Diretor: Ryan Coogler
Atores principais: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong'o, Daniel Kaluuya, Letitia Wright, Martin Freeman, Winston Duke, Forest Whitaker, Andy Serkis
Outro bom filme de origem da Marvel (e histórico!)
O primeiro super-herói negro criado por uma grande editora de quadrinhos (em 1966) ganha enfim um filme nos cinemas. Um blockbuster de diretor negro, com todos os atores principais negros, ambientado na África e de grande qualidade. Mesmo que Pantera Negra não fosse um bom filme, já seria algo admirável; mas não parou por aí: como sempre na Marvel o filme é bem bacana!
Na história, o rei T'Challa, alter ego do Pantera Negra (Chadwick Boseman), acaba de assumir o trono como governante de Wakanda, porém dias depois já é obrigado a entrar em ação, já que os vilões Klaue (Andy Serkis) e Killmonger (Michael B. Jordan) estão traficando armas feitas de Vibranium pelo mundo.
Mesmo sendo um filme de super-heróis, Pantera Negra é provavelmente o filme mais "pés na realidade" feito pela Marvel até aqui. Seu enredo discute política, racismo e injustiça social. Também é - felizmente - o filme com menos piadinhas.
O ótimo roteiro conta com diálogos memoráveis e surpreende ao sair um pouco do padrão dos super-heróis, incorporando elementos similares a James Bond e Star Wars. Isto sem parecer uma mistura estranha ou forçada.
Pantera Negra conta com um design de produção excelente. Uniformes e roupas muito bem feitas, uma "Africa ultra-tecnológica" crível e belíssima visualmente. A trilha sonora é ótima, e com elementos tribais em vários momentos. O elenco jovem e negro é repleto de qualidade e entrega ótimas atuações.
Apesar das várias qualidades, Pantera Negra possui dois problemas: o primeiro é que o filme é bastante ancorado em lutas corpo-a-corpo mas elas não são boas: com exceção de duas ou três cenas de grande qualidade, todas as demais lutas são repletas de cortes de câmera e os heróis se movimentam rápido demais, ficando difícil identificar o que realmente está acontecendo.
E, principalmente... por mais que o filme tente ser diferente com sua "pitada" de cultura africana, Pantera Negra não arrisca nada em seu desfecho e se encerra como um "mais do mesmo" em termos de filmes de origem da Marvel. Todo o debate inteligente até então é resolvido em "porrada genérica" e, principalmente, o vilão feito por Michael B. Jordan, que é tão bacana no começo com suas motivações não maniqueístas, no final do filme se torna um "malvadão" clichê. Além de que - pela milésima vez (tenha dó, Dona Marvel) - ele é simplesmente uma cópia maligna do herói: os mesmos poderes de seu adversário.
Pantera Negra é sem dúvida um bom filme, que agradará todos os fãs de filmes do gênero, mas fracassa no quesito "novidade". Se tivesse sido feito uns 5 anos atrás certamente seria mais impressionante. Porém, em uma época com até 5 filmes de super-heróis por ano, ele pára no "Bom". Nota: 7,0.
PS 1: mantendo a tradição Marvel, temos cenas pós-créditos: são duas. E a primeira, aliás, é uma bela patada no governo de Donald Trump.
PS 2: o nome Pantera Negra é associado a um movimento de protesto. Então, pra combinar, também fiz meu protesto por aqui: propositalmente em nenhum momento deste meu texto acima eu cito o nome de certa atriz que desrespeitou bastante os brasileiros em sua passagem pelo Brasil na CCXP do ano passado. Se alguém quiser saber mais detalhes sobre este lamentável episódio, só clicar aqui.
Na história, o rei T'Challa, alter ego do Pantera Negra (Chadwick Boseman), acaba de assumir o trono como governante de Wakanda, porém dias depois já é obrigado a entrar em ação, já que os vilões Klaue (Andy Serkis) e Killmonger (Michael B. Jordan) estão traficando armas feitas de Vibranium pelo mundo.
Mesmo sendo um filme de super-heróis, Pantera Negra é provavelmente o filme mais "pés na realidade" feito pela Marvel até aqui. Seu enredo discute política, racismo e injustiça social. Também é - felizmente - o filme com menos piadinhas.
O ótimo roteiro conta com diálogos memoráveis e surpreende ao sair um pouco do padrão dos super-heróis, incorporando elementos similares a James Bond e Star Wars. Isto sem parecer uma mistura estranha ou forçada.
Pantera Negra conta com um design de produção excelente. Uniformes e roupas muito bem feitas, uma "Africa ultra-tecnológica" crível e belíssima visualmente. A trilha sonora é ótima, e com elementos tribais em vários momentos. O elenco jovem e negro é repleto de qualidade e entrega ótimas atuações.
Apesar das várias qualidades, Pantera Negra possui dois problemas: o primeiro é que o filme é bastante ancorado em lutas corpo-a-corpo mas elas não são boas: com exceção de duas ou três cenas de grande qualidade, todas as demais lutas são repletas de cortes de câmera e os heróis se movimentam rápido demais, ficando difícil identificar o que realmente está acontecendo.
E, principalmente... por mais que o filme tente ser diferente com sua "pitada" de cultura africana, Pantera Negra não arrisca nada em seu desfecho e se encerra como um "mais do mesmo" em termos de filmes de origem da Marvel. Todo o debate inteligente até então é resolvido em "porrada genérica" e, principalmente, o vilão feito por Michael B. Jordan, que é tão bacana no começo com suas motivações não maniqueístas, no final do filme se torna um "malvadão" clichê. Além de que - pela milésima vez (tenha dó, Dona Marvel) - ele é simplesmente uma cópia maligna do herói: os mesmos poderes de seu adversário.
Pantera Negra é sem dúvida um bom filme, que agradará todos os fãs de filmes do gênero, mas fracassa no quesito "novidade". Se tivesse sido feito uns 5 anos atrás certamente seria mais impressionante. Porém, em uma época com até 5 filmes de super-heróis por ano, ele pára no "Bom". Nota: 7,0.
PS 1: mantendo a tradição Marvel, temos cenas pós-créditos: são duas. E a primeira, aliás, é uma bela patada no governo de Donald Trump.
PS 2: o nome Pantera Negra é associado a um movimento de protesto. Então, pra combinar, também fiz meu protesto por aqui: propositalmente em nenhum momento deste meu texto acima eu cito o nome de certa atriz que desrespeitou bastante os brasileiros em sua passagem pelo Brasil na CCXP do ano passado. Se alguém quiser saber mais detalhes sobre este lamentável episódio, só clicar aqui.