • O Lagosta - "The Lobster" - França / Grécia / Holanda / Irlanda / Reino Unido (2015)
  • A Lenda de Tarzan - "The Legend of Tarzan" - Canadá / EUA / Reino Unido (2016)
  • Lua de Fel - "Bitter Moon" - EUA / França / Reino Unido (1992)
  • Lugares Escuros - "Dark Places" - EUA / França / Reino Unido (2015)
  • Mad Max - "Mad Max" - Austrália (1979)
  • Mary e Max: Uma Amizade Diferente - "Mary and Max" - Austrália (2009)   (*)
  • Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola - "A Million Ways to Die in the West" - EUA (2014)
  • Mogli - O Menino Lobo - "The Jungle Book" - EUA (2016)   (*)
  • Nos Passos do Mestre - "Nos Passos do Mestre" - Brasil (2016)
  • Os Oito Odiados - "The Hateful Eight - EUA (2015)
  • A Onda - "Die Welle" - Alemanha (2008)
  • Passageiros - "Passengers" - EUA (2016)
  • Pequeno Segredo - (idem) - Brasil / Nova Zelândia (2016)
  • Pets: A Vida Secreta dos Bichos - "The Secret Life of Pets" - EUA / Japão (2016)
  • À Procura da Felicidade - "The Pursuit of Happyness" - EUA (2006)   (*)
  • Quando Estou Com Marnie - Omoide no Mânî - Japão (2014)
  • O Quarto de Jack - "Room" - Canada / Irlanda (2015)
  • O Quinto Poder - "The Fifth Estate" - Bélgica / EUA / Índia (2013)
  • O Regresso - "The Revenant" - EUA (2015)
  • Uma Repórter em Apuros - "Whiskey Tango Foxtrot" - EUA (2016)
  • Rua Cloverfield, 10 - "10 Cloverfield Lane" - EUA (2016)
  • A Regra do Jogo - "La Règle du Jeu" - França (1939)
  • Rogue One: Uma História Star Wars - "Rogue One" - EUA (2016)
  • Sicario: Terra de Ninguém - "Sicario" - EUA (2015)   (*)
  • O Solar Maldito - "House of Usher" - EUA (1960)
  • Solaris - "Solyaris" - União Soviética (1972)   (*)
  • Spotlight: Segredos Revelados - "Spotlight" - EUA (2015)
  • Sr. Ninguém - "Mr. Nobody" - Alemanha / Bélgica / Canadá / França (2009)
  • Sr. Sherlock Holmes - "Mr. Holmes" - EUA / Reino Unido (2015)
  • Star Trek: Sem Fronteiras - "Star Trek Beyond" - EUA (2016)
  • Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith - Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith - EUA (2005)
  • Steve Jobs - "Steve Jobs" - EUA / Reino Unido (2015)   (*)
  • Sully: O Herói do Rio Hudson - "Sully" - EUA (2016)
  • O Tesouro de Barba Rubra - "Moonfleet" - EUA (1955)
  • Três é Demais - "Rushmore" - EUA (1998)
  • Tomboy - "Tomboy" - França (2011)
  • Vai Que Dá Certo 2 - "Vai Que Dá Certo 2" - Brasil (2016)
  • A Vida de Brian - "Life of Brian" - Reino Unido (1979)   (*)
  • A Vingança Está na Moda - "The Dressmaker" - Austrália (2015)
  • Voando Alto - "Eddie the Eagle" - Alemanha / EUA / Reino Unido (2016)
  • Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos - "Warcraft" - China /EUA (2016)
  • X-Men: Apocalipse - "X-Men: Apocalypse" - EUA (2016)
  • Zootopia: Essa Cidade é o Bicho - "Zootopia" - EUA (2016)


E que 2017 seja um ano de mais e melhores filmes para mim e para todos vocês! Grande abraço!

sábado, 31 de dezembro de 2016

Crítica - Passageiros (2016)

Título: Passageiros ("Passengers", EUA, 2016)
Diretor: Morten Tyldum
Atores principais: Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Michael Sheen, Laurence Fishburne
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=j30Rwlm75KM
Nota: 6,0
Boa ficção científica derrapa em seu final

Passageiros é um filme que mistura romance com ficção científica. Na história, em algum momento indeterminado do futuro, a nave espacial Avalon transporta em modo automático mais de 5000 passageiros em uma viagem de 120 anos para "Homestead", um novo e remoto planeta. Porém, graças a um mal funcionamento, dois passageiros despertam de suas câmeras de hibernação 90 anos antes do destino final, o que os deixa "condenados" a morrerem sozinhos de velhice durante a viagem.

Contando com imagens espaciais muito bonitas e com uma trilha sonora muito bem utilizada, a maior qualidade de Passageiros reside na discussão sobre dramas humanos (como em qualquer boa ficção científica que se preza), em especial a solidão e a ética. Na maioria do tempo o roteiro é equilibrado, crível e envolvente... ainda que tenha algumas passagens repetidas, alongando desnecessariamente a história.

O trio "vivo" da nave (os humanos vividos por Jennifer Lawrence e Chris Pratt, e o androide vivido por Michael Sheen) se envolvem em diálogos e situações interessantes e bem humoradas. Os três atores também atuam muito bem, acrescentando qualidade ao filme.

Porém chegando ao final de sua história, Passageiros decepciona bastante. Lembra do mal funcionamento que citei no começo? Ele é o gatilho para eventos que culminam no clímax do filme. E neste momento, a história simplesmente joga fora todo o debate até então e se transforma em um filme de ação completamente inverossímil e com várias tecno-baboseiras. E para piorar, no meio desta correria sem pé nem cabeça, houve espaço para encaixar diversos clichês de filmes de romance irritantemente melosos e incoerentes.

Uma pena. Ainda que valha seu ingresso, Passageiros desperdiça um começo bastante promissor em troca de uma miscelânea de diversos gêneros de filme (sem se aprofundar em nenhum deles) e um final hollywoodiano. A dúvida que fica é se este desfecho decepcionante é culpa do roteirista ou dos produtores. Nota: 6,0

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Crítica - Rogue One: Uma História Star Wars (2016)

Título: Rogue One: Uma História Star Wars ("Rogue One", EUA, 2016)
Diretor: Gareth Edwards
Atores principais:  Felicity Jones, Diego Luna , Riz Ahmed, Ben Mendelsohn, Forest Whitaker, Mads Mikkelsen, Donnie Yen, Jiang Wen
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=9oISQcXuki0
Nota: 6,0
Muita "Guerra" e pouco "nas Estrelas"

Para quem não está muito familiarizado com o universo de Star Wars, incio com uma explicação: até agora a franquia já teve 7 filmes (Os Episódios de I ao VII), que são continuações de uma única grande história. Já Rogue One: Uma História Star Wars é o primeiro filme derivado da série: uma história fechada com começo, meio e fim; e que cronologicamente se passa imediatamente antes do Episódio IV.

Na história, a Aliança Rebelde descobre que o Império está construindo uma arma tão poderosa que é capaz de destruir planetas. É então que os rebeldes "convocam" a jovem Jyn Erso (Felicity Jones) para ajudá-los a impedir que a arma seja finalizada. Erso é uma pessoa importante para a Aliança pois ao mesmo tempo que ela é filha de Galen Erso (Mads Mikkelsen) - o cientista por trás da construção da tal super-arma - ela também é amiga de Saw Guerrera (Forest Whitaker), um líder separatista cuja facção seria essencial na luta contra o Império.

Quando o primeiro filme de Star Wars surgiu em 1977 - justamente o Episódio IV - ele foi um estrondoso sucesso de público pois reunia características difíceis de se encontrar nos cinemas da época: alucinantes batalhas entre naves no espaço; empolgantes duelos de sabres de luz, e uma espécie de "religião" baseada em uma Força universal que conecta todos os seres vivos... e que concede super-poderes.

39 anos depois surge o filme Rogue One: Uma História Star Wars e ele não traz para as telas nenhuma destas três características tão essenciais para a franquia. O que sobra então? Guerra, guerra e mais guerra. Um filme em que a grande maioria das batalhas são em terra, usando pistolas, metralhadoras, bombas e até lança mísseis. É praticamente um filme de guerra dos anos 2000 com os soldados vestindo roupas esfarrapadas (no caso dos rebeldes), ou lustrosas armaduras metálicas (no caso dos imperialistas). Rogue One só lembra Star Wars de verdade em seus 15 minutos finais, que aliás são de longe o melhor pedaço desta produção.

Apesar da grande descaracterização da franquia, a história em si não é ruim. Funciona como um bom filme "padrão" do gênero de guerra, com boas cenas de ação. Sua única e maior novidade é trazer para Star Wars pela primeira vez uma guerra "de verdade". Muito longe das batalhas "limpas" da trilogia clássica onde os rebeldes apenas se defendem, em Rogue One os soldados da Aliança atacam desesperadamente seus inimigos, com táticas as vezes nada heroicas que estão entre a guerrilha e o terrorismo.

Apesar de uma trama interessante, o roteiro padece com vários problemas estruturais. Contando a história de maneira sempre apressada e com muitos cortes, o desenvolvimento dos personagens é pífio. É praticamente impossível sentir empatia com qualquer pessoa de Rogue One. O único personagem que possui algum carisma - o lutador cego de "kung-fu" Chirrut (Donnie Yen) - parece estar em filme errado: ele faz muito mais sentido dentro do universo de filmes como O Tigre e o Dragão (2000), do que Star Wars.

Dizem os produtores que o filme possui muitos minutos que foram cortados na edição final. A questão é que dentro das 2h14min de Rogue One daria tempo para desenvolver vários personagens... isto se eles não tivessem optado por gastar espaço para mostrar centenas de fan services. Temos participações especiais - dentre muitas outras - de R2-D2, C-3PO, o senador Bail Organa, Darth Vader, Cornelius Evazan, a Princesa Leia e o Governador Moff Tarkin; sendo estes dois últimos imagens feitas por computador que não me convenceram como atores reais.

Tecnicamente, Rogue One também falha em vários aspectos. É verdade que o filme aproveita para trazer imagens belíssimas de planetas e outros objetos espaciais. Entretanto, na maior parte do tempo as imagens são em ambientes apertados e fechados, exagerando nos closes no rostos dos atores e desfocando todo o ambiente ao fundo. Sinceramente, em pleno ano de 2016 vender um filme em 3D com tanta limitação de foco (em 3D "de verdade" não há a necessidade do plano ao fundo perder foco porque afinal de conta as imagens são em... 3D!) é um insulto ao público.

Outro ponto fraco de Rogue One é sua trilha sonora. Pela primeira vez o mestre John Williams ficou de fora de um filme de Star Wars e ele fez muita falta. Para piorar, o trabalho de seu substituto Michael Giacchino foi prejudicado por problemas de cronograma - ele teve apenas quatro semanas e meia para compor toda a música do filme - e o resultado foi uma trilha fraquíssima.

Apesar dos muitos problemas, Rogue One: Uma História Star Wars ainda consegue entreter. Seria ele, entretanto, uma obra relevante para a franquia de Star Wars? A resposta: sim, embora não tanto. O filme deixa três legados importantes na mitologia: consegue "corrigir" um grande furo de roteiro relacionado a Estrela da Morte, dá uma explicação aceitável para a mira ruim de todos os stormtroopers, e nos apresenta de maneira bem mais clara o quanto a situação da Aliança Rebelde era desesperadora (isto é mais detalhado no universo expandido, mas foi pouco mostrado nos outros filmes). Nota: 6,0

domingo, 18 de dezembro de 2016

Crítica - A Vingança Está na Moda (2015)

Título: A Vingança Está na Moda ("The Dressmaker", Austrália, 2015)
Diretor: Jocelyn Moorhouse
Atores principais:  Kate Winslet, Judy Davis, Liam Hemsworth, Hugo Weaving, Sarah Snook
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=n5K4LSViFds
Nota: 5,0
Filme australiano se perde na mistura de assuntos

Com direção, produção e atores Australianos - com o reforço dos britânicos Kate Winslet e Hugo Weaving - A Vingança Está na Moda estreou no Brasil em maio em número reduzidíssimo de salas e mesmo já estando disponível para compra em sites de streaming seu trailer voltou aos cinemas... será que ele voltará às telonas em breve?

Na trama, a agora estilista Tilly Dunnage (Kate Winslet) retorna após mais de uma década a sua cidadezinha natal, de onde fôra "expulsa" quando criança por supostamente ter assassinado seu colega de escola Stewart Pettyman. Confusa e esquecida sobre os eventos do passado, Tilly volta para descobrir se afinal é uma criminosa ou não.

Diferente do tradicional, o roteiro de A Vingança Está na Moda aborda quatro temas em paralelo: a investigação sobre o crime passado; a transformação das pessoas através da moda (esta parte do filme é bem focada no universo feminino); o desejo de vingança da protagonista; e por fim, o romance de Tilly com Teddy McSwiney (Liam Hemsworth).

Como se pode ver pelo parágrafo anterior, Tilly não tem a menor idéia do que quer fazer, em como agir, ou no que colocar seu foco. E por mais que esta "confusão" seja algo que muitas pessoas passam na vida real, ela não deveria atingir a execução do filme, que parece ter sido contagiado pela mente de sua heroína: nenhum dos quatro temas se resolvem de maneira satisfatória ou se mesclam de maneira natural.

Tanto a investigação do crime quanto as ações vingativas de Tilly se resolvem de maneira inverossímil e decepcionante; o "universo feminino" é abandonado no meio da projeção; e finalmente, não há química nenhuma entre Tilly e Teddy. Kate Winslet e Liam Hemsworth estão interpretando personagens que possuem a mesma idade; entretanto, mesmo continuando belíssima, Kate é claramente bem mas velha que Liam e eles simplesmente não combinam juntos. Para piorar, Liam atua muito mal: sem carisma, o irmão mais novo de Thor passa o filme todo com apenas uma expressão no rosto, a de "apaixonado abobalhado".

De bom mesmo em A Vingança Está na Moda apenas a atuação de Kate Winslet e algumas reviravoltas inesperadas no roteiro, quebrando um pouco a monotonia de dezenas de clichês que aparecem ao longo do filme.

A Vingança Está na Moda tem alguns momentos divertidos, mas em geral, lhe falta coerência e identidade. Seria o filme um drama? Um romance? Uma comédia? A história flerta com todos estes gêneros mas não convence em nenhum deles. Nota: 5,0.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Crítica - Sully: O Herói do Rio Hudson (2016)

Título: Sully: O Herói do Rio Hudson ("Sully", EUA, 2016)
Diretor: Clint Eastwood
Atores principais: Tom Hanks, Aaron Eckhart, Laura Linney, Valerie Mahaffey, Mike O'Malley, Jamey Sheridan
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=9n6hcBc4bgE
Nota: 6,0
Mais na terra que no ar, acidente aéreo fica em segundo plano

Em uma época em que o assunto acidentes aéreos ainda está bem vívido no cotidiano do brasileiro, chega as cinemas Sully: O Herói do Rio Hudson, baseado no livro-biografia Highest Duty escrito por Chesley "Sully" Sullenbergerde, o piloto que em janeiro de 2009 realizou o "milagre" de pousar em pleno Rio Hudson, na cidade Nova York, um avião de passageiros que havia perdido todos seus motores. Se trata da primeira parceria de Clint Eastwood, na direção, com Tom Hanks, que interpreta o protagonista "Capitão Sully".

Sim, Sully pousou heroicamente um avião em pane em cima de um rio. Mas teria sido mesmo uma manobra necessária? Pousar em água é dificílimo, muito arriscado, e com dois aeroportos bem próximos ao local da queda, não teria sido muito mais seguro para todos o piloto guiar seu veículo até um destes locais? É a investigação que tenta responder esta pergunta a base deste filme.

Acontece que a "história da vida" de Sully é baseada em um incidente muito rápido, que durou apenas 206 segundos (número que aliás aparece várias vezes no roteiro). E a tal investigação posterior, também foi rápida e direta. Como preencher 1h30min de filme com tão pouco material? É este o grande problema de Sully: O Herói do Rio Hudson.

Roteiro e direção fazem um trabalho muito bom para "esticar" o filme, trazendo uma narrativa não-linear, mostrando flashbacks... e desta maneira "distraindo" com sucesso o espectador. Sóbrio e direto, foi uma grande satisfação para mim ver que o filme de Clint Eastwood não apelou para trilha sonora piegas - a trilha é quase imperceptível - ou para clichês e frases de efeito para tornar o filme mais "elevado emocionalmente". Ainda assim, apesar do bom trabalho técnico e de produção, Sully: O Herói do Rio Hudson é um filme "apenas" interessante, sem contar com grandes surpresas ou emoções.

Fora o ato heroico em si - que aconteceu na vida real, e com isto eleva bastante o filme - não há muitos outros atributos em Sully. Ainda assim, há de ser elogiada a fotografia excelente de Tom Stern (parceiro costumeiro do diretor) e a boa atuação de Tom Hanks, que contrasta com a esquecível presença de todos os coadjuvantes em tela.

Muito mais sobre o que acontece em terra do que no ar, Sully: O Herói do Rio Hudson é um reflexo do seu protagonista na vida real: heroico e comedido. Nota: 6,0

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Crítica - A Chegada (2016)

Título: A Chegada ("Arrival", EUA, 2016)
Diretor: Denis Villeneuve
Atores principais: Amy Adams, Jeremy Renner, Michael Stuhlbarg, Forest Whitaker, Tzi Ma
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=rNciXGzYZms
Nota: 9,0
Ficção-científica e "quebra-cuca" de primeira

Na última década vários cineastas nos mostraram pontos de vista bem heterodoxos sobre a existência humana. Como exemplos, tivemos a Fonte da Vida (2006) de Darren Aronofsky, O Curioso Caso de Benjamin Button (2008) de David Fincher, Sr. Ninguém (2009) de Jaco Van Dormael, A Árvore da Vida (2011) e Amor Pleno (2012) de Terrence Malick, e Boyhood: Da Infância à Juventude (2014) de Richard Linklater.

Mas desses exemplos acima, apenas dois conseguiram efetivamente me emocionar e transmitir sua visão: Fonte da Vida e Boyhood. Bem, a partir de agora posso adicionar um terceiro filme na relação: A Chegada, do ótimo diretor canadense Denis Villeneuve. Um filme que, entretanto, tem de longe a roupagem científica mais pesada dentre todos os citados anteriormente.

Na história, 12 objetos gigantes alienígenas pousam na Terra em tentativa de comunicação. O que eles querem? É aí que entra a melhor linguista estadunidense, Louise Banks (Amy Adams), para tentar traduzir a mensagem dos ETs.

Como a humanidade se comportará frente a este evento? Como iniciar uma conversação entre duas espécies totalmente desconhecidas e diferentes entre elas? São respostas que A Chegada mostra de maneira consideravelmente verossímil.

O filme começa de maneira bem lenta, com trilha instrumental bem pesada, lembrando em momentos o clássico 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968). Por exemplo, boa parte do segmento inicial do filme mostra Louise dentro de uma sala tentando se comunicar - sem sucesso - com os visitantes espaciais.

Com o desenrolar da trama, entretanto, o filme começa a ganhar velocidade e tensão. Há uma corrida contra o tempo para evitar uma guerra causada - como sempre - pela burrice humana. Sentimento de urgência e suspense são adicionadas de maneira gradativa e perfeita pelo diretor, até culminar no final surpreendente, emocionante, e ao mesmo tempo, de compreensão não muito fácil. E olha que A Chegada até tenta facilitar seu entendimento para o grande público, criando uns pequenos "exageros" de roteiro em troca de uma explicação mais palatável.

Não irei comentar muito mais sobre o filme para não dar spoilers; ainda assim, explico que toda a trama - adaptada do conto "Story of Your Life", escrito em 1998 por Ted Chiang - tem como base uma única e simples teoria científica, garantindo portanto o título que darei ao A Chegada: um dos melhores filmes de ficção científica deste século. Nota: 9,0.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Crítica - Pequeno Segredo (2016)

TítuloPequeno Segredo (Brasil / Nova Zelândia, 2016)
Diretor: David Schurmann
Atores principais: Mariana Goulart, Erroll Shand, Maria Flor, Fionnula Flanagan, Júlia Lemmertz, Marcello Antony
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=X_qAIqyZK8g
Nota: 5,0
Com um desfecho belíssimo, o difícil é chegar até ele

Em teoria Pequeno Segredo deveria ser um filme interessante: baseado em um drama real da família Schurmann (a primeira família brasileira a circunavegar o mundo em um veleiro), e sendo a indicação nacional para o Oscar 2017, este "currículo" chama a atenção.

Mas o que vemos nas telas fica longe de um bom filme. Em primeiro lugar, Pequeno Segredo lembra muito uma novela da Globo. E não é pela presença de Júlia Lemmertz e Marcello Antony, que pouco parecem em cena. Pequeno Segredo lembra novelas pela sua fotografia característica, pelos diálogos artificiais e piegas, pelos atores ruins, a presença constante de product placement, pela trilha sonora enfadonha e melodramática. Aliás, o filme lembra tanto novela que tem até seus "núcleos": o núcleo da família Schurmann, em SC; e o núcleo gringo, que se divide entre o Pará e a Nova Zelândia.

Pequeno Segredo dura intermináveis, desnecessárias e enfadonhas duas horas. Entretanto, faltando cerca de 20 minutos para o filme acabar, algo surpreendente acontece: há uma reviravolta e descobrimos enfim qual é o "segredo" do título do filme.

É então que a história muda da água podre para o vinho. Onde antes não havia nenhuma coesão, agora os fatos se encaixam trazendo sentido; enfim é fornecido ao espectador motivos para ter alguma empatia com os personagens. E enfim a trilha sonora dramática e as câmeras lentas tem algum propósito narrativo.

O final de Pequeno Segredo é excelente, bastante comovente. Ainda assim, não é suficiente para apagar a péssima viagem que foi chegar até ele. Até porque, notem que a grande força da história está no seu "segredo"; que não será surpresa nenhuma para quem já conheça a vida dos Schurmann; ou quem tenha lido sobre este filme na Wikipedia. Em suma, para aproveitar algo desta obra, não veja nada sobre ela além deste texto!!!

Não é tão difícil entender porque Pequeno Segredo foi o indicado brasileiro ao Oscar. Afinal, é um filme "feito pra gringos": conta com vários diálogos em inglês, atores internacionais (e o mais famoso deles - Fionnula Flanagan - é bem conhecida), e se preocupa em apresentar um pouco do nosso lado "das selvas"... mostra como é diferente e pobre a vida do Norte brasileiro; ao mesmo tempo que nós temos as qualidades e virtudes do "bom selvagem"... tudo bem estereotipado. Por outro lado, é difícil aceitar que um filme com direção e roteiro tão problemáticos seja considerado o melhor filme nacional do ano.

Com começo e meio catastróficos, o final de Pequeno Segredo é tão bom que justifica que ele seja assistido. É uma história real que merece ser conhecida. Ainda assim, se seu desfecho "salvou" a experiência de assistir o filme, não foi suficiente para salvar sua nota. Nota: 5,0

sábado, 12 de novembro de 2016

Crítica - Doutor Estranho (2016)

TítuloDoutor Estranho ("Doctor Strange", EUA, 2016)
Diretor: Scott Derrickson
Atores principais: Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams, Mads Mikkelsen, Tilda Swinton
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=DavLd8Nj2TQ
Nota: 7,0
Apresentando o Multiverso usando um Multiverso

Chega aos cinemas o décimo quarto filme (!) da grande história contada pelo Universo Cinematográfico Marvel, inciado em 2008. O novo herói da vez é o Doutor Estranho. Na trama, o genial e arrogante cirurgião Dr. Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) sofre um acidente e perde o uso de seu instrumento mais importante: suas mãos. Desesperado por uma cura, Strange acaba viajando pra o Oriente em busca de tratamentos alternativos. É quando ele encontra a Anciã (Tilda Swinton) e seu grupo de monges super-poderosos. Inicia-se então o treinamento de Stephen ao mesmo tempo em que a Terra recebe nova ameaça global.

Doutor Estranho é certamente a produção da Marvel de maior deslumbre visual até agora. Ótimos efeitos especiais, imagens incríveis em constante movimento, cenas que parecem alucinações. Um espetáculo! E o bom é que estas imagens proporcionam ótimas cenas de ação - afinal, boa parte do filme são perseguições e lutas.

Direção e roteiro fazem um trabalho excelente ao explicar conceitos místicos e complexos de uma maneira simples e sem muito didatismo.

Outra grande qualidade de Doutor Estranho é seu protagonista. O carismático "Benedito" mostra mais uma vez sua grande versalidade e qualidade como ator, personificando de maneira bastante convincente o personagem dos quadrinhos.

Doutor Estranho é um filme de Origens bem interessante, com potencial de agradar todo tipo de público - como todo filme Marvel - mas que também como todo filme Marvel, possui seus defeitos.

Em primeiro lugar, como já citado acima, o roteiro é simples demais, focando demais na ação em detrimento do desenvolvimento dos personagens. Apenas o protagonista Stephen Strange nos é apresentado de maneira decente. Todos os demais personagens são mal explorados; o que é um enorme desperdício quando lembramos que o filme conta com atores de talento comprovado, como por exemplo Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams e Tilda Swinton. Alías, Tilda Swinton é a única dos coadjuvantes que brilham na tela com ótima caracterização. Por outro lado, os sub-aproveitados Ejiofor, McAdams e Mikkelsen são tão mal tratados que até passam por momentos constrangedores.

Outro problema já recorrente nos filmes da Marvel é o péssimo timing de suas piadas. Mais uma vez testemunhamos momentos dramáticos ou heróicos serem jogados no lixo graças a algum alívio cômico para fazer o filme voltar a ser "engraçadinho". Lamentável. Doutor Estranho tem as piadas mais fora de contexto do Universo Marvel desde Homem de Ferro 3, com o agravante que Strange não era para ser o palhaço que Tony Stark é.

Mas o que mais me chamou a atenção em Doutor Estranho é a ironia - seria este o termo? - que o filme que deveria ser o mais diferente dentre todos da Marvel é na verdade o que mais caminha pelo conhecido, bebendo de muitas fontes famosas do universo Pop. É um filme que apresenta aos espectadores o Multiverso Marvel através de múltiplos universos de outras franquias. Afinal, o filme é um amálgama de referencias (sejam visuais ou de enredo) como A Origem, Spawn, Highlander, Dr. House, Matrix, e mais alguns outros que não posso citar para não estragar a surpresa do final do filme - que por sinal é muito bom.

"Ah, mas o Doutor Estranho foi criado na década de 60, muito antes das obras citadas acima". É verdade, mas este Dr. Estranho apresentado nas telas é diferente do personagem original. É a velha questão do que veio primeiro: o ovo ou a galinha?

Graças a mesma fórmula utilizada em todos seus filmes, a Marvel mais uma vez consegue ter sucesso - em público e diversão - com um personagem de pequena expressão da editora, quase desconhecido do grande público. Doutor Estranho chegou para se tornar verdadeiramente famoso dentro do mundo dos super-heróis. E vai conseguir. Nota: 7,0.


Obs 1: a Anciã celta interpretada pela ótima Tilda Swinton é uma modificação do Ancião, feiticeiro tibetano que nos quadrinhos é o verdadeiro mentor do Doutor Estranho. Por que a Marvel mudou o gênero e nacionalidade de seu personagem? Simples: dinheiro! A alteração foi feita para que o filme não fosse censurado pelo governo chinês, cujo país representa 18% da arrecadação mundial dos filmes da editora. Referências ao Tibete (que a China não reconhece como região independente) e a orientais estereotipados certamente seriam barradas. O medo de ser proibido pela China é o mesmo motivo que fez com que o personagem Mandarim também tenha sido ocidentalizado - para fúria dos fãs - em Homem de Ferro 3.

Obs 2: o filme contém duas cenas pós-créditos, sendo a última provavelmente importante para o futuro do Doutor Estranho nos cinemas.

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...